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Com mediação de Marco Antonio Villa, Visão Crítica promove uma análise aprofundada dos principais acontecimentos do dia. A cada edição, convidados com diferentes perspectivas se reúnem para debater os fatos mais relevantes do cenário político, econômico e social do Brasil e do mundo.

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Transcrição
00:00em Manaus. Conflitos e guerras
00:03fazem parte da história da
00:05humanidade. Desde a antiguidade
00:07até hoje, fronteiras, impérios
00:10e relações entre nações ficam
00:12marcados pelo legado de
00:14violência, força bélica e
00:16sobretudo, mudanças políticas
00:18e sociais. Guerra de Troia, as
00:21cruzadas, guerra dos cem anos,
00:23guerras napoleônicas, primeira e
00:26segunda guerra mundial e tantas
00:28outras registradas nos livros
00:30evidenciam a força e as
00:32fragilidades de povos ao longo das
00:34eras. Apesar do sofrimento e das
00:37mortes, as guerras impulsionaram
00:40avanços científicos e tecnológicos
00:42em diversas áreas, levantando
00:44também questões sobre limites
00:47éticos das inúmeras estratégias
00:50para fins destrutivos ou prevenção
00:52de conflitos. O visão crítica
00:55desta noite debate a ciência da
00:57guerra e a importância das táticas,
01:00tecnologias e práticas militares
01:03para defesa e segurança de cada
01:04país. E de que maneira
01:06acontecimentos recentes como o
01:09conflito Israel-Irã podem trazer
01:11custos humanos e sociais para a
01:15comunidade internacional.
01:25Visão crítica. Olá, estamos
01:30começando mais uma edição do
01:32visão crítica, hoje discutindo a
01:34ciência da guerra e o conflito
01:36Israel-Irã. Temos entre os
01:38convidados, aqui no estúdio, o
01:40professor Marco Túlio do Obo Freitas,
01:43professor e doutor em ciências
01:45militares pela Escola de Comando
01:47de Estado Maior do Exército, remoto
01:49o coronel Paulo Filho, mestre em
01:53ciências militares e o major
01:56Frederico Salões, oficial de
01:58operações do Comando Militar do Sul
02:00e especialista de guerra irregular.
02:03Agradeço aos nossos convidados e já
02:06vamos direto ao nosso tema, começando
02:08pelo professor Marco Túlio. Professor,
02:10pelo que nós estamos acompanhando
02:12nesses primeiros dias do conflito
02:15Israel-Irã, é possível dizer que
02:19temos uma nova forma de guerra? E
02:21porque eu estou perguntando isso
02:22rapidamente para o senhor. Bem,
02:24aquela região tem no mínimo dois
02:26mil e quinhentos anos de guerra, no
02:28mínimo. As guerras do passado não
02:32tão distante, o número de mortos
02:34era muito alto nos combates, agora
02:36pelo uso da infantaria, que no
02:38momento, salvo engano, não foi
02:40utilizado. Portanto, o número de
02:41mortos é muito baixo, apesar que,
02:43claro, não é, não estou fazendo aqui
02:45uma diminuição da tragédia humana,
02:48mas é um número muito baixo comparado
02:50a outros conflitos. Eu pergunto
02:51para o senhor, o que nós estamos
02:53assistindo é uma tendência de uma
02:54nova forma de guerra? Olha, eu acho
02:57que, em relação ao Irã e Israel, o que
03:04temos são tradições que estão, de
03:07certa forma, se testando agora. Israel,
03:12desde 66, incorporou a sua força aérea,
03:17deu uma dimensão à sua força aérea, como
03:20se fosse a principal arma que Israel tem. É
03:25aquela que faz toda a diferença no seu, na
03:28sua característica de suas horas. É
03:31aquela que vai receber os melhores
03:32recursos, os melhores, a melhor mão de
03:36obra, mão de obra especializada vai
03:39direto para ela. Então, observamos que,
03:42desde essa época, desde a Guerra dos Seis
03:45dias para cá, ela tem tido um destaque na
03:49guerra. A questão se pode ocorrer
03:54operações terrestres ou não, uma coisa
03:57realmente atrapalha. É porque os dois
03:59países não fazem fronteira. Então, não
04:03há como o exército israelense sair de
04:07onde está e atravessar o território
04:09iraquiano, que o Iraque não, com
04:12certeza, não irá dar um salvo conduto
04:14para o exército israelense passar e
04:17atacar o Irã. Observando esse
04:21contexto, o Irã pensou assim, tá, se o
04:24Israel criou a sua força aérea, está
04:27dando destaque à sua força aérea, eu
04:29vou dar um destaque àquilo que eu posso
04:31fazer. E aquilo que eu posso fazer é
04:33criar e consolidar um programa
04:36mercilístico forte, capaz de causar
04:40danos à população, à população, ao Estado
04:46israelense. Então, é isso que estamos
04:49vendo nesse conflito. Ou seja, respondendo
04:53ao senhor, são duas tradições, não há
04:58novidade alguma diante desse quadro. Você tem
05:02dois protocolos, duas tendências muito
05:05fortes, já distantes, são dois projetos
05:10que levaram tempo. Lembre-se que o projeto
05:14de mercilístico iraniano, ele desde a
05:17revolução está em gestação, então você
05:19tem dois cenários que foram bem montados
05:24para essa fase final, para esse Davi e
05:27Golias final, seja quem for Davi, seja
05:30quem for Golias. Mas é isso que está se
05:34colocando. Por favor, coronel Paulo
05:38Filho, para o senhor, nós estamos
05:40vivendo, nesse momento, no conflito
05:42Irã-Israel, uma nova forma de guerra?
05:47Não, professor, não acredito não. O que
05:50acontece é que, como o senhor sabe, toda
05:52toda guerra é feita por um Estado para
05:56se atingir um objetivo político. Então, os
05:58políticos decidem o que querem e aí eles
06:02estabelecem um objetivo. Bom, por exemplo,
06:04o presidente Putin, quando invadiu a Rússia, o
06:07objetivo inicial dele era retirar o governo
06:11do presidente Zelensky, conquistar as
06:13províncias de Lugansk, Donetsk,
06:15que é ações da Porígia. Então, estabelece
06:17uma série de objetivos e os militares
06:19transformam aqueles objetivos políticos em
06:22objetivos militares. O primeiro-ministro
06:26Netanyahu deixou claro que o seu objetivo
06:29nessa campanha, né, pra essa campanha
06:32militar, o objetivo político é impedir que o
06:34Irã venha ter a bomba nuclear. É... pra atingir esse
06:41objetivo político, Israel acredita que uma
06:44campanha aérea estratégica com bombardeiros,
06:46bombardeios aéreos, da forma como eles estão
06:50fazendo sobre as instalações nucleares do
06:54Irã, são suficientes pra, se não destruir
06:58completamente, pelo menos atrasar bastante o
07:01programa nuclear. Além disso, os israelenses
07:04contam com uma provável entrada dos Estados
07:09Unidos na guerra pra utilizarem bombas
07:11específicas de profundidade pra atingirem as
07:15instalações nucleares que estão enterradas nas
07:17profundezas das montanhas iranianas. Então, pra
07:22alcançar esse objetivo político, essa
07:25estratégia de utilizar a força aérea fazendo
07:28bombardeios estratégicos, bombardeios
07:30estratégicos sobre alvos específicos, ela pode
07:34sim ser eficiente. Agora, se o objetivo fosse
07:37conquistar o país, se o objetivo exigisse a
07:41presença de tropas, não haveria outra maneira
07:43a não ser uma invasão terrestre. Que, como o
07:46professor lembrou, é muito difícil, tendo em
07:49vista que Israel e o Irã estão separados aí por
07:52mais de 1.500 quilômetros, há três países
07:54interpostos, nós temos a Jordânia, a Síria e
07:58Israel entre, a Síria e o Iraque, entre Israel
08:02e o Irã, então é uma impossibilidade física de
08:06contato entre as fronteiras. Mas eu não acho que
08:08seja uma nova maneira de guerra não, professor, é
08:10uma maneira que está à disposição dos estados há
08:14muito tempo. Mas eu concordo que é uma maneira
08:16incomum, é o mais comum e a gente vê o atrito, é a
08:20guerra de alta intensidade, são as massas de
08:22exércitos se enfrentando, como aliás nós temos visto
08:25já há mais de três anos entre a Rússia e a Ucrânia e
08:30em outras diversas áreas do mundo, infelizmente,
08:32atualmente. É, o major Frederico Salões, na opinião do
08:36senhor, nessa mesma questão, é, nós estamos vivendo uma nova
08:40forma de guerra? Boa noite, professor Marcos Antônio
08:44Vila, boa noite, coronel Paulo Filho, boa noite, professor
08:46Marcos Túlio, boa noite a toda a nossa audiência, é,
08:50corroborando com o coronel Paulo Filho e com o professor
08:53Marcos Túlio, de fato, eu não vejo uma nova forma de guerrear,
08:58é, a natureza da guerra, podemos entender assim, que ela é
09:01imutável, como o próprio Klaus Evitz fala, que a guerra é um
09:05ato político, mas, antes de mais nada, a guerra é um fenômeno
09:09social, então, as duas sociedades, a sociedade iraniana e a
09:13israelense, elas já se encontram em conflito há longo tempo e
09:19encontraram dentro do uso, digamos, habilidoso dos princípios de
09:24guerra, essa forma incomum que o coronel Paulo Filho abordou
09:28agora, de procurar atingir seus objetivos militares e objetivos
09:33esses vinculados aos seus objetivos políticos, né, a gente não pode
09:36esquecer que, antes desse ataque preemptivo, né, como o Israel assim
09:41chamou, é, Israel, o Irã aplicava uma série de próxis para
09:47degradar o Estado de Israel, que também não é algo incomum e é
09:54próprio daquela, daquela região entre, que é a presença de
09:59conflito entre esses dois países.
10:02Perguntaria ao professor Marco Túlio, né, é, no final do século
10:07passado, teve um pesquisador americano que falava em fim da
10:10história, doce ilusão, né, o que aconteceu de lá pra cá, é, foi
10:15muita coisa, muitos se imaginavam que após a, a, o fim da
10:19Guerra Fria, né, a queda do Muro de Berlim, o fim da União Soviética, no
10:23Natal de mil novecentos noventa e um, é, a história, é, seguiria um
10:28o caminho, um caminho mais relativo e mais tranquilo, não é o que nós
10:31vimos de lá pra cá, pelo contrário. Então, a seguinte questão, eu sei
10:36que é, nós estamos no calor dos acontecimentos e é difícil a
10:39gente, nesse momento, é, afirmar pereitoriamente, mas, é, não
10:44causa estranheza, primeiro, eu queria, primeiro, colocar essa
10:46questão pra, posteriori, na roda, colocar um outro ponto. Não
10:50causa estranhando a omissão do Egito, nesse momento, afinal, o Egito é um
10:54país extremamente poderoso, o mais populoso ali da região, ele é um
10:59país que tem um, um fortíssimo poder militar, teve envolvimento direto
11:02nas guerras, é, com Israel, mas, ao menos pelo que eu sei, é, se eu
11:07tiver equivocado, o senhor me corrija, professor, ah, o Egito não tem se
11:11manifestado, ao menos em termos militares, ah, sobre qual é, do
11:16envolvimento direto. Por quê? Ele é omisso? Tem razões pra isso?
11:21Ele, em primeiro lugar, ele não, não me causa estranheza essa ausência de uma
11:28posição firme do Egito, porque, tendo em vista o processo de normalização
11:34residual do fim da guerra do Yom Kippur, o Egito, de certa maneira, tem se
11:41colocado como interlocutor prime entre Israel e seus adversários. E, nesse
11:49momento, em relação ao Irã, você tem um alinhamento quase planetário, em
11:55relação, é, tudo contra o Irã, tá certo? Esse alinhamento planetário conquistado em
12:03torno dos acordos de Abraão, que são os acordos que visa a normalização de alguns
12:10estados do Golfo com Israel e alguns, uma relação mais robusta entre Israel e
12:18alguns estados moderados. Esses estados moderados, junto com o Egito, eles percebem
12:25que, diante da ameaça representada pelo programa nuclear iraniano e uma possível mudança de status quo
12:37que isso poderá alavancar, eles, de certa maneira, estão concordando com Israel, falando
12:45que, olha, realmente, o programa nuclear iraniano é a grande dor de cabeça regional. Por isso que não me causa estranheiras a ausência do Egito.
12:56Perfeito. Coronel Moro Filho, a mesma questão. E o Egito? Onde está, coronel?
13:04Eu concordo com a posição do professor Marco Túlio, né? A possibilidade iminente, né, segundo a própria, próprio relatório da Agência Internacional de Energia Atômica,
13:15da última quinta-feira, que acusou formalmente o Irã de não respeitar os ditames do Tratado de Não Proliferação Nuclear,
13:25as quantidades, já mais de 400 quilos de urânio enriquecida a 60%, essa quantidade de urânio se enriquecida a 90%,
13:34seria a necessária para a fabricação de nove bombas nucleares, né?
13:39O advento do Irã como uma potência nuclear teria um enorme papel desestabilizador no Oriente Médio, né?
13:46O próprio príncipe, Mohamed Bin Salman, da Arábia Saudita, declarou que se o Irã tivesse a bomba,
13:55a Arábia Saudita teria que ter a bomba.
13:57A Arábia Saudita e Irã tendo a bomba, certamente a Turquia buscaria a bomba.
14:02A Turquia buscando a bomba, seu inimigo, a Grécia, também buscaria a bomba.
14:07Então nós teríamos uma enorme proliferação nuclear, que não é de interesse dos estados daquela região lá do Oriente Médio.
14:15Embora o regime iraniano sempre tenha negado oficialmente, existe inclusive uma fátua, né?
14:21Uma lei religiosa emitida pelo Ayatollah Khamenei, dizendo que nunca buscarão ter a bomba.
14:28O fato é que as evidências indicavam exatamente o contrário.
14:31Então, embora exista uma pressão sobre os governos islâmicos, sobre os governos árabes,
14:41embora a chamada Rua Árabe se manifeste a favor dos palestinos, a favor dos islâmicos, contra os israelenses,
14:50então os governos não podem se colocar ao lado de Israel, é impossível para o governo islâmico ou árabe e islâmico
14:58se colocar a favor do Israel.
15:02No íntimo, eu não acredito que esses governos quisessem, né, que o governo chiíto e iraniano
15:08chegasse até o resultado de ter uma bomba nuclear.
15:12Talvez isso, concordando com o professor Túlio, talvez isso explique o silêncio egípcio.
15:18Major, para o senhor, não causa estranheza, tendo em vista a importância militar que o Egito tem
15:27e o papel de liderança político exercido na região, especialmente do presidente Nasser,
15:33que o nasserismo se espalhou pelo mundo árabe em certo momento, identificado com o nacionalismo árabe, né,
15:42a tentativa frustrada de união com a Síria, depois com a Líbia,
15:47mas a questão do nasserismo muito presente.
15:49E esse silêncio do Egito, como é que o senhor avalia?
15:53De fato, professor, esse silêncio pela tradição histórica do Egito
15:58e pelo envolvimento histórico do Egito com Israel em termos de batalhas
16:03causaria uma estranheza inicial, mas como o Cronel Paulo Filho falou,
16:09e ele foi muito feliz quando ele fez a ligação da aquisição de uma bomba nuclear,
16:15de um artefato nuclear pelo Irã, a necessidade da Arábia Saudita também ter,
16:20naturalmente a Turquia teria, a Grécia entraria nessa disputa e ocorreria um desequilíbrio na região.
16:27E o Egito, ele vem se recuperando na última década de uma série de transtornos internos
16:35que poderia, de alguma forma, uma postura, uma posição adotada totalmente para o Israel,
16:41totalmente para o Irã, potencializar desequilíbrios internos.
16:46Além disso, tem o próprio fato que o Irã, apesar da comoção árabe que existe
16:55nas tensões com o Estado de Israel, o Irã não é árabe, o Irã é persa.
17:00Exato.
17:01Então, a rivalidade, a disputa étnica no Oriente Médio, que a gente pode falar hoje
17:07em termos de protagonismo de liderança entre a Arábia Saudita, sunita e o Irã chiíta,
17:14de alguma forma, isso também faz com que outros países, outros estados ali na região do Oriente Médio
17:21ponderem seu posicionamento geopolítico.
17:26É, bem lembrado pelo Major, e vamos destacar quem nos acompanha,
17:30que o Irã é persa, não é árabe.
17:34Inclusive, o maior país muçulmano não é árabe nem os persas, é a Indonésia, em termos de população.
17:41E lembrar, veja as ironias da história, quem liberta os judeus do cativeiro da Babilônia
17:46é o Ciro da Pérsia, quando os judeus retornam à Palestina e tem a edificação lá do Templo de Jerusalém.
17:54Só para recordar a você que nos acompanha que essas questões não são dessa década,
17:59nem da década anterior, nem do século anterior.
18:02São questões milenares, extremamente complexas.
18:05É que elas se apresentam de forma diferente, ora em termos de expansão territorial,
18:09ora a questão religiosa, ora a questão do imperialismo moderno, quer dizer, mais recente.
18:14Então, são questões bastante complexas.
18:17E que aqui no Visão Crítica a gente tem esse objetivo de tentar estudar com mais cuidado essas questões.
18:23Eu coloco ao professor Marco Túlio que algumas pessoas, alguns pesquisadores, professor,
18:30falam o seguinte, a intervenção ocidental no norte da África ou no Oriente Médio não resolve os problemas, agrava.
18:38Por exemplo, vide com a Primavera Árabe e as consequências da Primavera Árabe que começou na Tunísia,
18:46na Líbia caiu a ditadura Kadhafi, na prática não tem governo central até hoje.
18:51No caso do Iraque, idem, ninguém pode dizer que tem um governo central.
18:56Mais recentemente na Síria, também ninguém pode dizer que há um governo central efetivo que controle todo o território.
19:04A grande questão é a seguinte, não é uma intervenção ocidental nos assuntos internos iranianos a ação do governo de Israel?
19:12Estou pondo essa uma questão polêmica, perguntando, eu digo a quem nos acompanha,
19:16que como as pessoas ficam, têm uma visão muito primária, acham que há uma afirmação positiva e concordância minha.
19:23Não, eu estou colocando a questão a quem nos acompanha.
19:26Não, Israel não seria, grosso modo, numa linguagem até panfletária, um instrumento do ocidente
19:32e tendo uma intervenção em assuntos internos iranianos?
19:36Quem fala isso não deve se interessar minimamente pela política de defesa israelense.
19:45Por quê? Porque, como se vê registrado há algum tempo, Israel, quando consolidou o seu plano nacional de defesa,
20:01quando consolidou lá a sua perspectiva de defesa do seu estado, através do Ben Gurion e depois com Begin,
20:08eles elencaram o seguinte, que qualquer programa de entrega, ou seja, mercilístico,
20:19e programa de armas de destruição em massa, química, biológica, nuclear,
20:26qualquer programa, qualquer programa de qualquer estado adversário regional,
20:31seria tratado como uma ameaça existencial, que eles chamam de Gitarron Shotev,
20:40como uma ameaça existencial ao estado israelense.
20:46Ou seja, um programa de arma de destruição em massa, ele passa pela perspectiva de que seja usado contra o estado israelense.
20:59E é por isso que temos a ida do Mossad para Otto Skorzen, famoso espião nazista,
21:08para destruir os cientistas alemães que estavam ajudando o Egito a construir o seu programa mercilístico.
21:18Depois você tem a Operação Ópera, em relação ao programa de enriquecimento do Iraque.
21:26Você tem a questão da Síria, você tem uma operação militar para acabar com as armas químicas da Síria.
21:32Então, Israel sempre vem fazendo isso.
21:35Eu falo o seguinte, quem acha que Israel é um instrumento do Ocidente devia dar os créditos ao estado israelense.
21:51Por quê?
21:52Porque ele está indo agora para o Irã pela falta de um acordo entre um ocidental e o Irã, que são os Estados Unidos.
22:02Os Estados Unidos erraram muito em relação a um possível acordo em relação ao programa nuclear iraniano.
22:14Essa falha custou o seguinte.
22:19Tel Aviv olhou na quinta-feira, como o coronel bem pontuou,
22:26olhou na quinta-feira o boletim da AIA e disseram,
22:29esse é o toque de clarim para a gente ir à guerra.
22:33Foi isso que aconteceu.
22:36Coronel, é a mesma questão que eu passo ao senhor sobre a intervenção ocidental na região.
22:42E agregaria uma fala recente nesta semana do chanceler da Alemanha,
22:48dizendo o seguinte, Israel está fazendo para nós o trabalho sujo.
22:53Quais são as suas considerações?
22:54O professor falou em toque de clarim e eu, como cavalareano, já fiquei animado, viu, professor Vila?
23:02Eu sabia, eu sabia.
23:05Eu concordo que a saída dos Estados Unidos do Joint Comprehensive Plan of Action,
23:13o JCPOA, em 2018, o famoso acordo nuclear,
23:17foi um passo em falso dado pelos Estados Unidos,
23:21que ensejou toda essa aceleração do programa nuclear iraniano.
23:27Então aquilo ali é o evento que deve ser mais lamentado por quem lamenta a atual confusão entre Israel e Irã,
23:37o conflito entre Israel e Irã.
23:39Eu também acho, professor Vila, que houve demasiadas intervenções,
23:45especialmente dos Estados Unidos no Oriente Médio,
23:48intervenções que não alcançaram os seus objetivos políticos, né?
23:53A partir do 11 de setembro, de toda a guerra ao terror dos Estados Unidos,
23:58depois na chamada Primavera Árabe,
24:01vários governos foram, caíram e os governos que entraram no seu lugar
24:07não se mostraram mais democráticos, os países não se desenvolveram,
24:11não levaram melhores serviços para suas populações,
24:14ou seja, essas intervenções não surtiram os efeitos desejados.
24:19Do ponto de vista estrito do direito internacional,
24:24da legalidade da guerra,
24:26a invasão, o ataque unilateral de Israel ao Irã,
24:33evidentemente não encontra amparo.
24:35Mas, do ponto de vista de uma,
24:37se isso for visto de um ponto de vista de uma defesa
24:41preativa, né, de uma legítima defesa,
24:46tendo em vista que o inimigo está prestes a atacá-lo,
24:49como foi a posição que o professor Túlio demonstrou, né,
24:53de que o Irã estava prestes a chegar ao cumprimento da bomba,
24:57aí até há uma discussão jurídica que talvez encontre o amparo legal.
25:02O fato, professor Willi, a todos que nos acompanham, né,
25:05é que essa é uma região dificílima,
25:09em que há muitas e muitas, mais de décadas, né,
25:12há séculos o homem está em conflito, né,
25:14e os conflitos imperam nessa região,
25:17e esse é mais um dessa enorme série.
25:20O senhor cita que o primeiro-ministro alemão disse, né,
25:22que Israel está fazendo o serviço sujo pra nós.
25:25Foi exatamente essa a expressão que ele usou.
25:27Com uma franqueza até surpreendente.
25:29Normalmente, chefes de Estado não têm essa franqueza toda, né.
25:33Mas o que ele está dizendo?
25:34Exatamente isso, que Israel está impedindo que o Irã chegue à bomba.
25:38A verdade é que ninguém quer que o Irã chegue à bomba.
25:41Nenhum Estado quer que o Irã se torne uma potência nuclear.
25:44Talvez somente os iranianos, né, queiram isso.
25:48Mas é nesse sentido que Israel está fazendo o serviço sujo.
25:52Israel está fazendo aquilo que não é bem visto por ninguém,
25:55aquilo que é criticado pela comunidade internacional,
25:58mas que, no fundo, no fundo, todos os países ocidentais queriam.
26:01E pra encerrar essa minha fala agora, professor, rapidamente,
26:05é muito comum se dizer,
26:09não, Israel está fazendo o serviço do Ocidente.
26:11Isso também se fala em relação à Ucrânia, né.
26:14Não, a Ucrânia é uma marionete do Ocidente.
26:17E as pessoas retiram a agência dos ucranianos,
26:20retiram a agência dos israelenses.
26:23Eu acredito que Israel está fazendo isso de moto próprio, né.
26:26Não se trata de uma ação em nome do Ocidente, não.
26:31É em nome de Israel, realmente.
26:32Eu passaria para o major essa mesma questão,
26:36major, da intervenção ocidental na área,
26:39se isso agrava os conflitos ou não,
26:41e se Israel seria, nós estamos colocando no condicional,
26:45uma espécie de braço suplementar do Ocidente na região.
26:50Olha, professor, só me cabe, de fato,
26:54concordar com o Cruel Paulo Filho e com o professor Marco Túlio,
26:57porque, se a gente for analisar estritamente Israel e Irã,
27:02o Irã, ele não reconhece a existência do Estado de Israel.
27:06Eu não me recordo de nenhuma liderança iraniana
27:10tratar o Estado de Israel como Estado de Israel.
27:13Ele trata o Estado de Israel como entidade sionista.
27:16Então, por si só, seria reducionista uma visão desse conflito
27:23tratar Israel como um próximo instrumento do Ocidente.
27:30É uma região onde os conflitos ultrapassam milênios.
27:33As tensões entre judeus, árabes, árabes e persas,
27:38elas ultrapassam milênios.
27:41E, naturalmente, com o tabuleiro geopolítico,
27:44há interesses nessa região que são interesses convergentes
27:48com outros Estados, não somente do Ocidente,
27:51mas com Rússia e China dentro desse tabuleiro também.
27:55Agora, tratar a própria intenção do programa nuclear iraniano,
28:03de alguma forma, isso é vantajoso para a China ou para a Rússia
28:07por conta do tabuleiro geopolítico,
28:08ou as ações do Estado de Israel,
28:11isso é um instrumento dos Estados Unidos
28:14ou do Ocidente,
28:16eu acredito que é simplista demais
28:19para o tipo de ação desempenhada pelo Estado de Israel.
28:24Se nós formos tratar de intervenção,
28:28a gente vai acabar nos remetendo,
28:30muito provavelmente, ao Seix-Picô,
28:31ao Acordo de Befó,
28:33à própria Revolta Árabe,
28:34que foi estruturada pelos britânicos.
28:38Mas esse entendimento das relações culturais,
28:44socioculturais,
28:46no norte da África, como o senhor falou,
28:48e no próprio Oriente Médio,
28:50ele é um pouco dissonante para o Ocidente,
28:51porque a concepção de Estado,
28:53sobretudo de Estado moderno,
28:55ela não participou da história desses países.
28:58ali é uma estrutura extremamente tribal,
29:01onde isso ainda pertence,
29:03nós temos o próprio exemplo do Afeganistão,
29:04que são diversas tribos que não se veem representadas
29:07por uma liderança do país.
29:10Então, entender essa questão sociocultural
29:14nos permite entender melhor a guerra,
29:17como eu falei lá no início,
29:19a despeito do protagonismo de soldados e generais
29:22no campo de batalha,
29:23a guerra é feita pela sociedade,
29:24e esse conflito é um conflito estritamente
29:27entre as sociedades herenenses
29:28e a sociedade iraniana.
29:32Lembrando a quem nos acompanha
29:33que alguns livros da Bíblia
29:36podem ser lidos como livros militares,
29:38por exemplo, Josué.
29:41Veja quantas cidades conquistou,
29:43como conquistou e o significado disso.
29:46Bem, vamos pegar um outro ponto,
29:48passando ao professor Marco Túlio.
29:51Israel tem a bomba atômica,
29:53todo mundo sabe,
29:54Israel não reconhece oficialmente,
29:56mas todo mundo sabe que tem a bomba atômica.
29:59Não se sabe o número,
30:01de quantas bombas variam,
30:03alguns falam em 60,
30:04outros falam em centenas de bombas,
30:05e por aí vai.
30:07A pergunta é,
30:09sempre no sentido de provocar a reflexão,
30:11que é o objetivo do Visão Crítica,
30:14se Israel tem a bomba atômica,
30:16e, por exemplo,
30:17não tão próximo ali,
30:18mas o Paquistão tem bomba atômica,
30:20é a bomba muçulmana,
30:22a Índia tem bomba atômica,
30:23que eles são dois adversários regionais,
30:26não é de hoje,
30:27desde o final dos anos 1940,
30:30e a questão da Caximira é a principal,
30:33a pergunta é,
30:34se Israel tem a bomba atômica,
30:35professor Marco Túlio,
30:36por que o Irã não pode ter?
30:38Essa é uma grande pergunta,
30:41uma excelente pergunta,
30:44já é apautada,
30:46a política nuclear israelense é apautada
30:49numa característica sui generis,
30:52é a ambiguidade nuclear,
30:55Israel tem ou não tem a bomba atômica,
30:59toda vez que você perguntar
31:01a um primeiro-ministro israelense,
31:03ele vai, possivelmente,
31:05falará o seguinte,
31:07talvez,
31:08talvez tenhamos,
31:10talvez não.
31:13E isso,
31:14ele partiu diretamente
31:16do protocolo assinado
31:20entre
31:21Kinsinger
31:23e o Estado israelense
31:26no momento.
31:28Da ajuda,
31:29da ajuda do Yankipur,
31:31aquele entrevero todo,
31:33do conflito,
31:34do fornecimento de armas,
31:37momentos depois,
31:39você teve um protocolo assinado,
31:42protocolo de ajuda,
31:44em que
31:44o grande problema
31:46foi exatamente esse,
31:47o grande elefante,
31:48na loja de cristais,
31:52era exatamente esse,
31:53porque Israel,
31:55desde a sua,
31:56desde a sua,
31:59da sua conversa,
32:00da sua aliança com a França,
32:02nutria o desejo
32:04de possuir uma bomba atômica.
32:07Os franceses auxiliaram isso
32:09em primeira medida
32:10os israelenses.
32:13Com o acordo norte-americano,
32:16Israel teve que pegar
32:18esse projeto
32:19e colocar sobre
32:21uma característica
32:22que é a ambiguidade,
32:25porque
32:25nesse acordo
32:26estava previsto
32:28que
32:28os Estados Unidos
32:30não toleraria
32:31de modo algum
32:32um processo,
32:34uma corrida nuclear
32:35naquela região.
32:38E Israel não poderia,
32:40de início,
32:41dar o start
32:42nessa corrida.
32:43Então,
32:43Israel fez o seguinte,
32:45vou pegar
32:46o meu programa
32:48e vou colocar
32:49sobre a ambiguidade.
32:51Isso é bastante interessante,
32:53porque
32:53os custos
32:55de você
32:55anunciar isso
32:57ao adversário,
32:59você não tem.
33:02Você não tem.
33:03A dissuasão nuclear,
33:05ela ocorre
33:06por causa da ambiguidade,
33:07por causa do,
33:08talvez.
33:08agora,
33:10os custos
33:11de você
33:12apresentar
33:13isso,
33:14investir
33:15como
33:16o Kennedy
33:16e os
33:18soviéticos
33:19tiveram,
33:20o Kennedy
33:20teve aquele
33:21processo
33:23de modernização
33:24do arsenal
33:24nuclear
33:25norte-americano,
33:26as pressas.
33:27Os israelenses
33:28não têm
33:29esse processo.
33:30Eles não precisam
33:31disso.
33:31Por quê?
33:32Porque eles falam,
33:33olha,
33:34eu não tenho.
33:36Eu não tenho.
33:36E, para colocar
33:38um número
33:39interessante,
33:40saiu uma pesquisa
33:41recente
33:42de um grupo
33:44de pesquisa
33:45da Universidade
33:47de
33:48Nagasaki,
33:50que aponta
33:51que Israel
33:51tem 90 bombas
33:52nucleares.
33:55Não ditas.
33:56Não ditas.
33:57Sempre assim.
33:58Não ditas.
33:59As 90 bombas
34:01nucleares.
34:02Eu passaria
34:03ao coronel
34:05Paulo Filho.
34:06a mesma questão.
34:08Israel
34:08tem
34:10a bomba atômica.
34:11Pode ser que esse número
34:12se aproxime quase
34:13de uma centena,
34:14como destacou
34:15o professor
34:15Marco Túlio.
34:17Por que o Irã
34:18não pode ter
34:19um programa atômico
34:20que leve o país
34:20a ter uma bomba atômica?
34:25Porque a comunidade
34:26internacional,
34:28essa é a posição
34:29da comunidade
34:29internacional,
34:30né, professor?
34:31Os países
34:32querem fazer
34:33o máximo
34:35esforço, né,
34:36o sistema
34:36internacional
34:37faz o máximo
34:38esforço
34:38pra evitar
34:39uma proliferação
34:41maior
34:42de armas nucleares.
34:43Mas,
34:44do ponto de vista
34:45dos iranianos,
34:46se eu fosse
34:47um general
34:47do exército
34:48iraniano,
34:49certamente
34:49eu estaria pensando
34:50agora,
34:51neste momento,
34:52né,
34:52que esse ataque
34:54israelense
34:54não teria acontecido
34:56se eu tivesse a bomba.
34:57Porque ele olha
34:58o exemplo
34:59do Kim Jong-un
35:00na Coreia do Norte,
35:02o Kim Jong-un
35:03tá lá,
35:03gordinho,
35:04feliz da vida,
35:05risonho, né,
35:06ninguém ataca
35:06o Kim Jong-un
35:07na Coreia do Norte,
35:08porque ele tem
35:08a bomba atômica, né.
35:10Em compensação,
35:11o Saddam Hussein,
35:12que teve
35:12o programa
35:14nuclear do Iraque
35:15atacado,
35:17inclusive,
35:17por Israel,
35:18morreu.
35:20O Bashar al-Assad
35:21também já fugiu.
35:23Então,
35:23os ditadores
35:25que não chegaram
35:26até a bomba atômica,
35:27felizmente,
35:28eles não chegaram, né,
35:29hoje estão mortos.
35:30O ditador
35:31da Coreia do Norte
35:32que chegou,
35:32a bomba atômica,
35:33tá vivo
35:34e tá no seu lugar.
35:36A corrida
35:37nuclear,
35:38ela acontece
35:39por causa
35:39dessas rivalidades,
35:40é o equilíbrio, né,
35:42é o equilíbrio
35:42do terror.
35:43Aliás,
35:44o Merchheimer,
35:44né,
35:45a tragédia da política
35:46das grandes potências,
35:47ele já diz isso,
35:48o realismo ofensivo,
35:49né,
35:49que os estados
35:51estão destinados
35:52a competirem
35:53entre si,
35:54e por causa disso
35:55eles vão buscar
35:55o maior número,
35:57os melhores meios
35:58militares possíveis,
35:59inclusive a bomba atômica.
36:01o Merchheimer,
36:02inclusive,
36:03alega
36:04que o Oriente Médio
36:05seria muito mais pacífico
36:06se cada potência
36:08dessa aí
36:08tivesse uma bomba atômica
36:09com ele,
36:10que não haveria guerra,
36:11haveria um equilíbrio
36:11do terror, né,
36:12muitos discordam dele
36:14porque acham
36:14que esse equilíbrio
36:15é um equilíbrio
36:16perigosíssimo, né,
36:19muito bem,
36:20mas
36:20quando em 1964
36:23a China
36:26chegou à bomba atômica,
36:28Índia rapidamente
36:29pensou que deveria ter
36:30sua bomba também,
36:31chegou à bomba
36:32em 1974,
36:34quando a Índia
36:34chegou à bomba,
36:35o Paquistão achou
36:36que tinha que ter
36:37a bomba também,
36:37chegou à bomba
36:38em 1998,
36:40então,
36:40a política
36:41da autoajuda,
36:43que cada estado
36:44tem que se ajudar
36:45a si próprio,
36:46ele não pode contar
36:47com alianças,
36:48leva os países
36:49a buscarem
36:50a bomba,
36:52então,
36:52a pergunta
36:55que o senhor fez,
36:56por que o Irã
36:57não pode ter
36:57a bomba?
36:58Depende muito
36:59do ponto de vista,
37:00depende muito
37:01de quem faz
37:01essa pergunta,
37:03professor.
37:04Passou,
37:05majora mesmo
37:05a questão,
37:06sempre lembrando
37:07a quem nos acompanha,
37:09é que a gente,
37:09nós sempre temos
37:10aqui de estimular,
37:11fazer,
37:12entre aspas,
37:12boas provocações
37:14e produzindo
37:15essas reflexões
37:16tão importantes
37:17que vocês estão
37:18acompanhando,
37:19porque são questões
37:20que se fala
37:20entre os especialistas
37:22e mesmo na rua,
37:23entre as pessoas
37:24perguntam,
37:24ah, mas por que isso?
37:25Por que aquilo?
37:26E o papel nosso
37:27é pegar uma questão
37:28aparentemente simples
37:29e colocar para os especialistas
37:31para uma reflexão
37:32tão elaborada
37:33como vocês estão
37:34assistindo.
37:35Major,
37:36a mesma questão,
37:37Israel tem
37:38quase uma centena
37:39estímulos
37:40de bombas
37:41atômicas,
37:42por que o Irã
37:43não pode ter
37:44algumas,
37:45ou uma,
37:46ou diversas
37:47bombas atômicas?
37:48Acredito
37:50num primeiro momento
37:51a letra fria
37:53da lei
37:53que o Irã
37:55não pode,
37:55primeiro,
37:55porque ele é signatário
37:56do tratado
37:57de não proliferação
37:59de armas nucleares,
38:00esse é o primeiro ponto.
38:01Ah,
38:01outros países
38:02também são,
38:03aí talvez
38:05deveríamos questionar
38:06a veracidade
38:06desses fatos,
38:07mas o fato é que
38:08o Irã
38:09é signatário,
38:10o segundo ponto
38:11é que de fato
38:12causaria um desequilíbrio
38:13muito grande
38:15de poder
38:16na região
38:16e de alguma forma
38:18proliferaria
38:19uma corrida
38:19armamentista
38:20intensa
38:21numa região
38:22que historicamente
38:23já tem uma disputa
38:25tribal
38:25sociocultural
38:27muito grande
38:27e de longa data.
38:30Então,
38:31é fato
38:32que
38:32a vontade
38:34iraniana
38:34de desenvolver
38:35o seu programa
38:36nuclear
38:36ela é
38:38ela deve ser
38:39observada,
38:40como o senhor
38:41bem falou,
38:41a ideia é a gente
38:42trazer reflexões críticas,
38:44ela deve ser
38:44olhada de maneira
38:45peculiar,
38:47porque o país
38:48recebeu
38:49nas últimas décadas
38:52e recebe
38:53atualmente
38:53uma série
38:54de sanções
38:55econômicas,
38:56necessita de
38:56apoio internacional
38:58de outros
38:59estados
39:00para uma série
39:01de atividades
39:02da própria
39:02aplicação
39:03do seu poder
39:04perante
39:05outros países
39:06e ainda assim
39:07a própria
39:08relação
39:09Israel-Irã
39:11de alguma forma
39:12com algumas
39:13ações
39:14desde o início
39:14dos anos 2000
39:15o Stuxnet
39:16o evento
39:17em 2018
39:18quando o Mossad
39:19obteve
39:20documentação
39:22do
39:22programa de desenvolvimento
39:24nuclear
39:25de urânio
39:25lá no Irã
39:26a despeito
39:28disso tudo
39:28o Irã
39:29veio desenvolvendo
39:29seu programa
39:30nuclear
39:30como o
39:33coronel
39:33Paulo
39:33Filipe
39:33falou
39:33hoje
39:34os militares
39:35iranianos
39:35se sentem
39:37no direito
39:38de ter
39:39o seu armamento
39:40nuclear
39:41e isso
39:42de alguma
39:42forma
39:43procura
39:44acelera
39:45uma disputa
39:46de poder
39:46e que
39:47de alguma
39:47forma
39:48como eu falei
39:49não é um
39:51problema
39:51só entre
39:52israelenses
39:53iranianos
39:54há uma disputa
39:56de poder
39:56entre
39:57iranianos
39:59e sauditas
40:01em termos
40:02de cultura
40:03entre
40:05xiitas
40:06e sunitas
40:07então
40:08esse próprio
40:09desenvolvimento
40:10de alguma
40:11forma
40:12se olharmos
40:12para o Oriente Médio
40:14para os estados
40:15que ali
40:15coexistem
40:17isso
40:18de alguma
40:19forma
40:20iria propiciar
40:21uma
40:22corrida
40:23armamentista
40:23severa
40:24que poderia
40:25acabar
40:25descambando
40:26para
40:26intervenções
40:28ou ações
40:29militares
40:30onde
40:31violações
40:33de
40:34ações
40:35do direito
40:35internacional
40:36dos conflitos
40:36armados
40:37ou do direito
40:38internacional
40:38dos direitos
40:38humanos
40:39se tornassem
40:40corriqueiras
40:41por conta
40:41da disputa
40:42de poder
40:43e das características
40:44daquelas sociedades
40:45uma pergunta
40:47é inevitável
40:49acho que
40:49partindo
40:49dessa discussão
40:50sobre
40:51bombo atômico
40:52que em certo
40:52momento
40:53no século
40:53passado
40:54no século
40:5420
40:55tanto o Brasil
40:56como a Argentina
40:57tinham programas
40:59de desenvolvimento
41:00de energia
41:01nuclear
41:02alguns
41:02diziam
41:03alguns especialistas
41:04que havia
41:05uma espécie
41:06de corrida
41:06aqui no subcontinente
41:08da América do Sul
41:09pela bomba atômica
41:10entre esses dois países
41:11Brasil e Argentina
41:12na rivalidade
41:14pelo controle
41:15ali do Rio da Prata
41:16que vem lá
41:17do período colonial
41:18entre Portugal
41:20e Espanha
41:21essa disputa
41:21bem
41:22uma questão
41:23acho que certamente
41:25inevitável
41:26nessa nossa conversa
41:27de hoje
41:28e eu passaria
41:28ao professor
41:29Marco Tulli
41:30é o seguinte
41:31por que o Brasil
41:32não tem bomba atômica
41:33ou seja
41:33por que o Brasil
41:35abandonou
41:36a possibilidade
41:38e em certo momento
41:38teve um programa
41:39atômico
41:41qual a razão
41:42na sua opinião
41:44os custos
41:45os custos políticos
41:48os custos
41:49de manutenção
41:50até
41:51você possuir
41:52uma bomba atômica
41:53são enormes
41:54os custos políticos
41:56são maiores ainda
41:57é por isso
41:59que o Brasil
41:59de forma
42:01bem
42:03brilhante
42:05assinou
42:06o tratado
42:07de não proliferação
42:09e resolveu
42:10o seu programa
42:11nuclear
42:11fechou
42:12o seu programa
42:12nuclear
42:13apesar
42:15de
42:16de
42:16de muito se falar
42:18que
42:19o estado
42:21fica seguro
42:22com uma bomba atômica
42:24você tem uns custos
42:26de
42:26de
42:26de
42:27que há uma necessidade
42:30sempre
42:31de você se colocar
42:32de forma
42:33estável
42:35para
42:35a sociedade
42:36internacional
42:37há sempre um teste
42:38de se você
42:40pode possuir
42:41ou não
42:42isso
42:42veja o Paquistão
42:44ele
42:45ele literalmente
42:46todo
42:48problema
42:48político
42:49que o Paquistão
42:50tem
42:51alguém dos
42:52Estados Unidos
42:53liga e pergunta
42:54está tudo bem aí
42:56porque
42:57eles têm
42:59a bomba atômica
43:00qualquer organização
43:01terrorista
43:02ou qualquer
43:02organização
43:04extremista
43:06pode alcançar
43:07o poder
43:07e ter acesso
43:08a essa bomba
43:09é o grande
43:10pesadelo
43:10inclusive
43:11de israelenses
43:12inclusive
43:13de israelenses
43:14que a bomba atômica
43:16paquistanesa
43:17cai em mãos
43:18de extremistas
43:19é por isso
43:20que eles desenvolveram
43:21um sistema
43:22Aeron 3
43:22que de certa
43:24forma
43:25tem um alcance
43:26para
43:27tentar
43:29interceptar
43:30a bomba atômica
43:31paquistanesa
43:31está certo
43:33então
43:35em relação
43:36ao Brasil
43:37esses custos
43:39políticos
43:40foram avaliados
43:41e eles
43:41determinaram
43:42são maiores
43:43do que você
43:44partir
43:45para outra
43:46abordagem
43:47que é a cooperação
43:48que para mim
43:49foi a mais acertada
43:50cooperação
43:51principalmente
43:52em relação
43:53ao seu
43:54antagonista
43:55e foi por
43:56causa disso
43:57que
43:57nasceu
43:58o Mercosul
43:59através desse
44:01caminho
44:02de sinergia
44:04entre os dois
44:05entre os seus
44:07dois representantes
44:08principalmente
44:10na questão
44:10nuclear
44:11eles falaram
44:12assim
44:12poxa
44:13por que
44:14não podemos
44:15ir além
44:16de
44:17de um
44:20tratado
44:21de não
44:21proliferação
44:22por que
44:23não podemos
44:24partir
44:25para uma
44:25convergência
44:27entre
44:27Buenos Aires
44:28e Brasília
44:29em relação
44:30a política
44:30economia
44:31etc
44:32foi isso
44:32que aconteceu
44:33passo a mesma
44:35questão
44:36ao
44:36ao coronel
44:37Paulo Filho
44:38agregando
44:39que no governo
44:40Fernando Collor
44:42foi lá
44:43na Serra do Caximo
44:44no estado
44:44do Pará
44:45havia
44:46uma área
44:48destinada
44:48a suposta
44:50uma suposta
44:51área
44:51para explodir
44:52a primeira
44:52bomba atômica
44:53brasileira
44:54e tal
44:55e
44:55numa
44:56cerimônia
44:57que teve
44:57presente
44:58o presidente
44:58Fernando Collor
44:59com
45:00o ministro
45:01José
45:01Gundenberg
45:02eles
45:03selaram
45:04
45:04esse
45:05imenso
45:05buraco
45:06vamos chamar
45:06assim
45:06eu pergunto
45:07ao senhor
45:07foi um acerto
45:09nós não termos
45:10uma bomba
45:11interrompermos
45:12um programa
45:12nuclear
45:13foi um erro
45:14qual é
45:14qual é a opinião
45:15do senhor
45:15uma decisão
45:18tomada pelo
45:19estado
45:19brasileiro
45:20professor
45:20Vila
45:21a verdade
45:21é que a
45:22situação
45:22geoestratégica
45:24geopolítica
45:24da América do Sul
45:25é uma
45:26situação
45:27completamente
45:28diferente
45:29do restante
45:30do mundo
45:30aqui nós
45:31vivemos
45:32um paradoxo
45:33nós estamos
45:33no subcontinente
45:35mais pacífico
45:37do mundo
45:37as guerras
45:38entre estados
45:39aqui já não
45:40acontecem há um bom
45:41tempo
45:41a última
45:42que foi
45:43aquele conflito
45:43do cenepa
45:44foi um conflito
45:45muito limitado
45:46e
45:47ao mesmo tempo
45:48que nós temos
45:49um continente
45:49pacífico
45:50sem guerras
45:51entre estados
45:51nós temos
45:52um continente
45:53muito violento
45:54em relação
45:55a
45:55a segurança
45:56pública
45:57mas esse
45:57é um outro
45:58assunto
45:58essa ausência
46:00de uma rivalidade
46:00muito clara
46:01é
46:02é
46:03diminui
46:04bastante
46:05a necessidade
46:06de armas
46:06do tipo
46:07de uma bomba
46:07atômica
46:08e a rivalidade
46:09histórica
46:10que se o senhor
46:10se referiu
46:12entre Brasil
46:13e Argentina
46:14lá do século XIX
46:15entre os países
46:16do Rio da Prata
46:17que levaram
46:18a tantos conflitos
46:19no século XIX
46:20ela foi sendo
46:21superada
46:22ao longo do tempo
46:23e foram sendo
46:24criados
46:25vários vínculos
46:27foi sendo construído
46:28uma confiança
46:29na década de 80
46:30foi estabelecido
46:31um acordo
46:32um tratado
46:33entre Brasil
46:34e Argentina
46:34para a inspeção
46:35mútua
46:36das suas instalações
46:37nucleares
46:38foi se estabelecendo
46:39uma confiança
46:40que culminou
46:41como o professor
46:41falou
46:42na criação
46:44do Mercosul
46:45e com isso
46:46que o senhor
46:46se referiu
46:48do presidente
46:49Collor
46:49até que
46:50em 97
46:51até 99
46:52Brasil e Argentina
46:53aderiram
46:54ao tratado
46:55de não
46:55proliferação
46:56nuclear
46:56então
46:58os países
46:59do continente
47:00sul-americano
47:00na verdade
47:01não possuem
47:02rivalidades
47:03como por exemplo
47:04as que nós já
47:05conversamos
47:05tanto hoje
47:06lá no Oriente Médio
47:07nessas desconfianças
47:09enormes
47:09entre os países
47:10entre iranianos
47:11e sauditas
47:12por exemplo
47:13ou na Ásia
47:14e outros lugares
47:14do mundo
47:15isso aqui
47:15felizmente
47:16nós não temos
47:17no nosso
47:17subcontinente
47:18então a gente
47:20ter uma América do Sul
47:21livre de armas nucleares
47:23é uma questão
47:24de
47:25é um motivo
47:26de alegria
47:27é um motivo
47:28de satisfação
47:28eu não vejo necessidade
47:30de nós termos
47:31armas nucleares
47:32na América do Sul
47:32não professor
47:33eu acho que foi
47:34um acerto
47:35eu passo a mesma
47:37questão
47:37ao Major
47:38Frederico Salões
47:39Major
47:40por que o Brasil
47:42não tem bomba atômica
47:43a interrupção
47:44do programa
47:44nuclear brasileiro
47:46foi um acerto
47:47ou foi um erro
47:48primeiro
47:50quando fiz
47:51a própria análise
47:52com relação
47:52ao Irã
47:54o Brasil
47:55também é signatário
47:56do tratado
47:56de não proliferação
47:57de armas nucleares
47:58desde 1988
47:59de igual maneira
48:00nós também
48:01somos signatários
48:02do tratado
48:03de Tlateluc
48:04que é
48:06que positiva
48:08a questão
48:09da América do Sul
48:10livre de armamento
48:11nuclear
48:11então
48:13isso de fato
48:14torna a região
48:15segura
48:16por incrível que pareça
48:17em relação
48:18a essas ameaças
48:19modernas
48:20as ameaças
48:21contemporâneas
48:22híbridas
48:23como a gente
48:23tem visto aí
48:24a nossa região
48:25ela é extremamente
48:26pacífica
48:28no sentido
48:28de uma
48:29hecatombe
48:30como
48:30nós estamos vendo
48:32entre Rússia e Ucrânia
48:33entre Israel
48:35e o Irã
48:36ademais
48:37faço uma ressalva
48:39aqui professor
48:39de fato
48:40nós temos
48:41um programa
48:42nuclear
48:43só que o nosso
48:44programa nuclear
48:45ele é destinado
48:45para fins pacíficos
48:46a Marinha do Brasil
48:47faz um trabalho
48:49esplendoroso
48:50no desenvolvimento
48:51do submarino
48:52a propulsão nuclear
48:53e outras
48:55ações relacionadas
48:56a parte de medicina
48:57e pesquisa científica
48:59que direcionam
49:00o que é direcionado
49:03o programa nuclear
49:03brasileiro
49:04nós não temos
49:05um programa nuclear
49:06para desenvolvimento
49:07de artefato
49:08velho
49:09e corroborando
49:10com o que o
49:12coronel Paulo Filho
49:13e o professor
49:13Marco Tulli falaram
49:14a decisão
49:15de um artefato
49:16nuclear
49:16ela não é uma decisão
49:17meramente militar
49:18ela é uma decisão
49:19geopolítica
49:20e isso implica
49:22uma série
49:23de ações
49:24decorrentes
49:25que balançam
49:27de alguma forma
49:27o status quo
49:28da região
49:29então acredito
49:30que
49:31a situação atual
49:32do estado brasileiro
49:34com relação
49:34a manutenção
49:36do tratado
49:37de não
49:38proliferação
49:39de armas nucleares
49:40a própria questão
49:41de nós sermos
49:42uma liderança regional
49:43dentro da
49:44zona de paz
49:45e cooperação
49:46do Atlântico Sul
49:46nos coloca
49:47numa condição
49:48de protagonismo
49:50justamente
49:51pelo fato
49:52de nós podermos
49:53resolver nossos problemas
49:54e pautarmos
49:56a nossa posição
49:57como estado soberano
49:59sem a necessidade
50:00de termos
50:01um armamento nuclear
50:02eu perguntaria
50:04ao professor
50:05Marco Túlio
50:05claro que
50:06ninguém aqui
50:08epitoniza
50:09como eu sempre
50:09vi
50:10ninguém está
50:10no oráculo
50:11de Délfios
50:11para definir
50:13o que vai ocorrer
50:14mas professor
50:15é possível
50:17pensar
50:18agora
50:19nesse conflito
50:20Irã
50:20e Israel
50:21poderá haver
50:22uma extensão
50:23desse conflito
50:24e a quem nos acompanha
50:25a razão da pergunta
50:26é como a região
50:27que tem várias
50:28outras tensões
50:29como por exemplo
50:30no Iêmen
50:31entre outros
50:33locais
50:33muito próximos
50:34e que eventualmente
50:36a gente não sabe
50:36o que vai ocorrer
50:37então pergunto ao professor
50:38Marco Túlio
50:39é possível
50:39outros países
50:41se envolverem
50:42olha
50:43eu acredito
50:45que o Iêmen
50:47ele
50:49já está envolvido
50:51com seus rebeldes
50:53já está envolvido
50:55tanto que
50:56eu acho que foi
50:58o segundo dia
50:59de ataque
51:00da IAF
51:01um dos alvos
51:03foi
51:04exatamente
51:05alguns
51:07pontos
51:08sensíveis
51:10lá do
51:10do Iêmen
51:11acho que
51:12o Iêmen
51:13é
51:14uma extensão
51:18proxy
51:19do Irã
51:20e
51:21ele
51:22será
51:23combatido
51:24pela IAF
51:25eu acho que é o próximo
51:26é o próximo
51:27trabalho
51:28ou é
51:28o
51:29aquele que
51:31Israel
51:32continuará
51:33realizando
51:35bombardeios
51:36fora isso
51:38outros
51:39territórios
51:40a questão
51:41da Síria
51:43o governo sírio
51:44o atual
51:46ou o que a gente pode
51:47chamar de governo
51:48ele é muito
51:49contrário ao Irã
51:50e
51:51realmente
51:52é um adversário
51:53ao Irã
51:53por incrível que pareça
51:56ele apoia Israel
51:57abertamente
51:58nesse momento
51:59e
52:00eu acho que
52:02não há uma
52:04uma
52:04diante disso
52:06não há uma
52:07perspectiva
52:08de alargamento
52:09uma coisa
52:11bem típica
52:13vamos olhar
52:14de um tempo
52:14para trás
52:15que
52:15Daesh
52:16apareceu
52:17Isis
52:18apareceu
52:18a coisa
52:19meio que
52:19desandou
52:21e virou
52:21um grupo
52:22que atua
52:23em diversas
52:23fronteiras
52:24ou
52:25algumas
52:26nacionalidades
52:27porque
52:28como foi
52:29colocado aqui
52:30o Irã
52:31ele é
52:32resultado
52:33dessas
52:33populações
52:36étnicas
52:37dessas
52:37minorias
52:38étnicas
52:39em algum
52:39momento
52:40elas
52:41vão aparecer
52:42nesse
52:43numa possível
52:44queda do
52:45regime
52:45iraniano
52:46então
52:47o que
52:48podemos
52:48olhar
52:50com atenção
52:51é exatamente
52:52isso
52:53é
52:53se o Irã
52:55será capaz
52:56quando o regime
52:58ou se
52:59o regime
53:00cair
53:01de manter
53:02a sua unidade
53:04territorial
53:05porque
53:07no momento
53:09em que
53:09o regime
53:10cair
53:12ou
53:13se cair
53:14terão
53:16minorias
53:18étnicas
53:19que vão
53:20defender
53:21a sua
53:22autodeterminação
53:23e vão
53:24defender
53:25seus
53:25territórios
53:26passaria
53:27para
53:28o
53:29coronel
53:29Paulo
53:29filho
53:30nós estamos
53:30indo
53:30para o final
53:31do nosso
53:31programa
53:32eu até
53:32brinquei
53:32outro dia
53:33aqui no
53:33programa
53:34coronel
53:34usando uma
53:35expressão
53:35da região
53:36de forma
53:38salomônica
53:38vão
53:40dividir
53:40esses
53:41quatro
53:42minutos
53:42em dois
53:42minutos
53:43minutos
53:43para o senhor
53:44e dois
53:44minutos
53:44para o
53:45major
53:45então
53:46essa
53:46mesma
53:47questão
53:47como é
53:48que o senhor
53:48avalia
53:49eu temo
53:52pelas
53:53espalhamento
53:55do conflito
53:56sempre
53:56especialmente
53:57se os
53:57Estados Unidos
53:58realmente
53:59entrarem
54:00bombardearem
54:01essas
54:03instalações
54:03nucleares
54:04iranianas
54:05com
54:06suas bombas
54:07antibanker
54:08em razão
54:09disso
54:09por exemplo
54:10o Irã
54:10alvejar
54:12alvejar
54:12interesses
54:13americanos
54:14na Síria
54:15tropas
54:16americanas
54:16na Síria
54:17ou no Iraque
54:18causando baixas
54:20causando
54:20uma quantidade
54:21expressiva
54:22de baixas
54:23isso pode
54:23acontecer
54:24ou se o Irã
54:25resolver reagir
54:26fechando
54:27o estreito
54:28de Hormuz
54:29o que vai
54:29causar uma enorme
54:30disrupção
54:31no comércio
54:32do petróleo
54:3321%
54:33do petróleo
54:34do mundo
54:34passa pelo estreito
54:36de Hormuz
54:36diariamente
54:37e aí
54:39os objetivos
54:40políticos
54:41dos Estados Unidos
54:42talvez
54:42passem a exigir
54:44uma intervenção
54:45com boots
54:46on the ground
54:47com soldados
54:48no Irã
54:49apesar do
54:50presidente
54:50Trump
54:51sempre negar
54:52que tem interesse
54:53que não quer
54:54de maneira nenhuma
54:54envolver os Estados Unidos
54:55em novas guerras
54:56mas talvez
54:57as circunstâncias
54:59acabem exigindo isso
55:01e aí nós teremos
55:02um alargamento
55:02do conflito
55:03imprevisível
55:04é bom lembrar
55:05que o Irã
55:05tem um país
55:06a Pérsia
55:07a antiga Pérsia
55:08tem aí
55:08milhares de anos
55:09de história
55:10e nunca foi conquistado
55:12porque tem uma geografia
55:13muito difícil
55:13para o atacante
55:14então eu temo sim
55:16pela expansão
55:18do conflito
55:18caso os Estados Unidos
55:20entrem diretamente
55:21em combate
55:22Major
55:23e o senhor
55:23quais são as suas
55:24considerações
55:25professor
55:27acredito que
55:27de fato
55:28no primeiro momento
55:29ali naquela região
55:31a gente costuma dizer
55:32que o
55:33o amigo
55:35do meu inimigo
55:36é meu inimigo
55:37também
55:37então
55:38essa
55:40movimentação
55:41no tabuleiro geopolítico
55:43do Oriente Médio
55:44ela de alguma forma
55:45ela já trai
55:45atenção
55:46dos Estados
55:47que ali
55:48que ali
55:49coabitam
55:50coexistem
55:50mas de fato
55:51uma ação
55:52por exemplo
55:54como o coronel
55:55Paulo Filho
55:56citou agora
55:56no estreito
55:57de Ormuz
55:57que é o que tem
55:58chamado atenção
55:58em termos de preocupação
55:59justamente por conta
56:01do fluxo de petróleo
56:03ali no estreito
56:05seria uma forma
56:06que o
56:07Irã poderia utilizar
56:09justamente para
56:11estender
56:13o conflito
56:14ou atrair
56:15outras ações
56:16para uma negociação
56:17enfim
56:18seria uma
56:19possibilidade
56:20de pressionar
56:22outros estados
56:23a
56:24uma trégua
56:26ou um cessar fogo
56:27que seja
56:27mas é uma
56:28é uma ameaça
56:30é uma ameaça
56:30pontual
56:31da mesma forma
56:33como o próprio
56:33coronel
56:34Paulo Filho
56:34também falou
56:34da questão
56:35do Irã
56:36não ter sido
56:37conquistado
56:38o general
56:39russo
56:40Gerasimov
56:41Valery Gerasimov
56:42ele fala
56:42de um conceito
56:43muito interessante
56:44que é o potencial
56:44de protesto
56:46de um povo
56:46e
56:48países
56:50que tem
56:50regimes
56:51como o Irã
56:52China
56:54Rússia
56:55são países
56:56que temem
56:57profundamente
56:58movimentos
56:59insurgentes
56:59dentro do seu
57:00território
57:01a gente viu
57:02recentemente
57:02tem dois
57:03três dias
57:03que o filho
57:04do Reza
57:05Pavalev
57:05se manifestou
57:07nas redes sociais
57:08insuflando
57:09a
57:09população
57:11iraniana
57:12a gente tem visto
57:13vídeos de mulheres
57:14cortando os cabelos
57:15enfim
57:16isso poderia ser
57:17muito bem utilizado
57:18por diversos
57:19outros estados
57:20fora do Oriente Médio
57:21ou próprio
57:22dentro do Oriente Médio
57:23como Israel
57:23ou algum outro ator
57:24que rivalize
57:26com o Irã
57:27porque isso
57:28de alguma
57:28de maneira geral
57:29ele tem
57:30um impacto
57:31político
57:31elevadíssimo
57:32em termos
57:33de se contrapor
57:34ao regime
57:35dos Ayatollah
57:36aqueles estados
57:37que patrocinam
57:39esses movimentos
57:40podem realizar
57:41uma negação
57:42plausível
57:42de responsabilidade
57:43isso reduz
57:45os riscos
57:45políticos
57:46e físicos
57:47de colocar
57:48o boots
57:48on the ground
57:49ou de ações
57:50onde a fricção
57:52seja mais evidente
57:53e existe também
57:54menos recursos
57:55militares
57:56empenhados
57:56para se adotar
57:58para se patrocinar
58:00um aumento
58:00revolucionário
58:01então
58:02a expectativa
58:05do que pode acontecer
58:07no Oriente Médio
58:08pela entrada
58:08de outros atores
58:09sejam
58:10regionais
58:11ou globais
58:12eu acho
58:13que ela
58:14coexiste
58:15com a expectativa
58:16do que vai acontecer
58:17com o Irã
58:18nos próximos meses
58:21nos próximos anos
58:22dada a capacidade
58:24revoltosa
58:26da população
58:27iraniana
58:28insuflada
58:30por algum
58:32outro ator
58:33mas de alguma forma
58:34descontente
58:35com o regime
58:37dos Ayatollahs
58:38não dizendo
58:39que uma mudança
58:40do regime
58:41do Ayatollah
58:42da etnia
58:44xiita
58:45para a etnia
58:45sunita
58:45significa paz
58:47na região
58:47muito pelo contrário
58:48não acredito nisso
58:49mas é uma
58:50possibilidade
58:51bastante plausível
58:52o fato
58:53do regime
58:54agora ter que
58:55enfrentar
58:56movimentos
58:57insurgentes
58:58ou um movimento
58:59insurgente
58:59de força
59:00dentro do seu
59:01território
59:01perfeito
59:02eu queria agradecer
59:04muito
59:04aos participantes
59:06dessa nossa edição
59:08do Visão Crítico
59:09o professor
59:09Marco Túlio
59:11do Gobo Freitas
59:12o coronel
59:13Paulo Filho
59:15e o major
59:16Frederico Salões
59:17agradecer muito
59:18os nossos convidados
59:19e a vocês
59:21que nos acompanham
59:22convidá-los
59:23para amanhã
59:24sexta-feira
59:25às 22 horas
59:26no Sovalha Verdade
59:28a entrevista
59:29com o ex-ministro
59:31da Fazenda
59:31Maílson da Nóbrega
59:33até
59:34A opinião
59:38dos nossos comentaristas
59:39não reflete
59:40necessariamente
59:41a opinião
59:42do Grupo Jovem Pan
59:43de Comunicação
59:44Realização Jovem Pan News
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