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Os Correios apresentaram um plano de reestruturação e pediram um empréstimo de R$ 20 bilhões. O economista Roberto Troster, partner da Troster e Associados, avaliou ao vivo no Fast Money as medidas e os desafios para garantir a sustentabilidade da estatal.


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Transcrição
00:00Voltamos ao vivo com o Fast Money e os Correios estão apresentando um plano de reestruturação da empresa
00:05e um pacote de medidas imediatas para o reequilíbrio da sustentabilidade financeira.
00:11A estatal precisa de um socorro de 20 bilhões de reais.
00:15E a gente vai falar sobre esse assunto agora ao vivo com o economista e partner da Troster e Associados,
00:20o Roberto Troster, que já está aqui conectado com a gente no Fast Money.
00:24Tudo bem, Sr. Roberto? Boa tarde, bem-vindo ao Fast Money mais uma vez.
00:27Boa tarde, Natália. Tudo bem, está bem.
00:31Então, está joia. O Felipe Machado, nosso analista, vai participar aqui da conversa.
00:36Sr. Roberto, esse pedido da nova direção dos Correios de um empréstimo de 20 bilhões de reais
00:41chama atenção, claro, pelo valor, que é praticamente o faturamento anual da empresa.
00:47Como é que o senhor avalia essa estratégia para conter o rombo e essa abertura mesmo desse dado e desse pedido de socorro?
00:55Bom, primeiro, entre aspas, é um empréstimo com aval do tesouro.
01:01Quer dizer, se o Correio não pagar, quem vai pagar é o tesouro.
01:05Num primeiro momento, isso não influi na dívida pública nem no déficit,
01:10mas na hora que o Correio, se o Correio não conseguir pagar, vai influenciar.
01:16Segundo, o grande problema do déficit dos Correios hoje, o Correio era lucrativo e deixou de ser por uma série de inovações.
01:27Primeiro, o e-mail, tudo que era mandado por Correio, muito vai por e-mail, vai por WhatsApp.
01:35Agora, você tem a parte, o filé mignon, vamos dizer, do negócio do Correio, que são as entregas,
01:42aí você tem outras empresas que concorrem.
01:45Então, o e-mail, estruturalmente, ele é deficitário, mas importante socialmente.
01:52Quer dizer, pequenas comunidades, o Correio tem muita importância, você não pode ficar sem Correio.
01:59Não é um problema só brasileiro.
02:02Nos Estados Unidos, você também tem o mesmo problema, né?
02:05Déficit um ano, lucro outro, você tem o mesmo problema na Índia.
02:10Então, cortando gastos, alguma coisa, você vai jogar um pouquinho de água na fervura,
02:17água fria na fervura, mas você não vai resolver o problema.
02:20Você tem que mudar o modelo de negócios.
02:23Não dá para ter o Correio do jeito que ele funciona.
02:26Talvez uma solução seria, por exemplo, fazer o que foi tentado no começo,
02:33que o Correio tivesse contas bancárias, ou talvez uma fusão.
02:37O Correio ser absorvido pela Caixa Econômica Federal,
02:41e a Caixa Econômica Federal podia usar as agências do Correio como agências da Caixa.
02:48Ao mesmo tempo, você tem uma rede que cobre o Brasil inteiro,
02:52e, por outro lado, o serviço deficitário do Correio seria compensado com os lucros,
03:01com as outras coisas do Correio.
03:03Mas do jeito que está, assim, não tem como.
03:07O negócio é inviável.
03:09Você precisa de agências físicas para entregar as coisas, para retirar.
03:14O custo fixo é elevado.
03:16Ele pode cortar algumas despesas, fazer alguma coisa.
03:18Mas tem que mudar o modelo de negócios.
03:22Sem isso, também está ruim.
03:25Quer dizer, o governo paga parte do déficit do Correio todo ano,
03:29porque um serviço social, como é o SUS, como é o Judiciário, tem custo.
03:34Você precisa ter.
03:35Você não pode privatizar o SUS, você não pode privatizar o Judiciário,
03:41e o Correio você precisa.
03:43É um bem público.
03:43Se ele vai fazer isso, não sei.
03:47Mas, por enquanto, é um empréstimo.
03:50Um empréstimo, dificilmente...
03:52Eu vou torcer para eu estar enganado.
03:55Mas, dificilmente, ele vai conseguir pagar o empréstimo com as medidas propostas.
04:00Que coisa, Felipe, sua pergunta.
04:02Sr. Roberto, boa tarde.
04:04Roberto, qual será que é o papel que uma empresa com os Correios teriam nos dias de hoje?
04:09A gente olhando de uma maneira um pouco mais ampla.
04:12O senhor citou, por exemplo, a questão de uma fusão, possível fusão com a Caixa,
04:16uma ideia bastante interessante.
04:18Mas estamos falando aí da gestão dessa empresa, vamos dizer assim.
04:23Qual seria o papel estratégico dos Correios hoje?
04:26Por exemplo, talvez uma parceria com as empresas de e-commerce
04:29para se transformar numa plataforma parceira de entregas de produtos de venda pelo comércio eletrônico, por exemplo.
04:37Os Correios já têm, inclusive, uma parceria com o Mercado Livre,
04:40que parece ser uma parceria bem sucedida.
04:43O senhor acha que, por exemplo, os Correios têm uma atuação estratégica?
04:46Esse seria um caminho, por exemplo, para os Correios?
04:49Oi, Felipe.
04:50Boa tarde.
04:51Com certeza, sim.
04:52Mas esse é o plé mignon.
04:54Isso é a parte rendável.
04:55Você tem DHL, você tem Federal Express.
04:59Tudo que estão concorrendo.
05:00Estão fazendo isso que é o que dá dinheiro.
05:02Você vai mandar encomendas.
05:05A questão são as cartas, intimações.
05:10E isso tem um custo muito alto.
05:13Essa é a parte.
05:15A parte rentável, o filhé mignon, mas você sempre vai ter, na função social do Correio,
05:20você tem uma parte deficitária.
05:22Muito bem, faz parcerias, ganha dinheiro com as parcerias.
05:26Mas não são as parcerias, dificilmente sejam suficientes para cobrir os prejuízos.
05:34Então, você tem que pensar no modelo de negócio.
05:37Tem que pensar, ó, só mandar, quer dizer, só os pacotes que você tirasse o envio de cartas
05:43e só tivesse agências dos Correios nos lugares com alta renda, seria perfeito.
05:49Mas você tem uma obrigação social nas comunidades de baixa renda.
05:54Imagina que nas comunidades de baixa renda, o valor dos envios dos pacotes são mais baixos.
06:01Isso não pode fazer com que o envio do pacote seja mais caro do que o conteúdo dele.
06:06Então, você tem uma restrição de preços.
06:09Esse problema, como eu mencionei, está nos Estados Unidos, está na Índia.
06:13Acho que na Índia que eles fizeram essa parceria, ou estão querendo fazer essa parceria,
06:20para ter alguma outra coisa a mais que compense.
06:22Já que eles têm uma rede muito pulverizada no Brasil inteiro, aproveitar isso para outras coisas.
06:29Mas nós já temos a Caixa Econômica no Brasil que faz isso.
06:32E o Banco do Brasil instala um pouquinho melhor que a Caixa.
06:36Seria uma hora de começar a pensar numa coisa nesse sentido.
06:40Mas só a parceria, sim, eu acho muito bom, Filipe.
06:44Mas acho que não vai resolver o problema no médio prazo.
06:47Pode até que resolva esse ano, mas...
06:50Mais dívida é mais juros.
06:52Quer dizer, além do déficit normal que vai ter, vai ter o déficit de juros.
06:57Sr. Roberto, eu queria entender um pouco melhor e contar com o senhor para isso.
07:01O que levou?
07:02Quais são os desafios, o contexto atual que influenciaram para levar os Correios,
07:08para chegar a esse ponto?
07:09É uma crise geral?
07:11O senhor mencionou que outros países também enfrentam essa situação.
07:16É concorrência?
07:17Tem alguma coisa mais estrutural ou é uma combinação de tudo isso?
07:22É o tempo.
07:24São as inovações.
07:25Se não tivesse e-mail e se não tivesse WhatsApp,
07:29a gente se comunicaria muito mais para o Correio.
07:31Eu dificilmente recebo...
07:34Quer dizer, eu recebia pacote de propaganda.
07:38Ninguém mais faz propaganda para o Correio.
07:40É muito caro.
07:41Você não recebe mais...
07:43Dificilmente as pessoas trocam cartas.
07:46Você escrevia cartas, tem livros de cartas.
07:50Ninguém mais faz...
07:51Muito pouca gente faz isso.
07:53Quer dizer, hoje a comunicação é escrita por e-mail, por WhatsApp.
08:00Comunicação oral.
08:02Quer dizer, todo mundo tem celular.
08:04Antigamente você não tinha isso.
08:06Então você tinha um fluxo de troca de informações muito grande no Correio.
08:10O filé mignon, que são justamente o envio de pacotes,
08:15onde você tem um valor maior de receita,
08:21está sendo canibalizado por outras empresas.
08:25Essas empresas não ficam com a parte ruim, que é distribuir cartas,
08:29e ficam com o filé mignon.
08:31Eu falei Federal Express, THL.
08:34Então é difícil.
08:36Eu vou torcer para o ferrado.
08:39Mas ou você muda, ou você afunda.
08:44A história da humanidade tem um pouco disso.
08:50Que você tinha que, por exemplo, o Netflix,
08:55que estava mencionando na reportagem anterior,
08:59acabou com a Blockbusters.
09:00É a mesma história.
09:01A Netflix é mais simples, mais prática.
09:05Quem vai em uma locadora pegar um vídeo?
09:07Ninguém mais.
09:09Então você tem que ter uma transformação.
09:12A tecnologia transformou isso.
09:16O que você vai fazer agora?
09:19Na Blockbusters foi simples.
09:21Só tem uma loja de Blockbusters no Brasil, uma coisa assim.
09:24Só que em Correio você não pode parar de distribuir cartas.
09:27Você tem que continuar tendo esse grande problema.
09:31Certo.
09:32Quero agradecer, Roberto Troster, economista e partner na Troster e associados,
09:37pela entrevista importante aqui.
09:39Muito interessante ao vivo no Fast Money.
09:41Muito obrigada.
09:42Boa tarde para o senhor e volte sempre, por favor.
09:45Boa tarde, Natália.
09:46Boa tarde, Felipe.
09:47Boa tarde a todo mundo que está assistindo.
09:49Até a próxima.
09:50Tchau, tchau.
09:50Tchau.
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