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Lucas de Souza Martins, consultor e pesquisador na Temple University, analisou no Fast Money os discursos de Lula e Donald Trump na ONU, destacando divergências sobre energia e tarifas, mas também sinais de pragmatismo e possibilidade de diálogo.

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Transcrição
00:00E ainda sobre os discursos na ONU, a gente vai ter uma conversa agora ao vivo aqui no Fast Money.
00:06É com o consultor e pesquisador na Temple University, Lucas de Souza Martins,
00:10que já está aqui para trazer mais um olhar sobre esse assunto.
00:13E o Felipe Machado também se uniu a nós para participar da conversa.
00:16Então, boa tarde, Felipe. E boa tarde também ao Lucas.
00:19Boa tarde a todos também.
00:22Boa tarde a todos que nos acompanham. Um prazer estar aqui.
00:26Ô Lucas, prazer o nosso. Obrigada pela sua disponibilidade.
00:30Eu quero saber se te surpreendeu de alguma forma, que pontos te surpreenderam.
00:34Ontem a gente falava aqui sobre a expectativa e as possibilidades para esse discurso, para o encontro.
00:41E traçando ali o que de melhor pode acontecer, o que de pior pode acontecer, o que de fato vai ser.
00:47E aí, qual foi a sua visão sobre o que aconteceu?
00:50Natália, é inegável que se trata de uma grande surpresa aquilo que aconteceu na manhã de hoje,
01:00nesses discursos que nós tivemos na Assembleia Geral das Nações Unidas,
01:05e ecoa, de uma certa maneira, aquilo que o secretário-geral da ONU, António Guterres,
01:10já havia dito lá no seu discurso inicial, dizendo,
01:13A situação global já é difícil, imagine como uma suposta indesistência das Nações Unidas.
01:20Eu chamo a atenção a esse ponto pelo seguinte fato.
01:24Se não existisse a figura da Assembleia Geral da ONU,
01:28se não houvesse esse cenário de encontros entre chefes de Estado tão diferentes,
01:35com pensamentos tão distintos,
01:37como que essa interação entre o presidente Lula e o presidente Trump poderia acontecer?
01:42Talvez a ONU, se não existisse, não poderia oferecer essa plataforma de diálogo
01:48que fosse de alguns 20 segundos, como disse o presidente americano.
01:53Se trata, de fato, de uma surpresa.
01:56Há dois componentes que são muito interessantes de se analisar,
02:00que podem explicar, de uma certa maneira,
02:02o porquê o presidente americano trouxe o Brasil dessa forma nesse discurso.
02:07O primeiro é, logicamente, a questão econômica.
02:10O presidente Trump, logo no início da sua fala,
02:13ele chama a atenção para a questão da inflação,
02:16do custo de vida americano,
02:18da importância que o governo dele dá a essas questões.
02:22E a questão da tarifação imposta ao Brasil
02:26acaba também gerando inflação interna.
02:29Nos Estados Unidos, o preço do café, o preço do suco de laranja,
02:33produtos que são produzidos no Brasil,
02:36que são exportados aos Estados Unidos,
02:38que fazem parte da rotina do cidadão médio americano.
02:41Por isso que vale a pena também repensar certas medidas,
02:45pensando também nesse impacto no cidadão médio americano,
02:49que foi fundamental na eleição de Donald Trump
02:52para a presidência dos Estados Unidos,
02:54na eleição que aconteceu em 2024.
02:57E também, talvez, um componente político também,
03:00considerando o recente julgamento por parte da Suprema Corte brasileira
03:05com relação ao ex-presidente Bolsonaro,
03:07mostrando que há uma quase impossibilidade
03:10de que o presidente e ex-presidente Bolsonaro
03:12possam efetivamente voltar à cena política
03:16ou até, eventualmente, se candidatar à presidência.
03:19Essa é uma situação muito delicada
03:20e parece que aos sucos se torna cada vez mais inviável.
03:24Então, uma soma de dois fatores muito importantes,
03:28a parte econômica e a parte política,
03:30que podem ser motivadoras para trazer esse discurso
03:35que Donald Trump trouxe à comunidade internacional
03:38como claro acelho inesperado ao presidente Lula.
03:43Felipe, sua pergunta agora.
03:45Lucas, tudo bem? Boa tarde.
03:46Lucas, uma coisa que me chamou a atenção,
03:48claro que teve vários pontos de oposição
03:52entre o discurso do presidente Lula e o discurso do presidente Trump,
03:57mas o que me chamou a atenção foi a questão da energia.
04:00Os dois falaram de energia durante um bom tempo,
04:03o presidente Lula reforçando a necessidade de energias sustentáveis,
04:07combustíveis sustentáveis, renováveis,
04:09e o presidente Donald Trump falando que não,
04:11que isso era tudo mentira,
04:12que a questão da energia,
04:14os países têm que investir em combustíveis fósseis mesmo,
04:16e que a questão da energia solar, energia eólica,
04:19é tudo uma bobagem.
04:20Queria que você analisasse esse ponto.
04:21Como é que você viu esse contraponto entre os dois presidentes?
04:27É uma batalha de narrativas, né, Felipe?
04:30O presidente Donald Trump precisa explicar,
04:33até mesmo para a sua base, para o seu eleitorado,
04:36que as análises que ele faz com relação à produção de energia
04:41através do petróleo,
04:42ao contrário da exploração de energia limpa,
04:46ele precisa ter um argumento para justificar
04:48aquilo que ele implementa,
04:51aquilo que ele pensa ser o mais viável para o seu país
04:54e também para outros países.
04:56Ele fez também uma menção ao Reino Unido,
04:58dizendo que o Reino Unido deveria também
05:00explorar as mesmas fontes
05:02que os Estados Unidos têm interesse
05:04em explorar neste momento.
05:06Então, ele implementa nesse discurso
05:09uma narrativa de que, na verdade,
05:11a ideia de se explorar combustíveis fósseis
05:14é mais viável,
05:16até do ponto de vista,
05:17pensando na preservação, por exemplo,
05:20de campos, né?
05:23Ele cita muito isso quando fala sobre a Europa,
05:26que passou pela Europa e viu
05:28a produção de energia eólica,
05:31vários campos que poderiam ser utilizados,
05:33por exemplo, para agricultura,
05:35em que não há agricultura,
05:37mas há desenvolvimento de energia eólica
05:40mais cara, mais custosa,
05:42que levou à falência desses países.
05:44Ele tenta, ele, Donald Trump,
05:47tenta construir um argumento
05:49para justificar,
05:50até para colocar essa narrativa
05:53da exploração de combustíveis fósseis
05:56como algo que, na verdade,
05:57contribui ao meio ambiente,
05:59ao contrário do que diz
06:00a suprema maioria
06:02da comunidade internacional
06:04é, de fato, um esforço do presidente
06:06para implementar uma narrativa
06:08de que, na verdade,
06:09é ele que está lutando
06:10pela preservação do meio ambiente
06:12através de combustíveis fósseis.
06:15E, professor,
06:17bom, a gente sabe que a questão das tarifas, né?
06:19Está preocupando bastante,
06:21está reverberando bastante.
06:22E aí, depois de um encontro como esse,
06:25das falas, né?
06:26Das ideias opostas,
06:28mas de um aceno ali
06:29para uma possibilidade de diálogo,
06:31o que pode mudar a retórica, né?
06:34E as falas do presidente Lula
06:36podem influenciar negociações comerciais,
06:40acordos bilaterais,
06:41o que fica, assim, para o mundo
06:42e de possibilidade mesmo
06:44de negociar as tarifas com o Trump?
06:48Esta é uma finalização muito importante
06:51porque faz com que nós retornemos
06:54ao ponto de início do governo Trump.
06:57Logo que ele foi eleito, por exemplo,
06:59já se existiu uma discussão
07:01e o próprio presidente Lula
07:02apresentava isso de diversas maneiras,
07:05dizendo que, por mais que tenha sido eleito
07:07um republicano mais conservador,
07:10o presidente Lula sempre disse
07:12que teve uma boa relação
07:14com um ex-presidente americano
07:16do mesmo partido de Donald Trump,
07:18que foi o George W. Bush,
07:20e colocava ali a situação
07:22de que o governo brasileiro
07:23conversaria com quem quer que fosse
07:25a respeito de discussões
07:28sobre a relação bilateral.
07:30Esse é um ponto interessante
07:31porque, se você analisa
07:33tanto o Trump como o presidente Lula,
07:36nós estamos falando de dois líderes
07:38que, ao longo de suas trajetórias,
07:40e principalmente quando nós pensamos
07:41em Trump no seu primeiro mandato,
07:44são chefes de Estado
07:45que, em nenhum momento,
07:48se eximiram de conversar com líderes
07:50que não necessariamente pensavam
07:52da mesma forma que eles pensam.
07:54É interessante pensar, por exemplo,
07:56o segundo mandato do presidente Lula.
07:59Era importante sempre ressaltar
08:01que Lula mantinha uma boa relação
08:03com o Chávez na Venezuela
08:05e também mantinha uma boa relação
08:07com o George W. Bush.
08:09Se esperava, inclusive,
08:10que Lula teria até uma boa relação
08:12com Donald Trump,
08:13pelo menos uma relação de diálogos,
08:15não de concordância,
08:16mas pelo menos de um diálogo.
08:18Isso não aconteceu por um componente político,
08:21que é um novo componente
08:23nessa história envolvendo um ex-presidente
08:26que foi aliado de Donald Trump
08:28no seu primeiro mandato
08:29e também toda a mobilização
08:31de ativistas ligados a Bolsonaro
08:35nos Estados Unidos.
08:36Então, por isso que dá para dizer
08:38que colocamos uma espécie de respect,
08:41aquele botão de respetar
08:43nas relações,
08:44considerando as características
08:46desses líderes que,
08:47de fato, por mais que tenham posições
08:50muito fortes, antagônicas,
08:52são pragmáticos historicamente
08:55nas conversas que estabelecem
08:57com líderes estrangeiros.
08:59Muito bom te ouvir,
09:00Lucas de Souza Martins,
09:02consultor e pesquisador
09:03na Temple University.
09:04Muito obrigada pela disponibilidade.
09:06Volte sempre.
09:08Obrigado.
09:08Boa tarde a todos.
09:09Boa tarde.
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