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Joseph Couri, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria (Simpi), alertou para o impacto dramático do tarifaço dos EUA sobre as micro e pequenas indústrias do Brasil. Sem margem para manobras ou crédito fácil, milhares de empresas podem perder mercado e até fechar as portas. 

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00E para discutir o impacto desse tarifácio sobre as exportações brasileiras aos Estados Unidos
00:05para as micro e pequenas indústrias, eu converso agora com o José F. Cury,
00:10presidente do Simp, o Sindicato da Micro e Pequena Indústria.
00:14Oi, seu Cury, muito bom dia. Obrigado pela sua participação.
00:18Seja bem-vindo a esse plantão especial do Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
00:22Tudo bem com o senhor?
00:24É nosso prazer estar consigo. Graças a Deus, tudo bem.
00:27Pessoalmente, mas preocupado a nível econômico, a nível produtivo,
00:35com essas medidas do governo Trump em relação às tarifas,
00:41que ele tem consequências extremamente profundas, dramáticas,
00:48e ela se espalha por toda a economia.
00:50Não só naqueles setores que são impactados diretamente,
00:55mas em todos aqueles fornecedores da cadeia produtiva que é impactado.
01:02Então, não só os setores citados como principal,
01:07mas também os pequenos negócios que são seus fornecedores e subfornecedores
01:12nesse processo de exportação e importação.
01:15Mas uma coisa boa tem.
01:18Essa posição não é só do SINP de São Paulo, mas sim da SINP,
01:22Associação Nacional, que abrange todo o território nacional.
01:27E aqui, se você me permite, Eric e Rodrigo, eu queria colocar alguns cenários.
01:35O cenário dessa medida, ela não só coloca a tarifa,
01:45mas, se for mantida, ela exclui países, que agora não é só o Brasil,
01:53mas ela exclui países do cenário.
01:57E só explicando, suponha que se mantenha a taxa de 50% para o Brasil.
02:03E um outro país, seja ele qual for, a tarifa é de 30%.
02:09Isto significa que o mundo dos negócios vai buscar o seu suprimento
02:17ou a sua importação, a sua exportação, nesses outros países
02:21que têm um preço mais barato do que tem no Brasil.
02:27Claro, se houver essa possibilidade de realocação dos produtos,
02:32que não é tão simples, não é tão fácil quanto se imagina.
02:36Agora, a grande coisa maravilhosa é que está sendo conduzido
02:42por um homem extremamente equilibrado, de extremo bom senso,
02:47que é, indiscutivelmente, o vice-presidente Geraldo Alckmin.
02:51E, claro, toda equipe, todos os empresários estarão nesse grupo
02:56orientando e dando os pareceres, os impactos e caminhos possíveis.
03:04E isto vai fazer com que a negociação, que nós acreditamos que é o melhor caminho,
03:12possa trazer bons resultados para o Brasil.
03:15E, como foi lembrado, e está sendo insistentemente anunciado,
03:22o Brasil tem uma balança deficitária em relação aos Estados Unidos.
03:29Ou seja, os Estados Unidos têm superávit nas exportações com o Brasil,
03:35o que não justificaria, em hipótese alguma,
03:39uma sobretaxa ou uma taxação dos produtos brasileiros.
03:42E, mais do que isso, talvez o Brasil seja um dos pouquíssimos,
03:50se não o único país no mundo, que os Estados Unidos têm o superávit
03:56nessas exportações.
03:58Então, não nos parece justo essa colocação,
04:03se a tese americana do presidente Trump é de que tem que ter
04:09um equilíbrio econômico e financeiro.
04:12Joseph, bom dia. Obrigado pela introdução.
04:16Acho que deu para entender um pouco da preocupação com as micro e pequenas indústrias.
04:22E até queria aproveitar esse gancho para te perguntar,
04:24porque a gente vem abordando essa questão do tarifácio,
04:27mostrando principalmente empresas listadas em Bolsa.
04:30Mas empresas listadas em Bolsa são multinacionais,
04:33empresas gigantescas, empresas que podem se dar ao luxo ali,
04:36vou abrir uma aspa aqui, podem se dar ao luxo de perder um pouco de dinheiro
04:42nesse primeiro momento.
04:43Mas quando a gente olha para as micro e pequenas indústrias,
04:46aí a situação é um pouco mais grave.
04:47Eu queria te perguntar exatamente isso.
04:49O impacto para essas empresas menores, ele tende a ser mais grave?
04:54Porque são companhias que não têm um paraquedas tão grande,
04:57que eles não têm um barco ali para navegar nessa situação.
05:02É um pouquinho pior para essas empresas que são menores?
05:06Eu diria que é dramático, por vários motivos.
05:10Primeiro, a flexibilidade que algumas grandes organizações têm de fazer,
05:16hora essa de trazer produtos de outros países,
05:19para aproveitar essa janela de oportunidade de colocar o produto nos Estados Unidos.
05:25Antes do dia 1º de agosto, usando, por exemplo, frete aéreo,
05:30ao invés de marítimo,
05:33são cenários totalmente fora de qualquer possibilidade
05:38quando se fala em pequenos negócios.
05:40Ele não tem escritórios internacionais,
05:44ele não tem estrutura,
05:45ele não tem margem para mudanças de custo,
05:49ele não tem capital de giro para isso.
05:52E quando a gente olha para esse cenário,
05:55eu só queria fazer uma reflexão,
05:58que é se você pegar um produto em condições normais
06:02e precisa ir de navio,
06:04ele vai demorar 30 dias ou mais para chegar lá.
06:08Então, toda a produção desses pequenos negócios
06:13focados na exportação,
06:16automaticamente estão cancelados,
06:19porque o importador não vai pagar 50% a mais de tarifa
06:25para manter isso.
06:26Tanto é que já está acontecendo com alguns produtos brasileiros
06:31na pauta de exportação.
06:33E isto, para um pequeno negócio,
06:36eu não tenho onde colocar esse produto,
06:38porque se tivesse, eu já teria colocado.
06:41Este delta a mais impacta,
06:44não só na rentabilidade da empresa,
06:48que passa a ter um prejuízo direto,
06:50mas também no capital de giro da empresa,
06:53que não tem dinheiro para isso.
06:55E o pior, ele não tem lugar onde vai conseguir
06:59um empréstimo para cobrir esse rombo.
07:03Por quê?
07:03O próprio sistema financeiro,
07:06nesse momento,
07:07ele está também preocupado e arrediu com as perdas
07:11que advirão dessas empresas
07:13de uma forma generalizada.
07:16E as empresas não têm como sobreviver.
07:18E se nós formos um pouco mais adiante,
07:22isto significa uma ruptura.
07:25Agora, o mais grave de tudo isso,
07:28além do impacto financeiro,
07:30que é dramático,
07:31além da possibilidade de perda
07:33de postos de trabalho,
07:35fechamento de empresas,
07:36que poderá ocorrer,
07:38especialmente naquela produção
07:40mais alongada,
07:42onde não é uma produção
07:44seriada, mas sim
07:45em casos especiais,
07:47isto se torna extremamente preocupante.
07:50Agora, no contexto geral,
07:53a grande preocupação é assim,
07:57cadê a previsibilidade?
08:00Ou seja,
08:01como é que será o futuro?
08:03Porque se a cada período
08:06você tem uma tarifa,
08:08uma sobretarifa,
08:09uma mudança de tarifa,
08:11uma negociação,
08:12como é que fica a confiança?
08:15E não vamos esquecer
08:16que comércio nacional,
08:19internacional,
08:21ela se baseia em confiança,
08:24em previsibilidade
08:26e em sustentabilidade econômica financeira.
08:30O mercado de exportação
08:32não é um mercado
08:33que a empresa entra,
08:36especialmente o setor industrial,
08:38para pegar um pedido
08:40para entregar amanhã.
08:41É um trabalho de seis meses,
08:43um ano, dois,
08:44três anos ou até mais
08:46para você conquistar
08:48esse mercado,
08:49para você conquistar
08:50o cliente internacional.
08:53E esse cliente
08:54não vai te pagar
08:5550% a mais
08:57se você tem alguma opção
08:58ou condição
08:59de comprar em outros países.
09:01E essa mudança
09:03é que é dramática,
09:04não só no curto prazo,
09:06mas no médio e longo prazo,
09:07onde fica a previsibilidade,
09:11a segurança jurídica,
09:13tudo aquilo que o mundo
09:15pregou durante anos.
09:18Como é que as empresas
09:19se sustentam em relação a isso
09:21e como é que vai ser
09:23a geração disso?
09:25E olha só a consequência.
09:27A China, já no dia de hoje,
09:30convidando as empresas brasileiras
09:33para ir à feira delas de negócio.
09:35Então, nós temos uma movimentação
09:38de uma mudança
09:40do comportamento
09:41das negociações internacionais
09:43e uma possível
09:45desregulamentação,
09:48aumento de preço
09:50dos produtos
09:51a nível internacional.
09:53Por quê?
09:54Essa movimentação
09:55vai se acelerar
09:57fortemente.
09:57E essa desregulamentação,
10:01ou seja,
10:01a ruptura dos contratos,
10:04ruptura dos pedidos,
10:06mudança de norma,
10:08apesar de ser um direito
10:09que os países têm
10:12através da soberania
10:14de taxas políticas
10:15de cada país,
10:17confronta com a soberania
10:18dos outros países.
10:19e isso leva
10:21a rupturas
10:22negociais
10:23de países
10:24amigos
10:25ou não amigos,
10:27que no curto prazo,
10:28no médio prazo
10:29e no longo prazo
10:30não serão esquecidos.
10:32Isso traz pequelas
10:34em todas as áreas.
10:36É,
10:36temos que
10:37agora ficar atentos,
10:38porque muitas
10:39pequenas e microempresas
10:41também dependem
10:42da exportação
10:43para a dos Estados Unidos
10:44para se fortalecer.
10:46Senhor Cury,
10:46gostaria muito
10:47de agradecer
10:47a presença do senhor
10:48aqui nesse plantão
10:49especial Times Brasil
10:50licenciado exclusivo
10:51CNBC.
10:52Um ótimo sábado
10:53para o senhor
10:53e um bom final de semana.
10:56Nós queremos agradecer
10:57o privilégio
10:58de estar com você,
10:59Henrique Rodrigo,
11:01a CNBC
11:02e parabéns pelo trabalho
11:03e a cobertura do tema.
11:05Muito obrigado,
11:05senhor Cury.
11:06Até mais.
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