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Isadora Araújo, economista na GEP Costdrivers, analisa as oportunidades e desafios do comércio entre Brasil e México. Embora o México ainda represente apenas 2% das exportações brasileiras, produtos como carne e café já têm espaço no mercado mexicano e podem ganhar força com novos acordos. Além disso, a parceria pode abrir caminho para cooperação tecnológica e investimentos no setor de serviços, aproveitando vantagens logísticas e o papel estratégico do México junto aos EUA.

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Transcrição
00:00Sobre esse potencial de ampliação das relações comerciais entre as duas maiores economias da América Latina,
00:06como o nosso repórter Eduardo Gair estava explicando, Brasil e México, mais da metade de todo o PIB da América Latina,
00:13eu converso agora com Isadora Araújo, que é economista na GEP Cost Drivers.
00:20Isadora, obrigado pela participação, espero ter feito o seu crédito correto.
00:25É isso mesmo? GEP Cost Drivers?
00:28Isso, exatamente. Favale, boa noite. Boa noite a todas e a todos que nos acompanham.
00:35Isadora, vamos começar já direto o assunto. Vantagens de termos aí um relacionamento comercial com o México.
00:42Já temos. O México está ali entre os dez maiores mercados comerciais que o Brasil tem,
00:50mas convenhamos que é difícil aparecer na nossa pauta.
00:53Quando a gente fala de comércio internacional do Brasil, a primeira coisa que vem à cabeça é a China,
00:58depois Estados Unidos, União Europeia. O México está ali numa lista secundária, orbitando.
01:04O México produz, por exemplo, muito menos comida, commodities agrícolas, agropecuárias que o Brasil.
01:11Pode ser um caminho de entrada para a gente...
01:14O nosso repórter em Brasília, Eduardo Gair, está falando da indústria automotiva.
01:17Ok, faz muito sentido, porque eles produzem carros, mandam para os Estados Unidos, mas olhando para mercados que são menos óbvios,
01:25essa parte agroindustrial poderia ser um caminho de entrada para a gente?
01:29Eu avalio que sim, Favali, porque realmente, de fato, o México, ele figura ali entre o nono país que a gente mais exporta,
01:42então realmente não é essa expressividade de comércio internacional para o Brasil,
01:48o que, por um outro lado, significa mais oportunidades, até porque compartilha do mesmo continente,
01:56o mesmo desenho territorial que o Brasil, então a logística facilitada já começa sendo um ponto positivo, em geral,
02:05mas a agroindústria, com certeza, tem bastante potencial, mesmo com a participação do México nas nossas exportações,
02:15atualmente sendo em torno de 2%.
02:17O que a gente avalia é que os produtos como carne e café, que não saíram da tarifa de 50%
02:26e ainda estão bastante prejudicados em relação ao comércio com os Estados Unidos,
02:33por ter expressividade nas nossas exportações para o Brasil,
02:38eles mostram ali um percentual até expressivo das nossas vendas para o México,
02:42o que significa que o país, de fato, consome esses produtos,
02:46porque você realocar commodities é realmente mais fácil que bens manufaturados,
02:54e isso realmente não tem o que questionar.
02:58Mas não adianta a gente exportar também para países que você não garante demanda efetiva,
03:03que não vai ter certeza de comércio, que aquele acordo nas vendas, nas receitas de exportação,
03:09vai acabar não concretizando e não gerando os montantes que se esperava para compensar a perda de comércio
03:14que a gente, com certeza, vai ter com os Estados Unidos, certo?
03:18Então, a gente avalia que sim, é um país que, de fato, consome esses produtos
03:23e a gente vê aí caminhos bastante importantes para a agroindústria,
03:28principalmente para a carne e café, que estão fora da lista de isenção.
03:30Agora, um ponto importante que eu observei é que o preço médio pago por esses produtos,
03:38por parte do México, esses produtos brasileiros, café e carne,
03:41é um preço médio um pouco abaixo do que os Estados Unidos nos pagam.
03:45Então, com certeza, a gente vai ter um ganho de volume,
03:48vai ter uma compensação em partes desse comércio,
03:52se as negociações do Geraldo Alckmin ali no país surtirem efeito e vier com boas notícias,
04:01mas pode ser que a rentabilidade desses produtos, o preço de venda,
04:05possa não alcançar os patamares que alcança para os Estados Unidos
04:09e, portanto, as receitas não serem totalmente compensadas.
04:13Bom, Isadora, claro que quando a gente fala de comércio internacional,
04:16a gente pensa em uma coisa muito mais invernizada, muito mais sofisticada,
04:19mas na essência da negociação da economia básica, existe a barganha, a pechincha.
04:27Então, numa realidade em que um lado que está precisando vender tem excesso de mercadoria,
04:33isso abre uma margem de vantagem de quem está se dispondo a comprar
04:38e aí o preço, obviamente, oscila para baixo.
04:42Mas eu queria aproveitar um restinho de tempo que a gente tem para a nossa conversa
04:45e subir um degrau.
04:46Quando a gente fala de comércio internacional, como você mesmo destacou e eu dei outros exemplos,
04:51a gente pensa em commodities, produtos de alto valor agregado, manufaturados,
04:56mas as relações entre nações, entre governos, entre países,
05:01quando a gente fala do comércio internacional, também envolve o setor de serviços.
05:06E aí eu estou fazendo uma ligação indireta, que é a seguinte,
05:10vamos supor que essa questão do tarifácio nos aproxime mais do México,
05:16abra novas portas para troca de commodities, de produtos de alto valor agregado.
05:23Isso pode levar, num segundo momento, a uma troca de tecnologia?
05:28As nossas indústrias automobilísticas têm muitas características afins,
05:33nós estamos no mesmo patamar de desenvolvimento tecnológico,
05:37muitas startups aqui também têm um braço lá ou têm uma semelhança lá,
05:43mas a gente tem um setor de serviços não tão grande quanto a compra e venda de commodities,
05:49por exemplo.
05:50Pode ser a entrada da venda de commodities um elo para chegarmos a essa maior cooperação tecnológica,
05:59pesquisa científica, acadêmica, por exemplo?
06:02Sim, pode ser um elo, mas eu acho que o elo mais forte que a gente vê atualmente
06:11é pelo fato do México estar se beneficiando dos produtos que estão regulares com o antigo nafta
06:18e esses produtos estarem isentos de tarifas de exportação para os Estados Unidos.
06:23Isso tem feito com que muitas empresas enxerguem o país como uma oportunidade para exportar mais
06:29e, consequentemente, programando suas instalações ali para o território e, portanto, migrando os serviços,
06:36então, por essa motivação.
06:39Agora, outras motivações secundárias, como a que você citou, também é possível,
06:44mas, num primeiro momento, a gente avalia mais por esse elo mesmo via acordo que é o antigo nafta,
06:53esse incentivo à isenção de tarifas.
06:56E, claro, o setor tecnológico, o México tem investido bastante no setor de tecnologia,
07:03principalmente porque ano que vem vai sediar a Copa do Mundo,
07:06então, isso está fazendo com que o país tenha bastante perspectiva de demandas por bens,
07:13serviços, ano que vem.
07:14Então, a gente vê que isso é um caminho que pode também atrair investimentos
07:20e, consequentemente, mais demanda por bens e serviços, ou seja, funcionando como um outro elo,
07:27assim como a sua pergunta estabeleceu a premissa.
07:31Queria agradecer a conversa que eu tive com a Isadora Araújo, economista na GEP Cost Drivers.
07:37Isadora, espero que tenha sido a primeira de muitas ainda conversas ao vivo que teremos,
07:42justamente por um assunto tão importante e que raramente a gente explora,
07:46que são os nossos vizinhos latinos.
07:49Bom restinho de semana. Obrigado. Até uma próxima, Isadora.
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