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O primeiro-ministro François Bayrou foi derrotado pelo parlamento francês com 364 votos contra, ampliando a instabilidade política no país. A França enfrenta dívida pública de 113% do PIB e pressões sobre o presidente Macron. Marcelo Favalli explica os impactos econômicos e geopolíticos desta crise.

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Transcrição
00:00Na França, o primeiro-ministro François Bayrou foi derrotado pelo parlamento.
00:04É o segundo governo que cai em apenas nove meses, em meio à crise da dívida pública
00:09e à pressão política sobre o presidente Emmanuel Macron.
00:14François Bayrou não resistiu à moção apresentada no parlamento.
00:19Foram 364 votos contra ele, incluindo até deputados aliados do governo, e apenas 194 a favor.
00:26O resultado amplia a instabilidade política no país e reacende pedidos de novas eleições legislativas
00:33e até mesmo uma renúncia de Emmanuel Macron.
00:36Desde o pleito antecipado de 2024, a França convive com o Congresso fragmentado,
00:41sem maiorias estáveis, enquanto a dívida pública se aproxima de 114% do PIB.
00:47Bayrou defendia cortes de 44 bilhões de euros no orçamento de 2026, mas não conseguiu convencer os deputados.
00:55O governo da França confirmou que Bayrou deve apresentar a renúncia oficialmente nesta terça-feira.
01:01Será o quarto primeiro-ministro a deixar o cargo desde 2022.
01:05Macron deve indicar um novo premier nos próximos dias, afastando, por enquanto, a hipótese de convocação antecipada de eleições.
01:14Eu recebo agora o Marcelo Favalli, que é apresentador do Conexão,
01:17e que vai explicar para a gente o cenário atual da política da França
01:21e o que pode acontecer após a queda do primeiro-ministro.
01:25Boa noite para você, Favalli.
01:26Eu, como o tema é França, eu posso dizer bonsoir, né?
01:29Bonsoir como o Savamissi.
01:30Savamissi.
01:31E agora, a vida do Macron não está fácil, hein, Favalli?
01:34Está muito difícil e vai piorar daqui para frente, porque nós estamos a menos de dois anos das eleições,
01:39ele não pode ser reeleito,
01:41mas ele também não vai conseguir, aparentemente,
01:44colocar a popularidade dele, está muito baixa, para um sucessor.
01:49E aí, Marine Le Pen, que aparece, que também não pode se candidatar,
01:53mas acena aí como uma provável força antagonista ao Manuel Macron.
02:00Mas a gente vai ter muito tempo para falar do Macron.
02:02Vamos falar do Bayrou.
02:03Bayrou deu tudo errado para ele hoje, porque ele tentou fazer tudo certo.
02:08Já explico.
02:09Boa noite, Marcelo Torres.
02:11Boa noite a todo mundo que nos acompanha.
02:13Vou fazer, primeira coisa, um parênteses muito rápido.
02:16Como assim, primeiro-ministro na França?
02:18Não é um presidencialismo?
02:20É meio que um semi-presidencialismo, de fato.
02:23É um presidente eleito, diretamente pelo povo,
02:26que escolhe uma espécie de braço direito,
02:28aquele que vai executar as ordens, o plano de governo do executivo,
02:33dentro da Assembleia Nacional, o Legislativo.
02:36Uma espécie de ministro-chefe da Casa Civil,
02:40com um ministro de presidente da Câmara dos Deputados.
02:43É uma figura muito importante.
02:45Só que o Bayrou acabou, não tinha apoio de ninguém,
02:48nem dos aliados, muito menos da oposição.
02:51Vamos entender por quê?
02:53Na primeira tela aqui, tentei fazer um resumo dos motivos.
02:57Primeiro, política.
02:59O Bayrou chegou com um problemão,
03:02que é de muitos outros antecessores dele,
03:06pelo menos quatro.
03:07Tentar diminuir a dívida pública da França.
03:10O que ele começou a falar politicamente?
03:12Reformas da aposentadoria, começar a cortar benefícios.
03:17E convenhamos, é um tipo de vespeiro que é muito complicado de você colocar a mão.
03:21Ele não teve nem apoio dos sindicatos, muito menos do governo.
03:26Então, o esforço político dele também não deu certo.
03:29Ele chegou com a planilha mostrando.
03:32Vamos cortar 44 bilhões de euros da economia francesa,
03:37segundo a maior economia da União Europeia.
03:39Também não avançou.
03:41Não conseguiu melhorar a situação econômica.
03:44Críticas, tanto da esquerda quanto da direita.
03:47A esquerda reclamava de uma austeridade muito forte,
03:51de um plano de muita austeridade.
03:54Isso significa cortar benefícios sociais.
03:57E a direita falou que é perdas de benefícios
04:01e cortes no orçamento, principalmente,
04:04seriam uma injustiça contra os franceses.
04:09Mais uma derrota aqui,
04:10porque ele não teve apoio de nenhum dos lados.
04:13Mas ele deixa um legado.
04:14Temos que ser fiéis à história.
04:17O Bairro é um premier que deixa ali uma impressão
04:20que genuinamente estava preocupado com a dívida pública
04:25e menos com a política.
04:27Só que não deu certo.
04:28Vamos avançar?
04:29Não adianta eu falar que ele perdeu.
04:31Vou trazer os números,
04:32esses que o Marcelo Torres apresentou na reportagem anterior.
04:36Não é que foi uma derrota.
04:38Foi uma humilhação.
04:39Por mais um pouco, ele perde pelo dobro.
04:42194 vezes 2 dá 388.
04:47Ele teve 364 votos contra.
04:50E aí, as legendas, seja de extrema esquerda, extrema direita,
04:54mais ao centro direita, mais ao centro esquerda,
04:57praticamente todos os partidos votaram contra.
05:00Para não dizer que ele não tinha um mínimo de apoio,
05:03o Juntos pela República é a coalizão
05:06na qual está inserida o presidente Emmanuel Macron.
05:09teve 90 votos.
05:11Ok, a gente pode ver que é o maior de todos os números.
05:15Mas somados, os contra, pela queda do François Barron,
05:21foram muito maiores do que os votos para que ele ficasse.
05:25Quero avançar para a gente também ver.
05:27E agora, daqui para frente, o que acontece dentro da França?
05:31Existem três cenários prováveis.
05:35A nomeação de um premier de esquerda,
05:38que esteja um pouco mais alinhado com o presidente Emmanuel Macron.
05:43O efeito?
05:44Um fortalecimento contra a oposição,
05:48mas a consequência,
05:50sem garantias de uma maioria parlamentar
05:53e a extensão da crise.
05:56Cenário número dois,
05:58formação de um governo técnico,
06:00menos político e alguém também
06:02dedicado a melhorar a situação econômica da França.
06:06Seria um gabinete técnico e não partidário.
06:09O problema é que se acaba engolindo
06:10pelos falcões da política.
06:13Consequência,
06:14um menor engajamento dos partidos
06:16e aí as suas propostas
06:18talvez não avancem.
06:20Dissolução da Assembleia Nacional,
06:23desmonta o parlamento
06:25e chama novas eleições.
06:27Aí o efeito seria
06:28essa convocação de novas eleições.
06:31Consequência,
06:32maior risco
06:33de perda da força de Macron
06:35dentro da Assembleia Nacional,
06:37que está cada vez menor.
06:39Queria avançar
06:40para a gente pensar
06:41o que pode vir a acontecer
06:43agora como consequência
06:45na União Europeia.
06:46Segundo a maior economia,
06:48uma crise ali
06:48acaba contaminando o resto do continente.
06:50instabilidade na zona do euro,
06:53alerta dos economistas
06:55e um risco de intervenção
06:57do Banco Central Europeu.
07:00Agora,
07:01pode ter um impacto geopolítico,
07:03principalmente em meio ao tarifácio,
07:05enfraquece a União Europeia.
07:08Segundo a maior economia do bloco,
07:10passando por isso,
07:12acaba tirando a credibilidade
07:13de todo o bloco.
07:16Fortalece um discurso nacionalista
07:17que está crescendo na França
07:18de vamos sair da União Europeia
07:20como fizeram os britânicos
07:22e fortalece a Rússia.
07:24Existe um risco de discordância
07:27com a União Europeia
07:28que está num pé de guerra
07:29com os Estados Unidos
07:30por causa do tarifácio.
07:32Queria avançar
07:32para a gente começar
07:33a ver um pouco mais de números.
07:36Porque eu estou falando aqui,
07:37mas qual é o tamanho da dívida
07:39do problema financeiro da França?
07:41Está aqui,
07:42dívida pública crescente,
07:44só que desde 1980.
07:46Estamos aqui,
07:48mais de 40 anos
07:49de uma dívida crescente
07:50que passa do 100% do PIB,
07:53113% e crescendo.
07:56Aqui a gente tem um déficit
07:57de público também muito grande.
08:00E para encerrar,
08:01o último gráfico,
08:02para vocês verem o tamanho
08:03do problema de dívidas públicas
08:05da União Europeia,
08:06mas se agrava
08:07quando a gente fala
08:08das grandes economias.
08:09A Grécia continua tendo
08:11a maior dívida,
08:12isso é um problema antigo,
08:13152% do seu PIB.
08:16A Itália,
08:17terceira maior economia,
08:18está em segundo lugar
08:19dos endividados.
08:20A França,
08:21que é uma economia
08:22sensivelmente maior
08:23que a Itália,
08:24está aí com esses problemas
08:25de 113%, 114% da dívida.
08:29E aqui,
08:30sinal de alerta,
08:32a Alemanha também está
08:34com uma dívida crescente,
08:35mas bem longe
08:36das outras economias.
08:38A dívida média
08:39na União Europeia,
08:4188%,
08:42então o que prova
08:44que a França
08:45está bem acima
08:47da média,
08:48amarelo piscante
08:49de atenção,
08:50porque isso sim
08:51vai refletir
08:51na política
08:52de Emmanuel Macron,
08:53que cada vez mais
08:55tem evidências
08:56que não vai conseguir
08:58ali eleger
08:59um sucessor.
09:01Cenas do próximo capítulo.
09:03Monsieur Marcelo.
09:04Monsieur Favoli,
09:05a gente estava vendo
09:06até recentemente
09:07as pessoas questionarem
09:08até se o Macron
09:09não poderia renunciar,
09:10mas parece que depois
09:11desse resultado,
09:13pelo menos no curto prazo
09:14as coisas deram
09:15uma acomodada,
09:15né Favoli?
09:16De qualquer maneira,
09:17ele está vendo
09:18a sua popularidade,
09:20o seu capital político
09:21esvaziando pelos dedos
09:23como se ele tivesse segurado
09:25ou estivesse segurando
09:26um punhado de areia.
09:27A ver.
09:28É, muita coisa
09:29para a gente checar
09:29nas próximas semanas
09:30e nos próximos meses aí, né?
09:32Sem dúvida.
09:33Até daqui a pouco então,
09:34Favoli?
09:34Até já.
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