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A defesa do almirante Almir Garnier, réu no julgamento do 8 de Janeiro, alegou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) "feriu o princípio da congruência" na acusação. O advogado Demóstenes Torres ainda afirmou que gosta tanto de Jair Bolsonaro quanto de Alexandre de Moraes. A fala fez parte do primeiro dia de sustentações orais das defesas na Primeira Turma do STF.

📺 Confira o julgamento na íntegra: https://youtube.com/live/nWLph34g61A

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Transcrição
00:00Eu gostaria de também cumprimentar a todos, todos os assessores,
00:08elogiando a doutora Cristina, que aqui hoje não se encontra,
00:12mas que nos acompanhou durante todo esse período.
00:17Dos advogados aqui presentes, eu gostaria de saudar o doutor Pedro Paulo,
00:23que eu acho que está representando a ordem dos advogados,
00:26não defendendo algum cliente.
00:28Digo isso porque tem um momento na vida da gente que nem o vento bate nas nossas costas.
00:36E eu precisei de advogados, e os advogados que me acudiram foram o Cacai,
00:45que é o meu amigo, pensamos completamente diferente, mas temos amizade.
00:53Lênis Treck, que estão dizendo que o ministro Barroso vai se aposentar quase que imediatamente após esse julgamento.
01:06Se isso for verdade, o Lênis Treck intera 70 anos ainda esse ano, ainda dá tempo dele ser ministro.
01:12E ele é uma espécie, na minha opinião, de um Kelsen, um Canotilho, um Roxin,
01:20uma pessoa que nós temos no Brasil que brilha incessantemente.
01:25Quero homenagear ao Almirante Garnier, que é réu nesse processo.
01:33E quando aconteceu o 8 de janeiro, eu escrevi um artigo no dia 11 de janeiro, no Poder 360,
01:48falando do absurdo que foi esse atentado contra as dependências do Supremo Tribunal Federal,
01:55do Congresso Nacional e da Presidência da República.
02:02Eu, então, tinha uma decisão firme, não pegar nenhum cliente a respeito do 8 de janeiro.
02:13Mas a decisão firme do advogado é sempre abalada por alguma coisa.
02:18E acontece que eu tenho um amigo, juiz, Tribunal de Justiça de Goiás,
02:25que um sobrinho dele estava envolvido e preso no 8 de janeiro.
02:33Depois, um irmão da chefe de perícia de quando eu fui secretário de Segurança Pública e Justiça.
02:43E aí as coisas foram evoluindo nessa direção.
02:47Um bispo me ligou pedindo para defender o que se chamava da musa do golpe,
02:53que é nós acabamos fazendo um acordo de não perseguição penal.
02:57E um dia bateu nas minhas portas o Almirante Garnier.
03:01E eu fiquei com pena dele.
03:03Por quê?
03:04É uma pessoa que vai interar agora 65 anos de idade,
03:09não tem recurso para pagar advogado.
03:12Fiz alguma coisa, disse, olha, nós não podemos fazer sem cobrar.
03:16E ele não teve dinheiro para pagar.
03:19A mãe dele vai fazer 93 anos, tem Alzheimer.
03:23Ele alugou uma casa na Penha,
03:27para que ela pudesse morar, Penha, no Rio de Janeiro.
03:32E vive Brasília, Penha.
03:35E é uma figura que eu considero muito importante na minha vida.
03:43Uma outra pessoa, é o seguinte,
03:47é possível gostar do ministro Alexandre de Moraes,
03:50se ao mesmo tempo gostar do ex-presidente Bolsonaro?
03:53Sim, sou eu.
03:55Essa pessoa.
03:57E explico por quê.
03:59Um dia eu já estava fora da política,
04:05e estava no aeroporto de Brasília.
04:09E meus ex-colegas passavam por mim,
04:11e tal.
04:12De repente, passou o Bolsonaro,
04:15com a mochilinha parecendo um soldadinho de chumbo,
04:18e foi e falei para a minha mulher,
04:21olha, até o Bolsonaro está me evitando.
04:24E aí ele parou lá no...
04:29naquele lugar que passa o raio-x e tal,
04:33olhou, me viu, voltou também correndo,
04:36e me deu um abraço e falou,
04:38senador, para mim não aconteceu nada.
04:40Então, se o Bolsonaro precisar de eu levar cigarro para ele
04:46em qualquer lugar, conte comigo.
04:49Ele é uma pessoa que eu gosto.
04:52Então, talvez seja a única pessoa no Brasil
04:55que goste do ministro Alexandre de Moraes
04:58e goste do ex-presidente Jair Bolsonaro.
05:03Quando eu assumi o Senado, em 2003,
05:07eu tinha vontade de conhecer o presidente Antônio Carlos Magalhães,
05:18que era presidente da casa,
05:20e também o ex-senador e ex-ministro Jarvas Passarinho.
05:26E falei com o Antônio Carlos Magalhães,
05:29falei com o Jarvas Passarinho.
05:30E com o Jarvas Passarinho,
05:33ele ficou impressionado,
05:36porque naquela época a gente estudava,
05:38então sabia bem sobre a vida dele.
05:41Sabia que ele tinha nascido em 1920,
05:44sabia que em 1943,
05:46ele encarregado pela Academia Brasileira de Letras,
05:50e depois pelo presidente Getúlio Vargas,
05:53acabou assinando o formulário ortográfico,
05:56que é de, obviamente, 1943,
06:00e que tinha muita coisa
06:01que foi modificada na nossa língua.
06:05Por exemplo, Piauí.
06:07Como é que se escrevia Piauí?
06:09Com H e Y.
06:11Então, foi uma reforma importante
06:14e muita gente não sabia
06:16por que foi depois escolhido ministro da Educação.
06:21Então, ele tinha feito muita coisa,
06:23era um defensor dos indígenas,
06:25e conversamos muito tempo.
06:27De repente,
06:29eu falei, estou indo embora,
06:32foi uma honra falar com o senhor.
06:34Ele me disse,
06:35mas você não vai falar sobre a frase?
06:38Eu disse, que frase?
06:40Aquela do AI-5,
06:43que eu estava lá
06:44e disse,
06:46mais ou menos assim,
06:48as favas
06:49com os escrúpulos de consciência,
06:53uma coisa mais ou menos desse jeito.
06:55Falei,
06:56mas essa frase é muito batida,
06:59ela é muito conhecida.
07:02E ficou essa coisa marcada em mim.
07:09Eu acho que
07:10nossos parlamentares,
07:14eu lamento profundamente
07:15que nós estejamos julgando essa causa,
07:18ou esse caso,
07:19dentro desse sentido todo de comoção,
07:26e acho que, por exemplo,
07:30o ministro Alexandre de Moraes,
07:34uma vez perguntado,
07:36falou,
07:36eu julgo de acordo com o que está na lei.
07:40se as penas são altas,
07:42eu julgo de acordo com essas penas.
07:44Então, pode parecer injustiça que eu faça assim.
07:47Eu imaginei,
07:48inclusive,
07:50que o ministro dava uma dica
07:52para os parlamentares.
07:54se houvesse abolicio crímenes,
07:57se houvesse diminuição das penas,
08:00se houvesse integração dos crimes,
08:03isso poderia ser muito mais fácil
08:05do que levar
08:07o Supremo Tribunal Federal
08:10a fazer
08:11essa interpretação.
08:13porque isso, às vezes,
08:15carrega o ministro.
08:18E ele...
08:22imagino, né,
08:24que se tivesse
08:26os parlamentares ouvidos,
08:28mas os parlamentares,
08:30pelo que eu vejo,
08:31eles ficam muito preocupados
08:32em fazer selfie,
08:35tirar fotografia,
08:36mandar para não sei quem,
08:38e não prestam atenção
08:40no julgamento.
08:41Querem só meter o pau
08:42e o que não implica,
08:45eu, por exemplo,
08:45não tenho concordância
08:46com muita coisa.
08:48Mas eu acho que nós
08:50poderíamos ter
08:51uma solução legalista
08:53e pacificada.
08:57Eu quero também
08:58cumprimentar
08:59ao doutor
09:00Paulo Vasconcelos Jacobina.
09:02Eu estava preparado
09:04para fazer uma homenagem
09:06ao nosso querido
09:07Paulo Gounet,
09:08que inclusive acabou
09:09de ser reconduzido,
09:11mas, Vossa Excelência,
09:12que também foi outro
09:13primeiro lugar
09:13em concurso,
09:15mas, Vossa Excelência,
09:16leva os abraços
09:18a ele.
09:20Entrando propriamente
09:21na defesa,
09:24no primeiro momento,
09:30eu alego que
09:31o Procurador-Geral da República
09:34feriu o princípio
09:35da congruência.
09:36por quê?
09:38Nas alegações
09:39finais,
09:40ele aponta
09:40dois novos fatos
09:41que não existem
09:42na denúncia.
09:44E o Supremo Tribunal
09:45Federal,
09:46o artigo 384
09:48do Código de Processo Penal,
09:50diz claramente
09:51que não é possível
09:53que o réu
09:54se defenda
09:55de algo
09:56que não lhe foi imputado.
09:58E traz,
09:59então,
10:00o Procurador-Geral,
10:03duas novas imputações.
10:07Primeiro,
10:08o desfile da Marinha
10:09ocorrido em 10 de agosto
10:11de 2021
10:12na Praça dos Três Poderes,
10:14que foi interpretado
10:15por ele
10:16como ato simbólico
10:17de apoio
10:18ao suposto
10:18intento golpista.
10:20E depois,
10:21a ausência
10:22de Almir Garnier
10:22na cerimônia
10:23de passagem
10:24do comando
10:24da Marinha
10:25em 2023.
10:25Hoje,
10:27o doutor
10:29Paulo Garnier
10:30abandonou essa linha.
10:32Mas como isso está
10:33nas alegações finais,
10:35estou fazendo
10:36constar
10:37para que
10:39fique claro
10:41que isso é um caso
10:43expresso
10:43de mutácio
10:45e libero.
10:46Ou seja,
10:47se tiver
10:48que imputar
10:49dois outros fatos,
10:50tem que fazer
10:51o aditamento
10:51à denúncia.
10:52Ou se não,
10:53o Supremo Tribunal Federal
10:54tem que pedir
10:56para desconsiderar
10:57no julgamento
10:58esses dois fatos,
11:03que são fatos novos.
11:06Segundo,
11:08a colaboração premiada
11:10de Mauro Cid.
11:12A proposta
11:13do Procurador-Geral
11:14da República,
11:15ela é injurídica,
11:17ela não existe.
11:19E carreará
11:21inúmeros problemas
11:23para o Supremo Tribunal
11:24Federal,
11:25caso ela aceite,
11:26seja aceita,
11:27por um motivo
11:28muito simples.
11:30Hoje,
11:31ou se
11:32homologa
11:34e aceita
11:35a delação
11:36e a delação
11:37foi homologada,
11:38ou ela é
11:39rescindida.
11:40Então,
11:40veja só,
11:42nós não estamos
11:43pedindo aqui
11:44a nulidade
11:45da delação.
11:47Nós estamos
11:47pedindo
11:48a rescisão
11:49da delação.
11:49agora,
11:50os senhores
11:51imaginem o seguinte,
11:53foi qualificado
11:57o senhor
11:59Mauro Cid
12:00com vários
12:02epítetos
12:05desairosos,
12:06entre eles,
12:08omisso,
12:09adotante de narrativa
12:11seletiva,
12:12portador de comportamento
12:13ambíguo,
12:14contraditório,
12:15resistente
12:17ao cumprimento
12:17das obrigações
12:18pactuadas,
12:19seu comportamento
12:20provocou prejuízos
12:22relevantes
12:23ao interesse público
12:24e faltou
12:25com a lealdade
12:27ao longo
12:28do procedimento.
12:29E que esses vícios
12:31comprometem
12:31a credibilidade
12:32integral
12:33dos seus relatos.
12:35Quem disse isso?
12:37Paulo Gounet.
12:38Não fui eu.
12:39Então,
12:40eu pergunto
12:41a vossas excelências,
12:43é possível
12:44convalidar
12:46essa
12:46delação
12:48ou ela tem
12:49que ser rescindida?
12:51Se ela tem
12:52que ser rescindida,
12:53e hoje eu vi
12:54uma ginástica
12:56feita
12:56pelo
12:57procurador-geral
12:58da república
12:59para
13:00tentar dizer
13:02que
13:03se ela for
13:04rescindida,
13:06os fatos
13:06permanecem
13:07ígidos.
13:08Permanecem
13:09ígidos
13:09para quem?
13:10Só se for
13:11para a acusação.
13:13Então,
13:13os senhores
13:14vão ter
13:14que decidir
13:15isso,
13:15porque a proposta
13:16feita por ele
13:17é de mitigação
13:19do acordo.
13:22Então,
13:22em vez
13:23de se cumprir
13:24tudo aquilo
13:24que estava
13:25pactuado,
13:28então,
13:30e o que é
13:30que estava
13:30pactuado?
13:32A concessão
13:33de perdão
13:34judicial,
13:35a concessão
13:36de redução
13:37da pena
13:38no valor
13:39máximo,
13:40e que
13:40haveria
13:41uma conversão
13:42automática
13:43de pena
13:44privativa
13:44de liberdade
13:45e restritiva
13:46de direito.
13:47E o
13:48procurador-geral
13:49da república
13:50pleiteia agora
13:51justamente o contrário,
13:53que lhe seja
13:53reduzida a pena
13:55em apenas
13:56um terço,
13:57que
13:57não se
13:59converta a pena
14:00automaticamente
14:01em privativa
14:02de liberdade,
14:03e
14:04se mantenha
14:05a validade
14:07da delação,
14:08e que não se
14:09conceda
14:09perdão
14:10judicial.
14:11Então,
14:12é bastante
14:12incongruente,
14:14e eu acho
14:15que aí a
14:16pergunta feita
14:17pelo ministro
14:17Fux
14:18tem total
14:19pertinência,
14:21porque o
14:21procurador-geral
14:22da república
14:23disse isso,
14:24e muitas
14:24vezes ele
14:25foi chamado
14:26para corrigir
14:28informações
14:28que ele
14:29não tinha
14:30passado,
14:31ou tinha
14:31passado de
14:32forma equivocada,
14:34ou outras
14:35coisas que
14:36apareceram antes
14:37na imprensa,
14:37que levaram
14:39a sua
14:39convocação.
14:41Então,
14:43efetivamente,
14:44essa
14:44mitigação
14:46oferecida,
14:48ou pedida,
14:49pelo procurador-geral
14:50da república,
14:51ela não pode
14:52ser acolhida,
14:54porque ela é uma
14:54jabuticaba.
14:56O Supremo
14:56se acolheu,
14:57e veja o seguinte,
14:58em vários casos,
15:00isso aqui chegou
15:00no Supremo
15:01Tribunal Federal,
15:02e o Supremo
15:03Tribunal Federal
15:04jamais deu guarida
15:07a esse tipo
15:08de mitigação.
15:09Por quê?
15:10Qual o conceito?
15:11Qual que é
15:12a natureza
15:13jurídica?
15:16É,
15:16é a natureza
15:17de um
15:18de ajuste
15:18formal,
15:19é de um
15:20contrato,
15:21onde a pessoa
15:22oferece a
15:23colaboração,
15:24e em troca,
15:25ela recebe
15:26benefícios.
15:28Então,
15:28eu peço
15:29a vossas
15:29excelências,
15:31nesse caso,
15:32que rescindam
15:33o contrato
15:34de colaboração.
15:35Isso implica
15:36no desmonte
15:38total
15:39da ação penal.
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