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Na abertura da 80ª Assembleia da ONU, o Brasil terá os holofotes voltados para o discurso do presidente Lula. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais na ESPM, analisa os pontos-chave: defesa do multilateralismo, enfrentamento ao protecionismo dos EUA, pauta climática e a proposta de refundar a ONU diante dos desafios geopolíticos.

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Transcrição
00:00Voltamos a falar sobre esse clima de expectativa para a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU
00:07e como manda a tradição, o Brasil faz o primeiro discurso.
00:12Então a gente tem que olhar com essa lente de política externa do Brasil.
00:18E é sobre isso que eu converso agora com Leonardo Trevisan,
00:21professor de Relações Internacionais, economista, docente da ESPM
00:27e que conhece muito bem esses meandros aí da política internacional.
00:32Professor Trevisan, é sempre um prazer recebê-lo aqui.
00:35Eu já vou direto com essa que vai ser a grande dúvida, né?
00:39Qual deve ser a postura do presidente Lula com relação à política externa?
00:44O primeiro discurso sempre chama muito a atenção.
00:48As atenções, os olhos ficam voltados para Nova Iorque.
00:52O Brasil tem a vantagem de fazer o primeiro discurso,
00:54mas, diferente de outros anos, nós temos um governo atual
01:00que entrou em rota de colisão com o governo do Donald Trump
01:04em questões de enfrentamento.
01:07Provavelmente vai aparecer esse tema no discurso do presidente Lula.
01:13Estamos aí, então, com esses holofotes voltados
01:17para como o Brasil está conduzindo a sua política externa,
01:22principalmente em cima do protecionismo americano,
01:26tarifácio, COP30, uma vez que também o governo americano
01:31tem saído dessas discussões sobre aquecimento climático.
01:35Perdão aqui pela minha longa explanação,
01:38pelo meu longo prólogo.
01:40Boa noite mais uma vez.
01:41Passo a palavra ao senhor.
01:43Boa noite, Marcelo.
01:45Boa noite a todos que nos escutam.
01:47O prólogo que você faz é perfeito, sabe, Marcelo?
01:51Porque ele, na verdade, ele traduz aquela crise
01:56que todos nós estamos observando na ONU.
02:01Ele, de algum modo, tem a importância notória do Brasil
02:07ser o primeiro discurso, isso é fundamental.
02:11O Brasil vai abrir a Assembleia como é tradicional,
02:15como vem desde os anos 40, 47, é o Brasil que abre.
02:20Nesse contexto, o Brasil assume uma responsabilidade,
02:24porque a voz seguinte é a do presidente Trump.
02:28O que é que o mundo tem a dizer para a Trump?
02:31É esse o sentido.
02:34Primeiro de tudo, a gente precisa ver que alguns pontos,
02:38os corredores do Itamaraty já deixaram mais ou menos claro.
02:42Vocês estão mostrando aí o Macron.
02:44Alguns pontos já ficaram mais ou menos claros.
02:49O primeiro deles vai ser uma discussão sobre soberania nacional,
02:53que, de algum modo, está ferida por essa política de Trump das tarifas.
03:01Não são as tarifas.
03:02De certa forma, o que o presidente Lula vai chamar atenção
03:07é para uma sobrevivência do multilateralismo.
03:12uma sobrevivência de regras no comércio internacional.
03:17De novo a palavra, uma sobrevivência da Organização Mundial do Comércio.
03:22Primeiro, vamos chamar desta forma, o primeiro recado será nessa direção,
03:27porque isso é o que está, de fato, preocupando o mundo fortemente.
03:32Os Estados Unidos, na prática, derrotaram, encerraram o ciclo da reunião multilateral
03:41em que os países todos se reuniam para fixar regras e impôs decisões bilaterais.
03:48É o Estados Unidos, o grande país, o grande PIB, quase 30 trilhões de dólares,
03:54contra os PIBs menores e impondo sua vontade.
03:58A primeira reclamação vai nessa direção, uma direção de respeitar tanto as soberanias nacionais
04:07como o multilateralismo.
04:09Depois, não há dúvida nenhuma, a questão climática vai estar presente.
04:14O presidente Lula vai fazer um chamado importante,
04:18não só porque nós vamos sediar a COP30,
04:22mas, principalmente, pela posição norte-americana de resistência à questão climática.
04:30Por último, e o mais importante, talvez,
04:34será um chamado sobre democracia e guerras.
04:38O mundo não está afeito a uma porcentagem enorme desse mundo
04:45que não quer, não vai aceitar que uma visão autoritária volte
04:51do que nós estamos falando.
04:55É de uma visão em que os três grandes potências nucleares,
05:01Estados Unidos, China e Rússia,
05:04sentam e decidem o futuro do mundo.
05:07Não está mais assim.
05:09Essa discussão tem que ser posta em outro padrão, Marcelo.
05:13Qual é a distância dessa discussão?
05:16Os países dos BRICS, só contando os cinco grandes, os cinco fundadores,
05:22sem a expansão, hoje representam, não é apenas mais de 45% da população do mundo,
05:30eles representam 35% do PIB do mundo.
05:35Enquanto o G7 representa 30%.
05:40Olha que coisa curiosa.
05:41Quando nós olhamos para isso, o discurso de Lula vai ter esse sentido,
05:47de chamar atenção também para que há uma outra parte do mundo que precisa ser ouvida.
05:54Professor Trevisão, uma pergunta simples que vai levar a uma resposta complicada,
05:59mas infelizmente a gente tem mais uns dois minutinhos de papo,
06:02que é o seguinte, olhando o arcabouço, olhando a carapaça, a ONU,
06:07porque antes do primeiro discurso do presidente Lula, depois o anfitrião que é o presidente americano,
06:13Donald Trump, antes, na primeira parte do dia, tem uma cerimônia ali de abertura,
06:18fala a uma pessoa que foi escolhida como a presidente da Assembleia,
06:23uma diplomata de carreira da ONU,
06:25fala António Guterres, que é o secretário-geral da ONU,
06:28no 80º aniversário ali da instituição, da Assembleia,
06:33mas convenhamos que as Nações Unidas estão um pouco esvaziadas,
06:36foram, de alguma maneira, escanteadas,
06:39não conseguiram realizar os chamados, as metas do milênio,
06:45é uma chance de aproveitar essa efeméride de 80 anos,
06:50a gente tem mais de duas gerações depois da Segunda Grande Guerra,
06:55o grande motivo para a formação das Nações Unidas,
06:57pode ser uma chance da ONU reverter essa posição que ela foi colocada um pouco debaixo do tapete,
07:07ou o senhor acha que já é algo inexorável, não tem mais volta?
07:12Primeiro de tudo, bem rápido, o presidente Lula e o corpo profissional do Itamaraty
07:21tem batido numa palavra muito forte, refundação, Márcia.
07:28Refundar a ONU, não é destruir.
07:30A ONU tem problemas? Tem.
07:32A ONU tem dificuldades? Tem fragilidades? Tem.
07:36Pense o mundo sem a ONU.
07:38Pense o mundo da lei da selva.
07:41Isso não convém a ninguém, nem mesmo aos poderosos.
07:45Então, de alguma forma, a ONU foi um espaço conquistado,
07:48e é bom a gente lembrar disso, com 60 milhões de mortos na Segunda Guerra Mundial,
07:54em que o mundo era muito menor,
07:56e que não tinha todo o aparato nuclear que tem hoje,
08:00foi só uma experiência nuclear.
08:02Quando nós olhamos para esse quadro, o papel do espaço de conversa,
08:07o papel do espaço da diplomacia,
08:10o papel do espaço do entendimento e não da guerra,
08:15ele volta a ser fundamental.
08:17refundar a ONU e rejuvenescer todas as relações internacionais,
08:25as relações diplomáticas para o novo xadrez geopolítico.
08:29Não é mais o fim da Segunda Guerra,
08:32mas, mais do que nunca, se precisa de uma organização ONU,
08:38uma organização das nações unidas.
08:41Esse ponto é essencial.
08:42Trevisan, é sempre um prazer conversar contigo,
08:45porque é certeza de uma aula,
08:48mesmo que seja aqui compactada,
08:50a gente sempre sai edificado.
08:54Leonardo Trevisan,
08:55professor de Relações Internacionais da ESPM,
08:58jornalista, economista,
09:00multifacetado, acadêmico.
09:02Trevisan,
09:03aqui toda a minha admiração, mais uma vez,
09:05até a próxima,
09:06eu espero que seja em breve.
09:08Até mais.
09:09Tchau.
09:10Tchau.
09:11Tchau.
09:12Tchau.
09:13Tchau.
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