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O projeto de anistia, que avança no Congresso, pode ser considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente do Instituto Não Aceito a Corrupção, Roberto Livianu, comentou sobre a possibilidade da proposta não ser aprovada na Corte.

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Transcrição
00:00A gente volta aos temas do Congresso Nacional, da política, mesmo com o debate sobre anistia no Congresso.
00:06Em caso de aprovação, a medida pode esbarrar no Supremo.
00:11Quem analisa o assunto agora, temos um convidado.
00:13Procurador Roberto Liviano, presidente do Instituto, não aceito a corrupção.
00:17Como sempre, procurador, bem-vindo à Jovem Pan.
00:21É um prazer, Tiago, estar aqui com você, com os amigos da Jovem Pan News.
00:25Sempre uma alegria conversar com vocês.
00:27Bom, procurador, a gente sabe muito bem que com o julgamento em andamento no Supremo,
00:32temos a discussão no Congresso Nacional que volta à tona, principalmente em relação à anistia,
00:37as discussões, se pode haver uma moeda de troca, se a anistia pode ser engavetada
00:44e as penas do 8 de janeiro acabam sendo reduzidas.
00:48Mas eu pergunto para o senhor o seguinte, tecnicamente e juridicamente,
00:52se matérias como essa forem aprovadas pelo Congresso Nacional,
00:56o Supremo barra, não barra, são questões ilegais, não ilegais, são legais?
01:03A Constituição, ela é categórica, não é possível conceder anistia para crimes contra a ordem democrática.
01:14É impossível a concessão de anistia nestas hipóteses.
01:18Então, se o Congresso deliberar nesse sentido, estará decidindo contra a Constituição,
01:29estará violando a Constituição Federal.
01:33O que vai acontecer?
01:35Qualquer um dos partidos políticos, qualquer um dos entes legitimados pela Constituição Federal,
01:42poderá levar o assunto ao Supremo Tribunal Federal.
01:46E os ministros, eles já tornaram público o seu entendimento em relação a isso.
01:52Não só tornaram público, como já decidiram este assunto em outras situações.
01:59Esta deliberação do Congresso, no sentido de conceder a anistia,
02:05será retirada do mundo jurídico, porque essa decisão,
02:10essa deliberação aprovando a anistia será considerada inconstitucional.
02:18Olhando mais a lente, isto terá uma leitura social, política muito ruim,
02:28porque significará que está se considerando muito pouco o interesse da sociedade.
02:36É nítido que não se pode conceder anistia para esse tipo de situação.
02:43Nós estamos falando de crimes graves, nós estamos falando de situações muito ofensivas ao interesse da sociedade.
02:55Não se pode banalizar esse tipo de coisa.
02:59E o Congresso Nacional, os membros do Congresso Nacional, sabem disso.
03:04Nós tivemos hoje uma manifestação muito significativa do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal,
03:12Ayres Brito.
03:13Hoje ele não é mais magistrado.
03:15Hoje ele se coloca na posição de um jurista, de um escritor, de um poeta,
03:22e ele veio a público dizer com clareza seu entendimento a respeito deste assunto.
03:28Não cabe anistia nestas hipóteses.
03:31Então, se isso ocorrer, o assunto irá para o Supremo.
03:35E como se sabe, nestas matérias, a última palavra não é do Congresso,
03:42mas sim do Supremo Tribunal Federal.
03:45Procurador, agora os nossos comentaristas.
03:47Dora Kramer faz a próxima pergunta.
03:49Dora.
03:49Boa noite, professor.
03:52Eu quero o seu olhar sobre um conjunto, o conjunto de uma obra, né?
04:00Anistia, PEC da blindagem, enfraquecimento da lei da ficha limpa, aumento de número de deputados.
04:08O que que isto diz sobre o país que é representado no Congresso?
04:13É muito ruim, Dora.
04:16Eu vejo que nós estamos num processo de decadência em relação ao combate à corrupção
04:24e eu vejo como um ponto de inflexão a partir das dez medidas contra a corrupção.
04:31Dez anos atrás, nós começamos a curva descendente.
04:37Quando as dez medidas foram apresentadas ao Congresso Nacional, o Congresso se sentiu afrontado a partir daí
04:44e começaram as reações.
04:48A nova lei de abuso de autoridade é uma reação absolutamente ruim do ponto de vista do interesse público.
04:56Foram ali colocados tipos penais de vingança contra magistrados, contra membros do Ministério Público.
05:03A nova lei de improbidade, sucateando-se a lei de improbidade em 2021.
05:09Agora, o sucateamento da lei da ficha limpa, aliviando estas consequências punitivas.
05:16Esta proposição no sentido de blindar os congressistas.
05:20Ou seja, para se investigar um congressista, é necessário pedir autorização do próprio Congresso.
05:28Ou seja, se um deputado ou senador sair matando todo mundo,
05:33for um serial killer, matar dez, quinze, vinte, trinta pessoas,
05:37não se pode investigar esse indivíduo, só se o Congresso autorizar.
05:44Se um deputado ou senador estuprar cinquenta mulheres,
05:48só se pode investigar isso se o Congresso autorizar.
05:51Se ele roubar dez bancos, só se pode investigar isso se o Congresso autorizar.
05:58Isso é uma aberração tão grande que nem se pode definir qual é o nome disso.
06:04Isto é o salvo conduto para o crime.
06:07Nós estamos nos transformando na república da impunidade.
06:12Esse é o nome que se dá a isso.
06:14E essa aprovação desta semana, do sucateamento da lei da ficha limpa,
06:22inclusive com o voto do senador Sérgio Moro,
06:25que foi magistrado por vinte e dois anos,
06:29é uma verdadeira aberração.
06:31Porque a lei da ficha limpa,
06:33ela foi aprovada a partir de um projeto de iniciativa popular,
06:38em que durante quatorze anos foram colhidas um milhão e seiscentas mil assinaturas,
06:44e esse projeto foi aprovado por unanimidade no Congresso Nacional.
06:49E esse PL, Dani Cunha,
06:53ele avançou mediante urgência de votação,
06:56nenhuma audiência pública,
06:58nenhum exame por comissões.
07:00Isto é um escárnio político.
07:04Isto é um desrespeito.
07:06É um tapa na cara do povo.
07:08É um total desrespeito,
07:10é uma total afronta à sociedade brasileira.
07:14O Congresso delibera,
07:16afrontando as mais elementares regras da democracia.
07:21É um projeto de iniciativa popular,
07:23que foi aprovado por unanimidade,
07:26e ele é destruído mediante urgências de votação,
07:30sem uma audiência pública,
07:32sem exame pelas comissões.
07:33O Congresso está desrespeitando
07:38as mais elementares,
07:40os mais elementares parâmetros da democracia.
07:44E a PEC da blindagem,
07:46é isso que eu acabei de dizer, Dora.
07:48É o salvo conduto para o crime.
07:50Então, nós estamos numa rota
07:52de total degradação
07:54da nossa proteção
07:57ao patrimônio público.
07:59É isso que vem a acontecer
08:01nos últimos dez anos.
08:03E essas iniciativas,
08:04elas mostram o quê?
08:06Mostram a busca pela impunidade
08:08garantida por lei.
08:10É isso que está ocorrendo
08:11dentro do Congresso Nacional.
08:14Anistia aos partidos,
08:16destruição da lei de improbidade,
08:19destruição da lei da ficha limpa,
08:22PEC da blindagem.
08:24Isso vai na mesma direção,
08:26infelizmente.
08:27E você não vê isso,
08:28um movimento da oposição, não.
08:31Você vê situação e oposição
08:33unidos em prol da impunidade.
08:36Todos unidos.
08:36Procurador Liriano,
08:37agora Cristiano Villela.
08:39Doutor Roberto, boa noite.
08:41Doutor Roberto,
08:42falando sobre o projeto da anistia,
08:45muito tem se falado
08:46nos últimos dias,
08:47nos últimos tempos,
08:49sobre alguma possibilidade
08:50de flexibilização
08:51que não venha a gerar efetivamente
08:54uma anistia aos envolvidos,
08:56especialmente ao ex-presidente Jair Bolsonaro,
08:58mas que de alguma forma
09:00gere algum benefício
09:02àquelas pessoas
09:03que são tidas como
09:04pessoas do povo
09:05que estariam fazendo,
09:07praticando de alguma forma
09:09os atos do dia 8 de janeiro
09:10e que acabaram sendo apenadas
09:12com penas bastante significativas.
09:15Na sua visão,
09:16algo nesse sentido
09:17seria igualmente inconstitucional
09:20ou talvez alguma medida
09:22que abrandasse essas penas
09:24pudesse,
09:25poderia de alguma forma
09:26ser construída
09:29dentro do parlamento
09:30e eventualmente
09:31não passasse
09:32por uma desaprovação,
09:34por um julgamento
09:34de inconstitucionalidade
09:35por parte do Supremo.
09:37Villela,
09:38eu penso o seguinte,
09:40as leis são elaboradas
09:42pelo Congresso
09:43e elas devem
09:45seguir um fluxo
09:47de uma dinâmica
09:49para atender
09:50o interesse da sociedade.
09:51elas devem levar,
09:54devem ter como
09:54o norte
09:55a prevalência
09:56do interesse público.
09:58Esta lei
10:00referente
10:01à proteção
10:02da ordem democrática
10:03é uma lei
10:04que está em vigor
10:05desde o segundo semestre
10:08de 2021.
10:09Portanto,
10:10nós estamos falando
10:11de uma lei
10:11que tem menos
10:12de quatro anos
10:13de vigência.
10:15Mudar uma lei
10:16é algo natural.
10:19Depois de 30 anos,
10:20depois de 40 anos,
10:22é normal
10:23que uma lei
10:24se desatualize
10:25porque a dinâmica social
10:26ela demanda
10:28estas atualizações.
10:30Agora, honestamente,
10:31Villela,
10:32depois de três anos
10:33e meio,
10:34esta lei
10:34ela não se desatualizou.
10:37Depois de três anos
10:38e meio,
10:38não me parece
10:39plausível
10:40que esta lei
10:41seja revista,
10:43se não
10:43por oportunismo
10:45político.
10:46O oportunismo
10:47político
10:47não me parece
10:49plausível
10:50que justifique
10:52uma mudança
10:53de lei
10:54para atender
10:55interesses oportunistas
10:56de ocasião.
10:58O que deve justificar
10:59uma mudança
11:00de lei
11:00é a mudança
11:02da dinâmica social
11:03ao longo dos anos
11:04que leve a lei
11:06à fadiga
11:07jurídica,
11:08à fadiga do tempo.
11:10Depois de décadas
11:11a lei se defasou,
11:13então você tem
11:13que atualizar.
11:14décadas,
11:15cinquenta,
11:16sessenta,
11:16setenta anos,
11:17a lei ficou defasada,
11:18você atualiza.
11:19Esta lei
11:20tem três anos
11:21e meio de vigência.
11:22Essa lei
11:23não está desatualizada.
11:24O que está
11:25se tratando aqui
11:26é a busca
11:27por mexer
11:29numa lei
11:29para atender
11:30interesses
11:31oportunistas,
11:33fazer nova lei
11:34para atender
11:35gente
11:36que está
11:37interessada
11:37politicamente
11:38em retornar
11:40ao poder.
11:40Isto significa
11:42legislar
11:44em causa própria.
11:46Isto vem
11:46na contramão
11:47do interesse
11:49do povo,
11:49Vilela.
11:51E a lei
11:51deve servir
11:53ao interesse
11:53de toda a sociedade
11:55e não
11:56no interesse
11:57de A, B ou C.
11:59Isso não me parece
12:00saudável.
12:02Isto é algo
12:03que desinteressa
12:04ao povo.
12:05Procurador,
12:06de forma bem breve
12:07para a gente encerrar,
12:08a gente fala
12:09de anistia,
12:10mas também
12:10nesses dias
12:12surgiu a palavra
12:14indulto.
12:15O governador
12:17de São Paulo,
12:18caso eleito,
12:19promete indulto
12:20a Jair Bolsonaro.
12:21Quais são as diferenças
12:22e se isso
12:23o Supremo
12:23também eventualmente
12:24barraria?
12:26Veja,
12:27quando você fala
12:28em anistia,
12:30você está
12:30se relacionando,
12:32você está se referindo
12:33a uma situação
12:34mais ampla,
12:36mais geral.
12:38A anistia,
12:39ela atinge
12:40um número
12:41mais amplo
12:42de pessoas.
12:43O indulto
12:43tem um caráter
12:45mais dirigido,
12:47mais localizado.
12:49Você tem
12:49um alcance
12:51mais restrito.
12:54Mas,
12:55tanto numa
12:55como noutra
12:56situação,
12:57o que está
12:58se pretendendo
12:59
12:59é mitigar
13:01o alcance
13:02da lei.
13:02eu fiquei
13:04muito surpreso
13:05com as declarações
13:06dos últimos dias
13:07do governador
13:08Tarcísio,
13:09a quem eu respeito,
13:11foi eleito
13:11pelo povo,
13:12especialmente
13:12quando ele disse
13:14que ele
13:15não confia
13:16na justiça.
13:18Eu acho
13:19muito complicado
13:20o governador
13:20de um estado
13:21como o São Paulo
13:22declarar
13:24que não confia
13:24na justiça.
13:26O governador
13:27de um estado
13:27deve, sim,
13:28confiar na justiça.
13:30Se ele não
13:31confia na justiça,
13:32ele deve
13:33procurar
13:34tomar medidas
13:35no sentido
13:36de restaurar
13:37a confiança
13:38na justiça.
13:39É muito importante
13:40que o governador
13:41de um estado
13:42como o São Paulo
13:43confie na justiça.
13:44Eu confio
13:45na justiça
13:46do meu país.
13:47Eu acho
13:47que a justiça
13:48do meu país
13:49merece
13:50confiança, sim.
13:52Aliás,
13:53eu penso
13:53que o Supremo
13:54Tribunal Federal
13:55do Brasil,
13:56como disse
13:57Stephen Levits
13:58que no Roda Viva
13:59há poucos dias,
14:00está dando
14:01uma demonstração
14:03muito importante
14:04para o mundo
14:04de força,
14:07de retidão,
14:09que está funcionando
14:11muito bem
14:12porque proteger
14:13a ordem democrática
14:15é extremamente importante.
14:17Quantos países
14:17do mundo
14:18conseguiram
14:19dar
14:20essas demonstrações
14:21de proteção
14:23da ordem democrática
14:24como está fazendo
14:25a justiça brasileira,
14:27como está fazendo
14:28do Supremo
14:28Tribunal Federal?
14:30Erros e acertos
14:31todos cometem,
14:32nós somos humanos,
14:34são seres humanos
14:35que distribuem justiça.
14:37Mas eu penso
14:37que o Supremo
14:38Tribunal Federal,
14:39de um modo geral,
14:40acertou muito mais
14:41do que errou.
14:43não é?
14:43Agora,
14:44essas questões
14:45do indulto
14:46e da anistia
14:48são instrumentos
14:50de regulagem
14:51da aplicação
14:52da lei penal
14:54porque o Ius Puniendi
14:55ele é titularizado
14:57pelo Estado,
14:58então são maneiras
14:59de regular
15:00esse exercício
15:01punitivo
15:02para que não haja
15:03excessos
15:04por parte do Estado.
15:06Agora,
15:07Tiago,
15:07que é muito importante
15:08observar aqui
15:09de maneira muito clara
15:11e induvidosa,
15:12a nossa Constituição
15:13ela é clara
15:15e não resta
15:16qualquer dúvida,
15:17não se pode
15:18conceder
15:19anistia,
15:20não se pode
15:21conceder indulto
15:23em crimes
15:24contra
15:25a ordem
15:26democrática.
15:28Não é passível
15:29de concessão
15:30nem de anistia
15:31nem de indulto,
15:32isto é violador
15:33da Constituição.
15:35Então,
15:35isso é ilegal
15:35e o Congresso
15:36não pode conceder
15:37esse tipo de benefício.
15:39Procurador Roberto Liviano
15:40do Instituto
15:41Não Aceita a Corrupção.
15:42Perfeito.
15:42Procurador,
15:43muito obrigado
15:43mais uma vez
15:44pela gentileza
15:45do Instituto
15:45Não Aceita a Corrupção.
15:47Volte sempre
15:48a Jovem Pan,
15:48Procurador Liviano.
15:49Um abraço.
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