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O professor João Alfredo Nyegray (PUC-PR) analisa os riscos de uma paralisação do governo dos Estados Unidos e as consequências políticas e econômicas desse cenário. Da disputa entre republicanos e democratas às projeções alarmantes da dívida pública, Nyegray apontou o desafio fiscal do envelhecimento populacional, o peso dos gastos militares e possíveis cortes em áreas como educação.

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Transcrição
00:00E sobre essa possível paralisação do governo dos Estados Unidos, eu converso agora com João Alfredo Niegrai,
00:06que é professor de geopolítica da PUC do Paraná e alguém que detém um título, inclusive, de doutor especialista
00:15para a gente conseguir conversar. Daqui a pouco eu volto para essa tela para a gente debater em cima desse gráfico aqui.
00:20Queria começar a entrevista saudando o professor doutor Niegrai. Obrigado por ter aceito aqui a nossa conversa.
00:28Doutor, esse papo tem duas vertentes, tem os impactos políticos e os impactos econômicos.
00:38Eu queria começar justamente por esse desgaste, porque é sempre uma queda de braço entre republicanos e democratas,
00:46cada um fica jogando a batata quente para o outro lado, só que nós temos um componente importante.
00:51A gente já está no finalzinho de 2025, 2026 já começa a cenar ali da esquina,
00:56quando haverá eleições legislativas para mudança do Congresso no ano que vem.
01:03O que isso pode afetar na percepção da política, da confiança dos partidos por parte do eleitor americano?
01:11Boa noite mais uma vez.
01:13Boa noite, Favalli. Um boa noite super especial aos espectadores. É uma alegria estar aqui mais uma vez.
01:19Isso é até corretíssimo. A gente está vendo aí algo que já aconteceu outras vezes,
01:23que tem tanto impactos políticos quanto tem impactos econômicos.
01:27Só para situar o nosso espectador, essa lei orçamentária, esse modelo que traz a possibilidade do shutdown,
01:35ele vem de uma lei lá de 1974, que foi aprovada após o escândalo do Watergate.
01:42E a gente tem precedentes históricos, tanto em governos democratas quanto em governos republicanos.
01:48Então a gente teve no governo Bill Clinton, no governo Barack Obama, no governo Jimmy Carter,
01:53e mais recentemente, o maior shutdown da história, no governo Donald Trump,
01:58no primeiro governo Donald Trump, que foi um shutdown de 34 dias.
02:02E que foi aproveitado politicamente tanto por democratas quanto por republicanos.
02:08Então, como você disse, vai ficar um jogando a batata quente no colo do outro.
02:13E notoriamente, os republicanos vão chamar os democratas de irresponsáveis,
02:18vão dizer que eles são pouco flexíveis,
02:21e isso certamente vai ser explorado nas eleições legislativas do próximo ano.
02:25E do outro lado, a recíproca também é verdadeira.
02:28Até porque a gente pode ter implicações práticas se o governo dos Estados Unidos
02:34não aprovar esse orçamento até meia-noite de amanhã, dia 30.
02:39E aí a gente pode ver uma suspensão parcial das atividades governamentais,
02:44o que implica diretamente o funcionamento do governo republicano.
02:48Pois é. Agora vamos passar para a parte econômica.
02:51E para finalizar, a gente chega num terceiro capítulo,
02:53que é a ponta sempre mais fina da corda, mais frágil que a população.
02:58Que vai ter impactos diretos.
03:00Mas vamos olhar aqui para uma perspectiva, uma projeção.
03:04E essa projeção não é minha, porque parece que eu estou fazendo uma crítica clara
03:08à atual gestão ou às outras gestões anteriores do governo americano.
03:11Não, não, não.
03:12Esse aqui é um gráfico feito pelo Departamento Orçamentário
03:17para o Budget Department do Congresso americano.
03:20Que tem aqui, o quanto que é o débito federal dos Estados Unidos.
03:24A conta começa em 1900 e aí há justificativas para o débito federal,
03:30significa que os Estados Unidos gastaram mais do que arrecadaram,
03:33na Primeira Guerra Mundial, na Depressão de 29, na Segunda Guerra Mundial,
03:38mais recentemente a pandemia, a grande crise do subprime de 2008.
03:44A questão, Negra, que eu quero chamar a atenção de todo mundo,
03:49é essa projeção aqui, porque convenhamos, não estamos em guerra,
03:53não estamos em pandemia.
03:55É a maior dívida, a maior déficit que os Estados Unidos já têm.
04:00E aqui começa a bater o sino do risco do impagável.
04:04Em 2050, neste ritmo, aplicando a projeção de crescimento,
04:09pode chegar a 185% do PIB.
04:13É aquela bola de neve que não se para mais, né?
04:16O que é preciso fazer, enquanto nós estamos aqui,
04:20em que a linha vermelha acendeu,
04:22para tentar parar essa avalancha aqui, professor Negraim?
04:28Veja, Favalle, essa é a pergunta mais importante de todas.
04:31Ela vale a resposta, não vale apenas para o governo dos Estados Unidos,
04:35mas também para o governo brasileiro,
04:36que vem enfrentando questões fiscais muito críticas.
04:40A gente está vendo aí um gasto muito maior do que a arrecadação,
04:44é algo que também acontece aqui no caso brasileiro.
04:48E a parte menos pior disso é que, historicamente,
04:50os shutdowns não levaram a crises financeiras imediatas,
04:55mas sim geraram volatilidade,
04:56que é o que a gente pode esperar para o decorrer da semana,
04:59caso a gente não tenha a aprovação do orçamento
05:02até a meia-noite do dia 30 de setembro.
05:04A gente pode ver que esse tipo de movimento,
05:08ele gera quedas iniciais de bolsas de valores,
05:11tanto por incerteza quanto pelo risco político.
05:14E muitas vezes, a gente até pode ter uma recuperação parcial,
05:18quando os investidores percebem que os shutdowns são temporários.
05:22em 2013, a gente teve uma queda do S&P na primeira semana
05:27e uma estabilização depois.
05:29Só que isso vai trazer uma série de outras pressões.
05:32Os títulos do Tesouro, que podem sofrer pressão de curto prazo,
05:35o dólar, que pode se enfraquecer,
05:38o ouro e outros ativos de refúgio que tendem a se valorizar.
05:42E aí que vem uma outra resposta à sua pergunta,
05:44que são as empresas contratadas pelo governo,
05:46que vão ser afetadas por isso.
05:48Então, aí entra a defesa, aí entra serviços terceirizados
05:51e fornecedores de tecnologia que sofrem com atrasos em contratos
05:55e também aquelas pequenas empresas que dependem do crédito federal,
05:58que são impactadas.
06:00Então, a grande questão da resposta vale tanto para o governo brasileiro
06:03quanto para o governo estadunidense,
06:04que é a redução de gasto e a regra de ouro,
06:07que é gastar menos do que se arrecada.
06:09Professor Negra, e tem outra coisa, né?
06:12Que os americanos estão sentindo,
06:14como a gente vê em outras partes do mundo,
06:16talvez em maior ou em menor escala,
06:18mas é uma realidade da nossa sociedade no século XXI, né?
06:22O envelhecimento da população
06:25e o custo por cada beneficiário que tem uma vida mais longeva.
06:30Ou seja, houve o crescimento do déficit,
06:32parte dele está alicerçado com aumento nos gastos do Medicare, Medicaid,
06:39que uma atende a população mais velha,
06:41a outra atende a população mais pobre.
06:45E eu deixei aqui, ó,
06:47gastos militares assinados pelo Donald Trump,
06:52que pela primeira vez na história dos Estados Unidos
06:53ultrapassam o 1 trilhão de dólares.
06:57Tem como cortar aqui?
06:58Alguém vai ter que, como se diz, cortar a própria pele
07:01e apertar o cinto.
07:03Da onde que pode vir?
07:04E aí, professor Negra,
07:05eu vou ter que fazer esse trabalho sujo,
07:07que é pedir para o senhor resumir a conversa
07:09e um minutinho, que é o tempo que a gente tem.
07:13Olha, vamos lá.
07:15Nesse momento, os Estados Unidos certamente
07:17não vão reduzir os seus gastos militares,
07:19até porque esse gasto militar é sozinho,
07:2240% de tudo que o mundo todo gata em defesa.
07:25Por que não vão tirar daí nesse momento?
07:27Porque surge essa semana a possibilidade
07:30de que os estadunidenses vendam armas
07:32para a OTAN, para a OTAN entregar essas armas
07:35para a Ucrânia.
07:37Possivelmente, um eventual corte
07:40venha dos setores de educação
07:42e dos repasses federais
07:44às universidades,
07:45que são aí, como a Universidade de Harvard,
07:48por exemplo,
07:49são vistas como desafetos do governo Trump.
07:51Eu não sei se eu expliquei em um minuto,
07:53mas eu te juro que eu tentei.
07:55Não, foi ótimo.
07:56E ainda o senhor tinha 15 segundos de brecha.
07:59Põe na poupança para o senhor usar
08:01numa próxima conversa nossa,
08:03que eu tenho certeza que vai ser em breve.
08:05Faço os meus agradecimentos públicos
08:06ao professor doutor João Alfredo Niegrai,
08:10que leciona a geopolítica na PUC do Paraná,
08:13da cadeira de geopolítica da PUC do Paraná.
08:15Professor Niegrai, obrigado mais uma vez.
08:17Até uma próxima.
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