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Cristiane Pelajo conversou com Liliane Rocha, CEO da Gestão Kairós, que saiu da extrema pobreza em Guarulhos para se tornar referência em diversidade e inclusão no Brasil. Em 10 anos, transformou empresas, estruturou áreas estratégicas de diversidade e lançou livros inspiradores sobre liderança inclusiva e protagonismo.

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Transcrição
00:00Chegou a hora do quadro Protagonistas, que traz histórias inspiradoras de mulheres que transformam as áreas em que atuam.
00:07Hoje, Cristiane Pelagio conversa com uma das principais vozes da diversidade e da inclusão no nosso país.
00:14Uma mulher saída da extrema pobreza e que conseguiu, com muita competência e com trabalho duro,
00:19aproveitar ao máximo, nas palavras dela, a combinação de acaso e oportunidade que a vida ofereceu.
00:30A protagonista de hoje é Liliane Rocha, fundadora e CEO da gestão Cairóis.
00:37Uma mulher que saiu da extrema pobreza em Guarulhos para se tornar uma das principais vozes da diversidade e da inclusão aqui no Brasil.
00:46Liliane é uma mulher negra, lésbica e de origem periférica.
00:50Sentiu na pele as barreiras que hoje ajudam empresas a derrubar.
00:54É autora do livro Como Ser Uma Liderança Inclusiva e coautora do livro Protagonistas, que será lançado amanhã no Rio de Janeiro.
01:04O lançamento em São Paulo foi no mês passado.
01:06Reconhecida como Woman to Watch em 2024 e uma das 50 mulheres de impacto na América Latina,
01:13ela representa uma geração de líderes que não apenas ocupam espaços,
01:18mas transformam a maneira como o mercado pensa, fala e age sobre inclusão.
01:25É um prazer ter você aqui.
01:27Você não sabe como, até me emociona falar de você, Liliane.
01:32De verdade.
01:33Cris, é um prazer imenso estar aqui com você.
01:35Eu sempre fico muito emocionada na sua presença.
01:39É, a recíproca mais que verdadeira.
01:41Mas vamos para as nossas perguntas.
01:43A minha primeira é sempre a mesma para todas vocês.
01:45Quem é Liliane Rocha?
01:47Como você se define?
01:48Eu sempre vou responder que é a pergunta do milhão, né?
01:51Como eu me defino?
01:52Um ser humano em constante evolução.
01:54Acho que a gente vive mudando, vive aprendendo, vive interagindo com as pessoas e com o meio,
01:59com a sociedade, nesse mundo que acho que a gente partilha essa visão no mundo que está cada vez mais veloz,
02:06mais dinâmico, cheio de acontecimentos, atravessando uma quarta revolução industrial
02:10e jogando a gente para a pergunta.
02:13O que é ser ser humano?
02:15Então, estou todo dia pensando nisso.
02:17O que é ser ser humano?
02:19Quem é, Liliane?
02:20O que é ser ser humano?
02:21Ah, eu acho que ser ser humano é mergulhar naquelas características que não são totalmente únicas,
02:28que às vezes a gente esquece e relega segundo plano.
02:32Então, ser ser humano é poder sonhar.
02:35Ser ser humano é ter criatividade.
02:37Ser ser humano é ter tempo para o ócio.
02:40Ser ser humano é se conectar com as pessoas, como a gente se conectou uma com a outra.
02:44Ser ser humano é se emocionar, igual a gente acabou de falar, que se emociona.
02:48Eu acho que tudo que é desse campo do intocável, do intangível, do imensurável, do invisível aos olhos,
02:55é ser ser humano.
02:57Você costuma dizer que a sua história não é sobre meritocracia.
03:01Queria entender o que te faz afirmar isso com tanta convicção.
03:06E o que você quer dizer com essa frase?
03:08Ai, Cris, falar sobre meritocracia é sempre uma complexidade, né?
03:12Porque, assim, se a gente for na origem do conceito de meritocracia,
03:16a gente vai falar desse sistema que recompensa individualmente por esforço.
03:23Que, em alguma medida, faz sentido.
03:27Porém, quando que essa palavra meritocracia perde sentido?
03:30Quando a gente olha exclusivamente para o esforço e deixa de olhar, por exemplo,
03:35para oportunidade ou para falta de oportunidade.
03:40Quando a gente deixa de olhar para igualdade ou para desigualdade.
03:44Então, acho que quando a gente fala de meritocracia numa sociedade tão desigual como o Brasil,
03:52a gente vai sempre incorrer no risco de ter uma medida que não é justa para todo mundo.
04:00Então, acho que eu sou fruto de esforço, sim.
04:03Mas eu acho que eu sou fruto de muita oportunidade, sim.
04:06Acho que eu sou fruto, talvez, até do acaso em uma certa medida.
04:10Porque eu acho que para encontrar as pessoas que eu encontrei ao longo da minha jornada,
04:14trilhar os caminhos que eu trilhei ao longo da minha jornada,
04:18entrar em histórias, como a do próprio livro Protagonistas, não planejada,
04:24num determinado momento e conhecer as mulheres que eu conheci,
04:27eu acho que tudo isso tem um pouco de acaso, tem um tanto de oportunidade,
04:31que soma-se ao esforço.
04:33Então, fico sempre preocupada com a palavra meritocracia e com uma leitura só de esforço.
04:37Eu fico pensando quanta gente esforçada não tem nesse país que não tem oportunidade
04:42ou que, de repente, durante toda uma vida não está no momento certo, no lugar certo
04:48e, de repente, não vai chegar lá, mesmo se esforçando muito.
04:52Mas, de certa forma, a sorte não vem de um trabalho que a gente faça?
04:57Eu acho que também...
04:57Ou você, na sua opinião, a sorte pode ser do acaso mesmo?
05:01Eu acho que tem um acaso mesmo, eu acredito nisso, acredito no que tem que ser.
05:05Acredito no que está escrito para a gente, eu acredito muito nessas coisas.
05:11E, de novo, eu acredito que falar somente de esforço num país como o Brasil é sempre delicado,
05:17porque as pessoas partem de pontos muito desiguais
05:20e, mesmo quando elas chegam em um determinado lugar, eu tenho falado isso,
05:25mesmo quando a gente chega em um determinado lugar,
05:27então, teoricamente, a meritocracia deveria ter valido.
05:30Às vezes, ela deixa de valer por uma única característica,
05:33ser mulher, ser negro, ser LGBT, ser pessoa com deficiência, ser 50 a mais.
05:37Então, essa questão da meritocracia, do esforço,
05:40eu acho que ela está sempre em cash numa sociedade desigual.
05:44Então, tem esse olhar social que eu faço.
05:47E tem um olhar, talvez, espiritual que eu faço,
05:49que é esse do acreditar também muito no que está escrito na nossa jornada.
05:54Então, acho que o esforço sozinho,
05:55ele não responde por todo o nosso resultado.
05:58Ele responde por...
05:59Eu me esforço muito, você sabe.
06:00Eu soubido de alguém que se esforça muito.
06:03Eu acho que o esforço responde por uma parte expressiva.
06:07Mas eu acho que colocar 100% na mão do esforço é um equívoco.
06:10Aproveitando que você já levantou a bola para falar do livro Protagonistas,
06:14é claro que esse livro mora no meu coração.
06:16Eu sou uma das coordenadoras dele e uma das autoras.
06:20Fui eu estar aqui, você trouxe para a gente.
06:22Fui eu, inclusive, que convidei a Lili para estar nesse livro.
06:27E o capítulo dela é muito emocionante.
06:31O que te fez escrever sobre algo que você não falava há 20 anos?
06:37Na minha opinião, e eu já ouvi isso de você,
06:40era difícil para você falar do seu começo, da sua infância na extrema pobreza.
06:45Eu queria que você resumisse o seu capítulo.
06:48E como você teve coragem de escrever sobre algo que você não falava há duas décadas?
06:54Eu acho que tudo tem um momento certo.
06:58Então, eu acho que eu fiquei muito tempo sem falar sobre essa história,
07:01sobre a história da minha vida, por mais de um motivo.
07:04Um deles eu comentei com você e vai de encontro a essa questão,
07:07talvez, do esforço, da meritocracia.
07:09Eu não queria muito ser vista como alguém diferente.
07:11E lá no começo da minha carreira, lá em meados de 2005,
07:15quando eu falava dessa história, da minha história para as pessoas,
07:18elas me olhavam muito impressionadas.
07:21Eu acho que elas ficavam me achando muito diferente,
07:23achavam que era muita superação.
07:25E você ficava assim, poxa, né?
07:27Eu quero aqui só ser vista como uma profissional trilhando a sua carreira.
07:31Então, eu acho que esse é um ponto.
07:33O outro ponto é que quando a gente fala da gente,
07:36esse eu estou refletindo agora mais recentemente,
07:38a gente sempre expõe ou partilha a história da vida de pessoas que estão ao nosso redor.
07:45Você, como eu, e até mais do que eu, é uma pessoa pública, você sabe disso, né?
07:49Toda vez que a gente fala para o bem e para o mal,
07:51a gente fala das nossas familiares, das pessoas ao nosso redor.
07:56E quando eu falo da minha história, eu remonto à minha infância,
07:59numa extrema pobreza, numa comunidade, um agrupamento,
08:02eu falo que não era favela, deve ter virado depois,
08:04porque era ainda mais precário, em Guarulhos,
08:06morando com a minha mãe, que apesar de ser uma mulher...
08:10Era mais precário do que uma favela.
08:12Era mais precário do que uma favela, porque era uma ocupação bem desregular,
08:15assim, tinham pouquíssimas pessoas.
08:17Eu acho que as favelas, tal como a gente conhece hoje,
08:20principalmente algumas favelas potência,
08:22tem estrutura e organização.
08:24Mas lá na minha infância, né?
08:26Imagina, 40 anos atrás,
08:28era realmente uma extrema precarização e totalmente desorganizado.
08:32E a minha mãe, mesmo sendo uma mulher muito esforçada e trabalhadora,
08:36estava nessa situação, que eu acredito que foi a pior da vida dela.
08:40Na época, tinha um companheiro que não é meu pai,
08:42um ex-marido dela já falecido,
08:44também envolvido com violência, né?
08:48E drogação e precariedade zenis.
08:52Então, eu remonto a essa história da minha infância,
08:55remonto à minha mãe
08:56e ressignifico isso trazendo a figura do meu pai,
09:01que é esse homem que nasceu em 1943
09:05e que decide ser um pai solteiro e me pegar para criar.
09:09E eu falo que ele me tira dessa extrema pobreza
09:11e me traz para uma pobreza, né?
09:14Porque às vezes alguém pensa,
09:14e daí seu pai era rico?
09:16Não, eu saio da classe E para a classe C.
09:20O que é mais que o suficiente para alavancar toda a história da minha vida,
09:23porque daí pode estudar, pode comer, tem onde morar,
09:25não tem mais violência.
09:27E essa mudança...
09:27Tem saneamento básico, sabe que vai tomar banho.
09:30Tem saneamento básico, sabe que vai tomar banho quentinho.
09:33E eu falo, né?
09:34Que acho que o grande aprendizado que eu tenho dessa história,
09:36e por isso eu resolvo compartilhar hoje,
09:38porque eu acho que é uma história
09:39que exemplifica muito dessas discussões
09:41que a gente tem também em Brasil,
09:43que a gente fala assim,
09:44ah, mas todo mundo pode chegar lá.
09:46E aí eu falo, eu não sei.
09:47Se eu tivesse partido da extrema pobreza,
09:50eu não sei se eu teria chegado aqui.
09:51Ter saído da extrema pobreza para a pobreza,
09:55ter saído da extrema precarização
09:56para o mundo de oportunidade,
09:59me deu a possibilidade.
10:01Eu falo de sonhar.
10:03Eu pude começar a sonhar.
10:05Não existiam sonhos...
10:06Eu não tinha sonho.
10:07Na extrema pobreza.
10:08Não tinha sonho na extrema pobreza.
10:10Quando você está preocupado se você vai ter o que comer,
10:13se vai ter violência na sua casa,
10:16que você está tomando banho com água gelada,
10:18que não tem energia elétrica,
10:20você vai ter velas...
10:21Quando você está nessa precarização,
10:25você não tem sonho.
10:27Então, eu acredito que a gente está minando hoje
10:29a história de milhares de brasileiros.
10:31E eu trago isso para falar,
10:32olha, eu sou fruto do esforço,
10:34mas eu também sou fruto da oportunidade.
10:36Em que momento você percebeu
10:38que você poderia trabalhar com o que você trabalha?
10:42Que você poderia inspirar pessoas?
10:44Que você poderia mudar corporações?
10:47Você poderia mudar empresas?
10:48E aí, claro, que eu quero que você explique também
10:51o que faz a sua empresa, a gestão Cairóis,
10:54que você abriu tem 10 anos.
10:56Olha a coisa do acaso, Cris.
10:58Eu não sei se eu já te contei essa história.
11:00Em 2005, eu entrei num processo seletivo
11:02de uma grande empresa do setor de eletrônicos
11:04para a área de comunicação.
11:05Eu sou relações públicas de formação.
11:08E passei por todo o processo
11:10para estágio nessa empresa.
11:12Quando eu cheguei na etapa final dessa empresa,
11:14uma pessoa do RH,
11:15uma pessoa muito talentosa
11:17de uma área de recursos humanos,
11:19olhou para mim e falou assim,
11:20olha, a gente te mudou de área.
11:22A gente acha que o seu perfil
11:24não é um perfil para comunicação interna,
11:26externo e institucional.
11:27A gente acha que o seu perfil
11:28é um perfil para sustentabilidade.
11:30Em 2005.
11:32Eu falei, mas o que é sustentabilidade?
11:34Olha, você vai cuidar de projetos...
11:36Usar esse nome.
11:37Usar esse nome.
11:38O que é isso?
11:39Vocês vão me mudar.
11:41E aí ela falou, ela falou assim,
11:43olha, a gente vai contar com o seu talento
11:46aqui na empresa para nos ajudar
11:47a liderar projetos ambientais, sociais,
11:50de desenvolvimento local no Brasil,
11:51na América Latina.
11:53E eu lembro que, inclusive,
11:54a minha primeira pergunta foi,
11:55vocês vão me pagar para fazer isso?
11:57Eu sou piada, né?
11:59E daí ela falou,
12:00não, então você imagina, né?
12:01Eu entro nessa área, claro,
12:02já tinha um talento
12:03que a área de RH identificou,
12:05mas eu também dei a sorte
12:07de pegar uma área de recursos humanos
12:08que vê esse talento
12:09e me coloca numa área
12:10de desenvolvimento.
12:10Que empresa era essa?
12:11Era a Philips.
12:13O senhor era o Marcos Magalhães
12:15e a líder da área era a Flávia Moraes,
12:17que eu admiro muito até hoje.
12:18Que foi quem olhou e percebeu em você.
12:22Olhou e percebeu
12:22e me trocou de processo.
12:23Pressionante.
12:24Imagina, né?
12:25Talvez alguém tivesse até falado,
12:27como me trocou de processo,
12:28eu penso que foi a melhor coisa
12:29que aconteceu na minha vida.
12:30Porque realmente é uma causa
12:32que era da minha alma,
12:33que era poder olhar para a sociedade,
12:36ter outras Lilianes
12:37no meio dessa narrativa
12:39que eu estou trazendo,
12:40outras pessoas
12:41que talvez estejam lá
12:42na extrema pobreza
12:43sem sonhar para o mundo
12:44de oportunidade,
12:45de sonhos.
12:46Eu pude aprender
12:47de forma estrutural
12:49nessa empresa
12:50quando eu fui migrada de área.
12:51Porque daí eu aprendi
12:52com profissionais incríveis,
12:53passei por várias empresas
12:55fazendo esse trabalho
12:56durante 10 anos
12:57e 10 anos depois,
12:58em algum momento,
12:59eu falo,
13:00não, agora eu vou abrir
13:02a minha empresa,
13:03vou abrir a Gestão Cairos,
13:04que é essa consultoria
13:05de sustentabilidade e diversidade,
13:07para ajudar outras grandes empresas
13:09nesse processo
13:10e para poder realizar
13:13de forma mais fina
13:16com o meu propósito,
13:17com o que eu acredito,
13:18a forma como eu acredito
13:19que isso tem que ter feito,
13:20tem que ser feito
13:21dentro das empresas.
13:22E aí eu abro a Gestão Cairos,
13:23que agora já completou
13:24também mais 10 anos.
13:25O que você trouxe
13:27dessa época lá atrás,
13:29dessas empresas
13:30pelas quais você passou
13:32como uma grande executiva,
13:33como uma líder?
13:35O que você trouxe
13:35para o seu trabalho hoje
13:37da Gestão Cairos?
13:38Ah, eu acho que muita coisa.
13:39Eu trouxe o...
13:41Eu trouxe o não
13:43como algo
13:45que não é um impeditivo.
13:47Eu acho que isso é muito importante.
13:49Dentro dessas grandes empresas,
13:50eu ouvi muitos não.
13:52Às vezes você tem uma ideia nova,
13:53você quer implantar algo novo.
13:54Que você acha que é genial.
13:56Que é genial,
13:56mas é muito legal.
13:58E você escuta um não.
13:59Na última empresa mesmo
14:00que eu passei,
14:01eu escutei um não.
14:02Quando eu falei assim,
14:03vamos implantar uma área
14:04de sustentabilidade?
14:05Eu ouvi um não.
14:06Depois,
14:07dois, três anos depois,
14:08eu falei,
14:09vamos implantar uma área
14:10de diversidade?
14:11E eu também escutei um não.
14:12E as duas foram implantadas,
14:14porque do não,
14:15eu caceio sim.
14:17Então,
14:17eu fui fazer diagnóstico,
14:18benchmark,
14:19estudo setorial,
14:20conversar com uma pessoa,
14:21conversar com outra,
14:22envolver líderes de várias áreas.
14:24Pode falar que a empresa é essa?
14:25Era Votorantim Metais.
14:26Até chegar no sim.
14:28E aí,
14:28lá na Votorantim Metais,
14:29a gente implantou
14:30a área de sustentabilidade
14:32e a gente implantou
14:33a área de diversidade.
14:34Tem até hoje,
14:35tem em todas as empresas
14:36do grupo.
14:37Então,
14:37a partir do não,
14:38você leva um sim.
14:39Eu acho que entender
14:40que o não,
14:41às vezes,
14:42eu tenho falado isso muito,
14:43às vezes,
14:43ele é fruto de um desconhecimento.
14:45não é não porque a pessoa
14:46não quer fazer.
14:47Aquele executivo,
14:48às vezes,
14:48ainda não entendeu
14:49por que aquilo é importante
14:50para o negócio.
14:51Então,
14:52tá,
14:52então,
14:52a partir desse não,
14:53pera,
14:53como que eu vou explicar
14:54para essa pessoa
14:54que isso é importante
14:55para o negócio,
14:56que isso é importante
14:57para a carreira da pessoa,
14:58que isso é importante
14:59para a gestão de risco,
15:00para gerar valor.
15:02Então,
15:02acho que foi um pouco
15:03o que eu aprendi
15:04de mais importante,
15:05com certeza,
15:06foi ouvir não
15:07e ressignificar o não
15:08para chegar no sim.
15:09E como foi essa transição?
15:11Sair desse mundo corporativo,
15:13você já era vista
15:15como uma grande executiva,
15:16como uma líder
15:17em várias áreas,
15:19estava nisso
15:20há uma década
15:21para eu vou abrir
15:23a minha própria consultoria.
15:25Tenho certeza
15:27que foi um momento difícil,
15:29uma decisão difícil
15:30de vou começar a empreender.
15:32Acho que é sempre
15:33uma decisão muito difícil,
15:35né, Cris?
15:35Eu acho que no meu caso
15:36foi uma decisão difícil,
15:38mas também foi
15:40uma decisão natural.
15:41Eu acho que lá em 2014,
15:43as conversas sobre diversidade
15:44eram menos incipientes.
15:46Então, também chegou
15:47um momento
15:48que eu entendi
15:49que talvez eu tivesse
15:50chegado num teto
15:51dentro das grandes empresas,
15:53tal como elas eram
15:55e estavam estruturadas
15:55em 2014.
15:57E que talvez
15:58para ampliar
15:59meu conhecimento,
16:00ampliar minha potência,
16:01ampliar o meu alcance,
16:03valeria a pena
16:04abrir uma empresa.
16:06O que eu quero dizer com isso?
16:07Eu achei que o risco,
16:09porque é um risco, né?
16:10Empreender é um grande risco.
16:12Opa!
16:12Eu acho que em algum momento
16:13eu entendi que
16:14era menos arriscado
16:15abrir minha empresa
16:16do que continuar
16:16dentro de grandes empresas.
16:18Esse risco me pareceu
16:20mais calculado
16:21e me pareceu
16:23ter maior potencial
16:24de êxito.
16:25Mesmo tendo começado
16:26muito humilde,
16:27porque eu comecei falando assim,
16:28ah, eu não vou mais,
16:29aquele salário
16:30eu vou demorar
16:30muitos anos para ter, né?
16:32Então, eu acho que
16:34esse momento assim
16:34de falar, olha,
16:36a estrutura corporativa,
16:38às vezes,
16:39ela é tão engessada
16:41para falar de diversidade,
16:43de novo,
16:43de mulheres,
16:43de negros,
16:44pessoas com deficiência LGBT,
16:45pessoas com 50 anos ou mais,
16:47que eu acho que
16:47se eu for para o mundo,
16:48se eu empreender,
16:50talvez eu gere mais impacto
16:52e consiga estar mais inteira
16:53nas coisas que eu faço.
16:54Então,
16:55acho que esse foi
16:55o grande cálculo
16:56e a grande dificuldade
16:58foi conseguir
16:59dimensionar a empresa
17:01na dimensão
17:02que eu já tinha
17:02dentro de grandes empresas.
17:03Eu sabia o que era
17:04trabalhar em grandes empresas,
17:06ter esses sobrenomes
17:07me apresentando nos lugares
17:08e eu tirei todos
17:10esses sobrenomes
17:10para virar a Liliane Rocha.
17:13A Liliane quem?
17:15De onde?
17:15Liliane Rocha.
17:16De onde?
17:16Da gestão Cairós.
17:18Então, acho que esse
17:19foi o maior desafio,
17:21mas, né,
17:22deu muito certo.
17:23Hoje eu tenho muito orgulho
17:24que eu acho que
17:24ao longo desses 10 anos
17:25eu consegui tanto
17:27construir essa marca
17:28Liliane Rocha
17:29quanto essa marca
17:31a gestão Cairós.
17:31Isso foi com o que eu aprendi
17:32nas grandes empresas também,
17:33eu devo a elas.
17:34Por que gestão Cairós?
17:36Por que esse nome?
17:36O que significa esse nome?
17:39Cairós é uma palavra
17:40de origem grega
17:41que faz antes
17:42a palavra cronos,
17:43cronológico,
17:44passado, presente e futuro.
17:46Cairós fala
17:47do momento oportuno,
17:48o tempo contado
17:49com as batidas do coração.
17:51Alguns devem conhecer
17:52como o tempo de Deus
17:53e como eu acredito muito,
17:55no que está escrito
17:56junto com o planejamento.
17:58Eu não deixo nem só
17:59na mão do planejamento,
18:00nem só na mão
18:01do que está escrito.
18:02Eu acredito
18:02na junção
18:03do que tem que ser
18:04com o nosso esforço.
18:06Então, gestão Cairós
18:07me pareceu mais apropriado
18:08para essa jornada.
18:09É maravilhoso,
18:10maravilhoso esse nome,
18:11essa definição.
18:13Você foi a criadora
18:14do conceito
18:14Diversity Washing
18:16aqui no Brasil.
18:17O que significa isso
18:18exatamente?
18:19E qual é a importância
18:20das coisas terem nomes?
18:22É, acho que a importância
18:24das coisas terem nome
18:25e vou começar
18:25de trás para frente.
18:26Claro.
18:26Eu acho que tudo
18:27que tem nome
18:28nos possibilita
18:30problematizar,
18:32diagnosticar
18:33e atuar.
18:34Então, acho que
18:34quando a gente dá nome
18:35às coisas,
18:36a gente consegue
18:37problematizar melhor,
18:38entender e resolver melhor.
18:40E um dia eu estava em casa
18:41vendo uma propaganda
18:42de uma grande empresa,
18:43muito legal,
18:44com pessoas negras,
18:45mulheres, LGBTs,
18:46uma diversidade danada.
18:48Aquelas que dão orgulho
18:49da gente ver.
18:49Aquelas que dão orgulho,
18:50que dão uma alegria
18:50no nosso coração.
18:51É, dá alegria.
18:52E aí, isso era 2016, 17,
18:54eu lembrei que naquela semana,
18:56assim, naquelas semanas
18:57tinham chegado
18:58duas ocorrências até mim.
19:00De uma mulher demitida
19:01na volta da gravidez
19:02e de uma pessoa negra
19:04que sofreu racismo.
19:06E aí...
19:06Dentro da empresa.
19:07Dentro dessa mesma empresa
19:08que eu estava ali
19:09e me começou emocionada.
19:10Da mesma empresa.
19:10Falei, não,
19:10mas essa é aquela, né?
19:12Essa até demora...
19:13Aí, parei, assim,
19:14me veio, nasceu
19:15um diversity washing.
19:16Veio do green washing,
19:17do lavagem verde,
19:18me veio esse diversity washing,
19:20isso é uma lavagem
19:21da diversidade.
19:22As empresas entenderam
19:23que mulheres negras,
19:24pessoas com deficiência LGBT,
19:25são público consumidor,
19:27fazem produtos,
19:28serviços,
19:29campanha
19:30para essa parcela
19:31da população,
19:32mas não querem trazer
19:33essa parcela da população
19:34da porta para dentro.
19:36Quando trazem,
19:36não querem promover.
19:38E se traz e promove,
19:39a gente vai estar sempre,
19:40que é o que eu falei,
19:41nessa meritocracia,
19:42que é uma falácia
19:43até quando se chega,
19:44porque você vai estar
19:45sempre sobre júdice.
19:46Aí, se é uma mulher
19:47que chegou à diretoria,
19:48mas você vai ter que ser
19:49a melhor executiva
19:51da empresa,
19:52porque qualquer coisa
19:52que acontecer,
19:54ainda que seja uma gravidez,
19:55você vai ser demitida.
19:57Então, essa lavagem
19:58da diversidade
19:59nos fala sobre
20:00essa fragilidade
20:01da atuação
20:02das empresas,
20:03olhando muito
20:04para a comunicação
20:05e posicionamento
20:06e muito pouco
20:07para a estrutura.
20:08O que você hoje diria
20:09para várias Lilis,
20:12que são crianças
20:13ou adolescentes
20:15que estão aqui
20:15nos ouvindo
20:16nesse momento,
20:17o que elas têm que fazer
20:18para chegar onde você chegou?
20:20Sonhem, sonhem, sonhem.
20:22Por mais difícil que pareça,
20:24eu tenho as minhas falas
20:26com a juventude,
20:27é sempre assim,
20:27você pode fazer
20:28o que você quiser,
20:29sonhe,
20:30tudo é possível.
20:32E para os adultos,
20:33vamos criar estrutura
20:34para que essas crianças
20:35e esses adolescentes
20:36possam sonhar.
20:37Então, acho que
20:38quando a gente sonha
20:39e a partir desse sonho
20:40a gente planeja,
20:41se esforça
20:42e tem oportunidade,
20:44a gente pode realizar tudo.
20:46Às vezes,
20:47vai parecer que não.
20:48Às vezes,
20:48já aconteceu comigo,
20:49nossa,
20:50cheguei no teto,
20:51realmente,
20:51alguém já decidiu
20:52no meu lugar.
20:53Aí a gente para,
20:54pensa, respira e fala,
20:55não.
20:56I have a dream,
20:57eu tenho um sonho
20:58e eu tenho planejamento
21:00e eu vou conseguir
21:01as oportunidades
21:02e elas vão surgir
21:03e eu vou chegar
21:04em algum determinado momento
21:05nesses espaços
21:06e nesses lugares
21:07que eu almejo.
21:08Eu quero falar
21:08do seu outro livro
21:09que você trouxe também,
21:11esse é Só Seu,
21:12se chama
21:12Como Ser Uma Liderança Inclusiva,
21:15essa capa incrível,
21:16adoro.
21:17Está aqui na minha mão.
21:18Quais são os principais conceitos
21:20desse livro,
21:21Lili?
21:21E por que colocar isso
21:23no papel?
21:24Qual é a importância?
21:25A principal coisa,
21:26eu acho,
21:27da qual eu falo
21:28nesse livro
21:28é de gestão.
21:30A gente já teve
21:31essa conversa
21:32em algum momento,
21:32que a gente falou,
21:33olha,
21:34é bonito falar
21:35que é um tema do coração,
21:36mas também enfraquece
21:37um pouco essa pauta,
21:38porque todos nós
21:40em síntese
21:40nos achamos boas pessoas
21:42e mesmo assim
21:43às vezes as coisas
21:43demoram um pouquinho
21:44para avançar.
21:45Então,
21:45pelo menos dentro
21:46das empresas,
21:47vamos falar um pouco
21:47menos de coração
21:48nesse sentido,
21:50porque,
21:50claro,
21:51o que importa
21:51é ser ser humano,
21:53mas dentro
21:53da estrutura empresarial
21:54do CNPJ,
21:55vamos falar um pouco
21:56de gestão,
21:57gestão da diversidade,
21:59gestão de pessoas,
22:00de processo e de orçamento
22:02para a estratégia
22:03da diversidade
22:04de curto,
22:05médio e longo prazo?
22:06Vamos falar de diversidade
22:08como uma competência
22:09da gestão?
22:10Ou essa gestão
22:11de hoje,
22:13de 2025,
22:14tem diversidade
22:15como uma competência
22:16e está up to date,
22:18está preparada
22:18para lidar
22:19com a parte
22:19da revolução industrial?
22:21Ou não tem
22:21e não está preparado?
22:23Nenhum,
22:23nem outro,
22:24nem nós,
22:25nem eles,
22:25numa época
22:26onde já vê
22:27a artesão com outdoor
22:28nos Estados Unidos
22:29falando não contrate humanos,
22:31pare de contratar humanos?
22:33Então,
22:33neste momento,
22:34se a gente não se voltar
22:35de novo
22:36para o que é humano
22:37e dentro das empresas
22:38se respaldar na gestão,
22:40a gente não vai avançar.
22:41Então,
22:42nesse livro eu trago isso,
22:43líder,
22:43você que está dentro
22:44da empresa
22:44e lida com gestão
22:45o tempo todo,
22:47lida com metas
22:48indicadores
22:48o tempo todo,
22:50trate também
22:50diversidade como gestão
22:51para avançar
22:52nesse tema
22:52dentro da sua empresa
22:53de forma estruturada
22:55a longo prazo?
22:57Está havendo um retrocesso
22:58nessa questão
23:00da diversidade
23:01muito em função
23:02dos Estados Unidos,
23:03na sua opinião?
23:04ou isso não chegou
23:05no Brasil ainda?
23:06Bom,
23:06seria se não tivesse
23:08chegado.
23:09Já chegou no Brasil,
23:10a gente vive
23:11no Brasil
23:12de forma velada,
23:14eu falo,
23:14às vezes as pessoas
23:15me dizem
23:16se os levels
23:17têm me falado,
23:18não,
23:18mas isso ainda
23:19não aconteceu
23:19no Brasil.
23:21E eu falo,
23:21olha,
23:21a gente precisa olhar
23:22o Brasil
23:22com lente
23:23de Brasil,
23:24a gente não pode
23:25olhar o Brasil
23:26com lente
23:26dos Estados Unidos,
23:28porque nos Estados Unidos
23:29tudo é declarado
23:30historicamente
23:31quando a gente
23:31fala de diversidade.
23:32E no Brasil
23:33tudo é velado
23:34historicamente
23:35quando a gente
23:35fala de diversidade,
23:38de direitos humanos,
23:39de avanços sociais.
23:41Então,
23:41quando a gente
23:42entende
23:43esse mecanismo
23:43velado
23:44que acontece
23:45no Brasil
23:45e olha
23:46nas entrelinhas,
23:48a gente percebe
23:49que esse backlash,
23:50esse retrocesso,
23:51esse anti-woke,
23:52esse anti-despertar,
23:54já está
23:55em andamento
23:55no Brasil
23:56por meio
23:57da redução
23:58de orçamento
23:58nas empresas
23:59na área
23:59de diversidade,
24:01demissões
24:01de profissionais
24:02de diversidade
24:02nas empresas,
24:04executivos
24:05e altas lideranças
24:06que traziam
24:06na sua fala
24:07a pauta
24:08da diversidade
24:09do ESG
24:10que suprimem
24:10essas palavras
24:12do seu discurso
24:13e suprimem
24:14essas palavras
24:15dos materiais
24:16institucionais
24:17das empresas.
24:18Em algumas empresas
24:19a gente já não vê mais
24:20menção a essas palavras
24:22nos materiais
24:22institucionais.
24:24Um olhar
24:24mais atento
24:25a esse mecanismo
24:25velado
24:26deixar isso
24:27muito explícito
24:28e nítido.
24:29Como mudar isso?
24:30Como voltar
24:31a colocar
24:32como algo
24:33fundamental
24:34jogar luz
24:35em cima disso?
24:36Porque a sensação
24:37é que, de fato,
24:39estava avançando
24:40e aí, de repente,
24:42a gente vê
24:42esse retrocesso.
24:44Eu sei que é o trabalho
24:45que você faz
24:45na gestão Cairóis
24:46e é muito difícil
24:48em alguns minutos
24:49explicar.
24:50Mas tem que olhar
24:51mais para isso
24:52o que fazer.
24:53Eu acho que a gente
24:54passa por dois pontos, né?
24:55pessoas,
24:56o CPF,
24:57o indivíduo.
24:58Eu acho que a gente
24:58precisa de uma ampliação
24:59de consciência.
25:00Eu acho que quando a gente
25:01abre mão
25:02em meio a todo esse
25:03contexto global
25:04que a gente vive
25:05de mundo pós-pandêmicos,
25:06de onze grandes guerras
25:07acontecendo,
25:09de polarização política,
25:10quando a gente abre mão
25:11da nossa responsabilidade
25:12de ampliar
25:13a nossa consciência,
25:14o retrocesso
25:15já está dado.
25:16E corporativamente
25:17nas empresas,
25:18eu falo de estratégias
25:19estruturadas.
25:20Tem um diagnóstico.
25:21Qual o percentual
25:22que você tem
25:23na sua empresa
25:23no quadro funcional
25:24e na liderança
25:25de mulheres negras,
25:26pessoas com deficiência,
25:26LGBT,
25:27pessoas 50 anos ou mais?
25:29O que o seu público
25:30interno acha?
25:31Fica uma pesquisa
25:32anônima.
25:33Seus funcionários
25:34acham que a empresa
25:35é diversa?
25:35Que sim,
25:36que não?
25:37Normalmente,
25:37dá 90% dos funcionários
25:39acham que a empresa
25:39é diversa.
25:40Daí eu falo,
25:41agora estratifica.
25:42Quais profissionais
25:43brancos responderam
25:44e o que os profissionais
25:45negros responderam?
25:46Aí a gente vê
25:47que a maioria
25:47é branca
25:48e a maioria
25:48acha que é diversa.
25:50Tem uma minoria
25:51de profissionais negros,
25:52mas essa minoria
25:52não acha que a empresa
25:53é diversa.
25:54A gente tem divergência
25:55de percepção
25:56dentro da própria empresa.
25:58Às vezes,
25:59a gente percebe
26:00essa diferença
26:00no cargo
26:02e na idade.
26:03Quem é mais jovem
26:03está escrevendo
26:04nessas pesquisas.
26:05Na empresa,
26:06as pessoas
26:06são misógenas.
26:07Você até fala,
26:08nossa,
26:08como essa pessoa
26:09conhece essa palavra?
26:10E a liderança
26:11está falando,
26:11não,
26:11nossa empresa
26:12é pentimar
26:13que em diversidade.
26:14Então,
26:14fazer esse diagnóstico,
26:16fazer um planejamento
26:17com indicadores
26:17e metas
26:18de curto,
26:18médio e longo prazo
26:19e assegurar
26:20uma sustentação
26:21por meio
26:21da governança.
26:23Então,
26:23o que você usa
26:24na sua empresa?
26:24É PMO?
26:25É Project?
26:26Algum sistema
26:27você usa
26:27de gestão
26:28e planejamento
26:29onde você coloca
26:29tudo o que é importante
26:30para a governança.
26:32Nesse sistema,
26:33coloque diversidade.
26:34Qual é a importância
26:35de ter um dia
26:36como o 20 de novembro,
26:38o dia da consciência negra?
26:40Ter uma comemoração
26:41para isso.
26:42É importante
26:43diante desse cenário
26:45todo
26:45que a gente está falando?
26:46Acho que essa é uma reflexão
26:47muito importante,
26:48né, Cris?
26:49Por que a gente tem
26:50feriados?
26:51Por que a gente tem
26:52datas comemorativas?
26:54Eu,
26:55hoje,
26:55eu diria que a gente tem
26:56essas datas comemorativas,
26:57esses feriados,
26:58para fazer uma pausa.
27:00Uma pausa
27:01diante de temas
27:02que são muito importantes
27:04para a sociedade brasileira.
27:06Então,
27:06dia 20 de novembro,
27:07por exemplo,
27:08a gente tem uma pausa
27:09nacional
27:10para falar
27:11sobre consciência negra,
27:13para falar
27:14sobre zumbi dos palmares,
27:15sobre o dia da morte
27:16de zumbi,
27:17para falar sobre
27:18o quanto avançamos
27:19ou não
27:20na agenda racial
27:21no Brasil
27:21desde a abolição
27:23e para falar
27:24sobre o que a gente
27:24pactua
27:25para a nação
27:27em termos
27:28de uma visão
27:29de equidade racial
27:30para o presente
27:31e para o futuro.
27:33Então,
27:33ter uma data
27:33como essa
27:34é uma pausa,
27:35um momento de reflexão
27:36importante
27:36para que a gente
27:37possa olhar
27:38para nós mesmos
27:39enquanto indivíduos,
27:40enquanto sociedade
27:40e pactuar
27:42quem a gente
27:43quer ser,
27:44que país é esse?
27:45Eu já explodi o meu tempo,
27:46eu poderia ficar aqui
27:47três horas
27:48conversando com você,
27:49mas a gente tem que acabar
27:50e eu sempre acabo
27:52com a mesma pergunta.
27:53O que significa
27:54ser protagonista
27:55da sua própria história?
27:57Eu acho que é estar
27:58sempre com esse volante
27:59na mão.
28:01Eu brinco com as pessoas
28:02nas conversas
28:03que às vezes
28:03a gente pega o volante
28:04da nossa vida
28:05e passa ele
28:06para a mão
28:07de outra pessoa
28:08por questões estruturais,
28:10por questões sociais,
28:11por questões emocionais,
28:12psicológicas,
28:13mas a gente passa
28:14e a gente não pode passar.
28:15O volante da nossa vida
28:17ele tem que estar
28:18sempre na nossa mão,
28:19a gente conduz
28:20e a gente leva
28:21a nossa vida
28:22para onde a gente quiser.
28:23Então, ser protagonista
28:24está na direção
28:25da nossa vida.
28:26Mas é importante
28:26ter uma rede de apoio?
28:28100%.
28:28É importantíssimo
28:30ter uma rede de apoio.
28:31Eu acho que
28:32esse ano,
28:33para mim,
28:33é um marco
28:34no qual eu
28:35aprofundo
28:36o meu entendimento,
28:37inclusive,
28:37sobre a importância
28:38das redes de apoio
28:39por meio do livro
28:40Protagonistas,
28:41justamente.
28:42Por quê?
28:43Porque eu vejo
28:44um grupo de mulheres
28:45poderosas,
28:47eu tenho falado
28:47mais do que empoderadas,
28:49porque eu acho
28:49que também empoderada
28:50é algo que alguém
28:50faz por você.
28:51E poderosa,
28:52eu acho que é você
28:53fazendo por você
28:54e, de novo,
28:54você no comando.
28:55Então, é um grupo
28:56de mulheres poderosas,
28:57autônomas,
28:59decididas,
28:59transformadoras
29:00e realizadoras,
29:01que poderiam estar
29:03fazendo sozinhas,
29:05mas que para...
29:05O seu próprio livro.
29:06O seu próprio livro,
29:08os seus próprios projetos,
29:09mas que,
29:10em um determinado momento,
29:11se juntam
29:12para somar
29:13e, mesmo assim,
29:14precisar fazer junto,
29:15fazer junto,
29:16porque é mais legal,
29:17porque vai chegar mais longe,
29:18porque vai ser mais emocionante,
29:20porque a gente vai alcançar
29:21mais pessoas.
29:23Muito obrigada!
29:24Te vejo amanhã
29:25no lançamento.
29:27Obrigada, Cris.
29:28de Heade,
29:30de Heade e de Heade.
29:32De Heade.
29:34Muito obrigada,
29:34本当mente.
29:34De Heade.
29:35Obrigada,
29:35de Heade.
29:35De Heade.
29:35De Heade.
29:36Emissão,
29:36de Heade.
29:36De Heade.
29:36De Heade.
29:38De Heade.
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