Pular para o playerIr para o conteúdo principal
No Direto Ao Ponto, o deputado federal Pedro Campos (PSB-PE) avalia a manutenção da Taxa Selic em 15% ao ano e o papel do Banco Central. O parlamentar critica o fato de o Brasil manter um dos maiores juros reais do mundo, lamentando a complexidade da discussão que penaliza a economia e o custo da dívida pública.

▶️ Assista à íntegra no canal da Jovem Pan News no YouTube: https://youtube.com/live/9iLXo7SEp9I
#DiretoAoPonto

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/@jovempannews/

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#DiretoAoPonto

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Deputado, uma pergunta sobre os gastos fiscais.
00:04Por exemplo, se não for votada e essa PEC não avançar,
00:09que é uma necessidade do país o controle dos gastos públicos,
00:13como que o senhor vê a possibilidade de a gente encarar esse desafio hoje?
00:18Porque assim, os gastos são demasiados em proporção ao que se arrecada.
00:23Por outro lado, nós temos também altos volumes de isenções tributárias.
00:28Como que a gente pode fechar uma conta ao mesmo tempo que a gente tem que obedecer um time político
00:35de eleição, de candidatura, para que seja o político que for eleito ou que vai se candidatar
00:41consiga levar essa discussão também no tempo que a população e que o país precisa?
00:49A gente tem que enfrentar um desafio, até brinco às vezes, dizendo que o Congresso tem que deitar no divã,
00:55porque fala muito em equilíbrio fiscal, em ajuste das contas públicas,
01:01mas tem muita dificuldade para votar corte de despesa e muita dificuldade para votar aumento de arrecadação.
01:08Então, como é que vai ter equilíbrio fiscal se o Congresso não enfrenta a pauta de corte de despesa
01:12e, quando vai falar de arrecadação, prefere votar novos benefícios fiscais do que o corte de benefícios fiscais?
01:20Eu acho que esse é o grande desafio que nós temos e a expectativa de um caminho de saída.
01:26Existe um projeto com urgência aprovada, que o relator é o deputado Agnaldo Ribeiro,
01:30que nós aguardamos que seja votado o quanto antes, que faz um corte desses benefícios tributários.
01:36O Brasil tem hoje, por ano, cerca de 800 bilhões de reais em benefícios tributários.
01:43Bilhões com bem de bola mesmo.
01:45É muito benefício tributário e, muitas vezes, benefícios tributários que não se justificam,
01:50que não têm impacto direto na geração de emprego e renda, na geração de oportunidade,
01:54no combate à desigualdade regionais.
01:56E, por isso, é importante que nós possamos reduzir esses benefícios tributários,
02:01além de olhar para a questão da eficiência do gasto público.
02:04Essa medida provisória que foi derrubada a 303,
02:07ela tinha lá 15 bilhões de expectativa de redução de gastos,
02:13de corte de gastos, de certa forma, feita pelo governo, apresentada pelo governo,
02:18e que o Congresso também não votou a 303.
02:21Então, tem que ter a coragem de enfrentar onde existe uma ineficiência,
02:25onde existe uma possibilidade de melhorar o gasto público e reduzir o gasto público,
02:29enfrentar, e, na questão dos benefícios fiscais, fazer a redução desses benefícios que não se justificam.
02:34Acho que esse é o caminho.
02:35E também, entendendo, Rodrigo, é importante que seja dito,
02:39que vários países do mundo ainda estão operando em déficit primário desde a pandemia.
02:46O Brasil fez um esforço enorme de poder fazer um ajuste nas contas públicas
02:50e fazer um aumento da arrecadação e um controle do gasto público em relação ao PIB,
02:57que é louvável e que, inclusive, é muito desafiador.
03:01Porque, como eu disse, vários grandes países do mundo ainda estão operando em déficit primário.
03:07E um último ponto para a gente falar aqui de economia, que é muito importante,
03:10é a questão dos juros que nós temos.
03:13Porque o nosso aumento da dívida pública, que é tão falado,
03:17ele é muito mais decorrente às despesas de capital, à despesa do juro da dívida pública,
03:23do que é propriamente a questão do primário.
03:25Uma coisa conversa com a outra, conversa.
03:28Mas 1% da taxa Selic hoje está representando algo em torno de 60 bilhões na dívida pública.
03:35Nós tivemos uma reunião do Copom, que aconteceu próximo da semana ali,
03:39onde foi votada a PEC da blindagem e onde foi votada a anistia,
03:43que seria bom também ver as pessoas na rua reclamando que não teve o corte da taxa Selic.
03:49No máximo, eles pararam de subir, mas a taxa Selic continua em 15%,
03:53mesmo a inflação caindo nos últimos meses,
03:56e mesmo com o esforço do governo de fazer um ajuste fiscal.
04:03Vitória Belsa, quer avançar nesse assunto?
04:06Eu quero perguntar, o senhor está falando dessa questão do esforço fiscal do governo,
04:11e o governo segue procurando uma alternativa justamente para tentar cobrir o rombo
04:16que está ficando, por enquanto, no orçamento de 2026,
04:19sem a medida provisória das aplicações financeiras.
04:22O senhor que tem ali contato com a base governista, com o Palácio do Planalto,
04:26o governo já conseguiu achar uma saída para cobrir esse rombo?
04:31O senhor acha que o projeto que o senhor mencionou,
04:33relatado pelo deputado Agnaldo Ribeiro, de corte de incentivos tributários,
04:38deve ser a peça principal para tentar recompor parte desse dinheiro?
04:43Eu acredito que o projeto é importante, é um dos caminhos possíveis que está desenhado,
04:49até porque, como eu disse, é um montante de cerca de 800 bilhões,
04:53é lógico que o corte que vai ser feito não é em todos os incentivos,
04:56parte deles estão na Constituição, e esses que são constitucionais não seriam alterados,
05:03mas existe uma possibilidade ali de cerca de 30, 40 bilhões de economia
05:09para o contribuinte em relação ao corte desses gastos tributários.
05:15E também existe a possibilidade de se retomar a discussão do BBB,
05:22que é a questão do banco bilionário IBET, que foi derrubada na MP303,
05:27mas que existe uma demanda da sociedade e uma visão de que esses setores da sociedade
05:34eles pagam menos tributos do que deveriam, e que nós poderíamos avançar
05:40cobrando mais imposto das BETs, que além de tudo geram um problema social no Brasil,
05:47e também dos bancos, fazendo ali o aumento para todos os bancos
05:51através da questão dos juros sobre capital próprio,
05:53que termina impactando praticamente todos eles,
05:56e também a equiparação de alguns bancos que estão enquadrados
06:00enquanto instituições financeiras, ou outros enquadramentos,
06:03que acabam pagando menos imposto do que os outros,
06:06que é aquela questão das fintechs estar no meio disso,
06:09que elas acabam se beneficiando de um imposto menor
06:12do que outros concorrentes deles.
06:15O Diego Tavares também quer se manter nesse tema fiscal e de juros.
06:18Vai lá, Tavares.
06:20Deputado, retomando a sua fala sobre a questão do Banco Central,
06:23o impacto da taxa Selic em 15% na situação econômica do país.
06:28Antigamente, quando o Banco Central era presidido por Campos Neto,
06:31a justificativa do governo é que Campos Neto seria uma espécie de sabotador
06:35do governo do presidente Lula.
06:37Campos Neto não é mais presidente.
06:38Hoje o presidente do Banco Central é Gabriel Galípolo,
06:40indicado pelo próprio presidente da República.
06:43Qual que seria, na sua avaliação,
06:45o que mantém ainda o Banco Central segurando a taxa de juros no atual patamar?
06:52Eu acredito que deve existir uma pressão política,
06:55independente de quem é a pessoa que está à frente do Banco Central,
07:00para que nós possamos discutir essa questão do juros do Brasil,
07:04que é uma questão...
07:05Eu sou engenheiro civil, não sou economista,
07:08mas gosto muito de ler sobre economia
07:11e vejo visão de vários economistas,
07:13inclusive economistas renomados,
07:15que questionam o fato do Brasil ter um dos maiores juros real do mundo.
07:19A diferença entre a taxa Selic e a inflação,
07:23ou seja, esse juros real no Brasil,
07:25hoje está na faixa de 9%
07:28em relação ao que nós estamos pagando de prêmio
07:33dos empréstimos do título da dívida.
07:35Então, isso é um valor muito elevado,
07:37é um valor que você não encontra paralelo em outros países do mundo
07:41e que, infelizmente,
07:43você muda a composição do Banco Central
07:45e acaba que não muda esse problema.
07:47Eu acho que é uma discussão importante que precisa ser feita
07:50e acredito que parte dela
07:51deve partir de uma pressão
07:54e de uma discussão social em relação a isso.
07:57Inclusive, existem discussões que podem ser feitas
08:00na Câmara dos Deputados
08:02porque hoje o Banco Central tem uma determinação
08:05em relação ao cumprimento de uma meta de inflação
08:08que é definida pelo Comitê de Política Monetária.
08:11Mas outros bancos centrais do mundo
08:13e outros parlamentos do mundo
08:14falam também que o Banco Central
08:16respeito em uma meta, por exemplo,
08:18de taxa de desemprego
08:19e que tem ali uma meta de taxa de desemprego.
08:22Acredito que seria uma das formas
08:24de nós podermos pressionar,
08:26do ponto de vista legislativo,
08:28essa discussão em relação aos juros.
08:30Agora, olhando que, por exemplo,
08:32nessa questão da taxa de desemprego,
08:34o Brasil consegue um feito
08:35que também precisa de muito estudo
08:38de economia para entender
08:40que é um juro na faixa de 15%
08:42e nós ainda estamos em recorde
08:44de menor taxa de desemprego
08:47da série histórica do IBGE.
08:49Então, essa questão do juro do Brasil
08:50é uma discussão complexa,
08:52mas acredito que tem que existir pressão popular
08:54para que nós possamos ter um juro real
08:57que seja equiparável com o resto do mundo
09:00e não ter um juro extremamente absurdo
09:03que termina pressionando a dívida do Brasil.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado