Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump pode afetar de forma desigual os estados brasileiros. Nesta análise do pesquisador Flávio Ataliba, da FGV, ao Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, veja quais regiões sentirão mais os efeitos da medida e como isso pode influenciar a economia local e as exportações.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasil

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00E ainda mais agora sobre os impactos do tarifácio para os Estados Unidos, eu converso com Flávio Ataliba, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas.
00:09Tudo bem, Flávio? Boa noite, seja muito bem-vindo.
00:12Boa noite, Natália. Muito obrigado pelo convite e participar aqui do programa de vocês, dessa tão prestigiada emissora CNBC.
00:21Obrigada pela sua disponibilidade. Estou curiosa para te ouvir, Flávio, porque então a FGV fez um levantamento de quais regiões do Brasil vão ser mais afetadas.
00:33Para quais Estados a situação vai ser mais crítica? Quem que vai se dar melhor? O que a gente pode trazer de destaques?
00:40O importante é entender que o resultado de toda essa dificuldade imposta pelas tarifas,
00:48primeiro momento, 50% para todos os produtos, depois houve uma flexibilização, isenções a alguns produtos.
00:57E o rebatimento dessas consequências do tarifácio, ele não acontece de forma igual no país,
01:07evidentemente porque as regiões brasileiras, os estados brasileiros possuem características, perfis de produção,
01:15uma estrutura produtiva, a qualidade, por exemplo, do capital humano.
01:20Então, tudo isso afeta no, vamos dizer, no rebatimento que essas medidas vão ter no nosso país.
01:28Certamente, a gente tem uma região sul-sudeste bem mais industrializada,
01:33uma diversidade de produto maior, desde produtos primários,
01:38como também produtos semi-acabados, produtos de alta tecnologia.
01:42E nós temos uma região norte-nordeste mais ligada à produção de bens de baixo valor adicionado,
01:49com a mão de obra bem mais, com menos qualificação.
01:55E o centro-oeste, nós temos um perfil diretamente ligado, principalmente a commodities.
02:02E o que é interessante nessa análise é que a exposição também das regiões para o comércio com os Estados Unidos,
02:13ela não acontece de forma igual.
02:15Por exemplo, a região sudeste, 22% da pauta de exportação da região sudeste é destinada aos Estados Unidos.
02:24E quando a gente olha o centro-oeste, é um pouco mais de 1,5%.
02:27Então, o grau de exposição ao comércio com os norte-americanos também influencia nesse rebatimento
02:36que teremos aí a partir de dia 6, agora, 6 de agosto, das medidas colocadas.
02:42Então, entender todo esse esforço, como se darão as consequências nos Estados e nas regiões brasileiras,
02:53que foi o objetivo principal desse estudo, um estudo, de certa forma, feito aí já muito pressionado
03:01por, inclusive, mudanças de posição do governo americano.
03:05Tá certo. Obrigada por esse panorama aí sobre o estudo.
03:07E o Felipe Machado, nosso analista, tem uma pergunta para você, para o Flávio, né, Felipe?
03:13É isso aí. Tudo bem, Atalíba? Boa noite.
03:15Tudo bem, Felipe.
03:16Eu queria saber, essa pesquisa é muito interessante que vocês fizeram, parabéns.
03:19Eu queria saber o seguinte, como é que você está vendo a integração entre a forma de atuação,
03:25nesse caso, entre o governo federal e o governo dos Estados?
03:27Porque, pelo que você mostra nesse estudo, as relações, é muito diferente, né,
03:32o modo como esse tarifácio, ele atinge cada Estado.
03:37E me parece que o governo federal está agindo de uma maneira mais homogênea.
03:40Então, você acha que está faltando uma integração entre os governadores e o governo federal?
03:44Esse estudo pode ajudar nisso?
03:45Claro, esse ponto que você coloca é importantíssimo, porque, como já falei,
03:52o rebatimento nas diversas regiões brasileiras, ele ocorre de forma diferenciada.
03:58Agora, acredito que, como está sendo tudo muito rápido também,
04:01talvez o governo ainda tenha se...
04:04está se organizando para entender todos esses movimentos,
04:09e o estudo diria que ele ajuda, né, ele contribui aqui,
04:12e a nossa intenção na Fundação de Atulio do Pacto é exatamente contribuir para o debate
04:16e buscarmos alternativas.
04:19Então, é essencial a gente ter, aprofundar o que eu posso dizer como uma espécie,
04:24uma inteligência comercial, entender esses rebatimentos,
04:29e talvez tudo isso que esteja acontecendo possa ser útil no sentido da gente pensar
04:34que o Brasil precisa, sim, diversificar muito a sua pauta de exportações
04:39e diversificar os parceiros comerciais.
04:43Hoje, a gente está concentrado ali, grande parte da nossa pauta está relacionado com a China
04:51e os Estados Unidos, mas é importante que a gente consiga ampliar essa pauta,
04:56e eu estava vendo já aqui a reportagem de vocês, essa intensificação do comércio com a China
05:02é ótimo, mas precisa a gente ter essa inteligência comercial de, o governo federal,
05:08junto com os governos estaduais, prospectar não só novos produtos,
05:14mas prospectar novos mercados.
05:16E é essencial a diplomacia brasileira, todo esse esforço que o país possa ter,
05:21exatamente, de ampliar o número de parceiros comerciais,
05:26porque a gente sabe, por exemplo, que um choque tarifário desse,
05:29ele tem consequências muito grandes, e daqui que a gente vai reagir,
05:34reposicionar os produtos em outros mercados,
05:37isso não acontece de forma tão rápida, no curto prazo.
05:42Há sempre um processo de prospecção de novos mercados, negociações,
05:46a construção de toda uma plataforma nova de exportação,
05:50toda a infraestrutura, toda a logística relacionada a isso,
05:54e isso precisa ser, de certa forma, repensado daqui para frente,
06:02para a gente não ficar suscetivo a essas ameaças externas.
06:06E em que estados você vê a situação mais preocupante?
06:10Em quais regiões?
06:11E teve alguma região, eu não diria que se deu bem,
06:14mas que sofreu menos danos, que foi beneficiada ali na lista de isenções?
06:19O que você traria para a gente?
06:21Nós estamos levantando, existe ainda uma interpretação,
06:26ainda que não está tão clara, inclusive, quais são os produtos
06:30que realmente estarão isentos, porque grande parte do ato
06:36do governo americano relaciona que diversos produtos,
06:41ali da pauta de quase 700 produtos,
06:43565, eles só terão a isenção se eles forem destinados à aviação.
06:51É bom que se diga isso.
06:53Então, esse cálculo inicial de quanto a nossa plataforma de exportação
07:00está fora do tarifácio ainda precisa ser aprimorada.
07:04Nesse sentido, por exemplo, o fato da Embraer ter tido a tarifa não incidir sobre ela
07:13já ajuda muito.
07:14Mas você pega, por exemplo, os estados do Nordeste,
07:17produtores de frutas tropicais, especialmente no Vale de São Francisco,
07:21e que tem ali uma sensibilidade social muito grande,
07:24esses estados vão ser, sim, afetados.
07:26A produção de mel, por exemplo, no Piauí, que é importante,
07:29exportador, e tem também uma questão muito ligada à sensibilidade social,
07:34porque são pequenas cooperativas que constroem toda uma plataforma de exportação,
07:39eles também serão prejudicados.
07:42E aí, quando a gente olha para a região centro-oeste, como já falei,
07:46eles têm um mercado já muito direcionado à Ásia e à União Europeia,
07:53e a exposição aos Estados Unidos é muito pouca.
07:56Então, certamente, aqueles estados vão sofrer, evidentemente,
08:00mas vão sofrer numa proporção bem menos do que esses outros estados,
08:04essas outras regiões que a gente está falando.
08:07A região sul também terá um impacto, porque vários dos seus produtos
08:11também foram taxados.
08:13Então, a gente precisa entender exatamente o aprofundamento que a gente vai ter
08:19a partir do dia 6, todos os rebatimentos, inclusive, nas cadeias
08:24que estão suportando a exportação desses produtos.
08:31Felipe, mais uma pergunta sua para o Flávio.
08:34Opa, Flávio, a gente está vendo o governo federal se mexendo
08:37para tentar apresentar, nos próximos dias, algum plano de contingência
08:42que possa beneficiar os setores que foram mais prejudicados pelo tarifácio.
08:47Mas a gente também está vendo esse movimento partindo dos governadores.
08:50Você acredita que esse plano que vocês fizeram pode auxiliar nesse sentido
08:54para que cada governador também possa ter uma noção mais clara
08:59do impacto que vai ter em seu determinado estado?
09:02Isso.
09:02É importante que esse estudo, como já falei, ele pode contribuir, evidentemente,
09:07a jogar luz nas dores, vamos dizer assim, que os diversos estados...
09:13E são dores diferentes.
09:14É isso que é importante a gente entender.
09:16dado que a repercussão é diferente entre os estados e entre regiões,
09:21a terapêutica, ou seja, as soluções que podemos encontrar
09:25para resolver essas questões, elas também vão acabar sendo bastante diversificadas.
09:31Então, entender quais são os elementos centrais envolvidos
09:36nessas... todo esse conflito já gerado, é fundamental para entender
09:42como os governos estaduais, junto com o governo federal,
09:46podem encontrar soluções, ou seja, soluções, por exemplo, de isenções
09:50na parte tributária interna, ou seja, compras governamentais
09:56que possam compensar parte desse perfil exportador.
10:01Então, é fundamental, e essa sua pergunta é fundamental, é importante,
10:05porque exatamente traz a diversidade das implicações que esse tarifácio
10:12produz internamente em nosso país.
10:15Tá certo.
10:16Quero agradecer demais a participação aqui ao vivo, né,
10:20no Times Brasil, exclusivo CNBC, do Flávio.
10:25O Flávio, deixa eu pegar seu sobrenome aqui, Ataliba.
10:28Ataliba está aqui, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas,
10:31trazendo detalhes importantes sobre essa pesquisa tão ampla.
10:35Muito obrigada, Flávio Ataliba, boa noite para você.
10:38Obrigada.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado