Pular para o playerIr para o conteúdo principal


Confira o programa na íntegra em: https://youtube.com/live/cqwQBvfmgUk

Siga o canal "Jovem Pan News" no WhatsApp: https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews

Kwai:
https://www.kwai.com/@jovempannews

#JovemPan
#VisãoCrítica

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00visão crítica. Olá, hoje nós
00:11vamos começar a visão crítica
00:13com uma citação, pra variar um
00:14pouco, abre aspas, não se mundo
00:17Brasil, nem um mundo com direito
00:18penal, processos e prisões. A
00:21construção de um país eh fundado
00:24em justiça, liberdades
00:25individuais e igualdade exige
00:27primeiro educação de
00:29qualidade desde a pré-escola
00:31pra permitir que as pessoas
00:33tenham igualdade de oportunidades
00:35e possam fazer escolhas
00:36esclarecidas. Depois,
00:39distribuição adequada de
00:40riquezas, poder e bem-estar
00:42pra que as pessoas possam ser
00:43verdadeiramente livres e iguais
00:46e se sentirem integrantes de uma
00:48comunidade política que as trata
00:50com respeito e consideração.
00:53Por fim, debate público,
00:55democrático e de qualidade, no
00:58qual a livre circulação de ideias e
01:00de opiniões permita a busca de
01:03melhores soluções para as
01:04necessidades e angústias da
01:06coletividade. Isso aqui é uma
01:08citação da página cento e oitenta
01:10e seis, oitenta e sete, do livro
01:12do ministro Luiz Roberto Barroso,
01:14sem data a venda, que hoje eh no
01:17Supremo Tribunal Federal no início
01:18da sessão, disse que está
01:20antecipando sua aposentadoria.
01:21Então, queria deixar aqui os
01:23nossos respeitos ao brilhante
01:25ministro eh Luiz Roberto Barroso,
01:28não só pelo tempo que ele foi
01:29no exercício da da da da
01:32magistratura, né? Porque ele veio
01:35do campo a ele era um advogado,
01:37o advogado já é célebre a sua
01:38banca, como também no momento que
01:40ele presidiu o Supremo Tribunal
01:41Federal e votos que são
01:43importantíssimos que ele apresentou
01:46ao longo do seu período na no
01:48Supremo Tribunal Federal. Pena,
01:50ele poderia ficar até dois mil e
01:52trinta e três, a idade é setenta e
01:53cinco anos. E vamos aguardar por
01:55fim eh depois de lamentar essa
01:58saída antecipada do ministro
02:00Luiz Roberto Barroso que cumpra o
02:02presidente Lula o artigo cento e
02:04um, tá muito claro, o novo o
02:06ministro tem de ser brasileiro
02:07nato, ter mais que trinta e
02:09cinco anos, menos que setenta anos,
02:12eh reputação, tinha, a
02:13notável saber jurídico e reputação
02:16ilibada, é o que com, é o que
02:18reza o artigo cento e um, é só
02:20isso, qualquer outra, acréscimo,
02:22como foi feito em governo anterior,
02:24com outras qualificações para ser
02:25ministro do Supremo, é de uma
02:27ignorância, é, a lá incitatus, vai
02:31com outra citação histórica, né?
02:33É o cavalo do imperador Calígula que
02:36virou depois senador em Roma
02:38Antiga, né? Porque não precisa
02:39qualquer coisa de religião, porque o
02:42Brasil ainda é, espero que seja, por
02:44muito tempo e para todos sempre, um
02:46estado laico, né? Vocês entenderam a
02:48referência que eu tô fazendo aqui.
02:50E agora, eu queria agradecer muito,
02:52ok, os nossos convidados, primeiro,
02:55o Wilson, o Wilson Pedroso, a
02:58analista, político, consultor eleitoral,
03:00muito obrigado por ter comparecido,
03:01professor José Álvaro Moisés, que já
03:03esteve conosco, fundamentalmente, eu
03:05sou um leitor e um aluno do professor
03:08José Álvaro Moisés e o Eduardo José
03:11Grin, nosso colega, que também
03:12participou já conosco, eh, remotamente
03:14da Fundação Getúlio Vargas. Muito
03:16obrigado a vocês terem aceito o nosso
03:19convite e eu começo com o professor,
03:21eh, Moisés. Eu sei que, ah, nós, eu
03:24tava lendo agora umas últimas
03:25pesquisas sobre a questão da
03:27polarização, inclusive na semana
03:29passada, e o que me chamou a
03:31atenção é que há uma parte
03:33considerável dos pesquisados, não vou
03:35dizer do eleitorado, mas vamos falar
03:37dos pesquisados que não estão
03:38satisfeitos com essa polarização, um
03:40número muito grande, um número
03:42intermediário, que não é nem grosso
03:44modo lulista, apesar que eu não
03:46gosto doista, e muito menos
03:47bolsonarista, também não gosto desse
03:50tipo de definição. E que quer uma
03:52outra coisa, inclusive há uns cortes
03:54na pesquisa interessantes de idade,
03:57de escolaridade, que é bastante
03:59interessante. Salve o gano foi a
04:00Quest que fez, e junto com a
04:03participação da USP, do Pablo,
04:05Hortelano, acho que se não me engano
04:06foi isso aí, eu vi primeiro no Globo,
04:08depois eu fui ler a pesquisa na
04:10íntegra. Eu pergunto ao senhor,
04:12sobre, quando é, eu sei que no
04:16senhor não é pitonista, não está no
04:17oráculo de Delfos, mas, quando é que
04:20nós sairemos dessa polarização? Que
04:21dá a entender, ao menos os pesquisados,
04:23que eles já estão cansados dessa
04:25polarização sem ideias.
04:27É, boa noite, Vila, amigos,
04:30participantes, eu acho que essa
04:33questão está ligada, em grande
04:35parte, ao papel dos partidos
04:37políticos, não é? Nós tivemos no
04:41Brasil, de modo particular, do
04:44governo da ex-presidente Dilma
04:46Rousseff para cá, essa polarização,
04:49ela foi aumentando, não é? E, e, você
04:54veja que, num certo sentido, os
04:57partidos que são mais moderados, que
05:00estão no centro, não é? Ao invés de
05:04concorrerem, entrarem na competição e,
05:08dessa maneira, oferecer alternativas,
05:11na maior parte dos casos, não é?
05:13Eles se preparam para, de alguma
05:17maneira, se beneficiar, participar, se
05:20beneficiar do governo que vença as
05:23eleições. Não é? É como se você
05:25tivesse, ao invés do partido se dirigir
05:28à conquista do poder, não é? Ele fica
05:32um pouco à margem e, com isso, não
05:37garante um cenário em que você
05:40pudesse ter alguém mais à esquerda,
05:42alguém mais à direita, mas tivesse um
05:43centro. O chamado centro democrático no
05:47Brasil, como você lembrou bem dessa
05:50pesquisa recente, não é? É um número
05:52grande, mas não, mas não, não aparece
05:57nenhuma personalidade, não personifica,
06:00não é? De modo que represente uma
06:03alternativa capaz de enfrentar os dois
06:07polos, não é? E, num certo sentido,
06:11também é preciso levar em conta que os
06:14dois polos, de alguma maneira, estimulam
06:17a continuidade. É mais fácil... Se
06:19autoalimentam. Se autoalimentam, não é?
06:21É mais fácil manter a polarização na
06:25disputa do que uma diversificação, não é?
06:29Exatamente, Luiz, por favor. Eu queria
06:32dividir em duas questões. Primeiro,
06:34polarização sempre existiu, não é? A
06:36gente vive uma polarização mais humana ou
06:42mais clássica, que era o PSDB e o PT, que
06:46acabavam no fim da noite se respeitando,
06:48conversando, era uma divergência no
06:51plenário, mas fora do plenário existia
06:54um convívio, de entendimento, de, de
06:58tentar compreender e achar um espaço
07:01que é adequado pra política nacional. O
07:04que a gente vive hoje é uma polarização
07:06raivosa, onde os polos não conseguem se
07:11conversar, eles não conseguem, porque eu
07:14digo que numa guerra, muitas vezes é mais
07:17importante você conhecer o seu
07:19adversário do que o o seu próprio
07:21exército, porque senão você não consegue
07:23montar uma estratégia pra avançar, pra
07:26vencer a guerra, né? E eles não
07:28conseguem, não, eles não conseguem se
07:30comunicar, você vê as discussões até na
07:33internet, no meu próprio estragão, eu vou
07:35trazer pro meu estragão, eu vejo as
07:36pessoas falando, eu não consigo dialogar
07:38com as pessoas, porque as pessoas falam
07:40uns absurdos, que eu não consigo achar um
07:46argumento pra falar assim, não, você tá
07:48errado, não é isso, tamanho a cegueira
07:52política que as pessoas, que as pessoas, que as
07:57pessoas vivem hoje. É, e isso leva, muitas
08:03vezes, terminando isso, e o, e a questão das
08:08pessoas cansadas com a polarização. Primeiro,
08:14parte delas, eu sou sócio de um instituto, que é o
08:16Real Time Big Data, parte delas, não é só a
08:21canseira dessa briga, da discussão, elas já
08:25identificam que a vida delas, por conta
08:28dessa polarização, não melhorou, e muitos
08:32identificam que piorou, que piorou, aí eles
08:36não querem mais, né? Porque parte do
08:38eleitorado, por que que tem, a reeleição
08:41muitas vezes é um campo fértil pra quem
08:44tá no poder? Porque as pessoas olham e
08:46falam assim, não, eu já tô ajustado aqui
08:48nessa cadeira, não quero mudar pro banco, né?
08:51deixa eu na cadeira aqui, tá confortável, já me
08:54ajustei, tá ruim, mas pode piorar. Então,
08:59existe um sentimento da não mudança, né?
09:03Porque eu já tô ajustado. Mas, ao longo das
09:07últimas eleições, aí eu vou trazer pra São
09:09Paulo, ao longo das últimas eleições, eu, que
09:13faço campanhas eleituais, tenho observado
09:15que as pessoas estão procurando, em toda
09:19eleição, algo novo. Eu vou trazer desde a
09:22campanha do João Dória, prefeito.
09:242016. 2016, né? Fernanda Haddad, acelera, né? O
09:30trabalhador. Eleição presidencial, Bolsonaro.
09:3518. Outside, não era outside, mas era um deputado de
09:41segundo escalão. Era um inside com
09:44características de outside. É, é curioso. É
09:47verdade. Todo mundo apostava numa eleição
09:50Geraldo Alckmin, que tinha muita estrutura,
09:52tinha mais nome, tinha mais coligações
09:56partidárias que dava mais tempo de TV, e o
09:59cara... E essa última eleição, o Pablo
10:02Marçal. Essa última eleição, o Pablo
10:04Marçal. Ou seja, os eleitores, ao longo de
10:07todas as últimas eleições, têm procurado
10:11algo fora da caixa, né? Na última eleição, o
10:15Pablo Marçal fez o que fez e ficou de
10:18fora, mas poderia, em algum momento, ser o
10:21prefeito dessa cidade. Não, por muito pouco.
10:23É, poderia. Errou, teve a história do
10:25laudo, teve a história da ambulância,
10:27teve diversas histórias que levaram ele
10:29a derrota. Se ele fosse num caminho de
10:34conciliação, hoje ele seria... Não sou...
10:37Poderia ser o prefeito, poderia ser o
10:38prefeito. E na eleição, é o que o
10:41professor falou. Hoje você tem os dois
10:43povos, você tem o Lula, tem a esquerda e a
10:47direita. As pessoas ainda não enxergaram
10:49um novo nome, mas pode de repente
10:52aparecer. Eu me arrisco em perguntar quem
10:57poderia ser um novo nome. Acho que o
10:59Ratinho Júnior, de repente, poderia ser
11:01um nome desse que as pessoas
11:03identificam e falam assim, pô, é um cara
11:05novo, tem o pai, é um cara jovem, num
11:08estado bem organizado, nunca se viu no
11:12meio de uma confusão. Pode ser um
11:14Ratinho Júnior. Ou pode ser um João Dória,
11:17Pablo Marçal novo, que nós ainda não
11:19enxergamos, ou que ainda não apareceu. Mas
11:22que toda eleição, os eleitores têm
11:25observado e procurado alguém fora da
11:28política, isso em todas as eleições tem
11:30acontecido.
11:31Sim, claro.
11:33Acho difícil, Pedro, que nessa
11:35configuração atual...
11:38Apareça.
11:38Apareça alguém novo, né?
11:42Mas eu tô falando, mas o eleitor tem
11:44procurado.
11:45É, o eleitor...
11:46Eu não sei se vai ter tempo hábil, se vai
11:47surgir um nome. Mas o eleitor tem
11:49procurado um nome fora da política.
11:52Tem acontecido.
11:54Eu vou passar para o professor Eduardo
11:56Grimm antes. Queria só lembrar, desculpe
11:58a minha rouquidão, a minha gripe eterna,
12:01lembrar que quando o Wilson Pedroso
12:04lembrou da polarização, falando, olha,
12:06isso não é uma coisa que nasceu agora,
12:07só aos mais novos e aos não tão mais
12:10novos, lembrar que antes da PSDB-PT,
12:14durante o regime militar, por imposição,
12:16pelo ato institucional número dois, né?
12:19E pelo ato complementar número quatro,
12:21para ser bem preciso, foi criado o
12:23bipartidarismo, né? Que não você tinha
12:25Arena, Aliança Renovadora Nacional,
12:27Movimento Democrático Brasileiro, né?
12:29Então você trabalhava com esses dois
12:30polos. E antes, na República
12:32Populista, nascida em quarenta e cinco
12:34até sessenta e quatro, nós tínhamos o
12:37varguismo, o antivarguismo nacional,
12:39mas São Paulo era diferente, São Paulo
12:41sempre era diferente. Aqui era a
12:43Jânio Ademar, os janistas e os
12:45ademaristas. Isso marca todas as eleições
12:47de São Paulo desde mil novecentos
12:49quarenta e sete. Ademar vence, cinquenta,
12:52Lucas Nogueira Garcês, eh, Ademarista
12:55vence, em cinquenta e quatro, Jânio
12:56vence, cinquenta e oito, Carvalho
12:58Pinto, eh, Janista vence e o Ademar
13:01volta em sessenta e dois, só pra ver
13:03como é que nós tínhamos a polarização.
13:05Só que é uma polarização, aí voltamos
13:09à questão, que tinha presente projetos
13:11alternativos de gestão do Estado. E
13:14agora, eu usando a expressão do
13:16Wilson Pedroso, essa polarização eu
13:19gostei, raivosa, né? Raiva, raiva,
13:21raiva, raiva, é difícil pra construir
13:23ideias. Professor Grim, na opinião do
13:25senhor, como é que fica essa questão?
13:27Eh, nós chegamos a um ponto, nós
13:29passamos no pré-processo eleitoral,
13:31né? De dois mil e vinte e seis, já
13:32todo mundo falando em eleições, como
13:34é que nós ficamos? Vamos continuar
13:36nessa polarização, o que pode pensar
13:38o eleitor pelas pesquisas que nós
13:40acompanhamos? Qual é a sua opinião?
13:44Boa noite, Vila, obrigado pelo
13:45convite mais uma vez, aos colegas aí,
13:48o professor Zé Alvaro Moisés da
13:50USP e ao Wilson Pedroso. Eu
13:53começaria comentando que eu acho que
13:56há um fenômeno mais estrutural, que
13:58não afeta só a democracia brasileira,
14:01mas também outras democracias no
14:03mundo que vêm enfrentando situações
14:07similares, que envolvem polarização,
14:11por assim dizer, ou em alguns casos
14:13até radicalização política, e isso tem
14:15a ver com fenômenos estruturais da
14:17sociedade. Eu destacaria um aqui, que é
14:21a entrada das redes sociais no debate
14:23político, porque a criação das bolhas,
14:25ao invés de ela permitir diálogo,
14:28interação, troca de concepções
14:33distintas sobre democracia, ou sobre
14:35qualquer outro assunto que seja, as
14:37redes sociais vão confirmando opiniões
14:40que vão congelando essa possibilidade de
14:44convívio democrático e de tolerância
14:47entre opiniões diferentes, e nós vamos
14:49produzindo uma crescente intolerância, que
14:52vai caminhando para polarização, em
14:53alguns casos até para transformar os
14:57seus adversários políticos quase em
14:59inimigos mortais. Então, acho que há uma
15:02tendência estrutural na sociedade, diante
15:05da entrada desse novo fenômeno no mundo
15:09da política, que me faz crer que vai ser
15:11muito difícil que a gente consiga superar
15:15isso no curto prazo. Vejo o que está
15:18acontecendo nos Estados Unidos, vejo o que se
15:20passa em outras democracias do mundo,
15:23pegando o caso americano, talvez como
15:24mais emblemático. Então, me dá a impressão
15:28que, ainda que o eleitor esteja saturado,
15:32para os atores políticos, isso gera
15:34dividendos eleitorais. Ontem a gente
15:37estava vendo aquela votação que acabou
15:41não permitindo ao governo aprovar a
15:44medida provisória da taxação, de vários,
15:48das bets, dos bancos e dos bilionários,
15:54como se falavam. A primeira coisa que os
15:57deputados de oposição fizeram foi
15:59juntar-se todos e fazer vídeos para os
16:02seus eleitores, para dizer que eles
16:04estavam ali defendendo que o governo
16:06deixasse de taxar, deixasse de tributar,
16:09e coincidir com essa narrativa toda. O que
16:12que significa isso? Nós temos uma
16:14espetacularização da política por meio
16:17das redes sociais que gera voto, que
16:19gera resultado político. Então, eu não
16:21vejo como nós venhamos a escapar disso
16:24nas eleições do próximo ano. Eu acho
16:27que nós vamos ter, sim, uma eleição que
16:30mesmo que ela possa, no primeiro turno,
16:32sobretudo no campo da oposição ao
16:34atual governo, ter mais candidaturas, ter
16:37mais de um representante político da
16:39oposição, que vai desde a extrema-direita
16:41bolsonarista, até a direita mais
16:43clientelista, a direita tradicional, mas
16:46no final do dia nós vamos ter uma
16:48campanha bastante polarizada. Uma
16:51segunda questão é que acho, dialogando
16:55aí com o Wilson, mesmo que nós
16:59tenhamos uma saturação do eleitor, e
17:02essa saturação ela é bastante evidente,
17:04porque a gente observa os números
17:05crescentes, por exemplo, de abstenções e
17:07votos brancos e nulos nas eleições que
17:09vem crescendo, ano eleição após eleição, seja
17:12ela municipal, seja ela estadual ou
17:16nacional, mas acho que a entrada de um
17:19outsider, por assim dizer, ou de um
17:21candidato novo que busque superar essa
17:24polarização, ela tem um custo muito
17:27elevado numa eleição presidencial.
17:29Transformar-se em uma candidatura
17:31conhecida nacionalmente não é algo
17:34fácil. Fazer campanha num país como o
17:36Brasil requer muito dinheiro, muita
17:38estrutura partidária. Mesmo o Bolsonaro
17:42quando se elegeu em 2018, ele estava
17:44longe de ser um outsider, ele já fazia
17:47campanha presidente há quatro anos e ele
17:49contou com uma conjuntura que
17:50dificilmente vai se reproduzir, que foi o
17:53lavajatismo, que colocou o PT no ringue e
17:58mesmo naquele momento o Lula, se não
18:00tivesse sido condenado, era favorito a
18:03ganhar as eleições. Então, não acho que o
18:05caso do Bolsonaro seja um exemplo a ser
18:08generalizado. Foi uma situação bastante
18:10específica que aconteceu. E finalizo
18:13dizendo que acho que o discurso, assim
18:17como o eleitor pode estar cansado da
18:19polarização, o discurso da chamada
18:21terceira via também está muito difícil de
18:23ser aceito pela população. Porque se essa
18:25terceira via não é nem de direita e nem
18:28de esquerda, qual é a identidade que ela
18:30tem? É difícil se apresentar numa
18:32campanha dizendo que eu não sou nem um
18:34lado nem o outro, mas eu não consigo
18:35dizer exatamente o que que eu sou, o que
18:38que me diferencia. Então, a mensagem que
18:40essa chamada terceira via, quando ela
18:43buscou surgir lá em 2018, eventualmente
18:46com o Alckmin, em 2022 em candidaturas
18:49como a da Simone Tevitt, por exemplo,
18:51nunca foi claro o suficiente para ter
18:54fôlego de criar uma narrativa que
18:56pudesse, de fato, representar uma
18:58alternativa distinta aos campos políticos
19:01que hoje estão dominando a política
19:04nacional, que é aquele historicamente
19:07dominado pelo PT, que vem buscando
19:09ampliar um pouco a sua franja de apoio
19:11na sociedade, e essa nova força
19:13política que emergiu com muita força
19:15no Brasil, que é a extrema-direita
19:18antissistema, por assim dizer. Então,
19:21finalizo dizendo que talvez hoje a
19:23polarização no Brasil, ela tem um
19:25componente que é saber que candidaturas
19:29vão, de fato, jogar de acordo com as
19:31regras do jogo democrático e uma
19:33candidatura que pode, como foi a de
19:37Bolsonaro em 2018, seguir insistindo
19:39numa lógica, vamos dizer assim,
19:41antissistema, né?
19:44Veja que são questões, vocês estão
19:46acompanhando, interessantes colocadas
19:47pelos nossos convidados. Eu quero, é
19:50difícil explorar todas elas, mas eu vou
19:52pegar uma derivação minha para colocar
19:54os convidados para depois retornar
19:56alguma dessas questões, porque elas
19:58acabam dialogando. Desculpe voltar à
20:00história, mas nós temos um grande, um
20:04grande personagem do século XX da
20:05história de São Paulo que é esquecido.
20:07Aqui todo mundo esquece, esquece que
20:08ocorreu ontem, que é o Paulo Duarte. O
20:10Paulo Duarte é uma pessoa fantástica e
20:12nas suas memórias, em certo momento,
20:14ele viajou com o Austin Luiz, que foi
20:16governador de São Paulo, por ferrovia,
20:19por o estado inteiro, o estado inteiro de
20:21São Paulo era cortado por ferrovia. Ele
20:23saiu de São Paulo, deu a volta de Itaí até
20:25São Paulo e depois desceu até a divisa
20:28com o Paraná, tudo por ferrovia. Isso em
20:30mil novecentos e vinte e dois. Bem, e aí
20:34em certo momento, nessa viagem pelo
20:36interior, o Austin Luiz era um
20:38chefe muito alto, bonitão, etc, etc, não
20:41vou contar toda a história dele. Foi
20:43prefeito, depois vai ser presidente da
20:45república, né? Não era paulista, paulista
20:47de Macaé, tinha até uma marchinha
20:49famosa, ele manda para o trem, no meio do
20:52interior de São Paulo e fala pro
20:54Menalto Delpique, só pra quem, como
20:56hoje o Brasil, desculpe, tá,
20:58emburreceu, Menalto Delpique é um
21:00grande poeta, paulista, antigamente se
21:02aprendia na escola, mas hoje é esqueleto de
21:04funk, mas no passado, não tão distante,
21:07nós aprendíamos também os grandes
21:10escritores e os grandes poetas,
21:12romancistas e o Menalto Delpique é um
21:13deles. Menalto Delpique era deputado
21:15pelo PRP para o trem e o Menalto Delpique
21:18era baixinho, o Washington Lewis era
21:20muito alto, ele fala pro Menalto,
21:23desce Menalto, pisa nessa terra aí, o
21:25Menalto fica assustado, resolve descer o
21:27trem, pisa, ele fala, você tá pisando
21:29pela primeira vez no distrito que vota em
21:31você, por quê? As eleições, o voto
21:33distrital e o PRP, as listas, era a
21:37eleição de bico de pena, então as
21:39pessoas votavam e nunca tinha visto o
21:41candidato e o Menalto Delpique pela
21:42primeira vez tinha pisado no distrito
21:44que supostamente o elegia a a cada
21:48três anos, que em certo momento a
21:49eleição é, o mandato era de três
21:51anos e o do senador de nove, isso no
21:53caso federal. Eu tô dizendo isso,
21:55fazendo essa longa passagem, porque eu
21:57nunca entendi, nós tínhamos o voto
21:59distrital no Império, o voto distrital
22:00na Primeira República, quando veio o
22:02Código Eleitoral de 32, eu não, eu
22:04gostaria de ler os anais, o Assis
22:07Brasil, parlamentarista clássico, lá do
22:09Rio Grande do Sul, figura importantíssima
22:11na história até então, era também
22:14defensor do voto distrital, nós
22:16criamos o voto proporcional e a partir
22:18dali, dali pra frente, ficamos com o
22:21voto proporcional. A minha pergunta é,
22:23eu sei que não existe solução mágica
22:24pra polarização, pro baixo nível da
22:27política brasileira, pra parlamentar
22:29as que nos envergonham, etc. Mas
22:31pergunto primeiro ao professor José
22:33Álvaro Moisés, essa discussão não é nova,
22:36essa da discussão de alterar a
22:39composição do parlamento, de ter um
22:42voto distrital puro, segundo alguns
22:44outros votos, eles são mistos, conforme as
22:46grandes democracias no mundo. É difícil
22:49encontrar uma democracia com voto
22:51proporcional como temos no Brasil.
22:52Pergunta ao senhor, não seria um
22:54caminho pra qualificar a disputa
22:57política no Brasil? É, eu pessoalmente
23:00acho que sim, acho que o distrital
23:04misto, que na verdade não é um
23:06distrital distrito-senso, porque ele
23:09combina tanto o proporcional em
23:13relação aos partidos, como a escolha do
23:16representante no distrito. Agora, na
23:19tradição presidencialista brasileira, que
23:23tem muita força os cargos executivos,
23:26não é? E muito menos importância os
23:32partidos davam, ou até recentemente não
23:36davam ao parlamento, não colocou essa
23:40questão como um elemento central da
23:43estrutura da representação. A representação
23:46política, como nós sabemos, é, digamos
23:49assim, um ponto, um foco central do
23:53funcionamento da democracia. As pessoas
23:56sentem que elas estão representadas,
23:59sentem que, de alguma maneira, as
24:03promessas que foram negociadas no
24:06momento da eleição, o que os candidatos
24:08prometeram, podem efetivamente se tornar
24:11fatos, ação. Não é isso que acontece,
24:14não é? Então, eu tenho a impressão que
24:16o proporcional, no caso do Brasil, em
24:22primeiro lugar, ele leva a uma disputa
24:25interna, candidatos do mesmo partido
24:28competindo, porque não é, porque você
24:32não tem a lista, não tem, digamos assim,
24:35uma definição de prioridades da parte do
24:38partido para dizer quais são os que
24:39efetivamente representam aquilo que o
24:42partido estima como a sua identidade
24:46programática. O que é muito difícil, porque
24:49a maior parte, com poucas exceções, não é?
24:52Os partidos não têm essa identidade
24:55programática. Então, também não se
24:57preocupam em eleger, por exemplo, uma
25:00bancada que, de alguma maneira, expresse
25:02esses interesses ou essa orientação
25:07para a qual houve adesão dos eleitores, não é?
25:11Agora, eu acho, ouvido aqui, seria muito
25:15importante, no caso brasileiro, se nós
25:17pudéssemos fazer essa passagem e, num certo
25:21sentido, nós estamos testemunhando uma
25:25transição. A Câmara dos Deputados, em
25:29particular, a partir de 2016, com o Eduardo
25:34Cunha, não é? Vem num processo de
25:36empoderamento, de se autoempoderar, sem
25:41que haja um debate amplo na sociedade sobre
25:44o que isso significa. Em grande parte, se
25:48retirou prerrogativas do presidente. Sim, eu
25:52sei que não é um percentual muito grande,
25:57mas é 25%, um quarto dos recursos
26:01orçamentários são, hoje, manipulados,
26:05dominados pelo esquema das várias
26:08emendas. Emendas individuais, emendas de
26:11bancada, emendas de comissões e, bom, sem
26:15falar das emendas secretas, do orçamento
26:19secreto. Então, nesse contexto, é muito
26:23difícil você obter consenso para fazer uma
26:28mudança tão importante, não é? Eu acho
26:32que seria um modo, uma forma de
26:37aproximar o eleitor do seu representante,
26:41de você ter conexões mais claras que
26:44permitam que o eleitor desempenhe também
26:47o papel de controlador, de quem cobra, de
26:51quem monitora a ação do seu representante,
26:54através do voto, é claro, e através da
26:56participação dos partidos. Mas não é bem
27:00esse cenário, não é, que os partidos
27:02desempenham no caso do Brasil. Eu acho
27:05que nós temos um problema que é
27:08estrutural nessa relação entre os partidos,
27:15os eleitores e o modo como representam, no
27:24âmbito do parlamento, os interesses dos
27:27seus eleitores.
27:29Wilson, você vê que é a possibilidade de
27:33ser uma saída para melhorar a
27:35representação política, o voto distrital,
27:37só quem acompanha, o que é o voto distrital?
27:40No caso, nós não temos o voto per capita,
27:42que é um absurdo no Brasil, se confunde a
27:45Câmara dos Vereadores, a Câmara Federal
27:47com o Senado, o Senado dos Estados são
27:48iguais, três, as entidades, as unidades
27:51federativas, vinte e seis estados, o
27:52Instituto Federal. Mas houve uma
27:54limitação do número de deputados, setenta
27:56e mínimo de oito e, consequentemente, os
27:58estados mais populosos, como São Paulo, e
28:00não só, é subrepresentado, ao invés de
28:03setenta, podia ter cento e quinze ou algo
28:05parecido assim. Mas é pegar o Estado de
28:08São Paulo, há uma ideia de a construção
28:10dos distritos e você, em tese, saberia
28:13que aquele deputado que você vota,
28:15vota, mora lá no distrito, em tese. E aí
28:18ele sabe quem votou nele e você, que é o
28:21eleitor, sabe quem é o seu representante
28:24do distrito. Grosso modo, é isso. E
28:26combinado em alguns países com a lista
28:28dos candidatos de partido. Você vota no
28:30partido e vota no candidato. Vamos lá,
28:33professor. Professor, eu acho que tem os
28:36prós e contras, né? Primeiro, esse voto de
28:39lista, né? Seu voto de lista, sempre vai
28:41estar na lista quem tem preferência do
28:44presidente do partido. Dificilmente vão
28:47aparecer outros nomes. Só que o
28:49distrital, né? O voto distrital, tem uma
28:52característica que eu acho que iria
28:56diminuir esse monte de bobagem que o
29:00Congresso muitas vezes vota, como a
29:02PEC da blindagem. Por quê? Quando você
29:04vota, quando você tem um distrito, voto
29:07distrital, o parlamentar tá mais, é, de
29:13alguma forma, tá mais próximo daquela
29:15comunidade, tem que prestar, é, é, prestar
29:21contas, é, mais, de forma mais direta, né?
29:27Então, possivelmente ia ter que pensar
29:29mais na população e menos no próprio
29:32umbigo do Congresso. Então, eu acho que
29:35esse é um ponto positivo. Eu acho que as
29:39pautas seriam mais nacionais e menos
29:42pessoais, porque na eleição eles não iam
29:47ter voto em 545 municípios, vai, 645
29:52municípios, como aqui em São Paulo. Ele ia
29:54ter uma região, as pessoas iam cobrar. O
29:58grande problema do voto distrital é essa
30:00história da lista e um outro problema
30:02também, ele acaba virando um vereador,
30:05porque como ele tá muito próximo, as
30:07demandas, muitas vezes, também não
30:09viram, deixam de virar demandas
30:11nacionais, porque do mesmo jeito que ele
30:14que ele tem que votar pautas que
30:16beneficiem a população, ele também vai
30:18ter que votar pautas direcionadas
30:20àquele, àquela região, àquele
30:23município e muitas vezes vai deixar de
30:26entender o país, para entender a localidade
30:30apenas, porque ele vai ser cobrado.
30:32Me permita uma observação sobre isso. Na
30:35verdade, se você tiver o distrital sob
30:39coordenação de partidos atuantes, ele vai
30:43levar em conta os problemas da comunidade,
30:46locais, mas o partido, de alguma maneira,
30:49vai colocá-lo na cena das questões
30:52nacionais. Quer dizer, num certo sentido, o
30:55problema que nós temos é que você
30:57teria que ter instituições de
31:02representação ativas, capazes de
31:04estabelecer a conexão e com isso
31:07chamar o representante distrital para
31:11se posicionar nas questões nacionais.
31:15Quem pode fazer isso? Não é o indivíduo
31:18que foi eleito localmente, mas é o
31:20partido, né? Mas na hora do vamos ver, ele
31:23vai votar com o partido ou vai votar com
31:25o eleitor, o eleitor da sua região?
31:30Eu acho que a lógica do funcionamento é
31:33votar pelo partido. Então, mas ele vai
31:37prestar contas, o partido definiu
31:39blindagem, a PEC da blindagem. Como que
31:42a gente faz? Como que ele vota? Se a
31:44população está totalmente contra e o
31:46partido direciona nesse sentido?
31:50É isso que eu estou falando. Ele pode
31:53votar com o partido, mas o distrital vai
31:56fazer ele pensar mais no que aquela
32:01comunidade está enxergando nas votações
32:04que ele exerce na Câmara. Hoje, ele
32:07vota conforme a consciência dele,
32:09independente se a população vai gostar
32:11ou não, porque muitas vezes a população
32:13nem lembra em quem votou. Nem lembra em
32:17quem votou. É verdade. Nem lembra em quem
32:19votou. Hoje é fácil. Hoje ele pode
32:21blindagem, aí fazem um cartaz com o nome
32:25dos deputados, você pergunta para ele,
32:27não está nem aí. Eu tenho voto em 645
32:30municípios, eu tenho 200 mil votos. Se eu
32:34não tiver 200, vou ter 180. O distritão
32:38precisamente quebraria essa, digamos
32:43assim, desconexão em que ele escolhe fazer
32:48o que ele quiser, independente da sua
32:50base eleitoral. É isso, é isso. Acho que
32:53isso é possível. Mas ao mesmo tempo é isso,
32:55ele vira um vereador. Ele fica preocupado
32:57só com as demandinhas, muitas vezes,
32:59daquela região, daquela região. Professor
33:03Grim, opinião do senhor, por favor.
33:09A gente no Brasil, quando tem algum
33:11problema na democracia, nas instituições
33:15políticas, às vezes tenta apelar para
33:17algumas soluções, como se elas fossem
33:20capazes de resolver os problemas mais
33:23profundos, e aqui concordando com o
33:25professor Zé Álvaro Moisés, da
33:27representação política na democracia
33:29brasileira. Eu tenho muita dificuldade
33:33de achar que, por exemplo, o voto
33:34distrital seria capaz de solucionar
33:36esse problema mais estrutural. Nós
33:39temos no Brasil um sistema que é muito
33:42ruim, de lista aberta, ele personaliza
33:44a política, ele fragiliza os partidos
33:47políticos. Um sistema similar a esse que
33:51existe no Brasil, existe, por exemplo, na
33:53Finlândia, que tem uma população muito
33:56menor que a brasileira, tem um sistema de
33:59governo parlamentar, não é um sistema
34:02de governo presidencial, e eu acho que
34:05se a gente caminhasse pela lógica do
34:07voto distrital puro, por exemplo, ou do
34:10distritão, como chegou a ser cogitado
34:13alguns anos atrás, durante o governo
34:16Temer, se eu não me equivoco, ele
34:20poderia, a meu juiz, até fortalecer essa
34:22personalização na política, que é típica
34:25da realidade que existe no Brasil,
34:28marcada por vínculos que são muito
34:30mais pessoais ou com grupos de interesse,
34:33eventualmente até clientelistas ou
34:35fisiológicos do que propriamente
34:37programáticos. Então, acho que a gente
34:40tem que ter, a meu juiz, um pouco de
34:41cuidado, achando que mudar o sistema
34:45eleitoral, sem que a gente, de fato,
34:48discuta a representação política na
34:50democracia, pode não ser a melhor forma
34:53de lidar com essa questão.
34:57Um segundo elemento aí é, da maneira
35:00como os partidos políticos hoje são
35:02financiados no Brasil, o que a literatura
35:05de assistência política mais recente
35:07tinha chamado de partidos cartel,
35:10são partidos cartelizados porque eles
35:12não precisam mais se esforçar de nenhuma
35:14maneira para garantir recursos financeiros
35:16que provém do Estado, de todas as maneiras,
35:19seja o fundo eleitoral, seja o fundo de
35:21campanha. Partidos políticos que dependem
35:24substancialmente de recursos públicos,
35:27tendo voto distrital, eu acho que a chance
35:30que nós temos de reduzir a renovação
35:32na política e eternizar parlamentares no
35:35cargo, porque aí nós vamos criar um
35:37incentivo perverso, né? O parlamentar
35:40estará dedicado a fazer campanha olhando
35:43a localidade, ele tem recursos garantidos e
35:46o partido faz a conta de quantos parlamentares
35:48a mais ele tem que eleger para seguir
35:50mantendo o mesmo montante de fundo
35:53eleitoral. No final do dia, a nossa
35:56competição eleitoral, ela poderá mais uma
35:59vez ser muito menos voltada para as
36:01questões que de fato interessam, seja a
36:03comunidade local, seja o eleitor em
36:06nível nacional e muito mais a lógica de
36:09saber quanto eu vou abocanhar de recursos
36:12que o Proventura possa ter. Eu recordo.
36:16Me permita uma coisa. Hoje, hoje, a maior
36:21parte dos eleitores não se sente
36:24representada nem pelo parlamentar, nem
36:26pelos partidos. Quer dizer, uma democracia
36:30para ter um mínimo de vitalidade em que
36:34os eleitores têm noção dos seus direitos
36:38como o que representa a soberania dos
36:43eleitores e de alguma maneira acompanhar o
36:46que faz o governo para poder fazer e
36:49através das suas escolhas direcionar a
36:52política do país, não acontece quando
36:54você, nessa situação em que você não
36:57tem nenhum sentimento de representação
36:59nem esforço de conexão da parte dos
37:03partidos. Talvez, eu acho que você indica
37:07uma questão que é interessante, mas
37:09talvez um modo de resolver seja não
37:12apenas ter a lista e o voto proporcional,
37:17que é o sistema alemão. O sistema
37:19alemão combina esses dois mecanismos,
37:22não é? Funciona muito bem. Mas, além
37:25disso, seria, digamos assim, limitar o
37:28mandato a três mandatos, a dois mandatos.
37:32Quer dizer, ter uma limitação para que,
37:34de tal forma que você tenha um circuito
37:38que permita a emergência de novas
37:41lideranças. Nós temos um problema no Brasil
37:44que é a formação de líderes. Quer dizer,
37:47num certo sentido, nós estamos vendo agora
37:52alguns governadores novos que estão se
37:56propondo, estão se candidatando à
37:58presidência da República. Mas, do ponto de
38:00vista mais permanente, de mais longo prazo,
38:03nós não temos mais aquela seleção,
38:07aquele grupo selecto que tinha no período
38:10da democratização até a Nova República e
38:15que, num certo sentido, gerou alguns líderes
38:19extremamente importantes. Então, eu acho que
38:21para enfrentar essas questões, não é que o
38:25distrital misto vai resolver. Eu acho que seria
38:29uma contribuição nessa direção e, provavelmente,
38:33teria que ter outras medidas, não ser só essa
38:37medida, evidente, não é, para poder resolver
38:41a questão. Por exemplo, o Pedroso mencionou a
38:45questão do... a lista poderia ser um privilégio
38:49daqueles que dirigem o partido, as oligarquias que
38:53dirigem os partidos. Que, aliás, como nós sabemos,
38:55muitas vezes, ela é uma continuidade da mesma família
39:01na direção dos partidos. Então, parte do problema
39:05é a democratização interna dos partidos.
39:09Como tudo no Brasil funciona, só muda, só funciona
39:13a partir da lei, eu acho que a lei deveria
39:16estabelecer requisitos fundamentais para que as
39:21decisões do partido, escolha de candidaturas, escolha de
39:25programa, fossem submetidas a um processo democrático
39:28interno, que não é o que acontece. E isso leva, em parte,
39:34aos problemas que nós estamos indicando, né?
39:39Professor Grim, continua.
39:41Não, então, Sérgio, é só para concluir parte desse raciocínio.
39:46Sim, o professor Zé Alvaro levanta questões importantes. De fato,
39:50olhando pela parte final do seu comentário hoje, por exemplo,
39:54a legislação do fundo eleitoral, ela é absolutamente centralizada e
39:58discricionária no comando do partido, que acaba optando pelos
40:04candidatos que ou têm mais afinidade por alguma razão qualquer, ou são
40:07candidatos puxadores de voto. Isso tudo não se sabe exatamente os
40:11critérios, não há clareza com relação a isso. Então, de fato, a
40:15democratização das partidas, ela é bastante importante. Eu só tenho
40:21esta dúvida se nós conseguiríamos, num país com a dimensão
40:25territorial do Brasil, criar um modelo de voto distrital, porque a
40:31mudança do sistema eleitoral, ela também vem junto com a mudança do
40:35sistema partidário. Nós temos uma democracia como a americana, que é
40:39presidencial como a brasileira e que tem voto distrital puro. Mas lá nós
40:44temos dois partidos. Nós teríamos aqui no Brasil que caminhar por um
40:48processo de mudar também o sistema partidário, porque um sistema
40:52partidário como o nosso, pensando o voto distrital puro, me parece que
40:58seria algo um pouco complexo de ser implementado. Com relação ao voto
41:04distrital misto, em tese eu acho que ele é bastante sedutor, vamos dizer
41:10assim, porque ele buscaria combinar a representação do parlamentar com a
41:15representação partidária, evitando um problema que eu concordo com o
41:19Wilson, o Pedroso, que é o caso argentino. Lá tem voto em lista fechada e
41:25não se sabe exatamente como é que o partido combina a lista, ainda que a
41:29cada três candidaturas uma tenha que ser de mulher. Por isso que a
41:32representação feminina argentina no parlamento, no congresso, ela é bastante
41:36elevada e no Brasil, apesar de ter lei, isso não acontece. Então, não há, na
41:41verdade, um sistema eleitoral que a gente possa dizer que ele seja imune a
41:47algum tipo de falha ou de problema. Agora, eu repito e concluindo, se no
41:53Brasil nós acharmos apenas que a mudança do sistema eleitoral, sem olhar o
41:57financiamento de campanha, sem olhar o financiamento dos partidos, sem olhar o
42:01sistema partidário e sem olhar a dinâmica da representação política,
42:06talvez a gente possa, vamos dizer popularmente falando, compragado para o
42:11Lebre, porque nós não vamos achar uma solução para um problema mais complexo
42:15como esse, apenas fazendo a mudança no sistema eleitoral, me parece.
42:20Pegando esse, foram tantas questões importantes, eu passaria para o Wilson
42:24Pedroso, as questões tanto levantado mesmo por você, pelo professor Moisés, pelo
42:30professor Grimm, a renovação do congresso, você tem, não sei, eu acho, eu acho, quer
42:37dizer, pelas observações que eu vejo dos fatos que estão ocorrendo, pelo
42:40acompanhamento da conjuntura política, também não estou fazendo previsão, mas dá
42:45a entender que em dois mil e vinte e seis teremos, dá a entender, no caso do
42:49congresso nacional, especialmente da Câmara dos Deputados, uma baixa renovação em
42:54relação a uma média histórica que nós tivemos de renovação, porque eu presumo
42:59que a existência das emendas parlamentares nos valores, que elas são emendas
43:04bilionárias, consolida o poder do deputado, nesse espécie de voto distrital
43:11macunaímico, que foi inventado aqui no Brasil, né? O dinheiro é meu, o deputado
43:15diz, o dinheiro não é dele, é do Estado, e eu vou dar pra minha base
43:19eleitoral, e daquela forma, comissões, etc, todo mundo sabe o que ocorre, né?
43:24E além disso, ele tem o fundo, tem o fundo eleitoral, além do fundo
43:29partidário, que é o dozeavos, mas tem o fundo eleitoral. Não existe essa
43:33possibilidade, Wilson, eu sei que é difícil a gente prever, mas com esse
43:38cenário, com esse desenho de você ter um baixo nível de renovação, os que já
43:42estão lá, devem permanecer? É quase que natural, porque o poder da emenda nos
43:51municípios, principalmente os menores, né? Nordeste, São Paulo, aqui ainda tem
43:58uma grande estrutura, né? Pega o resto do país, onde os municípios vivem muito, vivem de
44:07PTU que não sustenta nada no município, né? Que não atende o mínimo das
44:13necessidades dos municípios, eles dependem das emendas. O deputado vira quase que dono
44:19do município, dono do município, porque se não é através da emenda, eles não
44:24conseguem atender saúde, não conseguem atender educação. E uma coisa que mudou, porque
44:30emenda e parlamentar foi uma coisa que sempre existiu, né? Mas muitas vezes, e o governo
44:38tentou fazer isso, aquele dinheiro era direcionado, não, vou te dar a emenda, mas você tem que
44:44ir para a educação, para a saúde. Hoje, você não tem controle de onde esse dinheiro vai, muitos
44:52municípios não prestam contas, muitos municípios não prestam contas, os tribunais ficam cobrando
44:59os municípios e os municípios não prestam conta, porque foi chamamento, foi licitação
45:06que pegou já de outro município e trouxe para esse município. A jurisprudência dessa
45:13questão está desorganizada, está desorganizada. Eu tenho uma tese que não dá, acho que nem
45:21cabe nesse programa aqui, porque é uma tese meio filosófica. Hoje, quem comanda esse país
45:28não é mais o executivo, é o legislativo, o judiciário, o legislativo, o judiciário é
45:38um tripé, legislativo e judiciário, vou lembrar, e o mercado financeiro, que aí você coloca
45:46o mercado financeiro, você coloca os grandes empresários, as grandes empresas. O executivo
45:53é refém deles, por mais que a gente veja na TV, estou inaugurando, estou distribuindo,
45:59não é. Quando esses três se unem, quando esses três decidem, o executivo não tem mais
46:05poder nenhum, poder nenhum. A gente fala de um semi-parlamentarismo, de algo onde o executivo
46:16manda pouco, nós já vivemos aqui, nós já vivemos nesse país, nós vivemos, a gente
46:21vê, o executivo manda projeto, a Câmara derruba, até acho que está no papel dela, não
46:27estou falando, não estou querendo entrar na pauta se foi justo a derrubada da MP ou da
46:35PEC, não estou discutindo, mas já funciona assim. Quando não é ela, é o judiciário,
46:39quando não é o judiciário, é o mercado que se organiza para não aprovar as demandas
46:46do executivo. E é assim que funciona hoje, é assim que funciona hoje.
46:50Professor José Bruno Moisés, nesse quadro aí, não muito esperançoso que nós estamos
46:56apresentando aqui, e é real, como é que fica essa questão na sua análise da renovação
47:04dos quadros, especialmente da Câmara dos Deputados? O Senado vai ser dois terços renovados,
47:09na próxima eleição, e toda a Câmara dos Deputados, tendo em vista os recursos fabulosos
47:14das emendas parlamentares, e tendo em vista a presença do fundo eleitoral, que dentro
47:20do partido privilegia aqueles candidatos mais poderosos no interior do partido, que já são
47:25inclusive boa parte deles parlamentares.
47:28Eu acho que no sistema político brasileiro você tem essa dupla, essa diferença de legitimidade,
47:36que os senadores são eleitos com voto majoritário, e os deputados são eleitos com voto proporcional.
47:44No caso dos deputados, a lei dos fundos eleitorais consagra aqueles que estão no cargo, eles têm
47:56prioridades para receber o financiamento em relação aos novos, o que significa que é quase como
48:02você tivesse a porta da renovação fechada. Isso significa que é muito difícil de fazer
48:09modificações. Agora, eu acho que esse é um debate que tem que ser levado de uma maneira
48:17mais ampla para a sociedade, que é uma coisa que nem os partidos estão fazendo, nem mesmo
48:22parte das instituições da sociedade civil tem que ser levado para um público mais amplo,
48:28porque só vai mudar se tiver pressão, se tiver mais pressão do ponto de vista popular.
48:36Nós estamos vendo em vários momentos da vida brasileira, quando você tem pressão, quando
48:41você tem movimento na rua, de alguma maneira as casas parlamentares sensibilizam e eventualmente
48:49tomam uma decisão mais sensata, como foi no caso da derrota do projeto da blindagem.
48:55Foi necessário ter uma manifestação, manifestações em várias cidades para pressionar e, num certo
49:02sentido, colocar deputados e senadores nessa, digamos assim, nessa cobrança que veio da parte
49:12da opinião pública. Então, você pergunta como pode haver a renovação. Eu diria, Vila,
49:17que no quadro que nós temos, tal como está montado o sistema e, especialmente o financiamento
49:25eleitoral, que privilegia os que já têm cargo há mais tempo, significa que não tem como
49:35renovar. É muito difícil renovar. Se a gente olhar nas várias legislaturas, a mudança foi
49:43muito pequena de um certo período para cá. Há mais tempo, a mudança, às vezes, era de
49:4950%. Mas isso cessou. E acho que cessou por causa dessa transição que eu entendo, eu interpreto
50:00que vem ocorrendo, que é uma transição que está fazendo algumas modificações do sistema
50:06político, sem que haja um debate grande na sociedade para isso. Eu acho que o sistema
50:12político implodiu. Em um certo sentido, caminhou para um cenário em que a disputa, o conflito
50:23entre os três poderes é muito alto. Isso tem uma desfuncionalidade, tanto do ponto de vista
50:29da legitimidade democrática, mas também do ponto de vista econômico, da capacidade do
50:35Estado responder à necessidade de promover o desenvolvimento econômico necessário. E nós
50:44não estamos vendo nenhuma perspectiva de como mudar isso. Não é tão claro. Não existe
50:51tanto consenso na comunidade a que eu pertenço, dos cientistas políticos, de que o sistema
50:59está funcionando mal. Eu, alguns colegas meus, inclusive, publicaram trabalhos importantes
51:06que eu mesmo cito, discuto, sustentando a tese de que o sistema está funcionando bem. Que,
51:14aliás, agora, como, inclusive, enfrentou um risco de golpe do Estado e sobreviveu, seria
51:22uma demonstração de que está funcionando bem. Eu acho que está funcionando, foi bom
51:29para manter a democracia, manter a liberdade. Porém, não é um sistema que está dando
51:35resposta para os eleitores, para a sociedade e para a comunidade. Está dando poucas respostas.
51:41É muito... Essa relação está inteiramente cortada. Ela não permite que o eleitor se identifique
51:50com a comunidade e também se sinta como um participante que deve contribuir, fazer a sua
51:59parte no funcionamento do sistema.
52:03Professor Grinho, nós estamos indo para o final do nosso programa. Eu passaria essa questão
52:09para o senhor, mas, tanto quanto possível, a visão mais sintética. Se a questão, só
52:14para retomar a quem nos acompanha, se a existência das emendas parlamentares em valores fabulosos
52:21e do fundo eleitoral também, com valores altíssimos, se isso vai diminuir a renovação do parlamento,
52:30especialmente da Câmara dos Deputados, e petrificar os grupos que lá estão presentes.
52:34Bem, Vila, eu começaria fazendo aqui uma metáfora de um livro muito famoso, escrito no final dos anos
52:4340, chamado Coronelismo, Enxado e Voto, do Vitor Nunes Leal. E acho que hoje a gente pode dizer no Brasil
52:50que nós temos coronelismo, emenda e voto, de certa maneira. Porque nós temos parlamentares que hoje são
52:57quase que coronéis das cidades onde tem votos porque colonizam esses espaços eleitorais
53:04por meio das suas emendas e criam correia de transmissão que realimenta de baixo para cima
53:10desde a sua cidade, porque com isso ele garante o apoio do prefeito por ter colocado emendas
53:16para sua reeleição para deputado, turbinado pelo fundo eleitoral e pelo fundo de campanha.
53:21Então, essa engrenagem toda que reúne o local ao nacional, analisada lá nos anos 40,
53:28nesse livro clássico da ciência política brasileira, ele hoje está no modo que, de fato,
53:36eu concordando com os colegas, dificilmente vai permitir renovação.
53:40Porque o jogo dos partidos é saber quantos, o cálculo é quantos deputados eu preciso eleger
53:46para aumentar a fatia do meu fundo eleitoral na próxima eleição.
53:51Lembrando que em 2030 nós vamos ter a cláusula de barreira chegando a 3%.
53:55Nessa eleição de 26, ela já estará em 2,5%.
53:59Então, nós vamos ter, ao mesmo tempo, uma concentração de recursos em poucos parlamentares
54:05que vai caminhar para uma concentração de recursos em poucos partidos
54:08que, por suas vezes, vão cada vez mais disputar fatias enormes do orçamento público
54:14para aumentar os seus narcos de poder dentro do Congresso.
54:18Essa é a dinâmica que partidos políticos estão estabelecendo no Brasil,
54:24incentivado de maneira perversa pelas regras criadas pelo próprio parlamento.
54:29Então, nesse sentido, não me parece que nós venhamos a ter, no ano que vem,
54:34chances muito significativas de renovação,
54:36o que, para mim, é um cenário muito ruim,
54:39porque a qualidade do atual parlamento, ela não só é muito baixa,
54:44mas nós temos no parlamento vários parlamentares,
54:48sobretudo na Câmara dos Deputados,
54:50que têm uma prática política, que eu tomaria aqui o motim,
54:55no dia em que o Hugo Mota tentou iniciar a sessão legislativa,
55:00que, na verdade, não são parlamentares.
55:03São políticos que recebem, mas que são absolutamente, vamos dizer assim,
55:09antissistema, antidemocracia e que não têm condições de representar a sociedade brasileira.
55:15Então, a meu juízo, nós caminhamos no ano que vem,
55:19dados os incentivos colocados pelas regras eleitorais,
55:23que é a cláusula de barreira, pelas regras do financiamento
55:27e pela manutenção das emendas, para, talvez, ter, a meu juízo,
55:33um cenário que venha a ter uma qualidade pior do que o atual que vai se encerrar em 2026.
55:39Vejo como essa questão é importante,
55:41por isso que o Visão Crítica faz questão sempre de qualificar a reflexão.
55:45Nós batemos muito nessa tecla,
55:47sempre os nossos encontros apresente diferentes visões sobre o tema ou os temas discutidos
55:54para fazer você que nos acompanha entender do que nós estamos dizendo.
56:00Daí a importância, o ano que vem, você muitas vezes só olha,
56:04o ano que vem, uma eleição geral para governador e para o presidente da República.
56:07Não se esqueça que existe o legislativo,
56:10que geralmente a maior parte dos eleitores colhe na última hora.
56:12quem vai votar para deputado estadual, deputado federal,
56:16e na próxima eleição vai renovar dois terços do Senado Federal.
56:21E isso é muito importante.
56:22Então, desde agora, acompanhe quem se votou,
56:25se você não lembra, acompanhe algo que está acontecendo na conjuntura
56:28e veja um exemplo aqui do Visão Crítica, por fim, e qual?
56:32No dia da PEC da habilidade daquela votação,
56:34na quinta-feira à noite, nós aqui,
56:36convidamos, como sempre, quase todas as quintas,
56:40essa não, mas em outras,
56:41um que era a favor e outro que era contra.
56:43Veio um parlamentar que votou contra a PEC da blindagem.
56:48Só que nós temos cinquenta e três convites,
56:50cinquenta e três convites,
56:53e nenhum que votou a favor,
56:55não só não quis comparecer,
56:57como participar de forma remota.
57:00Ou seja, a sociedade já estava respondendo.
57:02E no domingo as ruas mostraram isso.
57:04Veja quão importante é a questão da participação da sociedade.
57:08Nós estamos com o nosso tempo, que é sempre o nosso adversário.
57:11Estourando, eu queria agradecer muito aos nossos convidados,
57:14ao Wilson Pedroso, ao Eduardo José Grim,
57:16José Álvaro Moisés,
57:18e convidá-los amanhã para assistir o Só Vale a Verdade,
57:21a uma entrevista com um economista,
57:23que eu acho que é um economista importante,
57:24eu vou falar qual que é.
57:25Vai ser uma conversa muito boa sobre a conjuntura econômica brasileira,
57:29e suas perspectivas.
57:30E na terça-feira que vem,
57:32nesse mesmo horário,
57:33retornamos com Visão Crítica,
57:34às vinte e duas horas.
57:35Até lá.
57:37A opinião dos nossos comentaristas
57:40não reflete necessariamente a opinião do Grupo Jovem Pan de Comunicação.
57:48Realização Jovem Pan
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado