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Os Estados Unidos revogaram o visto de Alexandre de Moraes após operação da PF contra Jair Bolsonaro. O economista Marcio Sette Fortes avalia os impactos dessa retaliação política nas tarifas comerciais e nas relações entre Brasil e EUA, que já enfrentam tensões com o tarifaço de 50%.

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Transcrição
00:00Eu tenho uma notícia que acabou de chegar, já já eu volto exatamente para repercutir com você.
00:04Os Estados Unidos caçaram o visto do ministro Alexandre de Moraes
00:09após a operação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro,
00:15visto caçado pelos Estados Unidos do ministro Alexandre de Moraes.
00:19Repórter Eduardo Geyer tem as informações ao vivo.
00:22Geyer, por favor.
00:23Oi, Cris. Um tweet de Marco Rubio, secretário de Estado americano, é que traz a informação.
00:33Ele diz que ele acaba de ordenar, então, a revogação do visto de Alexandre de Moraes
00:39e de seus aliados na corte, assim como seus familiares próximos.
00:44Não fica claro se esses aliados de Alexandre de Moraes,
00:47isso significa todos os ministros do Supremo Tribunal Federal,
00:51mas, de qualquer forma, o visto de Alexandre de Moraes já está imediatamente revogado.
00:55E a justificativa é a suposta perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, diz Marco Rubio.
01:01Olha só, o presidente Trump deixou claro que a sua administração vai contar com os interesses nacionais
01:08que estão causando a censura e da liberdade de expressão aqui nos Estados Unidos.
01:14A Suprema Corte do Brasil, com o ministro Alexandre de Moraes,
01:18tem feito um caça às bruxas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro
01:21e uma perseguição, além de uma censura complexa que viola direitos básicos.
01:27Bom, já tem, então, uma reação do governo americano.
01:31Não houve uma manifestação ainda do governo, ou melhor, do presidente Donald Trump,
01:35mas do governo americano, uma, claro, uma retaliação clara e muito direta ao ministro Alexandre de Moraes
01:43a confirmar agora se essa revogação de visto vale para os demais magistrados.
01:49Eu já procurei aqui o Supremo Tribunal Federal, o Itamaraty e também o Palácio do Planalto.
01:55Até o momento não houve posicionamento, mas assim que houver,
01:58claro que eu volto para atualizar as informações, Cris.
02:01Obrigada, Gair, pelas suas informações. Notícia de última hora.
02:05Eu volto a conversar com o Márcio Sete Fortes,
02:08economista, professor de Relações Internacionais do IBMEC do Rio.
02:12Bom, Márcio, começaram as retaliações.
02:15A gente já imaginava que isso ia acontecer.
02:17Queria ouvir sua avaliação, o que você pensa sobre essa questão
02:21visto o caçado do ministro Alexandre de Moraes
02:23e provavelmente de familiares também, como o Gair nos trouxe.
02:27A repercussão é algo que já era esperado,
02:32porque os Estados Unidos deixaram muito claro na carta que foi enviada
02:37e que trouxe o tarifácio de 50%,
02:40que havia no conteúdo daquela carta uma motivação de teor político.
02:46É a primeira vez que nós temos algo nesse sentido,
02:50que extrapola a negociação comercial, a negociação tarifária
02:53e vai para uma motivação política de assuntos internos do país.
02:59Isso é algo que nós já deveríamos esperar que for que acontecesse
03:04e o governo deveria estar trabalhando,
03:07está trabalhando uma tentativa de reduzir os danos,
03:11agora basicamente buscar um damage control aqui
03:17para que não haja uma contaminação nas negociações comerciais que estão por vir.
03:24O Brasil já havia enviado uma primeira carta para os Estados Unidos,
03:28essa primeira carta não teve resposta,
03:30nós agora temos uma segunda carta que foi enviada
03:33e a preparação de uma comitiva que possa negociar diretamente
03:38com o governo norte-americano, uma negociação de alto nível,
03:41e isso é o que se espera no momento.
03:42O que nós desejamos é que não haja contaminação política
03:46dentro da negociação comercial.
03:49Eu recebi ontem aqui na nossa bancada do Jornal Times Brasil
03:53o ex-ministro Maílson da Nóbrega
03:55e ele foi bem claro, direto ao ponto,
03:58disse que Trump age com táticas da máfia,
04:01inclusive ele usou a palavra mafioso para se referir ao presidente Trump.
04:05Ao mesmo tempo, segundo o ex-ministro,
04:07o presidente Lula deveria ficar calado,
04:10não criticar Trump nesse momento.
04:12Qual seria a estratégia mais adequada na sua opinião?
04:16E o senhor concorda com a opinião do ex-ministro Maílson?
04:20As ações do presidente Trump são respaldadas
04:25pelo seu arcabouço legal interno.
04:29Então, enquanto ele trabalha com o Trade Act de 1974,
04:34ele trabalha com a Lei de Comércio de 1977 também.
04:37Se as tarifas recíprocas que ele propôs
04:40da Lei de 1977, que lhe dá poderes,
04:44forem caçadas, por exemplo, pela Suprema Corte nos Estados Unidos,
04:50isso dá espaço para ele trabalhar a sessão 301,
04:55que ele vem trabalhando já de forma mais ampla
05:00e se acredita que o item B da sessão 301,
05:04que trata de favorecimento de tarifas para determinados países
05:08em detrimento dos Estados Unidos,
05:10poderia ser aí um ponto que seria mais amplamente aplicado
05:14pelos Estados Unidos para continuar a sua colocação
05:18de tarifas de 50%.
05:20Então, as decisões norte-americanas são respaldadas
05:22pelo seu arcabouço legal interno.
05:26O que acontece é que elas têm uma motivação agora
05:30aqui dentro do país que resvala em questões de soberania,
05:34questões internas, e isso é o grande problema,
05:38porque como negociar num momento como esse?
05:41Até porque nós temos que levar em consideração
05:44que a negociação, em última instância,
05:46de governo a governo é para salvar, guardar interesses
05:51do setor produtivo nacional,
05:53tanto brasileiro quanto norte-americano.
05:55Não pensemos nós que são apenas as empresas brasileiras
06:00as prejudicadas, as empresas norte-americanas
06:03estariam prejudicadas também.
06:05É um jogo, como foi dito, de perde-perde.
06:07Então, há aí uma necessidade premente
06:10de uma negociação que possa acontecer e rapidamente.
06:14Porque quando se olha dados globais,
06:16de PIB, por exemplo, são dados que os números
06:20parecem pequenos.
06:21Mas quando se olha diretamente a economia real,
06:24há setores, e quando se faz análise por setores,
06:27há setores que são mais duramente afetados
06:29e que precisam de uma solução mais imediata.
06:33Inclusive, o vice-presidente Geraldo Alckmin
06:34usou até exatamente essa expressão
06:36que você acabou de usar.
06:38Nesse momento é perde-perde.
06:40Eu vou passar para a pergunta do Eduardo Gayer,
06:42lá em Brasília.
06:42Gayer, fica à vontade.
06:43Oi, professor.
06:47Boa noite.
06:48Eu queria ouvir o senhor sobre
06:49como o Brasil pode negociar essas tarifas,
06:52porque a impressão que dá às vezes
06:53é que o Brasil não quer necessariamente
06:55uma negociação, mas uma rendição
06:57dos Estados Unidos, ou seja,
06:59ter a revogação total das tarifas.
07:01O que o Brasil pode fazer, de fato,
07:04para negociar?
07:05Porque negociar, nós sabemos,
07:06pressupõe concessões recíprocas.
07:08Eu tenho perguntado isso para muitas pessoas
07:10e parece uma pergunta difícil
07:12de encontrar uma resposta.
07:13O Brasil poderia, por exemplo,
07:15diminuir imposto de importação
07:17sobre determinados produtos,
07:19diminuir venda de etanol
07:21para os Estados Unidos.
07:22O que o senhor acha que o Brasil
07:23pode fazer de prático
07:25para avançar nessa negociação comercial,
07:28considerando que há espaço para isso,
07:30porque a questão está muito mais
07:31politizada e ideológica do que comercial?
07:34Boa noite, Geyer.
07:38Me parece que os interesses
07:41têm que ser tratados de forma comum.
07:44Há interesses comuns aqui
07:46e eles precisam estar na pauta de negociação,
07:49na mesa de negociação.
07:51Há interesses do Brasil,
07:53mas há interesses dos Estados Unidos também.
07:55Essa colocação de tarifas de 50%,
07:58ela visa alguma coisa.
08:00Os Estados Unidos estão buscando também
08:01a mesa de negociação,
08:02embora nesse primeiro momento
08:04pareçam não estar.
08:06Mas haverá um momento
08:07em que será necessário para eles
08:09também essa mesa de negociação.
08:11O Brasil pode trabalhar
08:13com a questão de cadeias de valor
08:17agregadas entre os dois países
08:19que trazem ganhos conjuntos, comuns.
08:23Isso é um ponto de negociação,
08:26é um ponto bastante alviçareiro
08:28a ser levado em consideração
08:30na mesa de negociação.
08:31Há pontos como, por exemplo,
08:33redução tarifária.
08:34Pode-se também trabalhar a questão do etanol
08:37quanto aos compromissos inicialmente
08:40assumidos pelo Brasil
08:41de redução tarifária.
08:43Nós podemos trabalhar
08:44a questão de fornecimento
08:45de terras raras.
08:47O Brasil também tem as terras raras
08:48de interesse do governo norte-americano.
08:52Então, há uma série de pontos
08:53que podem ser e devem ser
08:55tocados nessa mesa de negociação,
08:57principalmente dos setores
08:58que serão mais afetados.
09:00E, por último, e não menos importante,
09:03a questão dos efeitos,
09:05tanto para o Brasil
09:06quanto para os Estados Unidos,
09:08de importações mais caras.
09:10Nós temos que lembrar
09:11que as importações mais caras,
09:14elas trabalham ali,
09:15em última instância,
09:16uma cadeia mais cara
09:18de custos para a produção
09:19de bens finais
09:20ou já de produtos finais acabados.
09:23e isso se traduz
09:25em inflação
09:25para os dois países.
09:27Então, haveria aí
09:28um efeito muito ruim
09:30tanto para o Brasil
09:30quanto para os Estados Unidos.
09:32Nós podemos ver
09:33que o Fed,
09:34o Federal Reserve
09:35dos Estados Unidos,
09:36está aguardando ali,
09:37desde janeiro,
09:38um posicionamento
09:39para um entendimento melhor
09:42do que vai acontecer
09:43com a inflação
09:43dentro dos Estados Unidos
09:44para retomar ou não
09:46a trajetória de redução
09:48de taxa de juros.
09:49Enquanto que no Brasil,
09:50nós temos uma inflação
09:51que já está acima da meta,
09:53é com uma taxa de juros
09:54bastante elevada
09:55de 15%.
09:56Então, o cenário,
09:57nesse ponto,
09:58não é bom
09:58para os dois países,
10:00principalmente também
10:00para os Estados Unidos,
10:01considerando que essa inflação
10:04possa vir acompanhada
10:05por redução
10:06de crescimento econômico,
10:07que seria uma estagflação,
10:09em última instância,
10:10trazendo um custo social
10:12extremamente elevado,
10:13que é a perda
10:14de postos de trabalho,
10:15não só para os Estados Unidos,
10:16mas para o Brasil também.
10:18Alberto Azental,
10:19pode fazer sua pergunta.
10:20Márcio, parece que o clima
10:22de uma negociação
10:24piora,
10:25nem te falo
10:26dia a dia,
10:27a cada uma hora
10:28o clima piora.
10:30É provocação
10:31de ambos os lados.
10:33Às vezes,
10:34isso é até normal
10:35num processo
10:35de negociação,
10:36quer dizer,
10:37até sentar à mesa.
10:39Tendo em vista
10:40essa escalada
10:42e o eventual
10:43despreparo
10:44do governo brasileiro
10:45enfrentar essa situação,
10:47qual é o teu
10:48outcome?
10:49O que você imagina
10:50que vai ser o resultado
10:52lá em 1º de agosto?
10:55Mais prazo,
10:56queda
10:56de algumas tarifas
10:58ou vai ficar
10:59tudo igual
11:00e em quanto
11:02tempo avança
11:03o Brasil vai sangrar
11:04nesses setores
11:06que penaliza
11:07tanto
11:08determinados
11:09empresários?
11:10Boa noite.
11:13Olha,
11:14eu não vejo
11:14os Estados Unidos
11:16recuando
11:17em termos
11:18percentuais
11:19muito fortemente
11:21dessa tarifa
11:21de 50%.
11:22Inicialmente,
11:23deve haver
11:24uma sangria
11:24e essa redução,
11:27mesmo que seja
11:28uma redução
11:28bastante
11:30significativa,
11:32ainda assim
11:33haverá um número
11:34alto
11:35que continuará
11:36provocando perdas
11:38para ambos
11:39os governos,
11:40ambos os mercados.
11:42O que acontece
11:43é que essa negociação
11:45precisa ser feita
11:45o quanto antes.
11:47O pedido
11:47de um prazo maior
11:48é um pedido
11:50que deveria contar
11:51com a boa vontade
11:52do governo norte-americano.
11:53Nós não estamos
11:54vendo uma questão
11:55de boa vontade
11:55nesse momento.
11:57Isso é perigoso
11:57para a questão
11:58do prazo maior,
12:00até porque
12:01o setor produtivo
12:02brasileiro
12:03precisa de prazo maior
12:04para fazer
12:05o seu replanejamento
12:07de estoques,
12:07o seu replanejamento
12:08de produção.
12:09inclusive o replanejamento
12:11para envio
12:12dessas mercadorias
12:14aos Estados Unidos.
12:14Eu via
12:15recentemente
12:16as empresas
12:17fazendo contas
12:18quanto a número
12:20de dias
12:20de embarque
12:21de portos
12:23brasileiros
12:23até a chegada
12:24em portos
12:25norte-americanos,
12:26dependendo do porto,
12:28se daria tempo
12:28ou não
12:29da mercadoria
12:29chegar
12:30para o desembaraço
12:31aduaneiro
12:32antes
12:32da imposição
12:34tarifária
12:34de 50%.
12:35Então o momento
12:36não é nada
12:37satisfatório
12:39para concessões,
12:40nós estamos
12:41vendo isso,
12:41mas a verdade
12:42é que em algum
12:43momento
12:43um dos lados
12:44deverá demonstrar
12:45boa vontade
12:46para que se chegue
12:47a um consenso,
12:49a uma realização
12:49de um encontro
12:51de alto nível
12:52que possa decidir
12:54para uma redução
12:55de danos.
12:55É isso que se está
12:56procurando,
12:56uma redução de danos
12:58para ambos os países,
12:59ambos os setores
13:00produtivos.
13:01Márcio,
13:01muito obrigada.
13:03Prazer te receber aqui.
13:04Bom fim de semana
13:04pra você.
13:06Muito obrigado,
13:07boa noite.
13:07Boa noite.
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