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Renata Belmonte, sócia do Albuquerque Melo Advogados, explicou como a governança de conflitos está mudando a recuperação de crédito no Brasil. Com mais de 75 milhões de inadimplentes, o foco agora é prevenir litígios e proteger o caixa das empresas.

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Transcrição
00:00O Brasil tem mais de 75 milhões de consumidores inadimplentes,
00:06além de mais de 7 milhões de empresas negativadas,
00:09isso de acordo com a Serasa Experian.
00:12Nesse contexto, cresce no mercado corporativo a governança de conflitos.
00:17O objetivo é prevenir litígios, aumentar a recuperação de crédito
00:21e proteger o caixa das empresas.
00:24Sobre esse assunto, eu converso agora com Renata Belmonte,
00:27sócia do Albuquerque Melo Advogados na área de Contencioso Cível
00:31e membro da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor.
00:35Renata, boa tarde. Obrigado pela sua gentileza na entrevista aqui ao vivo para o Radar.
00:40Antes de mais nada, Renata, como é que funciona a chamada governança de conflitos?
00:46Boa tarde, Fábio. É um prazer estar aqui com vocês. Muito obrigada pelo convite.
00:50A governança de conflitos, na verdade, é uma integração do jurídico com as demais áreas da empresa.
00:55O jurídico sempre foi acionado ali no final, quando tudo já deu errado,
00:59e a proposta da governança de conflitos é trazer o jurídico para perto.
01:03Então, o jurídico vai prevenir o litígio, ele vai entender o negócio.
01:06O advogado não sabe só a lei, ele precisa saber o negócio.
01:10E sabendo do negócio, ele consegue ajudar a estruturar melhor aquele negócio,
01:15fazer as coisas de uma forma muito mais transparente,
01:18com cláusulas estruturadas, que tragam mais segurança para ambas as partes.
01:22Renata, colocando muito em termos simples aqui,
01:26é acabar com aquele modelo de meter o pé na porta e sentar para conversar com estratégia
01:32e com caminhos para resolver.
01:35Nossa, perfeito, Fábio. Exatamente isso, até porque a gente tem que acompanhar as evoluções do mundo.
01:40Se você olhar aí para fora, essa resolução antecipada de conflitos e não litigante,
01:44ela já é um modelo muito bem estruturado.
01:46Aqui no Brasil já é diferente, a gente tem essa mania do pé na porta, como você bem colocou,
01:52mas eu acho que as coisas estão mudando e nós precisamos mudar junto com o mundo.
01:55A gente precisa estar atento a isso e eu acho que o caminho é de fato a prevenção.
01:59O velho modelo de cobrança, de novo, pé na porta, não vinha funcionando, não vinha dando resultado?
02:03Bom, 600 bilhões aí, acredito que não, né?
02:07Eu acho que ele funcionou por bastante tempo, sim.
02:10Eu acho que ele funcionou no passado, quando dava certo, mas hoje em dia, hoje, isso já não funciona.
02:17O contencioso é muito custoso, Fábio.
02:19Não só de tempo e de dinheiro, ele é também emocional para ambas as partes, né?
02:24Você não tem... quem está litigando não tem a certeza ali do ganho ou não.
02:27Então, está na hora das coisas mudarem e a gente precisa acompanhar essa mudança.
02:31Você citou aí que esse modelo integra o jurídico, o comercial, a governança,
02:37além, claro, da parte de cobrança.
02:41Isso significa que é algo multidisciplinar com vários profissionais envolvidos
02:45ou tem advogado que está se especializando nisso tudo ao mesmo tempo?
02:49Não, não. São vários profissionais mesmo.
02:51É importante que a gente traga todas as visões.
02:54Durante o meu tempo em empresa, eu aprendi muito com um diretor comercial
02:57justamente a pensar sobre negócio.
02:59Ele falava para mim, o meu objetivo é que você viabilize o meu negócio,
03:03não impeça ele.
03:04E é uma verdade.
03:05A gente está aqui com advogados, mas eu preciso ouvir o comercial,
03:08eu preciso ouvir o desenvolvimento, eu preciso ouvir a área de cobrança.
03:12Tem que entender todas as dores e juntos, cada um na sua seara,
03:15transformar isso num modelo de negócio mais sustentável.
03:18Você citou há pouco como o processo judicial acaba sendo custoso, né?
03:22O fator tempo também entra aí?
03:25Quer dizer, a solução fora da via judicial, ela pode ser mais ágil também?
03:30Com certeza absoluta, assim.
03:32A gente, quando tenta com uma execução, a gente sabe quando começa,
03:35mas a gente nunca vai saber quando ela termina, né?
03:37Já uma resolução de conflitos extrajudicial, ela tem prazo.
03:41Eu posso citar aqui o GOV e o PROCON.
03:43O GOV, o consumidor.gov.br, as empresas têm 10 dias corridos
03:49para responder àquela demanda.
03:51Já no judicial, é no mínimo 15 dias úteis para apresentar uma defesa.
03:55Então, é muito mais célebre, é muito.
03:58E como é que está a absorção desse novo modelo pelas empresas em geral?
04:02Eu acho que a absorção lá está sendo bem aceita,
04:05mas, claro, ainda estamos engatinhando.
04:07É uma mudança de cultura, é uma mudança de pensamento.
04:10Como você falou, nós brasileiros temos a mania do pé na porta,
04:13e a gente ainda precisa colocar isso nas empresas como algo sustentável.
04:18Como é alguma coisa nova, Fábio, a gente não tem aqui muitos dados, né?
04:21A gente está criando isso.
04:22Então, é muito mais difícil que a gente consiga...
04:25Essa aceitação, assim, que a gente tenha que dar uma ajudada
04:29nessa mudança de cultura, tentar mostrar o modelo de negócio,
04:32tentar mostrar que a sustentabilidade do negócio, como é hoje,
04:36não está funcionando, né?
04:37Então, a gente precisa tentar alguma coisa diferente.
04:39Já há cases de sucesso para demonstrar como essa nova estratégia funciona?
04:46Olha, há cases de sucesso, sim, mas a gente ainda não tem muitos dados.
04:51A gente percebe o quê?
04:52Como eu trabalho nas duas áreas, eu trabalho com prevenção de litígios,
04:55recuperação de crédito e contencioso.
04:57Então, eu vejo todos os cenários.
04:59O que eu percebo é uma educação do consumidor.
05:01No começo da minha operação de prevenção de litígios,
05:04eu não tinha tanta demanda.
05:06E conforme você vai atendendo o consumidor de uma forma respeitosa,
05:09transparente principalmente, com muito respeito,
05:12e educando o consumidor, explicando o seu direito,
05:14ele começa a entender que aquele é um caminho viável para ele,
05:18respeitoso, que ele vai encontrar acolhimento.
05:20E eu tenho notado esse movimento dos consumidores,
05:23cada vez mais procurando essas alternativas,
05:26do que ir para o judiciário.
05:27E um cenário como esse que a gente vive hoje no Brasil,
05:31de juros muito altos,
05:33ele acaba sendo mais favorável também ao surgimento dessas questões,
05:37quer dizer, à inadimplência e à necessidade dessa governança agir também
05:42e buscar essa cobrança mais inteligente, mais eficiente?
05:46Assim, sombra de dúvidas.
05:48Eu acho que uma das coisas que as empresas consideram,
05:50principalmente a parte financeira, é os juros.
05:53Realmente uma condenação, Flávio,
05:55quando a gente fala aqui de um dano moral, vamos supor,
05:57em 10 anos ele pode subir de 5 mil para 90 mil,
06:02e eu já vi casos na prática acontecerem.
06:04Então, com certeza, os juros é alguma coisa que a gente traz
06:07para argumentar e para tentar essa mudança de cultura,
06:10porque, de fato, ele impacta bastante.
06:13Renata Belmonte, sócia do Albuquerque Melo Advogados,
06:17na área de Contencioso Cível,
06:18e também membro da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor.
06:22Muito obrigado, Renata, pela sua participação aqui.
06:24Boa semana.
06:24Eu queria ter isso. Boa semana.
06:26Obrigado.
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