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Com mediação de Marco Antonio Villa, Visão Crítica promove uma análise aprofundada dos principais acontecimentos do dia. A cada edição, convidados com diferentes perspectivas se reúnem para debater os fatos mais relevantes do cenário político, econômico e social do Brasil e do mundo.

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00:00Olá, estamos começando o nosso
00:02visão crítica de hoje discutindo
00:03um tema que já foi objeto de um
00:05outro encontro que tivemos, que
00:07é a questão da segurança pública,
00:09a relação entre a segurança
00:11pública e o crime organizado, a
00:14corrupção e eventualmente, se
00:16tiver tempo, uma hora, pra tantas
00:18questões eu sei que é um certo
00:21exagero, mas até de correlação
00:22desses três fatores anteriores
00:24com a política brasileira.
00:27Vamos tratar, claro, inicialmente,
00:29fundamentalmente de São Paulo, mas
00:30com as suas relações com as outras
00:32unidades da nossa federação.
00:35Lembrar que esse é um tema muito
00:36presente nas campanhas eleitorais,
00:38mas muito pouco trabalhado de forma
00:40de inteligência nos últimas quatro
00:43décadas, no mínimo, se eu fosse
00:44colocar um marco, que eu me lembro
00:46aqui, a campanha de 1986, isso
00:50estava muito presente, tinha um
00:51jornalista policial de rádio que
00:53teve uma votação fabulosa e o
00:56candidato contra o candidato da
00:59situação, haviam vários candidatos
01:01naquele momento, era o Paulo Maluf,
01:04Paulo Maluf, conhecido de vocês, né,
01:06de todos nós, passava com um suposto
01:09preso, representando dentro de uma
01:11jaula pela cidade de São Paulo e
01:13tocava uma musiquinha, bandido na
01:16cadeia, gente boa era na rua e ele
01:18dizia que tinha de colocar a rota na
01:20rua e nós assistimos dias atrás aqui o
01:23doutor Eduardo Mulher, quando assumiu a
01:26segurança pública, não havia sequer
01:28uma dúzia de viaturas da rota em
01:30condições de circular, né, lembrando
01:33que o governo que eles receberam no
01:35governo Montoro foi o governo Maluf
01:37Marinho, dos piores da história,
01:39desde Martim Afonso de Sousa, foi um
01:41desastre, então, essa questão da
01:44segurança pública, ela é fundamental e
01:46lá pra cá virou tema eleitoral, mas
01:47pra nós, pra mim, pra você, pra todos
01:49nós, é o nosso presente e essa
01:51insegurança que nós sentimos, se é real
01:53ou não, se os números melhoraram ou
01:55não, é uma discussão que a gente
01:56pode ter, mas nesse século a situação
01:59ficou mais grave com o crime
02:01organizado, né, especialmente, como
02:04diz o doutor Lincoln Gakia, não é mais
02:06só uma organização criminosa, o caso
02:09do PCC, mas é uma máfia internacional
02:11em mais de duas dúzias de países,
02:13isso espalhou pelo Brasil com
02:15dezenas de organizações, dezenas de
02:18organizações sem exagero. Esse está o
02:20nosso tema e discutir hoje com
02:22especialistas a questão do crime
02:24organizado, a questão da como
02:26reprimir, temos a PEC da segurança
02:28pública, que é importantíssimo, que
02:30está tramitando no Congresso
02:32Nacional e como eu, você, nós, né,
02:34nos sentimos mais tranquilos pra isso.
02:36E os nossos convidados, Claudinho
02:39Silva, ex-ouvidor da polícia aqui de
02:42São Paulo, doutor André Santos
02:44Pereira, delegado e presidente da
02:47Associação dos Delegados de Polícia
02:48do Estado de São Paulo e o doutor
02:50Rob, que já esteve conosco, eu não
02:51estava naquele dia, doutor Roberto
02:53Livano, procurador, procurador de
02:56Justiça do Ministério Público de
02:57São Paulo e presidente do Instituto
02:59Não Aceito Corrupção. Agradeço,
03:01evidentemente agradeço a todos,
03:03começando com o Claudinho. Claudinho,
03:05eu não gostaria de ter sido ouvidor
03:09da Polícia de São Paulo, que é uma
03:10tarefa realmente muito difícil, porque
03:13afinal é o estado mais populoso do
03:15Brasil, tem um maior número de
03:19policiais, acho que a Polícia Militar
03:20certamente tem mais de noventa mil
03:22membros, entre outros, somando mais a
03:24Polícia Civil, acontecimentos de todo
03:27dia, eu digo pra você, no seu período
03:29como ouvidor de polícia, olhando agora
03:31como perspectiva, é possível a gente
03:34ter uma visão otimista, que as coisas
03:36podem melhorar via PEC da segurança
03:38pública, ou com melhoria do sistema de
03:41inteligência, de uma maior participação
03:44da população. Eu sei que são questões
03:45muito genéricas e amplas, mas qual é a
03:48sua opinião sobre isso?
03:49Primeiro eu quero agradecer o convite,
03:51professor Marco Antônio, uma satisfação
03:53estar aqui, desejar uma boa noite para
03:55todos que nos acompanham de casa, todas
03:57as pessoas que são seus seguidores, que
04:00acompanham aqui, te dão audiência.
04:03Eu penso que, em perspectiva, quando uma
04:09coisa está muito ruim, a tendência é
04:10melhorar. Então eu acredito sim que a
04:13gente pode ter um olhar otimista. A partir
04:15de várias movimentações políticas que a
04:18gente tem tido nos últimos tempos, como
04:20por exemplo, a PEC da segurança pública e
04:23todas as autoridades políticas se
04:28antenando e a população também muito
04:31preocupada com o tema segurança pública, eu
04:33penso que, em perspectiva, a tendência é
04:35melhorar. Porque tem muita gente
04:38debruçada sobre os problemas, né? Mas os
04:42desafios são muito grandes, os desafios
04:44não são pequenos, eu acredito que nos
04:47próximos 20, 25 anos, esse tema é um
04:50tema que vai estar na pauta política, na
04:52pauta da sociedade, na subjetividade das
04:55pessoas, porque realmente se tornou o maior
04:57desafio da sociedade brasileira.
04:59O delegado André Santos Pereira, o senhor
05:02como é presidente da sonda dos delegados
05:06do estado de São Paulo, São Paulo tem
05:07645 municípios, salvo engano, é o estado
05:11mais populoso, acaba por sua vez
05:15concentrando o maior número de de
05:17problemas e dificuldades no campo do
05:19trabalho do delegado, que não é nada
05:21fácil. Eu queria que o senhor, por
05:22favor, explicasse a quem nos acompanha
05:24em relação a essa questão inicial que eu
05:27coloquei ao Claudinho, qual é a sua
05:29visão e de alguém que está lá, não
05:33falando de fora, mas falando lá do
05:35cotidiano, dessa questão da da
05:37insegurança e do enfrentamento da
05:39violência no estado de São Paulo.
05:41Bom, primeiramente, boa noite a todos, é uma
05:44satisfação grande estar aqui nesse
05:47debate com pessoas tão qualificadas e
05:49debatendo sobre o tema prioritário da
05:52população brasileira hoje, que é a
05:54segurança pública. A gente, do ponto de
05:57vista policial, vemos essas discussões
06:01sendo travadas, né, em nível teórico, mas
06:05há pouco nós estávamos conversando aqui
06:06nos bastidores e comentamos aqui que
06:10nós não temos perspectivas no, do ponto
06:14de vista de execução, né, de ações
06:16efetivas, né. Você vê a PEC da
06:18segurança pública sendo debatida, é uma
06:21iniciativa importante esse debate, mas a
06:23gente tem ali poucos desdobramentos a
06:26princípio que tragam resultados para a
06:29população na PEC da forma como ela
06:33está. Portanto, trazendo essa mesma
06:35ideia aqui para o estado de São Paulo, a
06:37gente vê que os debates sobre segurança
06:40pública e a condução da política de
06:42segurança aqui em São Paulo, ela não
06:44está sendo satisfatória nem para a
06:47população, nem para os policiais. A
06:49gente precisa de mais condições para
06:50trabalhar, para desenvolver nossas
06:52atividades e a gente acredita que um
06:54debate equilibrado pode trazer aí mais
06:58resultados para todos.
07:00Doutor Roberto Liviano, o senhor como
07:02procurador, especialmente como presidente
07:05do Instituto Não Aceita Corrupção, como é que o senhor vê essas questões?
07:08primeiro uma honra, uma alegria estar aqui, obrigado
07:13Vila pelo convite, parabéns pela condução
07:16desses debates, quero saudar meus companheiros
07:19aqui de bancada. Esse Vila é um tema dos mais
07:24espinhosos, dos mais complexos, dos mais
07:26desafiadores para a nossa democracia. Ainda
07:31bem que hoje o Senado da República cumpriu um papel
07:35relevante, enterrando esta PEC da blindagem, porque essa seria uma porta
07:42aberta, um convite bastante interessante para o crime organizado se
07:48instalar na Câmara e no Senado, porque querer exigir autorização
07:54legislativa para que parlamentares pudessem ser
07:58investigados por crimes, seria instalar na Câmara e no Senado
08:03criminosos impunemente. Então, o que está ruim poderia ficar ainda
08:08pior, ainda bem que o a CCJ do Senado, por unanimidade, enterrou esta PEC da
08:15blindagem, que seria um verdadeiro absurdo, afrontosa a nossa
08:20Constituição. Essa questão do do da segurança pública é um grande
08:27desafio em termos de políticas públicas, esta PEC da segurança foi
08:32apresentada pelo pelo governo, é um assunto que sem sombra de dúvida
08:37deve ter, deve ser debatido, mas Vila me preocupa que às vezes
08:42apresenta-se a ideia como algo para servir como uma satisfação à sociedade e que
08:50nem sempre esta proposição é aquilo que vai resolver o nosso problema, não é?
08:58Porque, veja, os estados, a questão da segurança pública é uma questão do
09:03estado, cada estado vive a criminalidade, não é? E eu como membro do Ministério
09:10Público há 33 anos, eu penso que hoje, se você não apresentar PEC nenhuma, o
09:17Ministério da Justiça e da Segurança Pública, ele já tem papéis muito
09:21importantes que ele pode cumprir, no sentido de coordenar, no sentido de ter
09:28este papel de grande mediador da segurança, pensarmos mais em inteligência, em tecnologia, não é?
09:38Fazer com que haja este aprimoramento. O que que falta no Brasil, a meu ver?
09:43O investimento mais maciço, Vila, em polícia científica, não é? Acho que não se investe
09:50o suficiente em polícia científica. Eu acho que a polícia civil, de um modo geral, ela
09:56tem tido pouca prioridade por parte dos estados. Para você ter mais eficiência no combate
10:03ao crime, em geral, você tem que ter mais prioridade do estado em investigação de
10:10crime. Quem investiga o crime é a polícia civil, o Ministério Público também tem poder
10:16de investigação, os gaecos investigam o crime, mas no âmbito da polícia, o estado precisa
10:23priorizar, isso precisa ser política pública, não é? Então tem que haver investimento.
10:29Agora, minha pergunta, isso dá voto? Não é? Então, os governos, eles têm investido naquilo
10:36que interessa. Você veja esse escândalo aí das emendas parlamentares.
10:40125 mil e 100% de aumento no bolo das emendas parlamentares em 11 anos, enquanto que o salário
10:57mínimo aumentou 109%. Significa o quê? Atendimento a demandas paroquiais. Então, esta lógica, ela
11:07vai na contramão do interesse público. Então, está tudo errado. A segurança pública é uma grande
11:16prioridade. A polícia civil faz um trabalho muito importante, está aqui o doutor André, que representa
11:23os delegados, a existência das ouvidorias. É fundamental que haja essa fiscalização externa. Agora, eu penso
11:31que tem que haver essas prioridades, tem que haver investimento em polícia científica, acho que o
11:36Ministério Público vai trabalhar junto com a polícia, não é? É muito complexo isso. Não tem bala de
11:42prata, não tem solução mágica. É, Claudinho, se eu queria perguntar ao senhor o seguinte, é que eu nunca
11:49tive oportunidade de perguntar a um ouvidor de polícia, explicando a quem nos acompanha, que eu acho que
11:55isso é fundamental. Qual é o papel de um ouvidor, no caso do senhor, do ouvidor da polícia do
12:02Estado de São Paulo? E quais as dificuldades, de forma sintética, que o senhor encontrou quando foi ouvidor?
12:09A ouvidoria da polícia, ela é um órgão de... é um obusma da segurança pública. Ela tem um papel
12:16de formar equilibrada, acolher reclamações, denúncias, sugestões de melhoria e colaborar
12:23para o aperfeiçoamento da política pública de segurança, não é? Então, o nosso papel é receber
12:29sugestões ou reclamações, denúncias, representações de quem quer que seja da sociedade, mas também
12:37dos policiais e das policiais. Então, esse é o papel primordial da ouvidoria das ouvidorias, não é?
12:44A ouvidoria da polícia trabalha nessa perspectiva, não é? A ideia central do legislador foi construir,
12:52constituir um espaço de acolhimento de reclamações, seja da sociedade, seja dos
12:58profissionais de segurança, ao mesmo tempo que esse espaço poderia produzir pensamento,
13:04reflexões, pesquisas, sistematização de informações e assim sucessivamente, no sentido
13:12de colaborar num aperfeiçoamento, sugerindo, sugestionando às tropas e aos gestores de segurança
13:19pública, melhorias para aperfeiçoar. Seria um espaço de legitimação da política de segurança
13:25pública, não é? Especialmente no caso de São Paulo, as ouvidorias não são o formato, não é uniforme,
13:31mas São Paulo, o ouvidor precisa ser da sociedade civil. A lei determina que seja uma pessoa da sociedade
13:39civil, não pode ser um policial de nenhuma das tropas, não é? Eu penso, Vila, que esses espaços
13:47são espaços muito relevantes. Ocorre que o ouvidor, ele tem algumas dificuldades. Aqui em São Paulo,
13:55a gente até tem uma estrutura razoável. O ouvidor, a ouvidoria funciona fora do prédio da
14:00segurança pública, que facilita o acesso das pessoas e até mesmo de policiais para poder buscar seus
14:07direitos, apresentar suas questões, né? Mas a nossa estrutura, ela ainda é uma estrutura bastante
14:13precária do ponto de vista tecnológico. Então, a gente, hoje a ouvidoria funciona num prédio muito
14:21antigo aqui na rua Japurá, sequer tem, é um prédio de condição de trabalho muito ruim, né? Sequer tem
14:30ar-condicionado, não tem ar-condicionado, elevador de manivela, piso com tacos que se soltam, oferecendo
14:36risco para as pessoas. Então, a estrutura de funcionamento ainda é uma estrutura muito precária.
14:43Imagino eu que isso se dá em razão de uma dificuldade que, especialmente, o setor de segurança
14:49pública tem de ouvir a sociedade no que diz respeito às questões que a segurança pública pode ter em nome
14:58da sociedade. Existem aqueles e aquelas, no sistema de segurança pública, por exemplo, que dizem que
15:07quem nunca sentou numa viatura não pode opinar em política de segurança pública, que é um absurdo,
15:12dado que a gente vive numa, sob a ege, né? Debaixo de uma constituição que é apelidada a
15:21constituição cidadã, que é um chamado da população a participar da formulação das políticas públicas.
15:26Então, eu acho, eu acho que é um absurdo, né? Quem afirma que a população não pode participar
15:32da política de segurança.
15:35Delegado André, o delegado Rui, né? Foi assassinado na Praia Grande, né? Um ato de ousadia do crime
15:43organizado, provavelmente do crime organizado, sei que existe algumas outras versões, mas o crime
15:51organizado passou a ter um poder nesse século, em 2006 foi uma espécie de apresentação
15:55desse crime organizado a muita gente aqui em São Paulo, quando, ah, durante alguns dias
16:00a cidade, várias cidades do estado de São Paulo, ficou sobre a mira do PCC, foi uma
16:05coisa assim inacreditável à época, o governador era Cláudio Lembo, não podemos nos esquecer
16:10disso. A situação, quer dizer, o que ocorreu na Praia Grande é como, é uma espécie
16:17de crime organizado dizendo o seguinte, nós estamos aqui, fazemos o que queremos, a hora
16:22que queremos e com quem queremos. Imagino como que deve ser a vida de um delegado,
16:27eu estou falando assim num sentido, pode ser até primário, mas quando ele sai de casa
16:32com os seus familiares, e eu estou falando isso, me estendendo a outros profissionais
16:36de segurança, falando com o senhor, porque o senhor é o presidente da Associação dos
16:40Delegados. E se volta ou não pra casa, que condições de segurança dá o estado
16:45pra aqueles que exercem o trabalho de segurança?
16:50Olha, primeiramente, a gente quer registrar aqui os nossos sentimentos e reforçar que
16:57o doutor Rui foi um herói, combateu o crime organizado por 40 anos, aposentou-se, continuou
17:06trabalhando porque tinha necessidade de trabalhar pra complementar a sua renda, mesmo tendo chegado
17:10ao mais alto posto da Polícia Civil, que é o cargo de delegado-geral da maior polícia
17:16do país, que é a Polícia Civil do Estado de São Paulo. Então, o doutor Rui, ele foi
17:20um herói e, infelizmente, foi assassinado aí pelo crime organizado em razão da sua
17:27atividade. A situação precária de segurança do doutor Rui é a mesma que todos os policiais
17:32enfrentam, eu acredito, que no Brasil inteiro. Falando especificamente aqui de São Paulo,
17:37tudo que nós recebemos do Estado é uma arma e a autorização pra arriscar a nossa
17:46própria vida. É isso que a gente recebe. Essa é a vida do policial. Então, e agindo,
17:53tendo que agir, colocando nossa própria vida em risco, né? Nós fazemos um juramento
17:57quando somos nomeados, quando assumimos um cargo de policial, fazemos esse juramento
18:04pra atuar mesmo com o risco da nossa própria vida. Portanto, nós temos situações precárias
18:11de atuação, nós temos uma pouca sensibilidade por parte do Estado e aqui eu não me refiro
18:17apenas ao Estado de São Paulo. Essa é uma discussão que, após o assassinato do doutor
18:22Rui, a gente está vendo ser travado aí no país inteiro, né? Diversos projetos de lei
18:27sendo protocolados lá no âmbito do Congresso Nacional, aqui também na Assembleia Legislativa
18:32do Estado de São Paulo, pra trazer o mínimo de proteção para autoridades. E aqui não
18:37só policiais, membros do Ministério Público, autoridades que também militam na área da
18:43segurança pública. Então, a gente precisa ter um olhar, uma sensibilidade, um tratamento
18:47diferenciado nessas circunstâncias, principalmente em casos em que você tem ali um risco evidente,
18:55né? Factível de ser vitimado pelo crime. Seja o crime organizado, seja um crime em menor
19:02escala. Portanto, é necessário que a gente tenha medidas, medidas efetivas e isso não
19:06precisa ser apenas do ponto de vista legislativo, de lei primária, de projeto de lei. Eu venho
19:12defendendo pela Associação dos Delegados que a própria Delegacia Geral regulamente essa
19:18questão em âmbito de norma secundária, ou seja, uma portaria da Delegacia Geral pra que a gente
19:24tenha um protocolo para quando os policiais civis sofrerem qualquer tipo de ameaça, que
19:30possam trilhar um caminho, que saiba como pedir ajuda, né? E são medidas que são necessárias,
19:37são urgentes e que podem ser adotadas a qualquer momento. Basta a gente ter essa confluência
19:43de pensamentos e agirmos com equilíbrio.
19:47Doutor Liviano, o senhor é a favor da recriação do Ministério da Segurança Pública?
19:54Olha, Vila, eu tenho bastante preocupação com essa questão de proliferação de ministérios,
20:03porque isso acaba gerando custos, custos e burocracias para o país. Eu, a princípio,
20:13não me parece que é um bom caminho. A questão não é de você criar um monte de ministérios.
20:21O Ministério da Justiça e da Segurança Pública, ele pode, é uma pasta que pode congregar esses dois assuntos.
20:30O problema não me parece que seja esse, entendeu? Tudo depende, Vila, primeiro lugar, do perfil da pessoa que ocupa a pasta.
20:39E, nesse ponto de vista, me parece que o ministro Lewandowski é uma pessoa que tem um perfil adequado
20:48para conduzir isso pela sua história, pela sua experiência, pela sua bagagem.
20:57Me parece que o ministro Lewandowski é uma pessoa que tem esta condição de conduzir isso.
21:04O Mário Sarrubo, que é o secretário nacional de Justiça, foi procurador-geral de Justiça do Ministério Público de São Paulo,
21:11também tem um conhecimento necessário.
21:15Então, o ponto não é de você dividir, porque me preocupa muito esta cultura que há no Brasil,
21:22de você expandir, criar ministérios para acomodar a companheirada e criar custos.
21:30E essa conta cai nas costas do contribuinte brasileiro.
21:33O ponto não me parece que seja esse, Vila.
21:36Eu insisto no que eu disse no primeiro comentário.
21:40Você precisa investir em inteligência.
21:43Você precisa investir em racionalização.
21:47Você precisa investir em planejamento.
21:50No Brasil, não há cultura do planejamento.
21:54No Brasil, nada é planejado.
21:57É tudo na base da correria, tudo na base do improviso.
22:02E aí, paga-se o preço destas improvisações.
22:07Então, hoje, do jeito que as coisas funcionam,
22:11do jeito que a estrutura que nós temos, nós poderíamos ter um outro resultado.
22:16O ministro da Justiça e Segurança Pública,
22:19ele pode convidar os secretários de segurança,
22:22e pode construir estratégias extraordinárias para obter resultados.
22:28Ele tem que ter o necessário tirocínio para construir estes planos de ação
22:36e é necessário estabelecer este diálogo.
22:41Nós temos... tem que haver clareza.
22:43O problema da criminalidade é um problema de todo o país
22:46e não pode haver individualismo, não pode haver egoísmo em relação a isso, tá certo?
22:52Tem que criar um sistema... tem que haver interoperabilidade dos sistemas, tá certo?
22:57Porque o crime é um problema nacional.
23:00O crime não é o crime de Sergipe, não é o crime do Rio Grande do Sul,
23:05não é o crime do Acre.
23:06O crime é um problema do Brasil.
23:08Então, quem precisa colocar isso sobre a mesa e encontrar caminhos e soluções para isso,
23:16pautar isto e apresentar instrumentos tecnológicos e propor soluções
23:24e interconectar as secretarias, é o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
23:30Não é a questão de divisão de pastas, não é?
23:33Eu acho que esta pasta tem plenas condições, até porque os assuntos, eles se conectam.
23:40É até uma questão de eficiência você ter justiça e seguranças juntas.
23:45Você pode ter mais eficiência reunindo as coisas numa pasta só.
23:52Se vocês discordarem, podem qualquer, vocês vão dialogando sem nenhum problema aqui.
23:57Claudinho, eu queria... concretamente assim...
24:00Outro dia aqui nós estávamos numa discussão, também entrou a questão de violência e tal,
24:08num outro programa e eu até me lembrei de um livro do historiador, meu amigo,
24:14uma grande pessoa, o Boris Fausto, chamado Crime Cotidiano,
24:17que mostrava que muitos imaginam que a violência nasceu agora.
24:20Ela é um produto histórico.
24:22Nós fomos o último país a abolir escravidão no mundo ocidental.
24:25Isso não é pouca coisa e isso tem uma relação também com a violência.
24:30E no estado de São Paulo, se nós olharmos os processos crimes lá do final do século XIX e tal,
24:36só vem na capacidade de violência.
24:37Mas ainda essa violência estava no mundo rural, não tinha chegado aqui ao mundo urbano.
24:42Você lá no cotidiano, Claudinho, trabalhando ali como ouvidor,
24:46Quem mais o procurava?
24:49Parece uma coisa de mania de professor.
24:52Quem mais o procurava?
24:55Quais eram as principais queixas?
24:57E você sentia que o seu trabalho tinha resultado ou sentia alguém que
25:02ficava cada dia mais indignado em relação ao dia anterior?
25:07Ótima pergunta, professor.
25:08Lá no nosso trabalho, o maior volume de reclamações é em relação a arbitrariedades
25:15cometidas pela polícia militar contra pessoas da sociedade, contra civis.
25:23Um aspecto relevante dessas reclamações e dentro da pergunta do senhor é que sim,
25:30quando a gente está ali envolto com um volume de trabalho tão grande,
25:34a gente recebia algo em torno de 300 reclamações por dia.
25:39Só de e-mail, 200 reclamações, só por e-mail.
25:42Aí nós temos um telefone 0800, tem as reclamações que chegam no celular do ouvidor
25:46ou de algum assessor do ouvidor, são muitas reclamações todos os dias.
25:51E essas reclamações, elas nos davam a impressão, à medida que a gente mandava,
25:56por exemplo, quando eu saí da ouvidoria, quando eu deixei a ouvidoria no final do meu mandato
26:00em dezembro de 24, nós tínhamos algo em torno de 5 mil reclamações
26:06que chegaram na ouvidoria, foram encaminhadas para a polícia militar
26:09e não tinham tido retorno da polícia militar.
26:12Reclamações que já, algumas mais de 5 anos, que tinham sido enviadas para a polícia militar
26:19com várias reinterações e elas não voltavam com o retorno da polícia militar
26:23sobre o que ela tinha encaminhado daquele caso.
26:26Porque chega na ouvidoria, a gente caminha para as corrigedorias,
26:30dependendo do caso, a gente pede para o Ministério Público também acompanhar
26:34por ação que essas corrigedorias fazem.
26:37Então, a gente tinha, durante muito tempo, a gente teve a impressão,
26:41em vários momentos a gente teve a impressão de que a gente está enxugando gelo mesmo,
26:45porque as reclamações não param de chegar e as respostas, muitas vezes,
26:49elas são ineficientes, ineficazes ou sequer voltam.
26:53Então, é uma situação muito delicada, de fato.
27:00Mas a gente acredita que o órgão é importante, relevante,
27:02para continuar fazendo esse trabalho de ponderação entre a sociedade e o poder público
27:08no sentido de que a gente aperfeiçoe cada vez mais a política de segurança pública.
27:13O que a gente acha é que órgãos como esse precisam ser mais valorizados,
27:17precisam ser mais divulgados para a sociedade, para a população como um todo,
27:21porque a ouvidoria é efetivamente um órgão de participação popular na política de segurança pública.
27:27E isso, na nossa opinião, é muito relevante.
27:29Doutor André...
27:30Eu gostaria de...
27:31Sim, claro, por favor.
27:32Eu gostaria de comentar.
27:33Eu acho de suma relevância o trabalho das ouvidorias
27:37e acho muito desafiador também,
27:40porque vocês recebem uma gama de denúncias, como o senhor mesmo falou,
27:46e é interessante a gente ter a perspectiva do policial também em relação a essas denúncias.
27:52Eu fui soldado da Polícia Militar por cinco anos, fui investigador de polícia
27:56e delegado de polícia há oito anos aqui, com uma carreira já de mais de 20 anos na polícia.
28:03E a gente tem a perspectiva também dos policiais em relação a algumas denúncias
28:08que são mais de contraponto pela própria atividade.
28:14O que é que eu quero dizer com isso?
28:15Que um criminoso é colocado atrás das grades
28:19e, de certo modo, para tentar fazer sua defesa atacando,
28:25há denúncias contra os policiais que realizaram aquela prisão.
28:28Isso é comum ocorrer.
28:31E óbvio que a gente está trazendo isso aqui numa perspectiva
28:34para trazer um balanceamento dessas questões.
28:38E é muito desafiador, e volto a dizer, da importância da ouvidoria
28:43e da sensibilidade do ouvidor de entender, de certo modo,
28:48quando está diante de uma situação real,
28:51de uma denúncia verdadeira que, de fato, precisa de controle,
28:56as polícias precisam ser controladas,
28:58principalmente naquela atividade ali de execução
29:03da atividade de segurança pública, de realização de prisões.
29:08Isso é um controle que é fundamental
29:10para que a gente tenha uma sociedade saudável,
29:13mas também fazer esse filtro daquelas denúncias
29:16que, a princípio, são para serem utilizadas
29:20como ferramenta de defesa de criminosos
29:22e não ferramentas de defesa de vítimas mesmo,
29:26até mesmo de violência policial.
29:27Então, é um desafio, a gente acha muito importante
29:30o trabalho da ouvidoria, concorda que ela é uma peça fundamental
29:34nessa engrenagem da segurança pública
29:36e fizemos esse comentário aqui na perspectiva policial.
29:40Claro, queria também aproveitar, em balo,
29:43este comentário que o Claudinho fez
29:46sobre as condições sofríveis de trabalho,
29:50isso é algo gravíssimo, não é?
29:52Porque, você veja, quando nós estamos pensando juntos
29:56sobre quais são os problemas, os diagnósticos, o porquê,
30:00você veja, um Estado como o Estado de São Paulo,
30:03o Estado mais rico da nação,
30:05o Estado em que nós temos uma população grande, expressiva,
30:09como ele disse, não há ar-condicionado,
30:12você tem um piso ruim,
30:14você tem uma condição precária de atendimento ao público,
30:17como é possível, como é concebível você ter um órgão
30:22de controle interno da polícia
30:24atendendo a população desta maneira.
30:28Isso mostra o desrespeito que o Estado tem
30:31em relação ao órgão da importância que é a ouvidoria.
30:35O Instituto Não Aceita Corrupção,
30:36alguns anos atrás, fez uma pesquisa
30:39para diagnosticar a situação do controle interno
30:45em relação às prefeituras.
30:47Qual é o status das macrofunções do controle interno?
30:52Ouvidoria, controladoria, corrigidoria, auditoria,
30:56são as quatro macrofunções do controle interno.
30:58Porque quanto mais você tem controle interno, Vila,
31:02mais você tem prevenção de corrupção.
31:05E os resultados foram devastadores.
31:0875% das prefeituras no Brasil
31:13não têm as macrofunções do controle interno.
31:17Isso quando responderam as perguntas,
31:20porque nós mandamos os questionários usando a LAI.
31:25Então, nem todas responderam.
31:27Houve até capital que não respondeu as perguntas.
31:29Então, isso que o nosso amigo aqui, o Claudinho, nos trouxe
31:33é bastante preocupante,
31:36porque mostra a falta de respeito ao cidadão.
31:40Porque a ouvidoria deveria estar, sim, muito bem equipada,
31:47seriamente equipada, porque isso seria o quê?
31:50Respeito ao cidadão.
31:52O cidadão que vai à ouvidoria tem que ser acolhido,
31:56tem que ser respeitado.
31:57Esse órgão teria que ser estruturado.
32:00Deixa eu aproveitar, com sua licença, doutor Oliviano.
32:04Claudinho, para quem nos acompanha,
32:06muita gente não ouviu, natural,
32:08a existência que existe uma ouvidoria.
32:12A pergunta, então,
32:14a quem ela é subordinada à ouvidoria?
32:17Primeira questão.
32:19A ouvidoria, ela está dentro,
32:22ela é um órgão dentro do gabinete do secretário de segurança pública,
32:25porém, ela não tem subordinação ao secretário.
32:29Ele é independente.
32:30É, porque a legislação diz que o ouvidor tem independência e autonomia para atuar.
32:34E os recursos orçamentários advêm de onde?
32:36Da Secretaria de Segurança Pública,
32:38do orçamento da Secretaria de Segurança Pública.
32:40E é votado pela Assembleia Legislativa, né,
32:42e o orçamento do governador e de todas as secretarias.
32:45Isso só para quem nos acompanha,
32:47que é importante a gente fazer,
32:48porque nós sempre discutimos aqui no Visão Crítica,
32:51a necessidade de qualificar a reflexão sobre o Brasil,
32:53sobre diferentes temas.
32:55Então, certamente, alguns de vocês,
32:57ou muitos de vocês,
32:58não sabem a existência no seu estado,
33:00porque nós estamos falando aqui de São Paulo,
33:01e isso aplica-se às outras unidades da federação,
33:04das ouvidorias, como é que funciona,
33:06e essa precariedade orçamentária que o Claudinho apresentou,
33:10e o doutor Liviano destacou,
33:11é inaceitável no estado mais rico da federação.
33:14Isso realmente não dá para aceitar.
33:17A ideia é como se você tenha ouvidoria,
33:19porque precisa ter, né,
33:21porque está na lei.
33:21E você fala, esse pessoal só atrapalha a gente,
33:24vão colocar lá na rua, já apurar, né,
33:26e sem nenhuma condição.
33:27Falta de respeito ao ouvir a voz da população
33:31em relação às reclamações.
33:32Então.
33:33Essas reclamações têm que ser respeitadas.
33:35Ouvir as pessoas têm que ser respeitadas.
33:37Claro.
33:37E eu digo em relação à Polícia Civil,
33:39que uma vez eu fui falar,
33:41doutor André,
33:42e fui muito bem recebido,
33:45o senhor não tinha nascido aí, né,
33:46faz muito bem,
33:48o doutor Guilherme Santana era o corrigedor,
33:50na Brigadeiro Tobias era.
33:52Isso faz muito tempo.
33:53E ocorreu um problema e alguém falou assim,
33:55vai falar com ele e tal.
33:57E é incrível como a questão foi resolvida.
33:59Era uma situação muito desagradável,
34:01ele foi uma pessoa fantástica,
34:02falou, não, você tem toda a razão e tal.
34:04Envolvia uma questão e ela foi resolvida.
34:07Eu pergunto ao senhor,
34:08uma questão que,
34:11de segurança pública aqui de São Paulo,
34:12e todos falam,
34:13e temos de discutir aqui.
34:14Eu sou contra a existência de duas polícias,
34:17mas sua opinião é minha,
34:18mas é fácil de eu falar,
34:20mas eu não sou especialista
34:21na área de segurança pública,
34:22porque eu olho os outros países,
34:23eu estudei história em outros países,
34:26e a história de outros países,
34:27na área política, especialmente,
34:30e na área social,
34:31e via que o funcionamento
34:33do sistema de segurança era diferente.
34:34Eu pergunto ao senhor,
34:36muitos falam aqui em São Paulo,
34:38eu sei,
34:38não quero criar uma situação constrangedora,
34:40o senhor longe diz,
34:41mas que a polícia militar
34:42está invadindo esferas
34:43que seriam da polícia civil
34:45no campo da investigação.
34:47Isso é verdade ou não?
34:48E por que isso é importante?
34:50O trabalho da polícia civil,
34:52uma independência.
34:53Bom, isso é verdade,
34:55e é importante esclarecer
34:57para o nosso público
34:59que a polícia civil
35:00é aquela polícia investigativa,
35:02que realiza a investigação
35:05para entender como é que um crime ocorreu,
35:07ela atua mais depois que o crime ocorre.
35:09Atua também na prevenção,
35:11quando você faz esse trabalho
35:13de investigação
35:13que tira criminoso da rua,
35:14você está fazendo a prevenção também.
35:17Mas a polícia civil faz essa investigação,
35:19é aquela figura do delegado,
35:20da delegacia,
35:22do investigador.
35:23E a polícia militar
35:24é aquela polícia fardada
35:26que faz o patrulhamento ostensivo
35:29nas ruas,
35:31atuando mais nessa perspectiva preventiva
35:34para pegar algum bandido
35:36que esteja praticando um crime
35:38ali naquele momento.
35:39Bom, fixada essa distinção
35:43muito básica,
35:45a gente vem para a Constituição Federal,
35:47lá existe a delimitação
35:49das competências,
35:50ou seja,
35:50o que cada polícia deve ou pode fazer.
35:53Então, a polícia civil
35:54faz a investigação
35:55e a polícia militar
35:56faz o patrulhamento ostensivo.
35:59Pois bem,
36:00inclusive,
36:01isso é um tema
36:01que está sendo tratado na PEC
36:03e é um ponto de crítica
36:05muito forte nossa
36:06em relação à PEC
36:07da Segurança Pública
36:09trazer essa,
36:12mexer nessa questão
36:12de competências.
36:14Nós já temos um cenário
36:15muito conturbado,
36:17as polícias
36:18sem entender direito
36:19até onde podem ir,
36:21não invadir competência
36:22das outras polícias.
36:24Pois bem,
36:24aqui no Estado de São Paulo
36:25a gente está vivendo isso
36:26desde o início
36:28da gestão
36:29do governo Tassísio,
36:31muito por conta
36:32da política desenvolvida
36:33pela Secretaria
36:34de Segurança Pública
36:35tendo à frente
36:36o Guilherme Derrite.
36:39A gente vê
36:40a busca
36:40de realização
36:42de atividades
36:43da polícia civil
36:45dentro dessa gestão.
36:46E que atividades
36:47são essas?
36:47A lavratura
36:48do termo circunstanciado
36:49de ocorrência,
36:50que é aquele crime
36:51de menor potencial
36:52ofensivo
36:52que é feito
36:53na delegacia
36:54e que houve
36:56um projeto
36:56da Secretaria
36:57de Segurança Pública
36:58para que isso fosse
36:58feito pela Polícia Militar.
37:00Nós fomos
37:01veementemente contra,
37:03isso não prosperou,
37:05a gente acredita
37:06inclusive que isso
37:06é uma pauta fracassada
37:07porque não é
37:08do interesse
37:09da população.
37:10Se alguém pratica
37:11um crime,
37:11leva para a delegacia.
37:13O delegado de polícia
37:13analisa
37:14e vai tomar
37:16uma decisão
37:16técnico-jurídica
37:17se vai liberar
37:18aquela pessoa
37:19ou se aquela pessoa
37:20vai para a prisão.
37:21Não é a Polícia Militar
37:22que tem competência
37:24no sentido
37:24de atribuição
37:25para realizar
37:26essa atividade.
37:27Então isso
37:27a gente quer
37:28deixar muito claro.
37:30Outra questão,
37:31nós tivemos
37:32um morde
37:32da corrente
37:32de intervenção
37:33policial
37:34lá no bairro
37:34do Tatuapé
37:35em que o idoso
37:36sofreu um tiro
37:37na cabeça
37:37e infelizmente
37:38por uma ocorrência
37:39mal sucedida
37:40realizada pela Polícia Militar
37:41o idoso faleceu
37:43e essa ocorrência
37:45foi lavrada
37:45no quartel
37:46talvez ali
37:47por um afã
37:49de emoção
37:50lavraram a ocorrência
37:51no quartel
37:51e essa ocorrência
37:53dessa mal sucedida
37:56realizada pelos policiais
37:57militares
37:58deveria ser apresentada
37:59na delegacia
38:00e não foi.
38:01Então nós fomos
38:02muito incisivos
38:03também nessa questão.
38:04Portanto,
38:04eu citei aqui
38:05dois exemplos
38:06e poderia citar
38:06outros mais.
38:07Solicitação de mandados
38:08de busca e apreensão
38:10realizados pela Polícia Militar
38:11muitos deles
38:12com uma manifestação
38:13favorável
38:14do Ministério Público
38:15sem ter a compreensão
38:16de duas leis orgânicas
38:18nacionais
38:18que já estão em vigor
38:19desde o final de 2023
38:21que é a lei orgânica
38:22nacional da Polícia Civil
38:23lei orgânica nacional
38:24da Polícia Militar
38:25que estabelece muito bem
38:26essa separação
38:27de competências
38:28então isso já foi pacificado
38:30no âmbito legislativo
38:31e a gente vê
38:32buscas de espaço
38:34em algumas polícias
38:35pelo Brasil
38:36e isso é muito forte
38:38aqui no Estado de São Paulo
38:39por parte da Polícia Militar
38:40então nós fazemos
38:41essa crítica
38:42é uma crítica saudável
38:43é uma crítica
38:44do ponto de vista
38:45voltado para aquilo
38:46que é importante
38:47para a população
38:47e não para as corporações
38:49então sim
38:50há essa
38:51confusão
38:53vamos dizer assim
38:54de competências
38:55e a gente entende
38:57que se cada um
38:58realizar a sua atividade
38:59com plenitude
39:00com recursos
39:01o país funciona
39:03a segurança pública
39:04funciona
39:04e a gente não precisa
39:05estar mexendo em PEC
39:06para tratar de competências
39:08de órgãos
39:08Doutor Liviano
39:10uma vez
39:11eu estava
39:12eu tive
39:12ali na sede da PM
39:15no metrô Tiradentes
39:16aqui em São Paulo
39:18só explicar
39:19tem um
39:19ali
39:20antigamente
39:21ou tem ainda
39:22a Casa do Politécnico
39:23não sei
39:23isso foi nos anos 70
39:24que a Casa do Politécnico
39:25faz algum tempo
39:26mas na Polícia
39:27faz pouco tempo
39:28foi uns anos atrás
39:29fui lá na sede da Polícia
39:31e teve um almoço lá
39:32e tal
39:32eu conversei lá com os coronéis
39:33fiquei muito bem impressionado
39:35inclusive
39:35com a exposição
39:37que fizeram
39:38sobre a questão
39:38da Polícia Militar
39:39em São Paulo
39:41aí eu perguntei
39:41para algum dos coronéis
39:43eles eram favoráveis
39:44dois deles
39:45eu perguntei
39:46a unificação
39:48da Polícia Civil
39:48com a Polícia Militar
39:50porque em muitos países
39:51o sistema policial
39:52é diferente
39:53você tem um sistema
39:53unificado
39:54e com algumas
39:55especificidades
39:57e para minha surpresa
39:58os dois coronéis
40:00com quem eu conversei
40:01eram favoráveis
40:01a um processo
40:02de unificação
40:03claro que era um processo
40:04de médio prazo
40:05não se faz da noite
40:07para o dia
40:07eu pergunto ao senhor
40:08o senhor é favorável?
40:09eu sou favorável
40:10em tese
40:12me parece que isso
40:13se fosse possível
40:15nós construirmos
40:17o ideal
40:18no plano ideal
40:20isso seria benéfico
40:21isso traria
40:22eficiência
40:23para o trabalho
40:24da Polícia
40:25me parece que
40:26racionalmente
40:27você ter essa divisão
40:29como explicou muito bem
40:30o doutor André
40:31você tem uma Polícia
40:32que investiga
40:33outra Polícia
40:33que faz a repressão
40:34isso não é
40:35uma coisa eficiente
40:36o ideal é que nós
40:38tivéssemos
40:38um único
40:39corpo
40:40que faz o trabalho
40:41de Polícia
40:42eu como membro
40:43do Ministério Público
40:44Vila
40:45ao longo da minha carreira
40:46eu já
40:47me deparei
40:49com situações
40:50de rusgas
40:51entre policiais
40:52um fazendo
40:54provocações
40:55armadilhas
40:56brigando com outro
40:57não faz sentido
40:58nós precisamos
40:59enfrentar o crime
41:00e não ter atritos
41:02entre policial militar
41:04e policial civil
41:05não faz sentido isso
41:06e teve agora
41:06na Parisópolis
41:07não teve um incidente
41:08recente
41:09desagradável
41:10incidentes
41:12problemas
41:13é do batalhão
41:13é do distrito
41:15não faz sentido
41:16a perda
41:17no Capão Redondo
41:18a perda de energia
41:20os abusos
41:21que geram
41:22reclamações
41:22que vão parar
41:23na ouvidoria
41:24as violações
41:24aos direitos humanos
41:26e tudo isso
41:27problemas
41:28de várias naturezas
41:30casas de corrupção
41:32e tudo mais
41:32há uma série
41:33de desvios
41:34no meio
41:35do caminho
41:36que são
41:37ruins
41:38e que vão
41:39na contramão
41:40da prevalência
41:41do interesse público
41:42do ponto de vista
41:43ideal
41:44e da eficiência
41:45e como você mesmo
41:47falou
41:47em muitos
41:49países do mundo
41:50o modelo
41:51é de uma
41:52única polícia
41:54isso que ocorre
41:55no Brasil
41:56é absolutamente
41:57singular
41:57aliás
41:58muitas coisas
41:59que nós temos
42:00no Brasil
42:01são
42:01o Brasil
42:02é campeão
42:03o fundo eleitoral
42:04do Brasil
42:04é o maior
42:05do mundo
42:05a justiça
42:07militar
42:08que você tem
42:08só aqui
42:09e uma série
42:10de coisas
42:11que você tem
42:11só aqui
42:12no Brasil
42:12pois é
42:14mas
42:15e como se faz
42:16isso na prática
42:17como você mesmo
42:18salientou
42:19que os coronéis
42:20disseram
42:22médio prazo
42:23não seria algo
42:24que na prática
42:25se conseguiria
42:27fazer
42:27realizar
42:29de uma maneira
42:29facilmente
42:31seria concretizável
42:34de maneira fácil
42:35você tem
42:36uma série
42:36de questões
42:37jurídicas
42:38administrativas
42:40complicadas
42:41de carreiras
42:43de concurso
42:44na teoria
42:46é uma coisa
42:47bonita
42:49pra se pensar
42:51em termos
42:52de teoria
42:53mas na prática
42:55concreta
42:57é uma coisa
42:58dificílima
42:59de ser realizada
43:00então pra gente
43:01trocar ideias
43:02nesta mesa
43:03podemos pensar
43:04o ouvidor
43:06pode pensar
43:06o que isso poderia
43:07reduzir em demandas
43:08pode
43:09o doutor André
43:10como presidente
43:11da associação
43:12dos delegados
43:13pode projetar
43:14o que isso geraria
43:15de consequências
43:16tudo bem
43:16eu como membro
43:17do ministério público
43:18posso pensar
43:19agora
43:19mundo real
43:20seria possível
43:22no Brasil
43:23o país dos privilégios
43:24que as pessoas
43:25abririam mão
43:27dos seus privilégios
43:28em nome da prevalência
43:30do interesse público
43:31é difícil imaginar isso
43:34Vila
43:34com toda honestidade
43:36o modelo atual
43:37é muito desigual
43:38muito desigual
43:39porque
43:39você privilegia
43:41uma polícia
43:41em detrimento da outra
43:42então a gente vê
43:44a polícia militar
43:44super estruturada
43:46especialmente em São Paulo
43:48tem um secretário
43:48que vem da polícia militar
43:50e uma polícia civil
43:51deixada de lado
43:52abandonada
43:52a polícia civil
43:54hoje tem um déficit
43:54de recursos humanos
43:56na casa de mais de 40%
43:58e se a gente tem
44:00uma polícia só
44:01a gente poderia
44:02a partir do momento
44:04que o cidadão
44:05passou no concurso público
44:06lá dentro
44:07da polícia
44:08ele escolhe
44:08se ele vai ser
44:09polícia ostensiva
44:10se ele vai ser
44:11polícia investigativa
44:12polícia judiciária
44:13lá dentro
44:15ele também
44:16vai ter as oportunidades
44:18para poder
44:19alcançar
44:20os espaços
44:21na carreira
44:22que para ele
44:22seja relevante
44:24ou não seja relevante
44:24a partir dos concursos
44:26internos
44:26das formações
44:27dos cursos
44:28das capacitações
44:29que vai fazendo ele evoluir
44:31o secretário de segurança
44:33pública de São Paulo
44:34Guilherme de Ritch
44:35ele é um dos que
44:36defende que quem nunca
44:37sentou numa viatura
44:39não deve
44:40não deve opinar
44:41em política de segurança
44:42pública
44:43se essa máxima
44:44raciocina comigo
44:45professor Vila
44:46se essa máxima dele
44:48dá certo
44:49se é isso mesmo
44:50que tem que acontecer
44:51como que um tenente
44:53que é formado
44:54na academia
44:54do Barro Branco
44:55que acabou de sair
44:57do Barro Branco
44:57vai poder chefiar
44:58um sargento
44:59que tem 20 anos
44:59de polícia
45:00não tem sentido
45:02
45:03então
45:03eu penso que
45:05inclusive o modelo
45:05militarizado
45:06é um modelo
45:06que a gente
45:07precisa repensar
45:08porque esse modelo
45:09militarizado
45:10também
45:10faz com que a gente
45:11tenha essas distorções
45:13
45:13você tem
45:15duas portas
45:15de entrada
45:16para a polícia
45:17o modelo
45:19ele é
45:20a base dele
45:22ele é basilarmente
45:24hierarquia
45:26
45:27e faz com que a gente
45:28tenha essas distorções
45:29um jovem de 20 anos
45:31que entrou com 17 anos
45:32na academia
45:33do Barro Branco
45:34ele sai de lá
45:35com um mês
45:35e ele está comandando
45:37um sargento
45:38que tem 29 anos
45:38de polícia
45:39
45:40são distorções
45:41sem qualquer experiência
45:43de rua
45:43sem qualquer experiência
45:44operacional
45:45e assim sucessivamente
45:46então eu penso que
45:47e isso também gera
45:49outros conflitos
45:50
45:50porque o militarismo
45:51como a base dele
45:52e a hierarquia
45:53ele leva também
45:55a distorções
45:56mais graves
45:56como
45:57violência
46:00como assédio moral
46:02assédio sexual
46:03outros tipos
46:05de violações
46:05até mesmo torturas
46:07a gente recebeu relatos
46:08muitos relatos
46:09de torturas
46:10psicológicas
46:10físicas
46:11que ocorrem
46:12dentro desses ambientes
46:13e que a população
46:14sequer tem acesso
46:15porque também
46:16lá na lei
46:18de diretrizes e bases
46:19quando se chega
46:20na educação militar
46:21ele remete
46:22a uma lei específica
46:23do militar
46:24quer dizer o que?
46:26que o MEC
46:26a CAPES
46:27ou qualquer outro
46:29órgão
46:30de fiscalização
46:31da formação
46:32educacional
46:33não pode fiscalizar
46:34a formação
46:35que está sendo dada
46:36no ambiente militar
46:37eu não sabia disso
46:39eu
46:39eu fiquei 30 anos
46:41o Claudinho
46:42tocou num ponto
46:43que eu acho que merece
46:44essa reflexão
46:45muito importante
46:46quando você escolhe
46:47alguém oriundo
46:48da polícia militar
46:50pra cuidar
46:50da segurança pública
46:51dá a impressão
46:53você passa a mensagem
46:54parece um menoscabo
46:56pela polícia civil
46:57isso é uma questão
46:59complicada
47:00parece que
47:01você está privilegiando
47:02a polícia militar
47:03em detrimento
47:04da polícia civil
47:05então o perfil
47:06do secretário
47:07de segurança
47:07pública
47:08isso precisa ser
47:09muito bem pensado
47:10porque é uma força
47:12que congrega
47:13muitas pessoas
47:14muitos seres humanos
47:16precisa pensar
47:17muito bem
47:18qual é a pessoa
47:18que você vai colocar
47:19ali
47:20lembra aquele episódio
47:21do indivíduo
47:23que o policial militar
47:24falou
47:25você
47:26você se atira
47:27ou eu te jogo
47:28nós tivemos
47:30aquele episódio
47:30e o que aconteceu
47:32depois daquilo ali
47:35sabe
47:35então são episódios
47:37grotescos
47:38de violência
47:39e o secretário
47:40de segurança
47:40continua
47:41no cargo
47:42o comandante
47:44da polícia militar
47:44continua comandando
47:46depois dessas atrocidades
47:48acontecerem
47:49você pula
47:50ou eu te jogo
47:51sabe
47:53e o secretário
47:55de segurança
47:55é oriundo
47:56da polícia militar
47:57como ele bem colocou
47:59eu acho que tem que pensar
48:00muito bem
48:01quem vai ser
48:02o secretário de segurança
48:03porque
48:04esta é uma leitura
48:05relevante
48:06alguém que tenha
48:07esta respeitabilidade
48:09por exemplo
48:10um magistrado
48:11um cientista
48:13como Luiz Eduardo Soares
48:14que é um homem
48:15que entende
48:15segurança pública
48:16não estou dizendo
48:17esta pessoa
48:18mas esse perfil
48:20perfeito
48:20só lembrar
48:21quem nos acompanha
48:22como nós vivemos
48:25um momento
48:25meio estranho
48:26da história brasileira
48:27qualquer representante
48:31da PM
48:32o próprio secretário
48:33de segurança
48:34já é nosso
48:34pré-convidado
48:35para um outro encontro
48:37do Visão Crítica
48:38para também
48:38apresentar a sua leitura
48:40a sua visão
48:41as suas realizações
48:42é que nós vamos sempre
48:43fazer as nossas discussões
48:45com os nossos convidados
48:46de absoluto improviso
48:47e com ampla liberdade
48:49de fala
48:49só para deixar bem registrado
48:52e o papel do Visão Crítica
48:53não é nunca lacrar
48:54mas é a reflexão
48:56por exemplo
48:56quando o Claudinho
48:57eu imaginei que na Academia
48:58do Barro Branco
48:59que eu sei onde fica
49:00na Zona Norte
49:01Avenida Loga Fria
49:02com a Nova Cantareira
49:03eu conheço bem a Zona Norte
49:04e lá estive inclusive
49:06falando duas vezes
49:07na Academia
49:08que seguisse as regras
49:09eu fiquei 30 anos
49:11na Universidade Pública
49:12do MEC
49:14da CAP
49:14do CNPQ
49:15não imaginei
49:16que tivesse
49:17essa autonomia
49:19entre aspas
49:20que você destacou
49:21eu queria colocar
49:22ao doutor André
49:24aproveitando
49:25porque daqui a pouco
49:25caminhamos para o final
49:26do nosso encontro de hoje
49:28e é uma questão
49:29certamente muito importante
49:31a quem nos acompanha
49:32é justamente essa questão
49:33da estrutura
49:34da polícia civil
49:37Claudinho lembrou
49:38e eu queria que depois
49:39o senhor
49:40há uma carência
49:41há uma ausência
49:42muito grande
49:43no número de funcionários
49:44só aqueles que se aposentam
49:45etc
49:45essas vagas
49:47não são preenchidas
49:47a questão dos prédios
49:50a questão
49:51o próprio doutor
49:52Liviano lembrou
49:52a questão da inteligência
49:54só é possível fazer
49:55o trabalho de inteligência
49:56só lembrar quem nos acompanha
49:57é o trabalho
49:58de investigação científica
49:59é aquilo que se assiste
50:00nas seriadas americanas
50:03que você acompanha
50:04é isso
50:04só que para fazer isso
50:05precisa ter gente treinada
50:06custa dinheiro e tempo
50:08e muitas vezes
50:09treinamento fora do país
50:10que você adquire
50:11quais são as suas condições
50:13quer dizer
50:13nisso
50:14de prevenção
50:15antes do fato em si acontecer
50:17a polícia civil
50:18quais instrumentos ela tem
50:19e quais as dificuldades atuais
50:21voltando um pouco
50:24só para aquele debate
50:25em relação à polícia militar
50:26em relação ao perfil
50:27do secretário de segurança pública
50:29a gente entende que
50:30todas as forças
50:32são importantíssimas
50:33a polícia militar
50:34faz um trabalho belíssimo
50:36é uma instituição muito forte
50:37eu fui policial militar
50:38tenho um grande orgulho
50:40de ter sido soldado
50:41da polícia militar
50:41e a gente precisa entender
50:44qual é a necessidade
50:46da população
50:46e qual é a ferramenta
50:48que a gente vai entregar
50:49para a população
50:49para resolver o problema
50:50então
50:51nós tivemos esse período
50:53do secretário de segurança pública
50:54que é oriundo
50:55da polícia militar
50:56fez o trabalho
50:57a sua maneira
50:58com alguns resultados
51:00com algumas deficiências
51:02com críticas
51:03que são naturais
51:03que a gente tem que fazer
51:04mas eu acredito
51:05que o final desse governo
51:07tacísio
51:08a gente pode ter
51:10um perfil sim
51:11de um delegado de polícia
51:12assumindo a secretaria
51:14de segurança pública
51:14justamente para que a gente
51:15tenha essa visão
51:17de polícia judiciária
51:18de polícia investigativa
51:20tendo uma chance
51:21de mostrar
51:22o seu trabalho
51:24e entregar resultados
51:25e que resultados
51:26são esses
51:26e que dificuldades
51:28nós temos
51:28dentro da polícia civil
51:29o resultado
51:30é o resultado
51:31de prender o criminoso
51:32de realizar operações
51:34sem disparar um tiro
51:35é o trabalho
51:36de colocar o criminoso
51:39na cadeia
51:39para ele passar mais tempo
51:41por força de um inquérito
51:42policial
51:43ou seja
51:43para angariar provas
51:45que deixa aquele criminoso
51:46mais tempo na cadeia
51:47porque uma coisa é certa
51:49criminoso na cadeia
51:50não pratica crime
51:52pelo menos o crime de rua
51:53a gente sabe as dificuldades
51:55também dos presídios
51:56enfim
51:57que criminosos continuam
51:58mandando de dentro
51:59dos presídios
52:00mas isso é
52:00uma outra perspectiva
52:02esse crime comum
52:03que acontece na rua
52:04pode ser diminuído
52:06com o criminoso
52:06passando mais tempo
52:07nas ruas
52:08diga-se de passagem
52:09é a reincidência
52:10então
52:11a partir do momento
52:12que esse indivíduo
52:13pratica o primeiro crime
52:14se foi investigado
52:16aquele crime
52:17e aquele criminoso
52:19for colocado
52:20atrás das grades
52:21a gente evita
52:22aquele segundo crime
52:23e aquela reincidência
52:24pois bem
52:24esse é o trabalho
52:26da polícia civil
52:27e nós não temos
52:28de fato as estruturas
52:29nós temos um déficit
52:31na polícia civil
52:31de um terço do efetivo
52:33temos 27 mil
52:34policiais civis
52:35no estado de São Paulo
52:36faltam 15 mil
52:39policiais civis
52:39no estado de São Paulo
52:40faltam 800 delegados
52:43faltam 2 mil
52:46e 500 escrivães
52:48de polícia
52:49e 2.700 investigadores
52:51de polícia
52:51como é que a gente
52:52vai entregar
52:53para a população
52:54grandes resultados
52:55então
52:56a gente
52:57visualiza
52:58essa necessidade
52:59de um olhar
52:59para a polícia
53:00investigativa
53:01e é óbvio
53:02mantendo
53:03e melhorando
53:04a polícia militar
53:05mas de repente
53:06buscar fazer as coisas
53:07de uma maneira diferente
53:08porque nós temos
53:09aquela máxima
53:10fazer as coisas
53:11do mesmo jeito
53:12e esperar resultados
53:13diferentes
53:13não vai acontecer
53:15portanto
53:16está na hora
53:17do país
53:18está na hora
53:18do estado de São Paulo
53:19fazer diferente
53:20ter um olhar
53:21para a polícia
53:21investigativa
53:22para que a gente
53:23tenha inquéritos
53:24policiais bem feitos
53:25criminosos
53:26com provas
53:27robustas
53:28para que o ministério
53:29público faça
53:30uma denúncia
53:31com segurança
53:31e que
53:32aquele criminoso
53:34vá ser condenado
53:35pelo poder judiciário
53:36e passe
53:36um bom tempo
53:38na cadeia
53:38assim a gente
53:39pode entregar
53:40a segurança pública
53:41que a população
53:41precisa
53:42eu sei
53:43nós faltam
53:44dois minutos
53:46então uma questão
53:46que eu já tinha colocado
53:48o doutor Liviano
53:48coloco rapidamente
53:49o doutor André
53:51e depois
53:51ao Claudinho
53:52é a favor
53:54da fusão
53:55polícia civil
53:56polícia militar
53:57o senhor?
53:58debate longo
53:59debate difícil
54:00o que nós
54:05estamos tendo
54:06e eu não vou ter
54:08uma resposta assertiva
54:09para isso
54:09mas o que nós
54:10estamos tendo
54:11é o movimento
54:11contrário
54:12você vê
54:13a ideia
54:14de se criarem
54:15várias polícias
54:15nós temos
54:16na Constituição Federal
54:17no 144
54:18a Polícia Federal
54:20a Polícia Civil
54:21a Polícia Militar
54:22a Polícia Ferroviária Federal
54:23que nem existe mais
54:24ela não foi sendo
54:26reposta
54:26efetiva
54:27temos os corpos
54:28de bombeiros
54:29agora já temos
54:30as Polícias Penais
54:31agora vamos ter
54:32as Polícias Municipais
54:34a princípio
54:35que é o que está
54:36proposto
54:36na iniciativa
54:38da PEC
54:39que são as guardas
54:40municipais
54:41as GCMs
54:41nos municípios
54:42e nós temos
54:44outras ideias
54:46surgindo aí
54:46para se criarem
54:47mais polícias
54:48portanto
54:49nós estamos
54:50numa tendência
54:51diferente
54:52de unificação
54:53é de fragmentação
54:54e que cada um
54:55tem a sua própria polícia
54:56Claudinho
54:57em 30 segundos
54:58eu sei que 30 segundos
54:59você responde
55:00sim ou não
55:02o que você acha?
55:03sou extremamente favorável
55:04inclusive porque avalio
55:06que boa parte
55:07das ascendências criminais
55:08que existem no Brasil
55:09por conta de que
55:10cada estado tem seu sistema
55:11cada polícia tem seu sistema
55:13e isso não
55:14otimiza o trabalho policial
55:16nem o trabalho de prevenção
55:18à criminalidade
55:19vocês que nos acompanham
55:21sabem a importância
55:22dessa discussão
55:23nós já fizemos
55:24na semana anterior
55:25faremos em outros encontros
55:27
55:27da importância
55:28da discussão séria
55:29de segurança pública
55:30não uso panfletário
55:32para a campanha eleitoral
55:33que dá voto
55:34quantos não estão aí
55:36nas câmaras municipais
55:37assembleias relativas
55:38no congresso nacional
55:40
55:40e o interessante
55:43é que muitas vezes
55:43as comissões de segurança
55:45tanto da câmara municipal
55:46da câmara federal
55:48das assembleias situais
55:49não funcionam né
55:50e muitas vezes
55:51com representantes
55:53oriundos da segurança
55:54da polícia
55:54e tem uma discussão séria
55:56não panfletária
55:56para querer lacrar
55:58e aparecer na internet
55:59não
56:00mas para propor mudança
56:01na sua vida
56:02na minha vida
56:02na nossa vida
56:03esse é um tema central
56:05e lembre-se que o ano que vem
56:06tem a eleição
56:06pergunte também
56:08ao seu candidato
56:09o que ele acha
56:09sobre isso
56:10sobre segurança pública
56:11nos encontramos amanhã
56:13agradeço a todos os convidados
56:14nesse mesmo horário
56:15às 22 horas
56:16até
56:17Opinião dos nossos comentaristas
56:21não reflete necessariamente
56:23a opinião do grupo
56:24Jovem Pan de comunicação
56:26Realização Jovem Pan
56:31Chegou o Jeep Power
56:34Garanta seu Jeep Renegade
56:36Altitude 2026
56:37com condição exclusiva
56:39de 142.990
56:41por cento
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