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Durante o julgamento do 8 de Janeiro, a defesa do general Augusto Heleno fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, chamando-o de "inquisidor". O advogado questionou o papel do relator no processo, perguntando: "qual o papel do juiz julgador? ou é juiz inquisidor?".

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Transcrição
00:00Quem também falou hoje na sustentação oral foi o advogado de Augusto Heleno,
00:05Augusto Heleno que foi ali chefe do Gabinete de Segurança Institucional,
00:09advogado Matheus Milanês, ele inclusive deu algumas, ele citou alguns pontos interessantes
00:14que foi possível destacar, Evandro, ele disse, por exemplo, que no caso de Augusto Heleno,
00:18ele deixou de ser tão próximo de Jair Bolsonaro quanto ele era,
00:24isso no meio da gestão de Jair Bolsonaro, porque lembrando que Augusto Heleno,
00:27ele sempre foi uma pessoa muito próxima de Bolsonaro, antes mesmo de Bolsonaro virar presidente da República,
00:32mas que no meio ali da gestão de Bolsonaro, logo depois que Bolsonaro foi eleito, foi filiado ao PL,
00:39Augusto Heleno já não participava tão intensamente das tratativas no Palácio do Planalto,
00:44no Palácio do Planalto das negociações políticas, que isso ficou a cargo de outros ministros,
00:49que ele acabou se afastando de certa forma e ele inclusive levou, o advogado levou na sustentação oral
00:55alguns dos depoimentos de algumas testemunhas que afirmaram isso nas oitivas aqui durante a fase processual.
01:01O advogado de Augusto Heleno também disse o seguinte, ele questionou a atuação de Alexandre de Moraes
01:07como juiz relator durante as oitivas das testemunhas,
01:12em que Alexandre de Moraes acabou fazendo perguntas às testemunhas,
01:16sendo que isso usualmente é feito pela acusação, né?
01:20Então seria ali o devido, a função ali devida disso deveria ser do Procurador-Geral da República,
01:27mas ele cita alguns momentos em que o ministro Alexandre de Moraes fez indagações a testemunhas,
01:33inclusive ele chamou ali, ele fala um trecho do advogado milanês, ele fala o seguinte,
01:40por que o Ministério Público não fez essas perguntas? Qual o papel do juiz julgador ou juiz inquisidor?
01:47Se referindo ao ministro Alexandre de Moraes, e ele também levou a sustentação oral,
01:54uma apresentação onde ele fala que nessas oitivas das testemunhas, né?
01:58Lembrando que foram dezenas de testemunhas ouvidas por vários dias, testemunhas arroladas pelos oito réus,
02:03que ele levou um dado, um número, segundo ele, dizendo que no interrogatório,
02:09na verdade, não nas testemunhas, desculpe, Evandro, durante a fase de interrogatório dos oito réus,
02:14Alexandre de Moraes fez 302 perguntas aos oito réus, sendo que o Procurador-Geral da República,
02:20ou a PGR, representantes da PGR, fez apenas 59 perguntas.
02:26Então ele questiona isso também. A gente vai ouvir um trecho do que o advogado de Augusto Heleno falou mais cedo.
02:31Qual o papel do juiz julgador? Ou é o juiz inquisitor?
02:36O juiz é o imparcial, o juiz é o afastado da causa.
02:40Por que o magistrado tem a iniciativa de pesquisar as redes sociais da testemunha?
02:45Não que o ponto não seja relevante, pode às vezes ser irrelevante,
02:48mas quem tem a iniciativa probatória, a quem compete o ônus da prova?
02:52Ao Ministério Público.
02:57Pois é, a fala aí do advogado de Augusto Heleno.
03:00Então só lembrando que nessa semana está encerrada, então, por enquanto, esse julgamento.
03:05A segunda fase do julgamento terminou hoje, com o fim ali das sustentações orais, das defesas.
03:11E na semana que vem a gente conhece os votos, né, Evandro?
03:13Na terça-feira é retomado o julgamento com o primeiro voto, que é do ministro Alexandre de Moraes.
03:18Na sequência votam Flávio Dino, Luiz Fux, ministra Carmem Lúcia e, por último, o ministro Cristiano Zanin.
03:25A expectativa é que a sentença a gente conheça na sexta-feira.
03:28Muito obrigado, Janaína Camelo. Ótima cobertura para você em Brasília.
03:31Eu quero conversar, então, agora com o Bruno Musa, que já está conectado conosco também.
03:35Um dos argumentos trazidos pelo advogado de Jair Bolsonaro é a falta de paridade de armas, Bruno.
03:40Porque ele fala que o processo é gigantesco e que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal
03:45tiveram muito mais tempo do que a defesa para analisar todas as provas e documentos
03:49e apresentar esse relatório, do que a defesa teve para acompanhar os mesmos arquivos
03:57e preparar uma defesa que conseguisse cobrir tudo aquilo que é trazido de ofensiva
04:03ou de acusação pela Procuradoria-Geral da República.
04:06Você entende que houve uma falta mesmo, uma disparidade de armas, digamos assim?
04:11Bem-vindo, meu amigo.
04:12Muito obrigado. Boa tarde. Boa tarde a todos aqui da bancada.
04:17Alan, prazer estar aqui contigo novamente. Seja bem-vindo.
04:20Bom, vamos lá. Eu acredito que sim.
04:22Eu acho que isso, repito o que eu venho falando, independe de espectro político ideológico.
04:27Se nós abstraíssemos aqui o réu, quem está sendo julgado,
04:32e colocássemos uma pessoa X, que não há uma aprovação ou rejeição por parte da população,
04:38a justiça deveria ser assim, cega, por completo, para a defesa política ideológica
04:44e sim para um respeito constitucional, para seguir todo aquele rito processual,
04:50tudo aquilo que a própria Constituição brasileira manda
04:53para um determinado julgamento ser o mais justo e o mais transparente possível.
04:58Veja, nós sabemos, e não é só de hoje, Evandro,
05:01nós sabemos que muitos dos advogados vieram a público relatar a dificuldade
05:05de conseguir ter acesso aos autos.
05:08Muitos deles, inclusive, o advogado do Bolsonaro mencionou isso hoje,
05:13da dificuldade dele construir uma banca de advogados,
05:16que nunca viu um processo com tantos advogados,
05:19onde cada um deles nunca teve o total acesso
05:22ao que estava sendo colocado no processo.
05:26Então, veja, como você pode defender uma pessoa,
05:30seja ela quem for,
05:31se você, como advogado, tem o direito constitucional
05:35e a obrigação de ter acesso
05:36a tudo que está sendo imputado
05:39ao seu cliente, a esse réu,
05:41e você não pode,
05:42como é que você vai defender?
05:44Como é que você vai criar uma linha de raciocínio
05:47e uma defesa técnica
05:49para poder defender
05:50o teu cliente,
05:52se você não tem acesso a tudo
05:54ou a todas as provas
05:55que supostamente estariam incriminando o seu réu?
05:58Obviamente, isso deixa muito claro
06:01a divergência processual e de armas
06:04que foi mencionada aí.
06:06Eu acho que isso,
06:07partindo um pouco do que o próprio Piperno falou,
06:10que eu concordo com ele,
06:10uma discussão de valores e éticas,
06:13no Brasil isso aí simplesmente foi deixado de lado.
06:15Como é que nós podemos defender
06:17valores e éticas
06:19num país onde depende de quem está sendo julgado
06:24para ter acesso
06:25a uma determinada forma de processo
06:27ou outra?
06:29Ou, se eu gosto da pessoa,
06:31devo condená-la
06:32ou devo absolvê-la.
06:34Se eu não gosto da outra,
06:35eu devo ter uma outra tratativa.
06:37Mas a Constituição não diz isso.
06:39A Constituição pouco importa
06:40se você gosta
06:41daquele ou do outro réu.
06:43Ela diz que você deve segui-la.
06:46E, obviamente, repito,
06:47se nós não gostamos da Constituição,
06:49e eu sou um deles,
06:49um amplo crítico da Constituição de 88,
06:52façamos do rito legal
06:54e de todo o processo
06:55para conseguir alterar
06:57a Constituição
06:58de acordo com o que ela manda
07:00que seja alterada.
07:01Mas não inventarmos regras
07:02e darmos mais força para um lado,
07:05porque nós gostamos mais de um
07:06ou não gostamos pessoalmente do outro.
07:08Isso não é justiça,
07:10isso são armas diferentes,
07:11e isso é uma discussão, sim,
07:13de valores e éticas,
07:15de virtudes,
07:16que simplesmente no Brasil
07:17foi completamente abandonada,
07:19deixando de lado,
07:20e funciona para um lado.
07:21Portanto, não há ética,
07:23não há moral
07:23e não há Constituição.
07:25427, quem nos acompanha pela rádio,
07:26um rápido intervalo.
07:27Daqui a pouco espero vocês.
07:28Nas outras plataformas seguimos.
07:30E Zé Maria Trindade,
07:31antes da gente seguir
07:31para mais um desdobramento
07:33dessa história,
07:34eu quero falar contigo
07:35sobre a defesa do general Heleno,
07:37que não só apontou
07:38uma, digamos assim,
07:40uma atuação
07:41do ministro Alexandre de Moraes
07:43acima daquilo que se espera
07:44de um ministro do Supremo Tribunal Federal
07:46como uma espécie de reunidor de provas,
07:48mas também tentou afastar
07:50o general Heleno
07:51da atuação direta
07:52de Jair Bolsonaro
07:53numa suposta coordenação
07:55de atos
07:56que pudessem levar
07:57consequentemente
07:58ao 8 de janeiro
07:59e a uma tentativa
08:00de golpe de Estado
08:01aqui no país.
08:02Mencionando que a aproximação
08:03de Jair Bolsonaro
08:04com parlamentares do Centrão
08:06fez com que o general Heleno
08:07saísse de cena.
08:09E que se fosse para
08:10enxergar o general Heleno
08:12como um culpado,
08:13todos aqueles que aparecem
08:14em imagens,
08:15assessores que estão na sala
08:16ouvindo tudo aquilo
08:17que Jair Bolsonaro
08:18falou ao longo dos anos,
08:20também deveriam ter entrado
08:21no processo.
08:22Como é que você avalia
08:23a posição do general Heleno
08:25lá no governo
08:26e que agora gera
08:27esse tipo de acusação
08:29da Procuradoria-Geral
08:30da República?
08:30Zé, você que acompanhou
08:31de perto aí.
08:33Pois é,
08:34essa argumentação
08:36da defesa
08:36do general Heleno
08:37me lembra ali
08:39um assunto
08:39que nem foi
08:40citado
08:41nesse julgamento
08:42que foi usado
08:43na época do Mensalão,
08:45que é a história lá
08:46do domínio
08:47do fato, né?
08:48De que
08:49o chefe
08:50ou sabia
08:52ou deveria saber
08:54do que estava acontecendo.
08:56Isso não foi citado
08:57e foi uma crítica
08:58muito forte
08:59sobre o uso
08:59desse tipo de argumento,
09:01né?
09:01No passado
09:02que acabou
09:03entrando ali
09:04no mundo jurídico
09:05de uma hora
09:06para outra.
09:07O general Heleno
09:08realmente,
09:09no início do governo,
09:10durante a campanha
09:10no início do governo,
09:11ele era muito forte,
09:13tinha acesso
09:13ao gabinete
09:15do presidente
09:16Jair Bolsonaro,
09:17do então presidente,
09:18né?
09:19E ele me dizia
09:19que estava meio complexo
09:21o trabalho dele
09:22porque quando ele
09:24tinha uma informação,
09:25ele tinha que checar,
09:26né?
09:27Que os militares
09:27chamam de informe,
09:29que é uma informação
09:30não confirmada.
09:31Ele checava,
09:32quando ele chegava
09:33no gabinete do presidente,
09:34o presidente dizia
09:35já sei
09:37e já não sei o quê
09:38e tal,
09:38já vi
09:39e o próprio presidente
09:40tinha umas maneiras
09:42de fazer uma checagem
09:43de ligar diretamente
09:44para a pessoa próxima
09:46ao acontecido.
09:47Então, assim,
09:48a relação foi desgastando
09:50e ficou de vez azeda
09:52quando o centrão
09:53se aproximou do governo
09:54e o general Heleno
09:55falou aquela,
09:56se falar com o centrão
09:57se gritar
09:59pegar ladrão
10:00não fica um meu irmão.
10:02Ele fez esse discurso
10:03e isso inviabilizou
10:04o centrão do general.
10:06Ali ele afastou.
10:08E o interessante
10:09desta defesa
10:10é exatamente sobre
10:12a impossibilidade
10:14dos advogados
10:15decifrarem
10:16tantos códigos
10:19e tantos arquivos.
10:22E a gente que trabalha
10:23com informação
10:23sabe que
10:24informação demais
10:25é a não informação.
10:27Então, assim,
10:28tinham terabytes,
10:29terabytes
10:30de documentos
10:31e de fotos
10:33e de áudios.
10:34Quer dizer,
10:35é impossível,
10:36mesmo para um escritório
10:37grande e caro
10:38como os que estão
10:39contratados
10:41poderiam imaginar
10:42quatro terabytes
10:44de documentos.
10:45É impossível
10:46analisar todos
10:48e se defender
10:48de todos.
10:49Então,
10:50a defesa foi desta linha
10:51e principalmente
10:52é uma das raras
10:54vezes
10:55em que o advogado
10:56bate de frente
10:57com o ministro
10:58Alexandre de Moraes,
10:59dizendo que ele fez
11:01mais perguntas
11:01do que a defesa,
11:03do que a acusação.
11:04Esse é um papel
11:05da acusação.
11:05é claro que o juiz
11:07pode também
11:08fazer provas,
11:09mas se não pode
11:10ser a parte ativa
11:11na acusação.
11:13Então,
11:13agora a gente vê
11:15principalmente
11:16esta individualização
11:18do papel
11:19ou não papel
11:20de cada um.
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