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Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos, e os analistas Vinicius Torres Freire e Eduardo Gayer detalharam o relatório bimestral do governo e destacaram que, apesar de arrecadação positiva em 2025, receitas superestimadas e incertezas fiscais podem pressionar a meta de 2026.

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Transcrição
00:00A gente vai conversar agora com o Felipe Salto, economista-chefe da Warren Investimentos.
00:05Felipe, boa noite, sempre um prazer enorme ter você aqui com a gente.
00:08Obrigada por ter aceitado o nosso convite mais uma vez.
00:11Vamos começar pelas contas do governo?
00:13Queria saber qual é a sua avaliação sobre essa revisão de déficit primário para 2025.
00:18O que isso indica sobre a responsabilidade fiscal do governo?
00:25Boa noite, Cris. Obrigado pelo convite.
00:27O resultado divulgado no relatório bimestral, que faz parte dessa liturgia do processo orçamentário,
00:36ele mostra que o governo praticamente manteve o mesmo cenário do último relatório bimestral.
00:43Porque a arrecadação tem apresentado uma dinâmica bastante positiva,
00:48e isso permite que o governo mantenha aquele fluxo de despesas discricionárias,
00:53que são as despesas não obrigatórias, no ritmo que já estava programado há dois meses,
01:01até que se encerre o ano cumprindo a meta fiscal, mas usando de alguns subterfúgios,
01:07como por exemplo o abatimento de cerca de 45 bilhões em precatórios.
01:13Felipe, o governo federal também anunciou um aumento no congelamento de despesas de pouco mais de 12 bi de reais.
01:22Qual é o impacto desse ajuste?
01:24O total de bloqueio era 10,7 bilhões e passou para 12,4, né?
01:34Então, isso representa um aumento modesto até, de cerca de 1,5 bi.
01:41E isso foi feito, né?
01:42Porque as despesas obrigatórias tiveram algumas revisões, do ponto de vista da projeção do governo,
01:49e a acomodação foi com um bloqueio adicional de 1,4 bilhão, na verdade, para ser mais exato.
01:57Então, você tinha 10,7 bilhões de bloqueio, passou para 12,1 bilhões de reais de bloqueio de despesas discricionárias.
02:07Não quer dizer tanta coisa, porque a essa altura do campeonato, para 2025,
02:12o que nós já sabemos é que a arrecadação está vindo acima do esperado,
02:16e provavelmente não vai ter muita surpresa até o fim desse ano.
02:21A nossa projeção, por exemplo, é um déficit de 72,2 bilhões,
02:26mas com o desconto dos precatórios, ele consegue cumprir a meta legal
02:31usando aquela lambuja, que é a banda inferior permitida pela lei do novo arcabouço fiscal.
02:38A preocupação maior, minha e provavelmente de outros analistas e do mercado,
02:45é quanto a 2026, porque a proposta orçamentária para o ano que vem
02:50nasceu com uma série de receitas incertas,
02:54e a chance de ter uma alteração da meta fiscal para 2026 é muito grande.
03:01É, Felipe, agora puxando essa questão do arcabouço fiscal,
03:04sobre as falas do ministro Haddad, que a gente inclusive já colocou aqui no ar,
03:08ele disse que o arcabouço fiscal precisa ser fortalecido
03:11e que para isso será necessário o apoio do Congresso.
03:13Quais ajustes seriam esses?
03:17Veja, eu lembro que essa fala do ministro hoje no evento,
03:22do qual ele participou, tem a ver com as ações de ajuste fiscal
03:26que não encontraram respaldo, apoio por parte do Congresso.
03:30Por exemplo, a questão dos supersalários, a questão da previdência dos militares,
03:36ajustes propostos, inclusive na medida provisória 1.303,
03:41para benefícios sociais, a exemplo do seguro-desemprego,
03:44e que não tiveram ainda uma apreciação por parte do Congresso Nacional.
03:49Então, o que ele estava dizendo, e nesse sentido eu concordo com o ministro,
03:54é que a regra fiscal está relativamente bem posta.
03:57O que falta é você ter medidas de controle do crescimento da população.
04:01Agora, o governo tem culpa no cartão também.
04:05É obrigatório, já vem, querido, há bastante tempo,
04:09e tem um problema conhecido desde o primeiro dia do atual mandato presidencial.
04:14Felipe, eu vou passar para a pergunta do nosso analista Vinícius Torres Freire.
04:20A gente estava com um probleminha aqui no final do seu áudio.
04:23Deixa eu, vou deixar o Vinícius fazer a pergunta,
04:25se por acaso o áudio ficar ruim, a gente tenta retomar com você, mas vamos tentar.
04:30Felipe Salto, boa noite.
04:32Você acabou de dizer que em 2026 é que a gente vai ter problema,
04:37quer dizer, a gente vai ter problema de novo,
04:39como a gente teve um pouco esse ano,
04:40e teve que se inventar um jeitinho ou outro para fechar as contas.
04:45Principalmente, você falou que tem receita superestimada.
04:49Onde vai dar o problema?
04:50E você disse, olha, se der esse problema,
04:53a gente prevê que vai dar,
04:55há o risco de que tenha que se mexer no arcabouço,
04:59porque não vai dar para fazer gambiarra,
05:02ou não vão deixar passar uma gambiarra,
05:04ou um jeitinho para tapar.
05:05Então, assim, qual é essa receita superestimada?
05:08E se tem algum outro jeito que não mexer no arcabouço
05:11para tapar esse buraco aí?
05:15Bom, a métrica que a gente tem para falar em superestimativa,
05:20eventual, em relação a 2026,
05:24como se trata de projeção,
05:26é comparar com o nosso cenário aqui na Warren.
05:28A nossa receita líquida,
05:31que é o indicador principal de arrecadação,
05:33porque desconta as transferências para estados e municípios,
05:37está estimada em entre 40 e 50 bilhões,
05:42mais baixa do que a estimativa oficial da proposta orçamentária.
05:49Então, essa é uma forma de observar
05:51como o governo está otimista,
05:54no PELUA, na proposta de lei orçamentária anual.
05:56E por que ele faz isso?
05:59Porque a meta fiscal do ano que vem
06:00é um superávit de 34,5 bilhões de reais,
06:05que é impossível de ser alcançado.
06:07A não ser que caia um maná do céu
06:10com uma receita de 50 bilhões de petróleo,
06:13ou o Congresso aprove simplesmente todas as medidas
06:16de elevação da arrecadação,
06:19o que já não é mais um cenário factível também,
06:22porque a dita provisória da chamada tributação dos títulos isentos
06:26já está sendo desidratada.
06:28Então, o fato é que,
06:30quando a gente compara a projeção aqui,
06:33a nossa, por exemplo, ou mesmo a do mercado,
06:36com a projeção do projeto de lei orçamentária anual,
06:38tem uma distância muito grande.
06:41Ah, mas o governo pode sempre contingenciar
06:43ou bloquear despesas.
06:45Nem sempre.
06:46No ano que vem, por exemplo,
06:48ele vai estar com um nível tão baixo
06:50de despesas discricionárias,
06:52nossa conta,
06:53se corte a despesas,
06:55estimulando por nós em 30 ou 8 bilhões,
06:59seria impossível.
07:00Então, a nossa avaliação é de que a meta fiscal
07:03terá que ser alterada,
07:06provavelmente o governo vai dar para fazer isso
07:08no início do ano que vem,
07:10mas que é algo meio inecalável.
07:12A não ser que a atividade econômica surpreenda muito mais,
07:16e outros eventos não esperamos acontecer.
07:19Vamos passar para a pergunta do nosso analista de política
07:22lá em Brasília, Eduardo Geyer.
07:24Geyer, por favor.
07:27Felipe Salto, boa noite para você,
07:29boa noite a todos também.
07:31Felipe, um ponto que me chamou muita atenção
07:33na coletiva de imprensa,
07:34posterior à divulgação do relatório,
07:36foi uma fala do secretário-executivo Dario Durgan
07:39de que a equipe econômica conta com a MP do IOF,
07:42a MP de Tributação dos Títulos,
07:44como você bem colocou,
07:46como um dos principais projetos
07:48do ponto de vista fiscal.
07:49Agora, a SMP está sendo desidratada,
07:51o Congresso não quer taxar LCA e LCI.
07:54Como é que o governo, na sua avaliação,
07:55pode contar com uma receita que é tão incerta?
07:59E, considerando esse intervalo da meta,
08:01esse colchão que está tão fininho,
08:02800 milhões de reais,
08:04há risco de, no próximo relatório,
08:07ficar em espaço zero,
08:09já do ponto de vista da meta,
08:11do limite inferior permitido pela lei?
08:13Olha, o ponto central é que essa é uma prática
08:26de colocar receitas incertas
08:28para fazer projeção do orçamento
08:31que já vem de vários e vários anos.
08:34É um problema porque a prudência orçamentária
08:37no processo de elaboração do orçamento
08:39recomendaria que esse montante de receitas incertas
08:44fosse o menor possível.
08:47E, ao contrário, o que nós estamos vendo
08:49e vimos em 2025,
08:51em outros anos também,
08:52é que essas receitas condicionadas
08:55a decisões do Congresso,
08:58eventos não recorrentes,
09:00pagamentos de dividendos por empresas estatais,
09:03etc.,
09:04vão ganhando uma importância cada vez maior.
09:06Então, é preocupante,
09:09porque o quadro fiscal
09:10não é um quadro positivo,
09:12a gente tem o déficit
09:13projetado para esse ano
09:15de 0,6% do PIB,
09:17ano que vem, provavelmente,
09:19mais próximo de 0,8% do PIB,
09:22e o déficit agregado,
09:24quando incluída a conta de juros,
09:26é de quase 8% do PIB,
09:29que é um dos maiores do mundo.
09:31Sobretudo, quando a gente pega
09:32os países comparáveis,
09:33aí o Brasil é campeão
09:36em termos de déficit nominal,
09:38que é o que importa
09:39do ponto de vista da alimentação,
09:42do motor de crescimento,
09:44da dívida pública,
09:46que também é bem maior
09:47do que a média dos países comparados.
09:50Felipe, muito obrigada.
09:51Mais uma vez,
09:52um prazer sempre de receber.
09:54Volte mais.
09:55Boa semana para você.
09:57Obrigado.
09:58Obrigado.
09:58Obrigado.
09:59Obrigado.
10:00Obrigado.
10:01Obrigado.
10:02Obrigado.
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