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O Banco Central divulgou que o saldo de crédito no Brasil cresceu 0,5% em junho, somando R$ 6,7 trilhões. O analista Alberto Ajzental detalhou o impacto da alta dos juros sobre as famílias, que já comprometem quase 30% da renda com dívidas.

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Transcrição
00:00O Banco Central divulgou mais cedo o relatório das estatísticas monetárias e de crédito,
00:05o saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional
00:08e registrou expansão de 0,5% em junho, totalizando 6,7 trilhões de reais.
00:16A gente vai entender mais do que são essas operações, o que elas representam.
00:20Claro que isso é assunto para o nosso analista Alberto Azental,
00:23que já está aqui comigo no Money Times.
00:24Oi, Azental, boa tarde para você. Tudo bem por aí?
00:28Boa tarde, Nati. Boa tarde a todos que nos acompanham nessa tarde.
00:33Bom, vamos lá. Vamos destrinchar esse assunto, que parece árido,
00:37mas eu sei que você tem o poder de traduzir e de ajudar todo mundo a entender.
00:41Para começar, como é que está o desempenho desse saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional, Azental?
00:49Nati, se a gente dá uma olhada no porcentual de crédito,
00:54ele veio crescendo, acumulado em 12 meses, de janeiro do ano passado,
00:59ele veio crescendo até fevereiro desse ano,
01:03que é o saldo de crédito do Sistema Financeiro Nacional.
01:07Mas a partir de fevereiro desse ano,
01:12a gente percebe uma queda na concessão ou no saldo de crédito.
01:18E é sempre bom lembrar que lá em setembro do ano passado,
01:23abrindo um parênteses, Nati, em semana de Copom,
01:27que a gente vai ter Copom e definição da taxa Selic,
01:31fechei parênteses,
01:33é bom lembrar que a Selic sobe desde setembro do ano passado,
01:37teve sete aumentos consecutivos
01:39e passou de um patamar de 10,5% para 15% de taxa básica de juros ao ano.
01:47Então, desde fevereiro de 25,
01:49a gente percebe um arrefecimento no saldo de operações de crédito.
01:58Só para te dar um exemplo,
01:59em maio estava em 11,8%, acumulado em 12 meses,
02:03junho passou para 10,7% na China.
02:07O Zentário, o que pode explicar esse desempenho?
02:09Um deles, a gente já foi spoiler,
02:15porque já falei da taxa de juros que só veio aumentando.
02:21Então, juros mais altos fazem com que você tenha menos intenção,
02:26vontade de pedir crédito.
02:30O crédito fica mais caro, o dinheiro fica mais caro.
02:34Mas também, que nem a gente vai ver mais para frente,
02:38pode ser que as famílias estão chegando no limite,
02:40ou até as empresas,
02:42e não tem como se endividar mais ainda.
02:45Isso a gente vai ver lá para frente, Nati.
02:48A gente tem arte, né, Zentão, para ilustrar tudo isso.
02:51E eu sei que você vai usar arte, então,
02:53para explicar como é que está o saldo de crédito,
02:55tanto ampliado quanto livre, né?
02:57Para a pessoa física,
02:58e também um olhar para esse crédito em relação à pessoa jurídica.
03:02Exatamente.
03:04A gente já chama a primeira arte para a gente entender
03:06o que está acontecendo.
03:08Quando a gente fala,
03:09crédito ampliado é todo o crédito disponível.
03:12Livre é quando a entidade financeira tem liberdade
03:15para emprestar as taxas que deseja.
03:19Então, o livre é contido pelo ampliado.
03:22O ampliado é o mais abrangente.
03:25E o que a gente percebe hoje é que pessoas físicas,
03:27e pessoas físicas podemos chamar de famílias,
03:30elas contraem 4,7 trilhões de reais,
03:34enquanto as pessoas jurídicas 6,6 trilhões.
03:37Quando a gente compara junho sobre maio,
03:40a gente vê que as famílias ainda aumentaram o crédito
03:42que elas tomam em 0,4%,
03:45ao passo que as empresas diminuíram 0,6%.
03:49Em 12 meses, o crédito das famílias está em 11,9%
03:54versus empresas com 9,1%.
03:58Então, você tem mais famílias do que empresas pedindo crédito.
04:03Quando a gente fala em livre,
04:04são 2,3 trilhões de reais em posse,
04:08ou em dívida,
04:10das pessoas físicas,
04:12contra 1,6 trilhões das pessoas jurídicas.
04:16Tanto junho sobre maio,
04:18como 12 meses acumulado,
04:20eles estão positivos.
04:23Então, o saldo de crédito foi ampliado,
04:26tanto para pessoas físicas,
04:28quanto para pessoas jurídicas,
04:30quando a gente fala em crédito livre,
04:32que é aquele livre comercializado,
04:36ou combinado,
04:37ou negociado entre as partes,
04:39quer que sejam os bancos,
04:41as entidades de financiamento,
04:43e quem toma crédito.
04:44Boa, Zental,
04:45e a gente falou da questão do valor da taxa de juros
04:48como um fator importante,
04:50e de que valores a gente está falando?
04:52Qual é a taxa média de juros,
04:54tanto para a pessoa física,
04:55quanto para a jurídica?
04:57Nati, vamos chamar essa arte 2,
04:59porque é de cair para trás.
05:00A gente fala em Selic,
05:02a gente fala em taxa básica de juros,
05:04a gente fala em 15%,
05:06que é quanto está Selic,
05:07deve ficar até o final do ano.
05:09Hoje, ao longo dessa semana,
05:10a gente vai falar muito também em taxa Selic,
05:13mas para pessoas físicas,
05:15na média,
05:16é de 36,3% de juros ao ano.
05:21Para pessoas jurídicas,
05:22de 21,2%.
05:25E olha,
05:26para pessoas físicas,
05:27subiu 3,8 pontos porcentuais
05:29nos últimos 12 meses.
05:32E para pessoas jurídicas,
05:33subiu 2,8 pontos porcentuais,
05:36porque o spread ainda no Brasil
05:37é muito alto.
05:39E a taxa de juros,
05:40isso é média,
05:41tem taxas menores,
05:43que é o caso do consignado,
05:45por exemplo,
05:45mas tem taxas muito maiores,
05:47por exemplo,
05:48quando você comprou uma geladeira
05:49ou crédito pessoal.
05:51Isso é a média.
05:53Olha como se paga juros nesse país.
05:57É um absurdo, né?
05:58E a inadimplência,
05:59porque no fim das contas,
06:00isso também entra nessa conta, né?
06:03E no valor da taxa de juros.
06:05As famílias,
06:06como é que estão?
06:06De endividamento,
06:07comprometimento de renda
06:09e desse pagamento em dia,
06:11ou não?
06:13Nati,
06:13essa aqui é a pior parte da história
06:15que a gente vai contar.
06:16A gente já chama Arte 3,
06:18porque esse é o outro lado da moeda
06:21ou é o mesmo lado da moeda.
06:25Olha que loucura.
06:27No crédito livre,
06:286,3% de quem contrai crédito
06:32inadimplente.
06:34Lembrando,
06:34inadimplente não é quando
06:36você deixa de pagar uma conta.
06:38É quando você deixa de pagar,
06:40passaram 90 dias
06:42e você ainda não pagou.
06:4390 dias do vencimento
06:45determinada conta.
06:47Se você não paga dentro de 90 dias
06:49ou deixa passar 90 dias,
06:52aí estatisticamente
06:54é chamado de inadimplente.
06:56Pessoas físicas,
06:58as famílias,
06:586,3% tem conta em atraso,
07:01pelo menos uma com mais de 90 dias
07:03e as empresas,
07:043,1%.
07:06Foi estável.
07:08A variação mensal de 12 meses
07:09foi estável para as empresas,
07:11mas para as famílias,
07:12no mês subiu 0,1 ponto porcentual,
07:15em 12 meses, 0,8%.
07:17Ou seja,
07:19as famílias estão mais apertadas.
07:22Além de recorrer a mais crédito,
07:25elas estão se vendo inadimplente,
07:28sem condições de pagar a dívida.
07:32E esses dois dados agora a seguir,
07:35Nath,
07:36são super importantes.
07:38Que famílias com endividamento,
07:40segundo o Banco Central,
07:42quase metade das famílias
07:43tem alguma dívida.
07:45E em 12 meses,
07:46isso subiu 1,4 pontos percentuais.
07:49Agora,
07:49a pior parte,
07:51a pior parte é comprometimento de renda.
07:5427,8% da renda está comprometida.
07:59Em 12 meses,
07:59subiu 1,9 pontos percentuais.
08:02Eu vou te explicar o que é isso.
08:04O sujeito,
08:05quando recebe o salário,
08:07é o equivalente a quase 30% do salário dele
08:12é para pagar as dívidas.
08:15Então,
08:15na medida que ele foi buscar crédito,
08:18ou para comprar alguma coisa,
08:20e ele se complicou nas contas.
08:22ou porque ele não fechava as contas dele
08:26e resolveu recorrer a crédito.
08:28O que acaba acontecendo?
08:30Ele fica endividado,
08:31ele tem que pagar as dívidas,
08:33os financiamentos e os empréstimos.
08:36Quando ele recebe o salário,
08:37já de largada,
08:39ele não tem dinheiro
08:40para tudo que ele precisa no mês.
08:43Ele não tem renda
08:44para tudo que ele precisa
08:46de cobrir as despesas no mês.
08:49Olha,
08:5027,8% é muito.
08:52É quase 30%.
08:55Então,
08:56se ele paga as dívidas,
08:58falta 30%
08:59para ele conseguir pagar as contas.
09:01Se ele não pagar as dívidas,
09:03ele fica inadimplente.
09:04Então,
09:05essa é a situação
09:06e esse é o raio-x
09:08de crédito,
09:10dos tomadores de crédito
09:12no país,
09:13Nati.
09:13Tá certo.
09:14E é o tipo de informação,
09:16né,
09:16e de cenário
09:16que é muito importante
09:17para muitos setores,
09:18né,
09:19a gente que está aqui falando
09:19desse universo dos negócios,
09:21ter sempre em mente,
09:22né,
09:23Azental?
09:25Nati,
09:26isso é importante
09:26para as famílias
09:27pensarem 10 vezes
09:29antes de contrair dívida
09:31ou de comprar
09:32por impulso
09:33e comprar
09:34alguma coisa
09:34financiada
09:36num país
09:37que você tem
09:37uma taxa
09:38que é básica
09:39de juros,
09:4015%,
09:40que já é muito alta.
09:42É o primeiro
09:43ou segundo país
09:44que tem
09:44a maior taxa
09:46de juros reais
09:47do mundo.
09:48E como a gente
09:49disse,
09:50quem toma empréstimo
09:51ou obtém financiamento
09:52não é 15%
09:53do selic
09:54que paga,
09:54a gente já falou
09:55das taxas médias
09:56que são altíssimas
09:58e sempre viram
09:59uma bola de neve.
10:01Então, assim,
10:01tem que tomar
10:02muito cuidado.
10:03E como você mencionou
10:04negócios,
10:05se as famílias
10:07têm renda
10:08comprometida
10:09com dívida,
10:11é dinheiro
10:12que não vai
10:12para consumo,
10:14é dinheiro
10:14que não vai
10:15para alimentos,
10:16não vai para vestuário
10:17e que não gira
10:18a economia.
10:19Ele vai
10:19para as financeiras
10:20que vão muito bem
10:21e obrigado,
10:22mas não vai
10:23para serviços,
10:24outros serviços,
10:25consumo,
10:26não vai para educação,
10:27não vai para vestuário.
10:28É um dinheiro
10:29que vai para as financeiras,
10:30não vai para consumo.
10:32Estou repetindo isso
10:33porque isso
10:34é impacto
10:35no PIB,
10:36é impacto
10:37no bem-estar
10:37das famílias
10:38e assim por diante.
10:40Exatamente.
10:40Estão olhando
10:40para as famílias,
10:42para o mercado,
10:42para o país,
10:43o dinheiro mal gasto,
10:45salvo
10:45raríssimas exceções aí,
10:47pouquíssimas exceções,
10:48não é,
10:48Azental?
10:50Eu concordo,
10:51é isso mesmo.
10:52Está certo,
10:53então,
10:53a não ser que seja
10:54um investimento
10:54para crescer,
10:55enfim,
10:55um empréstimo
10:56nesse sentido,
10:57é complicado demais.
10:58Obrigada,
10:59viu,
10:59por esmiuçar
11:00esses números aqui
11:01e trazer para a nossa audiência.
11:03Azental,
11:03até a próxima.
11:05Até a próxima,
11:05boa tarde.
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