- há 2 meses
FUTURANDO 20250602
Sensor que rastreia o comportamento de animais pode funcionar como sistema de alerta precoce para terremotos e erupções vulcânicas.
E ainda: inteligência artificial está ajudando pesquisadores a decifrarem a comunicação dos animais.
Sensor que rastreia o comportamento de animais pode funcionar como sistema de alerta precoce para terremotos e erupções vulcânicas.
E ainda: inteligência artificial está ajudando pesquisadores a decifrarem a comunicação dos animais.
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00:00Em 2004, elefantes no Sri Lanka parecem ter pressentido a aproximação de um tsunami
00:05antes que ele atingisse a costa e se deslocaram para o interior da ilha para escapar.
00:11Na China, dizem que as cobras saem de suas tocas, mesmo no inverno, antes de um terremoto.
00:18Há muitos relatos de comportamentos estranhos em animais antes de desastres naturais.
00:23Será que podemos usar isso para prever e nos preparar para esses eventos?
00:27Isso e muito mais no Futurando, que está começando.
00:39Essas cabras vivem nas encostas do vulcão Monte Etna, na Itália, o que as torna objetos de estudo interessantes.
00:47Esse biólogo do Instituto Max Planck de Comportamento Animal tem um plano ambicioso que tem a ver com elas.
00:53Ele acredita que os animais poderiam nos alertar sobre atividade vulcânica iminente.
01:00Nossa tecnologia ainda não consegue prever quando ou com qual intensidade as erupções ocorrerão.
01:06Será que os animais conseguiriam?
01:08Desde a antiguidade, acreditamos que os animais podem prever desastres e eventos naturais.
01:17Mas agora, pela primeira vez, métodos de observação eletrônica nos dão a chance de realmente registrar e entender o que os animais fazem antes, durante e depois de grandes eventos naturais.
01:29O Monte Etna é ideal para nós porque entra em erupção com frequência, mas também tem períodos de inatividade e podemos, digamos, perguntar aos animais o que a montanha está dizendo.
01:42Eles fazem isso com a ajuda de sensores instalados nas coleiras das cabras.
01:47Os pesquisadores suspeitam que elas se comportam de maneira diferente antes de uma erupção e que os sensores podem registrar esse comportamento.
01:56Os animais geralmente vagam livremente pela montanha, mas duas vezes por ano são levados a um vilarejo próximo.
02:03É nesse momento que os pesquisadores baixam os dados armazenados nas coleiras.
02:09Em seguida, eles reconstroem os movimentos e a atividade de cada cabra individualmente.
02:15Quando ela estava dormindo? Comendo? Andando? E quão ativo estava o vulcão naquele período?
02:21Quando eles examinam os dados de uma cabra individualmente, não há um padrão claro.
02:28Mas ao analisar a atividade do rebanho como um todo, o quadro muda.
02:33Às vezes, os animais parecem ter uma forte necessidade de se mover.
02:37Se todas as cabras estiverem ativas mais ou menos ao mesmo tempo durante a noite e essa atividade não diminuir,
02:50é um bom indicador de que uma erupção deve ocorrer em quatro a seis horas.
02:55Foi assim em todas as oito grandes erupções vulcânicas.
02:58Portanto, as cabras sentem algo antes que o vulcão comece a rugir ou que os instrumentos de medição comecem a disparar.
03:07Isso pode estar relacionado a certos odores.
03:11Acreditamos que sistemas de sensores em animais trariam grandes benefícios à humanidade,
03:16pois nos permitiriam prever eventos que ainda não conseguimos antecipar.
03:20Teríamos uma rede de sensores organizada de forma inteligente e distribuída,
03:24que poderia nos alertar sobre o que está prestes a acontecer abaixo da superfície da Terra nas próximas horas,
03:29o que seria fantástico.
03:32E não apenas antes de erupções vulcânicas, mas talvez também antes de atividades sísmicas como esta,
03:38que atingiu fortemente a região central da Itália.
03:41O biólogo e sua equipe estão aqui para descobrir se os animais seriam capazes de detectar terremotos iminentes ainda em estágio inicial.
03:49Desta vez, eles não estão monitorando cabras criadas soltas,
03:53mas diversos outros animais que vivem em uma fazenda na região.
03:58O forte terremoto inicial foi seguido por vários tremores menores.
04:03Antes disso, os pesquisadores já haviam colocado coleiras em galinhas, coelhos, cães, ovelhas e vacas da fazenda.
04:11Agora, eles voltaram para ver o que aconteceu.
04:14Será que os animais se comportam de uma forma diferente antes de terremotos,
04:21assim como fazem antes de erupções vulcânicas?
04:29Temos que avaliar os dados.
04:31Será que há algo no comportamento animal que nos permita prever um terremoto?
04:35A série de terremotos foi um desastre para a região.
04:41Mas, para os pesquisadores, representou uma oportunidade de aprendizado.
04:46Os animais da fazenda fazem parte de um estudo sistemático inovador.
04:50Leva tempo para analisar as informações coletadas e compará-las com os dados precisos dos terremotos.
04:56No fim, uma conexão é confirmada.
05:02Os animais da fazenda apresentaram uma atividade em comum até 20 horas antes do terremoto,
05:08dependendo da intensidade e da distância em relação ao epicentro.
05:14Como essa informação poderia ser utilizada?
05:20Martin planeja equipar as fazendas da região com um tipo de sistema de alerta antecipado.
05:26Se todas as estações emitirem um alerta,
05:31ou seja, se os animais estiverem agitados em todos os locais ao mesmo tempo,
05:35então, ao atingir um determinado limite, diremos, eles estão agitados demais.
05:39Algo pode estar acontecendo na área.
05:43Um alarme será acionado para alertar os moradores sobre um possível perigo,
05:47caso o comportamento dos animais permaneça fora do padrão por 45 minutos.
05:52Nossa atual incapacidade de prever com precisão desastres como terremotos ou erupções vulcânicas ainda custa vidas.
06:01Mas a combinação entre tecnologia e observação do comportamento dos animais
06:06poderia ajudar na prevenção de desastres.
06:08Qual é a maior diferença entre nós, humanos, e os outros animais?
06:19Muitos diriam que é a linguagem.
06:21Podemos conversar uns com os outros, mas não com eles.
06:25Será que isso vai mudar em breve?
06:26Com a ajuda da inteligência artificial,
06:28estamos aprendendo cada vez mais sobre como os animais se comunicam.
06:32Não seria ótimo se pudéssemos conversar com nossos animais de estimação?
06:40Ou entender o que um pássaro está cantando?
06:43Parece uma fantasia, um sonho impossível.
06:47Mas será que isso está realmente fora de cogitação?
06:52Todo ser vivo precisa se comunicar de alguma forma com o seu ambiente.
06:57A questão é, quão complexa é essa comunicação?
06:59O avanço tecnológico nos ajuda muito a entender como eles se comunicam entre si.
07:11Não dá para perguntar,
07:13ah, você disse que a minhoca que comeu era gorda,
07:15porque simplesmente não falamos a língua deles.
07:19Será que um dia poderemos entender e traduzir a linguagem dos animais
07:23assim como fazemos com as dos humanos?
07:25Estudos mostram que a comunicação entre humanos e animais
07:29é mais parecida do que se imaginava.
07:33Todos os animais que vivem em grupos sociais
07:35precisam se comunicar uns com os outros.
07:40Nós também precisamos para conseguirmos viver.
07:42Acho muito fascinante perceber onde estão as semelhanças.
07:45É como uma história de detetive,
07:48tentar entender o que eles estão dizendo uns aos outros
07:51e descobrir o que aquilo significa.
07:57A bióloga comportamental estuda há décadas as semelhanças e diferenças
08:02entre a linguagem humana, a música e o canto dos pássaros.
08:05As chamadas servem principalmente para a comunicação.
08:14Significa, estou aqui, onde você está.
08:16Também há chamadas que são chamadas de contato.
08:19Não estou vendo você, onde você está?
08:23Elas também são mais altas, é o que estamos ouvindo agora.
08:27E cada macho tem o próprio canto,
08:29que soa um pouco como uma máquina de costura.
08:32Isso é repetido várias vezes
08:39e as fêmeas escolhem os machos
08:40de acordo com a qualidade do canto.
08:44Cães e gatos não precisam aprender a latir ou miar,
08:47mas os pássaros canoros aprendem seus cantos
08:50e como adaptá-los ao ambiente,
08:52mudando o tom, por exemplo,
08:54para compensar o barulho do tráfego.
08:56Percebemos que eles precisam de um adulto
09:01como exemplo para que possam realmente
09:03aprender os sons corretamente.
09:05Isso levou as pessoas a dizerem
09:07que é como a linguagem, como a fala.
09:11Então, sobre o que eles estão falando,
09:13a comunicação dos suricatos
09:15gira em torno de assuntos como
09:17reprodução, fome, medo ou questões territoriais.
09:21Mas não é só isso.
09:21Os suricatos são particularmente interessantes
09:26porque podem chegar a um acordo em grupo
09:28de forma muito rápida e complexa.
09:31E precisam fazer isso muitas vezes ao longo do dia,
09:34por exemplo, quando há alguma ameaça
09:36ou quando encontram um local com muitos insetos,
09:39a principal fonte de alimento deles.
09:40O grupo tem que ser capaz de decidir rapidamente.
09:48Num segundo, o suricato está lá.
09:50E no outro, o grupo inteiro desapareceu.
09:53Um estudo em conjunto entre o Instituto Max Planck,
09:55a Universidade de Constantes e outros parceiros
09:58descobriu que os suricatos respondem uns aos outros.
10:01Sabemos que quando respondemos
10:05obrigado ou por favor, por exemplo,
10:08isso é algo natural para nós,
10:09mas não é tão natural para os animais.
10:12E esse é um padrão de linguagem muito complexo.
10:15Descobrir isso é particularmente interessante
10:17porque também mostra que os suricatos
10:19têm uma forma muito complexa de comunicação.
10:24Os suricatos são verdadeiros tagarelas.
10:27Para entendê-los, tem que prestar muita atenção.
10:30São muitos dados para analisar.
10:37Há muito material de áudio gravado
10:39e não daria para analisá-lo manualmente.
10:42Por isso, precisamos de processos automatizados
10:44no campo da inteligência artificial.
10:46Caso contrário, não conseguiríamos analisar tudo.
10:50A inteligência artificial também está ajudando
10:52a decifrar a complexa linguagem das baleias
10:55que parece se basear em quase 9 mil blocos linguísticos
10:59chamados de codas,
11:01uma série de cliques encadeados como o código Morse.
11:04E a outra descoberta.
11:09Podemos certamente presumir que existe
11:11uma estrutura composicional semelhante
11:13à linguagem humana,
11:15com sequências de sons,
11:16assim como temos consoantes e vogais.
11:18Será que as baleias combinam essa infinidade de sons,
11:25como fazemos com os nossos idiomas?
11:27Para descobrir isso, um projeto tem usado transmissores
11:30que são acoplados aos mamíferos
11:32e retornam sozinhos à superfície
11:34após cerca de uma semana.
11:36Esses transmissores têm hidrofones,
11:42portanto, registram os dados de áudio.
11:44A maioria também tem microfone e GPS,
11:47além de sensores de aceleração e posição.
11:51Isso fornece um conjunto de dados relativamente robusto
11:53e nos ajuda a formar hipóteses
11:55sobre o contexto,
11:57sobre qual poderia ser o significado.
11:58Para o ouvido humano é quase impossível
12:05distinguir os diferentes sons
12:07que os animais emitem,
12:08mas com a tecnologia é possível reconhecer
12:11e interpretar padrões.
12:15Nós não definimos o primeiro filtro,
12:17ou seja, não dizemos
12:19isto é som e isto é silêncio.
12:22Em vez disso, dizemos
12:23pegue a totalidade dessa gravação
12:26e depois corte-a em trechos
12:27de uma maneira diferente da que faríamos.
12:30Dessa forma, é possível encontrar
12:32novas percepções que não sejam
12:33tão fortemente caracterizadas
12:35pela lente humana.
12:40Agora já se sabe
12:41que o canto dos pássaros
12:42é muito mais complexo
12:44do que se pensava.
12:45Mas será que cada nota do canto
12:47de um macho é relevante para a fêmea?
12:49Sobre o que conversariam?
12:53Por exemplo,
12:54se algo mudou no ambiente,
12:55em princípio,
12:56faria sentido se comunicar sobre isso.
12:59Houve um grande incêndio florestal ontem,
13:01temos que sair daqui agora.
13:03Ou, vai ficar cada vez mais quente,
13:05vamos para algum lugar com sombra.
13:07Não estou dizendo que eles realmente
13:08digam isso,
13:09mas é claro que dá para imaginarmos
13:11que eles se comunicam
13:13sobre determinadas coisas.
13:14Talvez um dia possamos fazer essa pergunta
13:19diretamente aos suricatos.
13:22Graças aos avanços técnicos
13:24dos últimos 10 ou 15 anos,
13:26será possível, num futuro próximo,
13:28estabelecer um diálogo com os animais.
13:32Ou seja, com aqueles que têm
13:33uma linguagem muito complexa,
13:35como as baleias ou os macacos, por exemplo.
13:37Ainda há muitas perguntas sem respostas,
13:42mas reconhecer a complexidade
13:44das vocalizações dos animais
13:46já pode ajudar a promover mudanças.
13:48Há um exemplo muito bom na história.
13:54Foi um caso relacionado
13:56às baleias de Ubarth.
13:58Um pesquisador gravou o canto delas
14:00e lançou um álbum.
14:02Isso acabou levando a uma moratória
14:04e a proibição da caça às baleias.
14:09Contribuir para a conservação de espécies
14:11é apenas um dos exemplos
14:13do que os pesquisadores da área
14:14desejam alcançar.
14:18Ao entendermos melhor a comunicação animal,
14:21esperamos que o ser humano
14:23se torne um ator ecológico
14:25mais responsável.
14:27Também poderemos proteger melhor os animais,
14:30por exemplo,
14:31ao atraí-los para longe
14:32de fontes de perigo.
14:36Tecnologias como a inteligência artificial
14:38nos aproximam de um mundo
14:39onde entenderemos nossos pets
14:41e outros animais como nunca,
14:44abrindo novas formas de comunicação
14:45e, quem sabe, promovendo
14:47uma maior consciência ambiental.
14:56Se pudéssemos falar sobre
14:58consciência ambiental com esses abúteres,
15:00talvez eles nos pedissem
15:02para parar de usar diclofenaco
15:04no tratamento do gado.
15:05O anti-inflamatório ainda é administrado
15:08em rebanhos na Espanha, por exemplo,
15:10mesmo sendo letal para aves necrófagas.
15:12Na Índia, quase causou a extinção
15:14desses animais.
15:16O estado de Assã,
15:18no nordeste da Índia,
15:20é o cenário de uma tragédia
15:21que evidencia as consequências
15:23da intervenção humana na natureza.
15:26Em uma área rural da região,
15:28há um centro de conservação de abutres.
15:30São 160 aves
15:32e elas estão confinadas
15:33para a própria proteção.
15:35Isso porque a liberdade
15:37pode significar a morte
15:38para esses animais.
15:4030 anos atrás,
15:42havia 50 milhões
15:43dessas aves necrófagas
15:45no país.
15:46Depois,
15:47elas foram praticamente dizimadas.
15:49Para o biólogo do local,
15:51trata-se de uma lição
15:52sobre a importância
15:53da biodiversidade.
15:55Quando falamos em biodiversidade,
15:57sempre pensamos em leões majestosos,
15:59tigres ou florestas exuberantes.
16:02Mas hoje estamos aqui
16:03para salvar uma espécie negligenciada,
16:05o abutre.
16:06Os abutres fazem seu trabalho
16:08nos partidores.
16:09Eles são as equipes
16:10de limpeza da natureza
16:11e atuam silenciosamente.
16:13E o declínio da quantidade
16:14de abutres também
16:15foi bastante silencioso.
16:1799% da população
16:19de abutres desapareceu
16:20nos anos 90
16:21por causa do diclofenaco sódico.
16:26Esse analgésico
16:27era frequentemente administrado
16:29em animais doentes.
16:30Mas quando os abutres
16:31consumiam carcaças
16:33contaminadas com o composto,
16:35os rins eram gravemente afetados,
16:38dando início
16:38a um ciclo mortal.
16:40Esses abutres
16:41se alimentam
16:45de carcaças
16:45deixadas para apodrecer
16:47e por isso
16:49nos protegem
16:49de várias doenças,
16:51surtos que podem acontecer
16:52quando eles não estão lá.
16:55Um estudo recente
16:56tentou quantificar
16:57o custo
16:58da mortalidade
16:59dos abutres.
17:00As doenças
17:01diretamente causadas
17:02pela ausência deles
17:03matam cerca de
17:04100 mil pessoas
17:05na Índia
17:06todos os anos.
17:07Em termos econômicos,
17:09diz o estudo,
17:10o preço
17:10da eliminação
17:11dessas aves
17:12chega a cerca
17:13de 13 bilhões
17:14de euros
17:14por ano.
17:16Acredita-se
17:16que duas
17:17entre as cerca
17:18de 8 milhões
17:19de espécies
17:19de plantas
17:20e animais
17:21em todo o mundo
17:22estejam ameaçadas
17:23de extinção.
17:24Após a morte
17:25em massa de abutres,
17:27a Índia proibiu
17:27em 2006
17:28o uso
17:29de diclofenaco
17:30em animais
17:31de criação.
17:32Mais estudos
17:33mostram que o medicamento
17:34ainda é amplamente
17:35utilizado
17:36por ser mais barato
17:37que as alternativas.
17:43Quando meus animais
17:44ficam doentes,
17:45eu chamo o veterinário,
17:47mas não sei exatamente
17:48qual medicamento
17:48ele usa.
17:52A proibição
17:53é difícil
17:53de ser aplicada.
17:55Esse veterinário
17:56diz que os medicamentos
17:57substitutos disponíveis
17:58não são apenas
17:59mais caros.
18:01Alguns deles
18:01foram proibidos
18:02porque também
18:03eram tóxicos
18:04para os abutres.
18:10Felizmente,
18:11não tivemos problemas
18:12aqui no nosso estado
18:13porque tivemos acesso
18:14a bons medicamentos
18:15substitutos
18:16e os usamos
18:17quando os animais
18:18estão feridos
18:19ou precisam de cirurgia.
18:22Mas isso
18:23é mais exceção
18:24do que regra.
18:25Voltando ao centro,
18:26o biólogo
18:27se orgulha
18:28de que 80
18:29dos 160 animais
18:30tenham nascido aqui
18:31mesmo vivendo
18:33isolados
18:33do mundo exterior.
18:34Para evitar
18:35qualquer perturbação,
18:36eles são monitorados
18:38por câmeras
18:38e o contato direto
18:40com humanos
18:40é mantido ao mínimo.
18:42Os abutres
18:43recebem alimentos
18:44e materiais
18:45para a construção
18:45de ninhos.
18:47Existem apenas
18:47quatro desses centros
18:49em toda a Índia
18:50e ainda assim
18:51os pesquisadores
18:52mantêm o otimismo.
18:53Há uma grande chance
18:56de que nosso programa
18:57de soltura
18:57e reintrodução
18:58dos abutres
18:59seja um sucesso.
19:00Como você se sente?
19:02Ainda há poucos abutres.
19:03Costumávamos ver milhares
19:05e agora são muito poucos.
19:11Os abutres
19:12desempenham
19:12um papel vital
19:13nos ecossistemas
19:14da Índia
19:15e o que aconteceu
19:16com eles
19:17deve servir
19:18como um alerta
19:19de que proteger
19:20os ciclos naturais
19:21e a biodiversidade
19:22pode salvar vidas.
19:32Quando ficamos doentes
19:34nosso corpo
19:35geralmente reage
19:35com febre.
19:36Por isso a temperatura
19:37é um bom indicador
19:38de bem-estar.
19:39Será que o mesmo
19:40vale para as abelhas?
19:42Cientistas na Alemanha
19:43estão em busca
19:44de respostas
19:44dentro das colmeias.
19:46Esse complexo aparelho
19:51do Instituto Max Planck
19:52para pesquisa de polímeros
19:53em Mainz, na Alemanha,
19:55não é muito diferente
19:56de um termômetro comum.
19:57Stanislav utiliza
19:59os feixes de laser
20:00do equipamento
20:00para medir a temperatura
20:02em culturas celulares.
20:04Variações nessas temperaturas
20:05podem fornecer dados
20:07sobre células cancerígenas,
20:08por exemplo.
20:10O físico trabalha
20:10constantemente
20:11para aprimorar o equipamento.
20:13A paixão dele
20:14pela física
20:15está ajudando
20:16a revelar novas informações
20:17sobre as abelhas.
20:19Quando criança
20:19na Bulgária,
20:20ele criava abelhas
20:21com o avô.
20:22Agora construiu
20:23uma colmeia especial
20:25para elas
20:25perto de seu laboratório.
20:27O objetivo dele
20:28é medir
20:29com a maior precisão
20:30possível
20:30como a temperatura
20:31é distribuída
20:32dentro da colmeia.
20:34Ele instalou sensores
20:35em cinco favos de mel.
20:37Os cabos transmitem dados
20:38sobre a colônia
20:39sem parar.
20:41Fazemos medições
20:42dentro da colônia,
20:44o que é bastante complicado,
20:45mas com esses cinco
20:46favos de mel
20:47conseguimos monitorar
20:48o que acontece lá dentro.
20:52Instalar dispositivos
20:54de medição
20:54sem interferir
20:55na comunicação
20:56dentro da colmeia
20:57é uma tarefa delicada.
20:59O físico
20:59e seus colegas
21:00fizeram muitos experimentos
21:01até conseguirem
21:02detectar temperaturas
21:03em tempo real
21:04em vários pontos
21:06da colmeia
21:06ao mesmo tempo.
21:08O sistema
21:09é baseado
21:09em placas eletrônicas
21:10como estas.
21:11Equipadas com mais
21:13de 90 sensores cada,
21:14elas permitem
21:15a medição
21:16de temperatura
21:16em cada etapa
21:17do ciclo de vida
21:18das abelhas.
21:21Todas essas etapas
21:22da vida
21:23têm temperaturas específicas,
21:25mas ninguém
21:25as havia medido
21:26até agora.
21:27Estamos tentando
21:28medi-las em três dimensões.
21:30Até o momento,
21:31isso só foi feito
21:31em duas dimensões,
21:32com câmeras
21:33de infravermelho
21:34e apenas em colônias
21:36de abelhas menores.
21:37Nossa colônia
21:38não tem essa limitação.
21:42Os dispositivos
21:43medem a temperatura
21:44em mais de 500 pontos
21:46da colmeia
21:47a cada minuto,
21:48gerando uma enorme
21:49quantidade de dados.
21:50Além disso,
21:51os pesquisadores
21:52modificaram os dispositivos
21:53para que possam gerar calor
21:55caso a temperatura caia,
21:57funcionando como
21:57um sistema de aquecimento.
22:00Construir algo assim
22:01não é problema
22:02para os engenheiros
22:03do Instituto Max Planck.
22:04Porém,
22:05instalar essa tecnologia
22:06na colmeia
22:07continua sendo
22:08um grande desafio.
22:13Aprendemos muito.
22:14Por exemplo,
22:15que as abelhas
22:15realmente não gostam
22:17de dispositivos elétricos
22:18ou fios
22:19e elas atacam
22:20tudo o que não gostam,
22:21especialmente
22:22nossos equipamentos
22:23eletrônicos.
22:26É por isso
22:27que Stanislav
22:28continua refinando
22:29seu sistema.
22:30Mas assim que resolve
22:31um problema,
22:32surge outro.
22:34Um pica-pau
22:36começou a se interessar
22:38pelo projeto de pesquisa.
22:39Para alguns pássaros,
22:41as abelhas
22:41são um petisco saboroso.
22:43Essas investidas
22:44são provavelmente
22:45o motivo pelo qual
22:46as abelhas
22:46tentaram abandonar
22:47a colmeia.
22:49Em determinado momento,
22:50os físicos tiveram
22:51que recolher as abelhas
22:52que haviam se abrigado
22:53em um prédio
22:54próximo ao Instituto.
22:58O físico está
22:59no caminho certo
23:00para determinar
23:01as temperaturas ideais
23:02para cada abelha
23:03da colmeia.
23:05Desde que elas
23:06continuem cooperando,
23:08é claro.
23:14Cobras podem ser
23:15assustadoras
23:16para algumas pessoas,
23:17mas têm características
23:18fascinantes.
23:19Nesta semana,
23:20a pergunta é
23:21de uma telespectadora
23:22da Índia.
23:22Por que as cobras
23:26trocam de pele?
23:28Todos os répteis
23:29mudam de pele regularmente,
23:31mas as cobras
23:31trocam a pele toda
23:33de uma só vez,
23:34várias vezes ao longo
23:34da vida.
23:35Esse processo
23:36é chamado de
23:37equidise
23:39e pode durar
23:40de várias horas
23:41às semanas.
23:42Antes de iniciar
23:48a troca de pele,
23:49a cobra
23:49produz hormônios
23:50especiais
23:51que estimulam
23:52o crescimento
23:52de uma nova pele
23:53sob a camada antiga.
23:55Um líquido
23:56linfático
23:56é liberado
23:57entre as duas camadas.
23:59Em seguida,
24:00a pele velha
24:01adquire uma coloração
24:02pálida
24:02e se desprende
24:03lentamente.
24:06Esse líquido
24:07linfático
24:08faz com que os olhos
24:09da cobra
24:09fiquem com um tom
24:10azulado,
24:11um sinal de que a muda
24:12está prestes a começar.
24:15A descamação
24:16começa pela cabeça.
24:18Aos poucos,
24:18a pele se desprende
24:19de uma única vez
24:20da cabeça
24:21até a ponta da cauda.
24:22A cobra
24:23acelera o processo
24:24ao se esfregar
24:25em pedras
24:26ou árvores.
24:29Há razões
24:30simples
24:31para a muda
24:32das cobras.
24:34Primeira,
24:34os répteis
24:35nunca param
24:36de crescer,
24:36mas a pele deles
24:37não cresce junto.
24:39É por isso
24:39que os animais
24:40jovens
24:40trocam de pele
24:41com bastante
24:42frequência.
24:43Em muitas espécies,
24:44isso pode acontecer
24:45praticamente todo mês
24:47até atingirem
24:48um certo tamanho.
24:50De modo geral,
24:50animais mais velhos
24:51e maiores
24:52fazem a muda
24:53cerca de duas vezes
24:54por ano.
24:57Outra razão
24:58pela qual as serpentes
24:59regularmente trocam
25:00sua camada externa
25:01é para se livrar
25:02de parasitas
25:03e curar ferimentos.
25:04Elas também
25:05costumam fazer a muda
25:06durante a época
25:07de acasalamento
25:08ou após o parto.
25:10Enquanto esse processo
25:11ocorre,
25:11elas normalmente
25:12ficam mais reclusas,
25:14comem menos
25:14e se tornam
25:15mais agressivas.
25:16Portanto,
25:16é um bom momento
25:17para deixá-las em paz.
25:19Do que são feitas
25:22as estrelas?
25:23Quantas cores
25:23as borboletas
25:24conseguem ver?
25:25Os robôs poderiam
25:26um dia ter bebês?
25:27Você tem alguma dúvida
25:28sobre ciência?
25:29Então,
25:30escreva para a gente.
25:31Se respondermos
25:32a sua pergunta,
25:33você receberá
25:33uma pequena surpresa
25:34como agradecimento.
25:36Vamos lá!
25:38Pergunte!
25:38O Futurando
25:47fica por aqui,
25:48esperamos por você
25:49na semana que vem.
25:50Até lá!
25:51O Futurando
25:59O Futurando