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Alberto Ajzental analisa como o turismo impacta a economia global, destacando o caso da Europa e o Brasil. Com números impressionantes, ele detalhou como o aumento no fluxo de turistas pode impulsionar economias, mas também gerar efeitos colaterais, como a alta de preços e perda de identidade local. Medidas sustentáveis são apresentadas como solução para equilibrar os benefícios econômicos com a preservação cultural e ambiental.

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Transcrição
00:00E para muitos países, aumento no fluxo de turismo é sinônimo de melhora na economia, não é mesmo?
00:05Mas será que tem um limite para o fluxo desse turismo?
00:09Ou quanto mais pessoas, melhor?
00:11Bom, na Europa a gente tem visto protestos acontecendo em diferentes cidades
00:15contra o turismo excessivo.
00:18É um assunto diferente, mas que a gente vai ouvir agora
00:21sob a ótica do Alberto Azental, que traz como sempre um olhar diferenciado.
00:26Oi, Azental, bom contar contigo. Ótima tarde.
00:30Oi, Nath, boa tarde, boa tarde para todo mundo.
00:33É bacana a gente variar o tema, né?
00:36O olhar é o mesmo, né? Mas o tema é outro.
00:38É, e eu sei que você sempre olha para dados, olha para números e traz esse recorte diferente.
00:44Então, vamos nessa.
00:46Antes da gente começar a falar de números, queria comentar com você
00:49uma questão que aconteceu no Louvre, que chegou a ser fechado na semana passada.
00:53O que aconteceu por lá?
00:54Nath, semana passada, os funcionários, sem prévio, aviso, fecharam.
01:02Quer dizer, eles não trabalharam o Louvre, porque o Louvre, ele tem superlotação.
01:08E os funcionários alegaram sobrecarga de trabalho e precariedade da infraestrutura.
01:16Vamos falar de números, né?
01:18Não tem como não falar de números.
01:21O Louvre recebe 8 milhões e meio de visitantes por ano.
01:27Só para ter uma ideia, o Cristo Redentor recebe 2 milhões de visitantes por ano.
01:34Então, é uma indústria, né?
01:36Você tem que processar que as pessoas entrem, que elas participem, que elas saiam,
01:42que você tenha segurança e que tudo funcione bem.
01:46Então, essa foi a notícia da semana passada que nos instigou a produzir essa matéria.
01:54Esse foi o nosso ponto de partida, então, né?
01:56Seu ponto de partida.
01:58Então, vamos lá.
01:59Eu aposto que tem muita gente ouvindo você falar e falar assim,
02:02poxa, mas o que seria do Louvre sem os visitantes, sem os turistas?
02:05Turismo não é um negócio bom?
02:07Não traz dinheiro?
02:08Não traz um monte de outros benefícios, Azental?
02:10Com certeza.
02:13O turismo para determinados países, ele movimenta muito dinheiro, ele é super importante
02:20e traz até uma parcela importante do PIB.
02:25A gente já está com os números e os dados bem na nossa frente.
02:30Então, por exemplo...
02:31Não, e os números, Nath, os números são surpreendentes.
02:35A França, ela recebe 100 milhões, 100 milhões de turistas por ano e ela fatura, entra 71 bilhões de euros.
02:48A gente vai falar tudo em euro, porque eu selecionei principalmente todos os países europeus,
02:54tirando o Brasil, que é uma comparação.
02:56Então, ela recebe 71 bilhões de euros por ano.
03:02Imagina, 100 milhões de visitantes, 2,6% do PIB dela.
03:08A Espanha, 85 milhões de habitantes, 108 bilhões de euros.
03:147,4% do PIB, porque recebe mais do que a França, mas tem um PIB menor do que o francês.
03:24Aí você vai para Porto, Itália, 68 milhões e 215 bilhões de euros.
03:3210% do seu PIB, Portugal, 26 milhões.
03:38Você pega depois Croácia.
03:40A Croácia, que é um país menor, não está no centro, assim, 20,6 milhões de turistas.
03:49Como a Croácia tem um PIB bem menor, esse 20 bilhões para a Croácia representa quase 18% do PIB.
03:56Então, como porcentagem do PIB representa mais.
04:00Agora, a parte que assusta um pouco, eu vou falar não de um país, eu vou falar de uma cidade.
04:07Eu vou falar de Barcelona, na Espanha.
04:11Barcelona recebe sozinha, a cidade, 26 milhões de turistas por ano.
04:18Eu não tenho o PIB aqui, mas agora a gente vai comparar com o Brasil.
04:22O Brasil recebe 6,6 milhões de turistas e, em euros, algo como 6,3 bilhões de euros.
04:32Então, aí, quando a gente está vendo esses países europeus, o que eles recebem em número de turistas,
04:39o que entra na economia em bilhões de euros, e a gente compara com o Brasil,
04:44a gente vê como o Brasil está defasado em relação a esses países europeus que movimentam muito a economia de turismo do mundo.
04:57Então, basicamente, essa arte já é um susto e uma surpresa, acho que, para a maioria das pessoas.
05:05O Azental, até tirei uma foto aqui, aconselho quem está na nossa audiência a fazer a mesma coisa.
05:11Já printa a tela para depois você ampliar ali, esmissar esses números, porque tem muita informação interessante aqui, né?
05:19E as comparações, que são muito surpreendentes.
05:21Então, Barcelona com o número de turistas ali equivalente, sendo uma cidade com o número equivalente a Portugal inteiro,
05:29superior à Croácia inteira.
05:31E o Brasil com tanto espaço, com tanto tipo de atrações, com um número muito, muito abaixo.
05:38Então, a gente está falando de bastante potencial.
05:41E acho que aqui não necessariamente ia causar tanto incômodo, né, Azental?
05:44Porque tem espaço, tem tipo de turismo para todo tipo de viajante.
05:50Agora, bom, já falamos em dinheiro, dessa motivação financeira.
05:54Agora, quero te ouvir, quando é que o negócio complica e passa a não ser legal?
05:58Então, o que acontece de forma geral é que, quando você fala em emprego e salário,
06:06sim, é bom receber os turistas, é bom receber todo esse aporte de recursos.
06:12Isso gera empregos, melhora os salários.
06:16Qual que é o colateral?
06:18O colateral é que pode, de certa forma, inflacionar os salários
06:22e pode trazer trabalhos que são, eventualmente, sazonais,
06:28ou seja, nos momentos de pico, no alto verão,
06:32depende de cada região, por exemplo,
06:34você sobe muito o salário, emprega muita gente,
06:37e, de repente, esse pessoal fica desempregado.
06:40É o colateral.
06:42A receita local, ela é fantástica,
06:44melhora o PIB, melhora investimentos,
06:46pode melhorar a infraestrutura.
06:47O problema é que a alta demanda por moradia,
06:52por habitação de curta duração,
06:56ela pode trazer alta de aluguéis,
06:58alta no preço dos imóveis
07:00e aumento para os residentes no custo de vida.
07:05Esse é o colateral.
07:07Em relação à comunidade,
07:09as cidades, elas são aquilo que chama a atenção dos turistas.
07:15Os museus, as ruas, o comércio,
07:20os prédios públicos maravilhosos,
07:23o estilo de vida, as lojas.
07:26O efeito colateral é quando você traz milhões de pessoas
07:31para essas cidades e você está vendendo o estilo de vida,
07:36os próprios moradores têm que morar de forma distanciada.
07:41Por quê? Porque sobe o custo da habitação
07:44e você tem uma quebra na cultura,
07:47no modo de vida,
07:49no dia a dia, no cotidiano dos próprios moradores.
07:52Chega uma hora que aquela cidade,
07:55daquela forma que era o alvo ou interesse dos turistas,
07:59deixa de existir,
08:01acaba virando uma coisa voltada para turista,
08:04que não é natural,
08:05não é a própria natureza do local.
08:07Então, o que eu tentei explicar aqui
08:10é cada benefício,
08:13qual é o efeito colateral que eventualmente pode trazer.
08:17E, Azental, enquanto você falava,
08:20o Money Time já deixou na tela
08:22propostas para um turismo mais sustentável.
08:25Então, vamos fazer o seguinte,
08:26eu vou lendo medida por medida
08:28e você desenrola um pouquinho,
08:30o que está por trás,
08:31o que ela traz de bom, pode ser?
08:33Pode ser, até porque,
08:34como a gente falou dos eventuais problemas,
08:37você vai falar assim,
08:38ah, é, problema, problema,
08:40eu vou te falar qual que é o objetivo,
08:41vamos nessa.
08:42Então, vamos lá,
08:43vamos voltar com essa arte, pessoal.
08:46Cobrar imposto ou taxa de visitante?
08:49Então, já tem cidades fazendo isso,
08:52e isso é para inibir o excesso de turistas.
08:55Então, você diminui,
08:56cobrando uma taxa,
08:58você diminui,
08:59você pode vir a diminuir o excesso de turistas.
09:02E, ao mesmo tempo que você cobra taxa,
09:05você consegue angariar e formar recursos
09:08para investir em infraestrutura,
09:10em banheiros,
09:12para até melhorar,
09:13trazer algumas obras,
09:15algumas coisas que você precisa
09:17para a própria cidade poder receber tanta gente.
09:20É, arrecadação,
09:21mais uma fonte aí.
09:22Limitar aluguéis de curta duração?
09:25É, quando você tinha aquela história dos aplicativos,
09:29então, as pessoas moravam
09:30ou elas eram donas do imóvel
09:33ou elas alugavam no longo prazo,
09:35porque elas são moradoras.
09:36Na hora que entraram os aplicativos,
09:39elas, de certa forma,
09:40foram expulsas do local que elas moravam,
09:42principalmente os impelinos,
09:44porque o proprietário prefere alugar
09:46por curta duração.
09:47Aí, o que acontece?
09:48Quem mora lá e faz a cidade,
09:51a vida da cidade,
09:52acaba tendo que morar mais longe,
09:53uma, duas horas.
09:55Então, isso é para reduzir a pressão
09:56sobre a moradia.
09:57Aí, a terceira proposta
10:00para um turismo sustentável
10:01é incentivar estadias longas
10:03e fora da alta temporada.
10:05E como fazer isso, hein?
10:08Então, você tem que descentralizar
10:10e suavizar esses picos.
10:11Uma das formas que você pode fazer
10:13é, inclusive, através das taxas.
10:16Então, quando você define,
10:18por exemplo,
10:18tem algumas atrações,
10:20alguns museus,
10:22alguns parques públicos
10:23que são altamente visitados,
10:25você pode fazer que seja obrigado
10:28você fazer uma reserva.
10:31Então, eu tenho que entrar,
10:32por exemplo, na internet,
10:33fazer a reserva
10:34ou já deixar pago.
10:36Aí, você consegue limitar
10:37o número de pessoas
10:38que vai ter de afluência
10:39para aquele local.
10:41Na hora que você controla isso,
10:42você consegue, eventualmente,
10:44diminuir o fluxo.
10:45Perfeito.
10:46Vai distribuindo, né?
10:47De uma forma mais sustentável.
10:49Você colocou também na lista
10:50incentivar estadias longas,
10:52já falei dessa,
10:53investir em transporte
10:54e infraestrutura.
10:56Então, lembra que a gente falou
10:58se você cobra uma taxa,
10:59se acaba tendo recursos
11:00que você pode reverter
11:01na própria cidade,
11:02até para atender melhor,
11:03quer seja o morador,
11:05como quer seja o próprio turista,
11:07que é um fluxo que ele flutua.
11:09Então, na medida que você distribui,
11:12na medida que você faz
11:13esse tipo de investimento
11:15em transporte,
11:17você consegue melhorar
11:18o fluxo das pessoas
11:19ao longo da cidade,
11:20evitar gargalos,
11:21engarrafamento.
11:23E aí, redirecionar fluxos
11:25para regiões menos saturadas.
11:28Interessante isso também.
11:30É, você tem que fazer
11:31uma campanha, por exemplo,
11:34no sentido de,
11:36que nem a gente falou,
11:37cobra taxa,
11:38limita o acesso das pessoas
11:40a determinadas atrações
11:42e, ao mesmo tempo,
11:44tenta promover
11:45outras atrações
11:46que são menos procuradas.
11:48Por exemplo,
11:49você vai fazer uma viagem
11:50pelo sul da França,
11:51tem cidades que elas não são
11:53as mais procuradas
11:54e são tão bonitas
11:55ou até mais bonitas
11:57que outras,
11:58que são absurdamente
11:59muito procuradas.
12:00Então, você tem que fazer,
12:02tem como fazer
12:03um redimensionamento
12:04e promoção de cidades
12:06que são menos procuradas
12:08em relação a cidades
12:09que são altamente procuradas.
12:11Muito legal.
12:13Envolveria mesmo
12:14engajar setores,
12:16diversos players
12:18aí nessa história,
12:19uma coisa multissetorial mesmo.
12:21E aí, para fechar a lista
12:23de propostas
12:23para um turismo sustentável,
12:25planejar o uso do solo
12:26e valorizar o morador.
12:28Exatamente,
12:30porque você não pode pensar
12:32em tirar o morador
12:33e o modus vivente
12:34daquela região,
12:35daquela cultura,
12:37porque, na verdade,
12:37é isso que o turista
12:38está procurando.
12:39Então, vai chegar um momento
12:40que você só vai ter cenário,
12:42você não vai ter a vida,
12:43vai ser tudo voltado
12:44para o turista
12:45e vai ser tudo cara
12:46de turista.
12:47Então, você não vai ter
12:48mais o que vender.
12:49Exatamente, né?
12:50E aí, fica mais amigável,
12:52por mais que algumas medidas
12:53aí possam parecer antipáticas
12:55num primeiro momento
12:56é melhor do que tomar,
12:58levar, tomar atado
12:59o esguicho de água
13:00do morador, né?
13:02Enquanto você está visitando
13:03as e tal.
13:05Nath, é exatamente isso
13:06e aí fica melhor
13:07para todo mundo.
13:08Agora, só para te contar
13:10mais uma história,
13:11por exemplo,
13:11os cruzeiros marítimos.
13:13Você tem hoje
13:14navios de cruzeiro
13:15com 4 mil, 5 mil quartos
13:17e são verdadeiros resorts,
13:19hotéis flutuantes.
13:20E quando eles entram
13:21numa determinada cidade,
13:23de repente,
13:24lembra o que a gente
13:25estava falando de pico?
13:26De repente, pum!
13:28Despeja um monte de gente, é.
13:3024 horas,
13:31de repente, pum!
13:33Vai todo mundo embora.
13:34E esse contingente vai,
13:36essa multidão vai
13:37para uma outra cidade.
13:38E nessa outra cidade
13:39o que acontece?
13:40Pum!
13:41Lota!
13:42Então, assim,
13:43a cidade não tem como
13:44aguentar isso.
13:45E os próprios hotéis
13:46das próprias cidades
13:48sofrem com isso.
13:50Então, a questão do cruzeiro
13:52também entra nesse cálculo.
13:53Tá certo, muito legal.
13:55Adorei a gente sair um pouco
13:57da pauta tradicional econômica,
14:00mas trazer o viés econômico
14:01para o turismo também.
14:03Muito obrigada, parabéns aí.
14:05Sempre excelente.
14:06Azentão, até a próxima.
14:07Tchau, tchau, tchau.
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