- 25/06/2025
Advogada analisa decisão do STF que invalida decisões anteriores do próprio tribunal
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02:30Sob o pretexto de combater fake news, o governo do PT tem investido em iniciativas que podem restringir a liberdade de expressão no país.
02:41Reportagem de capa da nova edição da Cruzoé, assinada por mim, Marisa Van Zeller e por Carlos Graiep, destaca quais são essas medidas e os riscos que elas representam.
02:51Uma segunda reportagem, assinada por Vanessa Lipelt, fala sobre o exílio de Jair Bolsonaro nos Estados Unidos.
02:59Distante do debate político que ocorre no Brasil, o ex-presidente da Palestras não diz quando deve voltar para aliados políticos e pode até seguir para outros países.
03:10Destaque também para o martírio de Dom Alvarez, bispo nicaragüense, que recusou o desterro e tornou-se o principal nome da oposição ao tirano Daniel Ortega,
03:20como mostra uma reportagem de Duda Teixeira.
03:23Ainda no noticiário internacional, os últimos dias também foram marcados pela caça aos OVNIs.
03:29Quatro objetos voadores não identificados foram abatidos nos Estados Unidos em fevereiro.
03:35Três deles ainda estão envoltos em uma nuvem de mistério.
03:38O assunto foi abordado em reportagem de Caio Matos.
03:42A edição desta semana traz duas entrevistas.
03:45A primeira é com Sérgio Aquino, presidente da federação que reúne as empresas privadas que operam nos terminais brasileiros.
03:53Ele afirma que o Porto de Santos precisa reduzir a burocracia e acabar com as nomeações políticas, mantendo a administração pública.
04:01A segunda é com Ricardo Dias, cofundador da Adventrice, empresa criada para desenvolver produtos com celebridades.
04:10Em conversa com Cláudio Dantas, no CD Talks, ele diz que Gustavo Lima e Ludmilla não se prejudicaram por apoiar Jair Bolsonaro e Lula na eleição e podem até se beneficiar.
04:19A sátira política fica por conta de Agamemnon Mendes Pedreira e Rui Goiaba.
04:49A nova edição já está disponível no site da Cruzoé e no aplicativo Antagonista Mais.
04:55Não perca!
05:03Cruzoé, uma ilha no jornalismo.
05:06Bom dia, Sucupira! Estou de volta, 9h40 da manhã.
05:21Morning Call, o Antagonista.
05:22Eu, Rodrigo Oliveira, jornalista econômico e analista profissional de investimentos.
05:26Não vou acompanhar a abertura do Ibovespa, porque hoje é terça-feira de carnaval e não tem Bolsa de Valores.
05:32Nós estamos todos por aí descansando.
05:35Para você que está acompanhando a gente aqui, novamente, Morning Call, o Antagonista, não ia deixar vocês desamparados.
05:43Então, tive uma conversa extremamente divertida e muito informativa e educativa, educacional, com a Maria Carolina,
05:52também conhecida como duquesa de taxa, lá no Twitter, para falar.
05:57Ela é advogada tributarista e quase contadora, não resolveu.
06:01Ela disse que não teve, como é que se fala?
06:04Capacidade.
06:05Capacidade, acho que não é bem a palavra, mas não teve estofo psicológico para aguentar mais uma faculdade,
06:12principalmente de contabilidade, que vocês sabem.
06:15Não é algo extremamente fácil no Brasil.
06:19Mas falamos aí sobre, conversei com ela sobre reforma tributária,
06:25CARF com voto de qualidade, decisão do STF que acabou com a coisa julgada,
06:32isenção de imposto de renda.
06:34Pode ou não pode mudar a tabela de imposto de renda no ano corrente?
06:37Tem que, como é que se diz, tem que obedecer lá aquele princípio da, como é que chama?
06:45Até anotei aqui, a anterioridade.
06:47Tem que esperar um ano para mudar o tributo.
06:49Será?
06:50Mesmo para o bem do contribuinte?
06:52Que coisa estranha, né?
06:53Mas a Maria Carolina Carol falou com a gente um pouquinho sobre esse assunto
06:57de uma forma extremamente tranquila.
07:00E eu até digo, é sempre bom a gente poder conversar com alguém,
07:05que a gente pergunta coisas complexas e ela consegue explicar para a gente
07:09de uma forma que a gente entenda, né?
07:11Então acompanha aí a minha conversa com a Maria Carolina, a famosa duquesa de táxis.
07:16Tá aí, gente. Oi, Maria Carolina.
07:18Muito obrigado por ter aceitado o nosso convite.
07:22Espero que seja o primeiro de muitos.
07:24Maria Carolina, para quem não sabe, é advogada tributarista, quase contadora.
07:27A gente estava comentando isso um pouco antes da gente começar a gravar aqui.
07:31E também tem um perfil no Twitter que tem muitos seguidores,
07:36que se chama duquesa de táxis.
07:38Ela não quer me explicar de onde vem esse nome.
07:41Diz que não tem uma história muito criativa para esse nome,
07:43mas a gente vai inventar uma em algum momento, né?
07:46Já expliquei para a Carol aqui que aqui no Morning Call Antagonista
07:50nós estamos baseados em sucupira,
07:53o que nos dá uma imunidade diplomática para a gente falar o que a gente quiser,
07:58sem ser preso e sem ter que responder na justiça.
08:02É uma meia-verdade, ela é advogada, ela sabe disso.
08:05E meias-verdades não valem muito no tribunal.
08:08Mas, Carol, muito obrigado por ter aceitado o nosso convite e seja muito bem-vinda.
08:15Obrigada pelo convite, Rodrigo.
08:17Vamos falar um pouquinho de tributar.
08:18Porque tributar pode ser legal.
08:19O negócio é abordagem.
08:21A gente precisa ter a abordagem certa para tributar ser legal.
08:24É isso.
08:24Eu já falo que só de ser advogado tributarista e ter senso de humor já é um diferencial, né?
08:29Sem querer ofender os outros.
08:30É, porque a gente não pode passar raiva sozinho, entendeu?
08:34A gente tem que passar raiva junto.
08:35E se a gente levar tudo a sério, a gente não vai viver muito, entendeu?
08:38Então, como eu estou pretendendo viver bastante...
08:42Eu vou começar essa conversa.
08:43Nem era o meu pensamento aqui,
08:45mas como a gente já trocou uma ideia sobre isso,
08:47eu queria que você falasse um pouquinho sobre o imposto de renda.
08:49Que você teve lá no Twitter um arranca-rabo ali,
08:56uma treta, né?
08:57Como a minha filha gosta de dizer.
08:58Eu tenho uma menina de 10.
09:01Então, você teve uma treta ali com algumas pessoas
09:03sobre o imposto de renda,
09:05sobre a possibilidade ou não de corrigir a tabela de imposto de renda
09:08no ano corrente.
09:09Certo?
09:10É isso mesmo.
09:11E agora saiu essa história de que vai aumentar a isenção
09:14para dois salários mínimos.
09:16A gente não sabe se é para esse ano,
09:18se é para o ano que vem,
09:19se é para algum ano XYZ lá na frente.
09:22Ainda não tem nada escrito,
09:24mas, em tese, isso vai ser apresentado muito em breve,
09:27segundo o nosso querido ministro da Fazenda,
09:30Fernando Haddad.
09:30Eu queria a sua opinião sobre isso.
09:32Primeiro, uma pergunta mais simples.
09:35Pode corrigir o imposto de renda deste ano?
09:37No ano corrente?
09:38Não tem aquele negócio de ano?
09:39Não tem que esperar um ano para avisar?
09:41Vamos lá.
09:44Essa aí foi, acho que foi uma das primeiras,
09:46uma das coisas que eu passei raiva mais no início desse ano,
09:49porque já veio logo aquelas artezinhas falando
09:53ah, não vamos, a gente não vai cumprir a promessa de campanha,
09:56lembra que tinha aquela coisa dos 5 mil reais,
09:58a gente vai aumentar para 5 mil reais, enfim.
10:00Primeira coisa que a gente tem que pensar,
10:02a gente tem princípio da anterioridade para imposto?
10:04Sim, a gente tem, desde que seja para aumentar.
10:07Por quê?
10:08Porque a questão do princípio da anterioridade
10:09é não te pegar de surpresa.
10:10É não falar assim, oh, Rodrigo, a partir do mês que vem,
10:14você vai pagar mais imposto.
10:15Peraí, não é assim que funciona.
10:17Você tem que ter ali uma anterioridade,
10:19o mínimo que você tem que ter ali de tempo para poder se preparar.
10:23Só que esse princípio não se aplica
10:25quando você vai reduzir a quantidade de imposto.
10:28E o que a gente tem no caso da atualização da tabela?
10:31Quando a gente atualiza a tabela, na realidade,
10:33o que vai acontecer é que as pessoas vão pagar menos imposto,
10:36porque a gente vai subir a faixa de isenção.
10:38Então, quem, por exemplo, recebe 2 mil reais
10:40e aí, vamos supor, a tabela vai além disso,
10:43a pessoa vai deixar de pagar imposto.
10:45Então, quando é para reduzir, não precisa.
10:48Inclusive, a última vez que a tabela foi atualizada,
10:50em 2015, foi feita por medida provisória,
10:53de um mês para o outro, foi super...
10:55Ninguém falou sobre a anterioridade.
10:57É engraçado que era o mesmo governo.
10:59Ninguém falou sobre a anterioridade,
11:01ninguém falou sobre a impossibilidade,
11:03o negócio foi feito de uma hora para a outra
11:04e ninguém questionou.
11:06Então, é isso.
11:06Se quiser fazer uma atualização para valer a partir desse ano,
11:11isso é importante,
11:12a partir desse ano, já vale a partir,
11:14seja o mês que vem, seja tudo,
11:16mas a gente agora, eu recomendo a gente acreditar
11:18só no que tiver escrito, tá?
11:20Então, assim, não vamos nos empolgar,
11:22não vamos falar muito,
11:23vamos esperar o que está escrito,
11:24para ver se a gente comemora ou não.
11:26Mas se, só para o pessoal aí,
11:28porque agora já abriu,
11:29já vai abrir o prazo para a declaração do ajuste,
11:32do imposto de renda,
11:33se corrige para este ano mesmo,
11:37janeiro e fevereiro que foi pago a mais,
11:40então, vai ser ajustado lá na frente no ano que vem, é isso?
11:44Vai ser ajustado em 2024,
11:46inclusive também,
11:47essa é uma das coisas que o pessoal falou,
11:48não, não tem problema,
11:49porque se for atualizado no final do ano,
11:52a pessoa recebe o ano que vem,
11:53mas como se todo mundo que está te recebendo ali 2.400 reais,
11:57tivesse esse tempo para esperar receber lá em novembro de 2024,
12:02100 reais atualizado pela Selic.
12:04Então, assim, acho que as pessoas,
12:06elas têm um pouco de descolamento da realidade nesse ponto,
12:10e elas não sabem que isso também é importante.
12:12Agora, sobre a declaração que a gente vai entregar agora,
12:14a justa anual,
12:15referente em 2022,
12:16Inês é morta,
12:17não estão falando de 2022,
12:19esqueço, já aceitou,
12:20pagou, passou.
12:21Agora, a gente está falando o mesmo para 2023,
12:23que, na realidade,
12:24era a promessa,
12:25era o mote da campanha,
12:27e depois que veio com essa história,
12:28de ter que respeitar a anterioridade.
12:30E aí, eu disse que não,
12:31e o pessoal ficou um pouco bravo comigo,
12:33não era para ficar bravo comigo,
12:34era para ficar bravo para a Constituição Federal,
12:36mas, enfim,
12:37a gente está aqui para isso.
12:38Ou com o governo,
12:40que não pretende fazer isso.
12:43Fica bravo com quem de direito,
12:44não mata o mensageiro.
12:46Quando a gente fala de princípio da anterioridade,
12:49aí sim,
12:49é um assunto que até já,
12:51que é o que está no meu script aqui,
12:54eu queria muito falar sobre essa decisão do STF,
12:59que julgou lá os ICMS,
13:01ICMS não,
13:03CSLL, não é isso?
13:05CSLL.
13:05Da Samarco.
13:06E retroagiu lá para o negócio da coisa julgada.
13:10E aí, pronto.
13:11Como você falou o princípio da anterioridade,
13:15eu tenho um princípio que eu sei
13:17que alguns advogados não conhecem,
13:19porque vocês não estudam tanto quanto eu,
13:21que o judiciário sempre obedece
13:24ao princípio da morosidade.
13:27Ele sempre demora muito para resolver as questões.
13:30E esse eu acho que é um caso
13:31que também atendeu bem
13:32a esse princípio da morosidade.
13:33e você teve esse descolamento
13:37entre balanços das empresas
13:40e decisão judicial
13:43que afeta, inclusive,
13:46que escreve em pedra
13:50aquela frase que alguns atribuem ao Pedro Malandre,
13:54que no Brasil até o passado é incerto.
13:55Eu queria que você explicasse para a gente um pouco
13:58sobre a decisão em si
13:59e depois a gente faz as críticas
14:02que eu acho que são mais cabíveis.
14:04Vamos lá.
14:05Vamos explicar aqui a questão da coisa julgada.
14:07A gente que achava que a pior coisa
14:09que podia acontecer para a gente
14:09era o 7 a 1,
14:10a gente perdeu de 11 a 0.
14:12Então, assim,
14:13nunca pensem que a gente chegou no fundo do curso.
14:15O 7 a 1 estava até tranquilo.
14:17Foi uma questão unânime
14:19que a gente teve aqui
14:21por essa decisão
14:22de que
14:22decisões transitadas em julgado,
14:25ou seja,
14:25aquela decisão que não cabe nesse recurso,
14:27acabou, está resolvida,
14:28e que depois,
14:30por exemplo,
14:30você tem essa decisão,
14:31alguns contribuintes têm essa decisão
14:32de 92, 93,
14:34idos dos anos 90.
14:35E a partir dali,
14:36com essa decisão,
14:37determinado tributo
14:38era considerado inconstitucional,
14:40no caso,
14:40o CSRL.
14:41Então, você não recolhia,
14:42o contribuinte não recolhia,
14:43por quê?
14:43Porque ele tinha essa decisão,
14:45essa segurança
14:46para ele
14:47de que
14:47aquele tributo
14:48tinha sido considerado inconstitucional.
14:5015 anos...
14:51Porque é transitado em julgado,
14:53é indefinitivo.
14:55Sem recurso,
14:56sem recurso.
14:5715 anos depois,
14:58porque aí a gente entra
14:59no seu princípio da morosidade
15:00que agora eu vou adotar,
15:0215 anos depois,
15:03o STF fez o quê?
15:05Ele analisou esse processo
15:07e falou,
15:07não, não, não.
15:08A CSRL,
15:09ela é constitucional, sim.
15:11E aí,
15:11a partir dali,
15:12então, ficou decidido
15:14que a CSRL era constitucional.
15:16A questão é,
15:16e quem tinha a decisão?
15:18Quem tinha a decisão,
15:19fica como?
15:19A decisão já está perfeita,
15:21é uma decisão,
15:22é uma segurança
15:23que você tem.
15:24E aí,
15:24como é que ficou a questão?
15:25Aí, de 2007,
15:26a gente corta
15:27para 2023,
15:29para a gente ver o seguinte,
15:30a gente tem alguns argumentos
15:32ali que o STF
15:33utilizou principalmente
15:34em relação à concorrência.
15:36Ah, é,
15:37você vai dar uma vantagem
15:39para um contribuinte
15:40que tem ação
15:40em detrimento do outro
15:42que não tem ação,
15:43em detrimento do outro
15:44que não entrou na época,
15:45enfim,
15:45é para equalizar
15:47a situação econômica.
15:48Esse foi o principal,
15:49foi o principal argumento.
15:51E aí,
15:51eles decidiram que
15:52a coisa julgada
15:54em matéria tributária,
15:56ela vai ter
15:56essa quebra automática
15:58a partir de quando
15:59o STF decidir.
16:00Isso era algo
16:01que a gente já estava esperando,
16:03era uma coisa
16:04que a gente já imaginava
16:05que iria acontecer,
16:06por essa questão,
16:07esse argumento concorrencial,
16:08enfim,
16:08o que as pessoas,
16:09e o que foi minha surpresa,
16:11foi a questão
16:11da não modulação.
16:13E o que é a modulação?
16:14É o STF decidir
16:15a partir de quando
16:17isso que ele decidiu vale.
16:19É difícil,
16:20mas a gente vai.
16:21Ele decidiu uma coisa.
16:23Vou tentar simplificar aqui,
16:24porque eu,
16:25particularmente,
16:25acho isso muito confuso.
16:27Existia essa discussão
16:28sobre o CSLL,
16:30o tribunal julgou
16:32que era inconstitucional
16:33e depois desjulgou,
16:35disse que era constitucional,
16:36é isso.
16:36O STF,
16:37isso,
16:37o tribunal qualquer,
16:38o STF falou,
16:39é constitucional sim,
16:40em 2007.
16:41Lá em 2007.
16:42Isso.
16:43Mas tinham empresas,
16:44no caso da Samarco,
16:45específico lá,
16:46que estava sendo julgado,
16:47que tinham uma decisão
16:49transitada e julgada,
16:50em definitivo,
16:51de que ela não precisava
16:52recolher esse tributo,
16:54porque,
16:55julgado antes...
16:56Foi considerado inconstitucional,
16:58isso.
16:58Isso,
16:58que considerava isso
17:00inconstitucional.
17:01Ok,
17:01isso estava valendo,
17:03porque julgaram
17:03que era constitucional.
17:04Os outros que não tinham
17:05essa decisão,
17:06estavam pagando.
17:07Certo?
17:08Normal.
17:09Exatamente,
17:09normal.
17:10Aí,
17:10em 2023,
17:12o STF julgou que,
17:14ok.
17:14O STF falou assim,
17:15olha,
17:15vai quebrar as decisões
17:16automaticamente.
17:18A questão que a gente
17:19ficou pensando é,
17:20ok,
17:20vai quebrar a decisão
17:22automaticamente,
17:22mas a partir de quando?
17:24Porque a gente tem
17:25essa questão,
17:26a gente viu muita
17:26modulação dos efeitos,
17:27lá na tese do século,
17:28ICMS na base da Porfins,
17:30vai ter um impacto
17:31muito grande
17:32nos cofres públicos,
17:33então precisa modular,
17:34ou seja,
17:35vale daqui para frente.
17:36É o famoso
17:37inconstitucional,
17:38pero non-mútil.
17:39Então,
17:39ele é inconstitucional,
17:40mas não,
17:41estamos questionando
17:41daqui para frente,
17:42vamos acertar,
17:43vamos deixar tudo baixo,
17:44daqui para frente assim.
17:46E aí,
17:46desculpa a minha ignorância agora,
17:47mas não tem um negócio
17:48que a lei não retroage
17:49para prejudicar?
17:51Sim,
17:52tem,
17:52mas aí,
17:53a gente esquece
17:54essa parte.
17:55E aí,
17:55o que acontece?
17:57A gente esquece
17:58essa parte.
17:58E aí,
17:59o que acontece?
18:00Nesse caso,
18:01a gente,
18:01eu acho que todo mundo
18:02esperava uma modulação seguinte,
18:04como é uma questão
18:05tão drástica
18:07de entendimento,
18:08então assim,
18:09pensa,
18:10eu tenho aqui,
18:11os meus investidores
18:12sabem que eu tenho
18:13uma decisão
18:13para eles estarem julgadas,
18:14que é o famoso,
18:15até que o ministro Fux
18:16falou,
18:17está no alpar
18:17do direito,
18:20o mais imutável,
18:21então eu tenho isso,
18:22os investidores
18:23acreditando nisso.
18:24Então,
18:24a gente imagina
18:25que uma quebra
18:26desse tamanho,
18:26a gente teria
18:27uma modulação
18:27eventualmente,
18:28então você,
18:29a partir daqui
18:30para frente,
18:31beleza,
18:32tudo certo.
18:32O que o STF
18:33entendeu,
18:34na realidade,
18:34foi que não,
18:35que não seria necessário
18:37modular os efeitos,
18:38ou seja,
18:39vale desde sempre,
18:40vale desde 2007,
18:42porque,
18:43inclusive,
18:44aí a gente teve
18:44vários vídeos
18:45do ministro Barroso
18:46falando que as empresas
18:48fizeram uma aposta,
18:49acreditaram em uma modulação,
18:51enfim,
18:52eu nem vou entrar
18:54nesse mérito,
18:55mas essa é a questão
18:56toda e acabou voltando,
18:58e aí a gente tem
18:59essa situação absurda
19:01de insegurança jurídica
19:03para esse passado.
19:04Então,
19:05eu brinquei
19:05que é tipo
19:06essa decisão
19:07que vem tipo
19:07o imposto,
19:08eu falei que a regra
19:09DeLorean,
19:10lembra da DeLorean,
19:12de volta para o futuro?
19:13Ela vem do futuro
19:14para ferrar o seu passado,
19:16entendeu?
19:16Ele chega lá e fala,
19:17você tem um imposto
19:18para pagar,
19:19você fala,
19:19mas eu não sabia disso,
19:21ou então a regra
19:23do Terminator,
19:24o famoso Albibeck,
19:26aí volta ali
19:27o Schwarzenegger,
19:28Albibeck voltou
19:29e você tem que pagar o imposto.
19:30Então,
19:30assim,
19:31a gente é rico
19:31para não chorar,
19:32no caso.
19:33Porque isso,
19:34na verdade,
19:34até eu acho
19:35que o De Volta para o Futuro
19:35é a melhor imagem,
19:37porque ele pode ir e voltar
19:39quantas vezes ele quiser,
19:40não é mesmo?
19:41Exatamente,
19:42ele entra no carro,
19:43volta e fala,
19:43agora você paga,
19:44mas você vai fazer o que?
19:46Eu vou fazer o que?
19:47Então,
19:47assim,
19:47uma insegurança tão grande
19:49de valores expressivos
19:51e aí é engraçado
19:52porque a gente também,
19:53nesse mesmo vídeo
19:53do ministro Barroso,
19:54ele disse,
19:55ah,
19:55isso deveria ter sido provisionado.
19:57Gente,
19:57isso não faz sentido
19:58se a gente for parar
19:59para pensar
20:00como é que eu vou provisionar
20:01ou esperar uma quantia
20:03de algo que eu tenho
20:04uma certeza de que é,
20:05mas como é que eu justifico isso
20:07para o mercado,
20:08para os investidores?
20:09Isso não tem justificativa,
20:10eu acho que falta um pouco
20:12dessa sensibilidade,
20:13às vezes,
20:13especialmente nas decisões tributárias,
20:15de ver como é que tudo funciona,
20:17de fato,
20:17entendeu?
20:18Como é que as relações econômicas
20:19acontecem?
20:20Porque não é simplesmente falar
20:21separe esse dinheiro,
20:22deixe ele ali,
20:23não vou investir em nada,
20:25vou deixar esse dinheiro parado,
20:26não é assim que as coisas funcionam.
20:27O engraçado desse vídeo
20:29do Barroso
20:30é porque o Barroso,
20:31em determinado momento lá,
20:32ele fala que,
20:33eu não quero ofender
20:33o ministro do STF,
20:35claro,
20:35ele fala que se ele fosse empresário,
20:38ele teria provisionado,
20:39eu diria que se o senhor
20:41fosse empresário,
20:42o senhor provavelmente
20:43estaria falido,
20:45mas cada um no seu ramo,
20:49eu acho,
20:50inclusive,
20:50que ele não devia ter dado
20:51opinião sobre isso.
20:53Sobre essa decisão,
20:54sobre essa declaração,
20:55eu acho tão engraçado
20:55porque ali em 2007,
20:58no final de 2007,
20:59no julgamento da tese do século ainda,
21:02estava 6 a 1 para os contribuintes,
21:04a gente já tinha formado maioria,
21:05isso em 2007,
21:06tínhamos formado maioria
21:07para os contribuintes,
21:08e aí a gente teve
21:09uma reviravolta processual,
21:11enfim,
21:11uma questão,
21:12na época,
21:12Toffoli era AGU,
21:13a gente teve uma reviravolta profissional
21:15e processual,
21:16e aí a gente recomeçou o julgamento,
21:19e esse julgamento
21:20só foi finalizado em 2017.
21:22Quando ele foi finalizado em 2017,
21:24houve a modulação.
21:25É engraçado porque o Estado
21:27não se preparou,
21:28ele fez a aposta,
21:29sabia que a chance dele perder
21:30era alta,
21:31afinal já tinha uma maioria ali
21:33que já tinha formado
21:34a maioria para o contribuinte,
21:36mas nesse caso não,
21:37é só quando é o contribuinte,
21:39eu acho isso tão curioso.
21:41Exato,
21:41é isso que é um absurdo,
21:45mas o que a gente,
21:46para as pessoas entenderem melhor,
21:49eu cheguei a falar isso
21:51em outros programas
21:52que a gente fez,
21:53é você imaginar o seguinte,
21:55porque o imposto,
21:57quem paga é o consumidor,
21:58no fim das contas,
21:59o empresário,
22:00ele coloca o imposto
22:01dentro do preço,
22:03as pessoas às vezes
22:04não raciocinam isso,
22:05então você imagina o seguinte,
22:06o cara vendeu 15 anos
22:08de produto
22:09e agora ele tem que voltar
22:11nos clientes dele
22:13e falar assim,
22:13olha só,
22:14o STF agora acha
22:15que eu tenho que pagar
22:16aquele imposto
22:16que eu não paguei,
22:17então eu te dei um desconto,
22:18mas eu preciso que você me pague,
22:19é como se ele tivesse
22:20que fazer tudo isso,
22:21porque você pega
22:22alguns impactos
22:23que praticamente
22:24quebram as empresas,
22:26porque,
22:26e aí era uma dúvida
22:27que eu tinha,
22:28Carol,
22:28que é,
22:29como isso é automático
22:31para as outras empresas já
22:32ou só para quem estava
22:34na ação,
22:35que no caso lá
22:36é essa marca?
22:36Essa é uma decisão
22:39para atributos
22:40que a gente considera
22:41como continuados,
22:42então,
22:42por exemplo,
22:43o CSLL você paga
22:44todo mês
22:44ou trimestral,
22:45enfim,
22:46é uma relação continuada,
22:47essa decisão
22:48ela não se aplica
22:49para decisões
22:50com atributos
22:51de origem,
22:52assim,
22:52de aplicação única,
22:54vamos supor,
22:54você tem uma decisão
22:55transitada em julgado
22:56sobre TBI,
22:57sobre Imposto de Transmissão
22:58de Bens Imóveis,
22:59e aí o STF decide
23:01o diferente da decisão
23:02que você tem,
23:03nesse caso não se aplica
23:04porque foi só uma vez,
23:05você tem ali uma decisão,
23:07não é uma relação continuada,
23:08então vai se aplicar sim
23:09para decisões continuadas,
23:11mas eu acho importante,
23:12a gente tem que esperar ainda
23:13como é que esse processo
23:13vai se desenvolver,
23:14porque com certeza
23:15a gente vai ter
23:16embargos de declaração
23:17para algum esclarecimento,
23:19enfim,
23:20já ouvi alguns colegas
23:21falando sobre questões
23:22específicas da CSLL,
23:24que se aplicaria somente
23:25a CSLL,
23:25então assim,
23:26a gente ainda tem algumas coisas
23:27para passar,
23:28alguma água
23:28para passar debaixo da ponte,
23:29mas o fato é que a CSLL
23:30para todos,
23:31nesse caso aqui,
23:32já está bem claro
23:33que é a partir de 2007.
23:34É porque a ideia
23:36era que,
23:36ah não,
23:37uma empresa estaria
23:38levando vantagem
23:39sobre as outras,
23:40em função da decisão.
23:42É justamente isso.
23:46Para outros tributos,
23:47então,
23:48espera-se
23:48embargo de declaração
23:50e também ficou pendente
23:51uma ideia
23:51de se isso vai ser
23:53corrigido ou não,
23:54no tempo.
23:55E a gente tem,
23:57assim,
23:58a gente tem hoje
23:59uma possibilidade,
24:00foi uma das coisas
24:00que eu brinquei
24:01até quando eu comecei
24:02com a última vez,
24:02falei,
24:03olha,
24:03já é refis
24:04da coisa julgada
24:05na Austrália,
24:05entendeu?
24:06É uma coisa
24:06que a gente sabe
24:07que eventualmente
24:08pode acontecer.
24:10Por uma questão de,
24:11principalmente,
24:12multa,
24:12juros,
24:13por exemplo,
24:13quem estiver sendo cobrado
24:15não vai ter a questão
24:16de prescrição,
24:16decadência,
24:17alguma coisa assim.
24:18E aí sim,
24:18vai ter aquele valor
24:19monstruoso
24:20que a gente vai ver
24:21nos balanços
24:22e tudo mais.
24:22E vai ser um valor
24:24bem considerável,
24:25a gente viu
24:25que vai ter que ser
24:26refeito para 2022.
24:28Então, assim,
24:29não é algo
24:29que é muito simples,
24:31tal como uma aposta,
24:32talvez,
24:33que o ministro tenha
24:33entendido.
24:35É uma coisa
24:35que tem um impacto
24:36gigantesco econômico,
24:38um impacto gigantesco
24:39em relações de consumo.
24:40Então, assim,
24:41alguma coisa,
24:42aí pegando com carona
24:43um pouco no que
24:44o ministro Fux falou,
24:45alguma coisa vai ter
24:45que ser feita,
24:46a gente espera que talvez
24:47o legislativo faça
24:48alguma coisa com relação
24:49a isso,
24:49porque a gente vai precisar
24:50corrigir isso,
24:51não adianta deixar isso
24:52sozinho,
24:52para ver se as coisas
24:53se acertam.
24:54É, porque isso não é nem,
24:56como é que,
24:57tem um nome para isso,
24:58que o STF faz com a Constituição,
24:59mas é reescrever a Constituição,
25:01né?
25:01Você,
25:02essa decisão.
25:04É,
25:04esse é um jeito
25:05bem respeitoso de falar.
25:10É uma maneira respeitosa.
25:12Vamos lá,
25:13além disso,
25:14tem uma discussão hoje,
25:15que é a discussão
25:16sobre o voto de qualidade
25:17do CARF,
25:19que também é a discussão
25:20que muda.
25:21Aliás,
25:21tem uma coisa que,
25:22para mim,
25:22é meio,
25:23eu até vou esperar você falar,
25:24mas assim,
25:25para mim é meio fantasioso
25:26na cabeça do Haddad,
25:27porque o Haddad,
25:28ele entende que o voto
25:29de qualidade vai automaticamente
25:31gerar 50 bi
25:32de arrecadação,
25:34o que já é um negócio
25:36esdrúxulo, né?
25:37Porque então,
25:37você já está
25:38antecipadamente julgando tudo
25:42e falando,
25:42não,
25:42a gente vai ganhar.
25:44Quer dizer,
25:44já pôs o tribunal administrativo
25:47ali do CARF,
25:48que é o conselho de recursos,
25:54não,
25:54é o conselho administrativo
25:55de recursos fiscais,
25:56não é isso?
25:56Isso,
25:56isso,
25:57isso.
25:58Já põe sob suspeita,
26:00sob suspeição,
26:01a idoneidade
26:02das turmas julgadoras.
26:04Tudo bem que elas são paritárias,
26:05que também é outra coisa estranha,
26:07todo tribunal,
26:08qualquer que seja,
26:09é ímpar.
26:10No CARF,
26:11ele é par,
26:11quatro representantes
26:13contribuintes
26:14e quatro representantes
26:15do governo.
26:16E aí,
26:17o voto de qualidade,
26:17para quem não sabe,
26:18seria,
26:19em caso de empate,
26:21o presidente do CARF,
26:22que é um representante
26:23do governo,
26:24decidiria sobre,
26:26daria o voto
26:27de desempate.
26:27Hoje,
26:28automaticamente,
26:29quer dizer,
26:30até o final do ano passado,
26:31automaticamente,
26:32quem ganhava era o contribuinte.
26:33Agora,
26:33tem uma MP que está valendo,
26:35isso está sendo,
26:37vai passar ainda pelo legislativo,
26:38mas está tendo
26:39essa conversa aí.
26:40Vamos lá,
26:40me explica como se eu fosse
26:44um,
26:44como é que naquele filme
26:46Margin Call o cara fala?
26:48É um Golden Retriever,
26:50né?
26:50Me explica como se eu fosse
26:51um Golden Retriever.
26:53Maravilhoso,
26:53vamos lá.
26:54Eu acho que a gente tem que pensar...
26:55para a justiça depois,
26:56de qualquer maneira?
26:57A gente tem que pensar
26:59nisso daí
26:59como um pacotinho.
27:01Então,
27:02quando a gente vê
27:02aquele pacote que foi anunciado
27:04pelo ministro Haddad,
27:05um mês atrás,
27:06a gente vê que as coisas
27:07têm que fazer algum sentido,
27:09ali é um storytelling.
27:10E,
27:11quando eles apoiaram,
27:12vamos dizer assim,
27:13eles quiseram colocar a questão,
27:14sinalizar para o mercado,
27:15estamos preocupados
27:16com a arrecadação,
27:18estamos preocupados,
27:18vamos aumentar,
27:19vamos fazer isso
27:20para aumentar a arrecadação.
27:21Quando aconteceu isso,
27:22eles trouxeram uma ideia
27:23de um refis,
27:24que não pode falar que é refis,
27:25que é o refis do cargo,
27:26mas não pode chamar de refis,
27:27chama de outra coisa.
27:28Mas tudo bem,
27:28é um refis.
27:29Que é uma possibilidade
27:31de você estar ali dentro,
27:33tem alguma discussão
27:34de algum processo seu.
27:35Então,
27:36isso só vai valer
27:36para quem tem processos administrativos.
27:39Você está discutindo isso,
27:41está discutindo um processo
27:42administrativo no cargo,
27:43você vai ter a possibilidade
27:45com algumas vantagens,
27:46aí muda para as vantagens
27:47para a empresa pequena,
27:48para a empresa menor,
27:49para a empresa que seja maior,
27:51e aí tem ali
27:51qual que é a vantagem
27:53de cada um.
27:54Você vai poder fazer
27:54essa transação,
27:56esse feirão limpa-nome,
27:58e aí você vai lá,
27:59paga,
27:59faz a quitação,
28:00e eu achei engraçado,
28:01porque divide só de 12 vezes,
28:02até a gente para comprar
28:03as coisas no garejo,
28:04a gente consegue de mais vezes.
28:06Por quê?
28:06Porque essa preocupação
28:08de ter essa arrecadação
28:09dentro do ano,
28:10então a gente tem ali
28:11essa arrecadação dentro do ano,
28:12e aí me chamou,
28:13eu lembro que quando analisei,
28:14eu falei dois pontos interessantes.
28:15Primeiro,
28:16que achei poucas vezes,
28:17tudo dentro do mesmo ano.
28:19E segundo,
28:20eu achei o timing muito estranho,
28:22porque imagina você,
28:23empresário,
28:25você está discutindo
28:25alguma coisa no CARF,
28:26ou seja,
28:27você tem ali uma discussão
28:28em curso,
28:29você não sabe
28:30quanto tempo vai levar,
28:31e você vai optar aí
28:32por entrar
28:33em uma espécie de revismo,
28:35em uma negociação,
28:37logo nos primeiros meses
28:38de um governo,
28:39sem saber o que vem por aí,
28:41todo mundo segurando caixa,
28:43eu falei,
28:43esse timing está estranho.
28:45E aí quando apareceu lá,
28:46nós vamos arrecadar 50 bi,
28:48eu falei,
28:48não foi 50 bi,
28:49enfim.
28:51Então assim,
28:51era tudo muito estranho
28:53um pouco nesse pacote,
28:54a gente sabia,
28:55que quem olha assim e pensa,
28:57olha,
28:57não é uma ideia boa,
28:59eu acho que eles tiveram
29:00essa mesma impressão no governo,
29:01aí alguém surgiu
29:01com uma ideia maravilhosa,
29:03aí alguém falou assim,
29:04ah,
29:04mas e se a gente voltar
29:05com um voto de qualidade?
29:06Porque aí,
29:07é como você está andando
29:08na prancha,
29:08sabe aquela hora
29:09dele no navio,
29:11que você está andando,
29:11tem um tubarão lá embaixo,
29:12aí você põe alguém
29:13com a arma atrás de você,
29:14você vai pular ou vai pular.
29:16Então a ideia é,
29:17a ideia do voto de qualidade voltar
29:20foi o seguinte,
29:21ó,
29:21não fica aqui não,
29:22que você vai perder.
29:23Se eu fosse você,
29:24eu entrava logo nesse,
29:26então assim,
29:26foi uma maneira de,
29:28pelo menos que eu particularmente
29:29entendi,
29:30como uma maneira de pressionar
29:32esses contribuintes
29:33e fazer isso.
29:34Porque nada justifica,
29:36a gente teve uma lei,
29:37tem dois anos atrás,
29:38isso foi discutido no Congresso,
29:40isso foi discutido exaustivamente,
29:43isso na época
29:43até o próprio STF
29:45chegou a analisar.
29:46Então assim,
29:47isso foi a exaustão.
29:48E aí de repente
29:49surge uma MT
29:50dois anos depois,
29:52falei que até eu
29:53demoro mais tempo
29:53para mudar de ideia.
29:54Dois anos depois,
29:56e não,
29:57vamos mudar isso daqui,
29:58vamos fazer esse negócio diferente.
30:00Então assim,
30:01eu acho que
30:01foi bem óbvio aí
30:02essa questão
30:03dessa pressão,
30:05que eu acho
30:05que não surtou
30:07os efeitos esperados,
30:08assim,
30:09para uma surpresa
30:10de zero pessoas,
30:12que pelo menos
30:13estava entendendo
30:13o que estava acontecendo.
30:15E aí a gente chega
30:16nessa parte da negociação
30:17que o governo está fazendo agora,
30:18com essa MP
30:18com as empresas,
30:19para tentar moldar
30:21aí o que seria
30:21o voto de qualidade.
30:22Então assim,
30:23tudo é parte
30:25de uma historinha,
30:27tudo um storytelling
30:28ali bonitinho
30:29e tal,
30:30com esse objetivo.
30:31Eu só achei
30:32bem esquisita
30:32como é que isso
30:35vai se desenrolar.
30:36Achei os valores
30:37complicados
30:38e engraçados
30:39porque eu falei,
30:39gente,
30:40como é que o mercado
30:40vai enxergar isso?
30:43Eu sou advogada,
30:44mas eu gosto
30:45de economia,
30:45gosto de mercado,
30:46então eu fico olhando assim,
30:47gente,
30:47porque não tem a menor
30:48condição da gente
30:49estimar
30:50quantas empresas
30:51vão topar
30:52essa presepada
30:53para a gente chegar
30:54e falar assim,
30:55olha,
30:5550 bi no final do ano.
30:57Não tem muita justificativa,
30:59não tem muita lógica.
31:00Então assim,
31:00eu acho que foi
31:02uma ideia
31:03que talvez não tenha sido
31:04tão bem assim
31:06executada,
31:07mas e transformar,
31:09principalmente,
31:09eu acho que passou
31:10uma mensagem
31:10muito ruim
31:11de transformar o CARF
31:13num órgão arrecadatório.
31:15Então o CARF,
31:16que era justamente
31:17para ver o que é
31:19o mais correto ou não,
31:21que é ali uma coisa
31:21paritária,
31:23uma coisa de discussão
31:24e é assim,
31:25a gente brinca,
31:26que é um dos mais qualificados,
31:28é um dos julgamentos mais,
31:29são julgamentos
31:30extremamente qualificados,
31:31que são pessoas
31:32que estão dedicadas
31:33àquilo ali,
31:34que são da carreira,
31:35que não é que está pegando
31:36um processo ou outro
31:37que caiu no colo deles,
31:38não estão dedicados
31:39àquilo ali
31:40e de repente
31:40você dá um viés
31:41para esse julgamento
31:43de,
31:44oh não,
31:44eu estou perdendo
31:45a arrecadação
31:45por conta do tribunal,
31:48por conta do CARF,
31:49quer dizer.
31:49Então assim,
31:50é uma coisa
31:50que a gente fica pensando,
31:52eu acho muito engraçado
31:53e falo muito isso,
31:54no Brasil vale muito a pena
31:55você fazer normas
31:57tributárias confusas,
31:59vale muito a pena,
32:00fazer normas tributárias
32:01confusas,
32:02normas que jogam
32:02todo mundo
32:03nessa insegurança jurídica,
32:05por quê?
32:05Demora muito tempo
32:07para julgar,
32:07quando julga,
32:08modula,
32:09ou seja,
32:10o que você já colocou
32:10no bolso já está dentro
32:11do bolso,
32:12o que o Estado colocou
32:12já está dentro do bolso
32:13e tudo,
32:15absolutamente tudo,
32:16precisa que o CARF
32:17decida,
32:18o CARF decida
32:19se o sapato
32:20é sandália de borracha
32:22ou se é calçado
32:23impermeável,
32:24se é hidratante
32:25ou se é desodorante,
32:26tudo isso o CARF
32:27precisa ir lá
32:27e se debruçar,
32:28então isso que é muito
32:29ruim para o Brasil.
32:31Eu acho que a gente
32:32tem que colocar
32:33os culpados,
32:34onde são exatamente
32:35os culpados?
32:36Eu falo,
32:37a norma tributária
32:38confusa
32:39é bom
32:40para alguns,
32:42é bom para alguns,
32:43é bom negócio para alguns
32:44e é contra isso
32:44que a gente tem
32:45de ficar bravo.
32:47O Haddad,
32:48ele fala
32:48que 50 bi,
32:51metade
32:52ou mais da metade
32:53disso
32:54teria de empresas estatais,
32:55aí eu te pergunto
32:56o seguinte,
32:57porque as empresas estatais
33:01parece que teriam
33:02lá 100 bi
33:02no CARF,
33:04lá em Contencioso
33:05no CARF,
33:05mas o,
33:08não é estranho isso?
33:09Eu lembro que
33:09para...
33:11Não,
33:12é muito estranho.
33:13É estranho,
33:13que às vezes parece
33:14que a gente está
33:14no, sei lá,
33:16multiverso,
33:16não tem essas coisas
33:17na marga?
33:18É tão estranho,
33:19porque pensa,
33:19é uma MP que está valendo
33:21a partir de agora.
33:22E aí,
33:22o que aconteceu?
33:23Alguns julgamentos
33:24que já estavam marcados,
33:26então assim,
33:27você teve uma...
33:28A gente fala muito
33:29esse negócio da concorrência,
33:30não foi utilizado
33:30para coisa julgada,
33:31só que nesse caso,
33:32o que vai ser justamente
33:33o contrário.
33:33Quem deu sorte
33:34de ser julgado
33:35sem o voto de qualidade,
33:37se deu bem.
33:38Quem não deu,
33:39tentou uma eliminar
33:40para tirar de pauta.
33:42Quem conseguiu eliminar,
33:43se deu bem.
33:44Por que não conseguiu eliminar?
33:45Então assim,
33:46de repente,
33:47virou aquela questão
33:49que eu costumo brincar
33:50de barata boa,
33:51entendeu?
33:51Quando a barata boa,
33:52não sobra ninguém,
33:53não tem,
33:54não existe ateu
33:54quando a barata boa.
33:55Então ficou um negócio
33:56meio...
33:57E a gente não pode
33:58tratar...
33:59E assim,
34:00uma coisa que eu
34:01sempre falo,
34:02empates no CARF
34:04não é sobre
34:05coisas pequenas,
34:07não é sobre
34:08cafezinho,
34:08não é troco,
34:09não é nada.
34:10são assuntos
34:11extremamente complexos
34:12e com valores
34:14muito altos envolvidos.
34:16Então assim,
34:16não é uma coisa
34:17que a gente está discutindo,
34:18ah, não,
34:19isso aqui é uma interpretação
34:20besta,
34:20isso aqui vai passar.
34:21Não,
34:21são assuntos
34:22extremamente
34:23árduos ali
34:24na interpretação
34:26e que envolvem
34:27muito dinheiro.
34:28Se eu não me engano,
34:28acho que a Petrobras
34:29foi uma das primeiras
34:29que perdeu
34:30nessa questão
34:32do julgamento.
34:32Então assim,
34:33tem sim,
34:34as estatais
34:34vão ali
34:35para o sacrifício,
34:36mas ainda
34:36continuo achando
34:37muito otimista
34:38os 50 bi,
34:39vamos ver.
34:40Não,
34:40eu acho mais que otimismo,
34:42mas o,
34:43se a gente,
34:44aí uma dúvida
34:45que eu tenho é,
34:46porque o CARF em tese,
34:47pelo menos na minha cabeça,
34:48o que eu lembrava do CARF,
34:49é que ele não exaure
34:50o direito,
34:52né?
34:52Então assim,
34:53você pode,
34:53eu perdi no CARF,
34:55né?
34:55Eu sou uma empresa grande,
34:56tenho um bilhão
34:57de passivo lá,
34:59tributário
34:59que eu terei que pagar,
35:01já com refis
35:02e tudo mais,
35:03já tiraram as multas,
35:04estão tentando quebrar
35:05meu galho lá
35:05vai ficar só no um bilhão,
35:07e aí eu tenho duas opções,
35:09eu pago esse desconto,
35:11ou se eu achar
35:13que vale a pena,
35:14eu levo isso
35:14para a justiça,
35:16não é?
35:16Eu posso fazer isso.
35:17É exatamente isso,
35:18pode.
35:18Quando o contribuinte,
35:19quando acontece isso,
35:20e isso foi um argumento
35:21utilizado em prol
35:23do voto de qualidade,
35:24porque no momento
35:25em que o Estado,
35:27a fazenda perde no CARF,
35:28ela não tem essa possibilidade
35:30de recorrer ao judiciário.
35:31Então esse foi um dos argumentos,
35:32só que a gente tem que prezar,
35:34como eu falei,
35:34a gente tem que prezar
35:35pela técnica,
35:36e a gente tem que pressionar
35:37onde está o problema,
35:39não adianta pressionar o problema
35:40onde está o voto ali,
35:42ou o voto de qualidade,
35:43ou qualquer coisa.
35:44O problema são as normas
35:45que a gente tem,
35:46que ninguém consegue entender,
35:47que ninguém consegue,
35:48você tem ali uma situação
35:49de insegurança jurídica,
35:51nós estamos falando
35:52de constitucionalidade
35:53da CSLL,
35:54isso é um negócio
35:54que foi discutido
35:5530 anos atrás,
35:56eu não estou falando
35:57em tempo figurado,
35:59estou falando 30 anos,
36:01tem 30 anos
36:01que isso foi discutido,
36:03e isso vai ter um impacto
36:04nas empresas agora,
36:05em 2023,
36:06nada,
36:07nada justifica,
36:08e aí eu fico falando o seguinte,
36:11como é que você explica isso
36:12para o investidor estrangeiro,
36:14como você justifica isso,
36:16você explica isso
36:16para o investidor estrangeiro,
36:17que isso acontece,
36:20então muitas vezes
36:20as pessoas falaram,
36:21ah, o CARF,
36:22só no Brasil existe isso,
36:23tá, mas só no Brasil
36:24existe também
36:25essa questão
36:25dessa complexidade
36:26que a gente tem
36:27que se arrasta
36:28por esse tempo todo,
36:29então assim,
36:30não adianta a gente querer
36:30implementar modelos
36:32que são aplicáveis
36:34em outras situações
36:35para a nossa realidade,
36:37então assim,
36:38é bem problemático
36:41enxergar o CARF
36:43dessa maneira,
36:43não que a gente
36:44tenha sido surpreendido,
36:46porque eu já imaginei
36:47que isso iria acontecer,
36:47principalmente porque
36:49é o mais fácil,
36:50você vai lá no CARF,
36:51resolve,
36:52e aí você tira
36:53o ponto de qualidade,
36:54enfim,
36:54mas é uma questão assim,
36:56é mais outro duro golpe
36:58que a gente tem
36:59em questão de segurança jurídica
37:00na parte tributária.
37:02Mas a minha dúvida é assim,
37:03se eu posso ir para a justiça,
37:05eu tenho que pagar
37:06antes de ir para a justiça,
37:07ou não?
37:08Esse é um ponto,
37:09você tem que segurar
37:10aquela quantia ali,
37:11então não é necessariamente pagar,
37:13mas ele vai te bloquear,
37:14ou você vai ter um seguro,
37:15alguma coisa,
37:16enfim,
37:16depende de cada caso.
37:19É um dinheiro que está no livro,
37:20o Estado não recebe
37:21e eu também não posso usar.
37:23Exatamente.
37:24E isso é que é o pior,
37:25entendeu?
37:25Quando a gente fala,
37:27é engraçado que a gente tem
37:28vários outros problemas,
37:30e tem problemas tão grandes
37:32quanto,
37:33quando a gente fala,
37:33por exemplo,
37:34de crédito de tributo,
37:35a gente falando da reforma
37:36tributária agora,
37:37a gente tem um problema
37:38crônico de créditos tributários,
37:40que simplesmente fica,
37:42é um dinheiro que fica parado
37:43para a empresa,
37:43por exemplo,
37:44ela não tem o que fazer
37:44e sequer pode atualizar.
37:47Então,
37:47assim,
37:48esse é engraçado
37:49ver todo mundo
37:50discutindo sobre isso,
37:51porque essa é a ponta
37:51do experimento,
37:52a gente tem muita coisa
37:53mais para baixo
37:54que a gente vai precisar
37:55mergulhar
37:56para a gente poder entender
37:57se a gente quiser
37:57ter um ambiente de negócio
37:58realmente competitivo,
38:00realmente que faça sentido
38:02para todo mundo,
38:03enfim,
38:03é uma coisa
38:04que a gente vai ter que fazer.
38:05Sim,
38:06aí a gente vai evoluindo
38:08nessa conversa
38:10para o óbvio,
38:11então vamos votar
38:12uma reforma tributária,
38:15certo?
38:16Vamos votar uma reforma,
38:18como se fosse simples.
38:20Não,
38:21a gente acha que em seis meses
38:22resolve,
38:23aí a Tebet,
38:25que talvez seja
38:26um contraponto ali,
38:28eu não sei exatamente
38:29como é que está sendo isso,
38:31mas ela fala,
38:32olha gente,
38:33me parece otimista
38:35de mais seis meses
38:36para a reforma tributária,
38:37quem sabe até o fim do ano.
38:39E aí já começou
38:40a aparecer gente falando,
38:41olha,
38:41isso aqui não vai passar,
38:44do jeito que está
38:45não vai passar,
38:46etc e tal.
38:47Eu queria que você
38:48desse um panorama aí
38:49do que você está vendo
38:50de reforma tributária,
38:51o que é possível,
38:53possível,
38:54não vou nem colocar você
38:55nessa saia justa,
38:56mas assim,
38:57o que é mais
38:58mais provável,
39:02porque se não a gente
39:03vai dividir a reforma tributária
39:05e vamos falar primeiro
39:06sobre o consumo,
39:06sobre tributação de consumo,
39:08sobre o consumo,
39:09vai fazer um IVA,
39:11um Imposto de Valor Agregado
39:12para consumo,
39:14só que tem outras coisas
39:15que incidem,
39:17que tipo de imposto
39:18você está tirando,
39:19ICMS entra nisso,
39:21não entra,
39:22ICMS é estadual,
39:23e aí como é que faz
39:24essa divisão,
39:26porque assim,
39:27só vocês que mexem
39:29com isso aí
39:29conseguem entender,
39:31porque antes da gente
39:32passar para a reforma,
39:32só lembrei um negócio
39:33aqui do CARF,
39:34então no CARF,
39:35aqui minha cabeça de analista,
39:36pensa o seguinte,
39:37o desconto que eu tenho
39:38que receber
39:39para pagar no CARF
39:40e não ir para a justiça
39:41seria
39:42eu tenho que colocar,
39:44eu tenho que estimar
39:46meu fluxo de caixa
39:47pelo princípio
39:49da morosidade,
39:50então 15 anos
39:51mais ou menos,
39:52e trago a valor presente
39:54o desconto,
39:55ah, então a partir daqui
39:57se for menos que isso
39:58vale a pena pagar,
39:58é isso, né?
40:01É exatamente isso,
40:04e aí é onde as pessoas
40:05não fazem esses cálculos
40:07tão simples,
40:08assim,
40:08que a gente,
40:09trazer o dinheiro
40:11tem preço,
40:12então quando a gente fala isso
40:13não é simplesmente
40:14você provisionar,
40:16ah não,
40:16devia ter provisionado em 2007,
40:17o dinheiro tem preço,
40:18não é só isso,
40:20quanto custa
40:21esse dinheiro parado,
40:22então é isso,
40:23nesse caso sim,
40:23você tem que ver
40:24se vai valer a pena,
40:25e outra coisa,
40:26valer a pena também
40:27essa saída de caixa
40:28tão,
40:29que pode ser tão alta
40:30dependendo do tipo
40:31de dívida que você tiver,
40:34nesse momento,
40:35então assim,
40:36eu fico pensando assim,
40:36você tem dois meses
40:38de governo,
40:38você não sabe o que vai acontecer,
40:40você não sabe o que vai acontecer
40:40na economia,
40:41a economia está ali,
40:42é juros daquela coisa,
40:43guerra com o Banco Central,
40:45e você fala,
40:45não,
40:45eu vou me comprometer
40:47a pagar isso daqui agora,
40:49durante um ano,
40:50sendo que eu posso resolver isso,
40:52que eu vou fazer com isso
40:53lá na frente,
40:53então assim,
40:54me pareceu no mínimo
40:56uma ideia bem,
40:57olha,
40:58estou muito otimista demais,
40:59eu não quis ser,
41:01eu não quis ser a pessimil
41:02da história toda,
41:04mas eu achei muito otimista.
41:07Mas vamos lá,
41:08reforma tributária,
41:09Carol,
41:09como é que você está
41:10acompanhando reforma tributária?
41:11Reforma tributária,
41:13reforma tributária,
41:14precisamos de uma,
41:15não tem jeito,
41:16o que eu costumo brincar
41:17é o seguinte,
41:18quando as pessoas falam assim,
41:19ah, reforma tributária em seis meses,
41:20vamos parar para pensar,
41:22a gente vai fazer uma reforma,
41:23é como se a gente fosse fazer
41:24uma reforma da nossa sala,
41:26imagina você ter uma sala
41:27gigantesca na sua casa,
41:28você vai fazer uma reforma
41:29da sua sala morando na casa,
41:32morando na casa,
41:33vai dar trabalho?
41:35Vai,
41:35vai ter pó,
41:36vai ter pó,
41:36vai ter pedreiro andando pela casa,
41:38vai ter barulho,
41:39vai ter,
41:39vai ser um inferno,
41:41vai,
41:42mas é uma coisa
41:42que você precisa fazer,
41:44não tem outro jeito,
41:46vamos supor que o seu teto
41:47está todo furado,
41:48você está ali cheio de goteira,
41:49e tal,
41:49você tem que fazer,
41:50não tem para onde correr.
41:52A divisão entre reforma
41:54de consumo e renda
41:55faz sentido sim,
41:57porque a gente está pensando ali
41:58em dois pilares diferentes,
42:01então faz todo sentido
42:02a gente pensar assim,
42:02em uma reforma de consumo
42:03separada da reforma,
42:05da reforma sobre a renda,
42:07que a gente já chegou a discutir,
42:08né,
42:08num passado ali,
42:09não tão passado assim.
42:11Quando a gente fala
42:12de reforma de consumo,
42:14a gente está pensando em
42:15ICMS,
42:16IPI,
42:17FIS,
42:17COFINS,
42:18ISS principalmente,
42:20são esses os tributos
42:22que estão
42:22na questão
42:24da relação de consumo,
42:25e essa é a ideia
42:26que a gente tem
42:27de unificá-los,
42:28aí já começa o problema,
42:30quem são os donos
42:31do ISS?
42:32Sempre temos 5 mil
42:33donos de ISS,
42:34que são todos
42:35os prefeitos,
42:36temos 27 donos
42:38de ICMS,
42:39e os outros,
42:40tudo bem,
42:40os outros eu tenho
42:41um dono só,
42:42mas assim,
42:42é muita gente
42:44para colocar na mesa
42:45e colocar esse pessoal
42:46na mesma pauta,
42:47no mesmo ponto,
42:48e fazer com que
42:49essas pessoas concordem.
42:50Então assim,
42:51não é algo fácil,
42:53mas é algo que a gente
42:53precisa superar
42:55de alguma forma
42:56se a gente quiser
42:57ter principalmente
42:58transparência.
43:00Hoje,
43:01a gente não faz ideia,
43:02e eu gosto disso
43:03porque o pessoal
43:04às vezes me pergunta,
43:05gente,
43:05a gente não faz ideia
43:06de quanto a gente paga
43:07de imposto em cada coisa.
43:09A gente tem aquela nota
43:10que vem ali os impostos
43:11estimados e tudo mais,
43:12mas gente,
43:13aquilo ali é nada mais
43:14nada menos
43:14que uma estimativa
43:15na tabela,
43:15enfim,
43:16não é o que acontece real.
43:18Então a gente precisa,
43:19no Brasil a gente tem
43:20duas coisas muito terríveis,
43:22além da complexidade
43:24do nosso sistema,
43:25do nosso próprio sistema,
43:27e isso eu acho
43:27que o ICMS sobre combustível
43:28fez pela reforma tributária
43:30o que a gente tentou
43:3130 anos e não conseguiu,
43:33porque as pessoas descobriram
43:34como é que calcula o ICMS
43:35e ficou todo mundo indignado,
43:36eu fiquei bem feliz com isso,
43:38ficou todo mundo indignado,
43:39mas é assim,
43:40é assim,
43:41olha que beleza.
43:41Fiquei feliz com que as pessoas
43:42entenderam ou porque você acha
43:44que é um bom tributo?
43:46Não,
43:46o tributo é horroroso,
43:47eu fiquei feliz com que as pessoas
43:48ficaram com raiva,
43:48entendeu?
43:49Então todo mundo ficou com raiva,
43:51eu falei,
43:51olha que maravilha,
43:51eu gosto de gente brava,
43:53eu gosto de fazer,
43:54e quando as pessoas ficam com raiva,
43:55eu sei que eu passei minha mensagem.
43:58Então,
43:59quando a gente fala,
44:00calma,
44:00calma,
44:01vou ter que fazer um parênteses,
44:02você sabe,
44:03a gente conversava antes
44:04de começar a gravar aqui
44:05e a Carol tem um filho
44:06de 8 anos,
44:07Carol,
44:08para quem não sabe,
44:08casada,
44:09tem um filho de 8 anos,
44:10ela me prometeu que o marido
44:11não é auditor fiscal,
44:15imagina a cabeça dessa criança,
44:17gente,
44:17um auditor fiscal,
44:18um advogado tributarista,
44:20já chega lá em casa,
44:21que são dois jornalistas,
44:23agora minha esposa está em vereador
44:25há algum tempo já,
44:26mas para outra área,
44:28graças a Deus,
44:29e você falava que explicou
44:32o IPVA para o seu filho,
44:33não é isso?
44:34O meu filho,
44:35ele virou para mim e falou assim,
44:36mas você faz o quê?
44:37Você é advogada que defende os outros?
44:39Eu falei,
44:39não filho,
44:39então,
44:40deixa eu te explicar.
44:40Eu fui falando de imposto,
44:42aí falei com ele assim,
44:43ah,
44:43o imposto,
44:44eu falei assim,
44:46imposto é o seguinte,
44:47quando você tem que pagar
44:48alguma coisa
44:48para uma situação específica,
44:50eu não ia falar
44:51fato de nada para a criança,
44:52aí eu falei assim,
44:52não,
44:52então,
44:52aí eu tentando pensar
44:54e dirigindo ao mesmo tempo,
44:55falei,
44:55olha,
44:55quando você tem um carro,
44:57você tem um carro
44:58por exemplo,
44:58igual esse carro que eu estou dirigindo,
44:59todo ano você tem que pagar
45:00um valor para o governo,
45:02porque você tem esse carro.
45:04O menino ficou indignado,
45:06ele virou um cap das ideias
45:08completamente,
45:10e aí ele virou e fez assim,
45:11mas como assim,
45:13eu já pago caro no carro,
45:15eu tenho que pagar todo ano?
45:17Falei,
45:17meu Deus,
45:17por que eu usei esse exemplo?
45:18Eu devia ter pegado
45:19um outro exemplo mais fácil,
45:20mas eu achei que essa questão
45:22ia ficar mais simples.
45:23Enfim,
45:23é exatamente isso
45:24que está acontecendo,
45:25então assim,
45:26as pessoas não têm noção,
45:27imagina se eu fosse
45:28explicar o ICMS,
45:29eu não ia conseguir
45:30explicar o ICMS para ele.
45:31Então eu peguei ali
45:32um que era mais fácil,
45:33são aqueles impostos
45:33que eu chamo de imposto boleto,
45:35então eu falo assim,
45:36ah,
45:36é o imposto boleto?
45:37Eu pego ali o imposto boleto,
45:39bonitinho,
45:39aí eu,
45:40enfim,
45:41coloco ali,
45:42as pessoas já sabem
45:43exatamente quanto elas estão pagando,
45:44então as pessoas tendem
45:45a ficar com raiva
45:45do imposto boleto,
45:46que é o IPTU,
45:47é o IPVA,
45:48que é o que chega em casa,
45:49e aí o de consumo,
45:50ela simplesmente não vê,
45:52então se ela não vê,
45:53então não tem problema,
45:54não é um negócio que aquilo ali
45:57toca efetivamente para ela.
45:59E agora viram
46:00a mudança no ICMS
46:02para o combustível.
46:03Viram porque queriam brigar
46:04por política,
46:05então o pessoal queria brigar
46:06por política,
46:07resolveram entender o ICMS.
46:09Vamos lá,
46:09sim,
46:09aí você dizia que
46:11o pessoal descobriu isso
46:13agora com o ICMS,
46:15né?
46:15Exatamente,
46:16a mudança nos combustíveis.
46:17para poder brigar por política,
46:19né?
46:19Então para poder brigar
46:20por política,
46:21o pessoal resolveu entender
46:22como é que funcionava
46:23e aí o negócio ficou bom,
46:25porque aí a gente teve
46:26toda essa discussão,
46:27enfim,
46:27e era um absurdo realmente
46:29a gente ter um ICMS tão alto
46:30em cima, por exemplo,
46:31de energia elétrica
46:32ou alguma coisa assim,
46:33que são coisas essenciais,
46:35então não tem como
46:35ser contra uma medida
46:38dessa forma.
46:39O que a gente precisa ter...
46:40Diga.
46:41Deixa eu interromper rapidinho,
46:42Carol, desculpa,
46:43desculpa a falta.
46:44Imagina, imagina.
46:45Eu lembrei de uma coisa agora,
46:46mas não pode, sei lá,
46:48a gente entrar na justiça,
46:49os estados,
46:50e aí pedirem,
46:51não,
46:52eu quero que pague
46:53tudo isso agora de novo.
46:55Lá para trás.
46:57É complicado,
46:58porque o que aconteceu?
46:59A gente tem essa previsão
47:00na Constituição Federal
47:01sobre a questão da seletividade
47:02e é importante lembrar
47:04que isso tinha sido decidido
47:05pelo STF,
47:06mas na mesma modulação
47:07o STF decidiu
47:09que era inconstitucional,
47:10não é que podia cobrar
47:11até 31 de dezembro de 2023.
47:1323,
47:14a inconstitucional
47:15mas cobra mais dois anos.
47:18Enfim,
47:18justamente para os estados
47:19se adaptarem,
47:20aquela ideia de se adaptarem.
47:22E o que aconteceu
47:23foi que a lei complementar,
47:24uma lei complementar,
47:26então muitas vezes
47:26as pessoas pensam assim,
47:27ah, foi uma canetada,
47:28foi uma...
47:28Não,
47:28é uma lei complementar
47:29que vem falando
47:31quais são esses itens
47:33que são essenciais
47:34que estão ali
47:35na Constituição Federal.
47:36Então ela falou,
47:36olha,
47:36considera como essencial,
47:37então,
47:38qualquer coisa que a gente tiver
47:39que ter ali,
47:41a gente tem que ter uma discussão
47:42em cima da lei complementar
47:43em 9.4.
47:44A gente está tendo aí
47:45uma tentativa de composição,
47:46de acordo,
47:48de recomposição
47:49para os estados,
47:50mas é assim,
47:51é engraçado
47:51porque a gente percebe
47:52que a arrecadação,
47:54quando a arrecadação
47:54estava recorde,
47:55recorde,
47:55recorde,
47:56recorde,
47:56ninguém falou nada
47:57sobre nenhum tipo
47:58de ajuste,
47:59aí agora que caiu,
48:00ah, não,
48:00mas agora a gente tem
48:01que ver o que vai acontecer,
48:02então é sempre assim,
48:03o estado funciona um pouco
48:05como,
48:06eu me identifico um pouco
48:07com os estados,
48:08porque o que eu tiver
48:09eu vou gastar,
48:10entendeu?
48:10Então, assim,
48:11se eu chegar no shopping,
48:12o que eu tiver
48:13eu vou gastar,
48:14então eu me identifico,
48:15é uma coisa que a gente,
48:16eu sei o que está acontecendo.
48:18Mas aí você vira
48:19para os outros e fala assim,
48:20ô,
48:20você tem irmã?
48:22Vira para os familiares
48:23e fala assim,
48:23olha,
48:23você está me devendo uma grana,
48:24lembra?
48:25Não, mas eu te paguei não,
48:26mas não pagou o juro direito,
48:27vamos ver esse negócio de volta.
48:28Vamos ver outra vez,
48:29entendeu?
48:30Então, assim,
48:30enquanto estamos aqui...
48:32Eu digo assim,
48:33não corre o risco do STF
48:34olhar para isso
48:35e voltar no tempo de novo?
48:37Olha,
48:38eu não estou mais
48:38fazendo nenhum tipo
48:39de aposta
48:40com relação a isso.
48:43Isso daí,
48:44para o tributarista,
48:45virou o equivalente
48:46a você chegar para o economista
48:47e perguntar do dólar,
48:48entendeu?
48:48Porque a gente
48:49não vai botar a mão
48:50nessa cumbuca.
48:52Porque, assim,
48:52se a gente olhar,
48:53não faz nenhum sentido.
48:55Temos uma lei complementar,
48:56está tudo certo,
48:57está tudo...
48:57Mas,
48:59né,
48:59então,
48:59é o nosso dólar.
49:01Quando você chega
49:01para um economista,
49:03eu tenho vários amigos economistas,
49:04eu falo assim,
49:04aqui,
49:04vou viajar,
49:05compro dólar agora,
49:06e aí você já vê
49:07o olho dele ficando vermelho,
49:09a raiva e tal.
49:10Então, assim,
49:10é o equivalente.
49:12É,
49:12porque essa é só
49:13para passar vergonha.
49:13Sim,
49:14mas aí,
49:14voltando para a reforma tributária.
49:15Então,
49:15a gente tem o ISS
49:16municipal,
49:17ICMS estadual,
49:19então,
49:19você precisa combinar
49:20com esse pessoal todo.
49:21tem que combinar com todas as pessoas.
49:23E eles são diferentes,
49:25né?
49:26Exatamente.
49:26Em cada lugar,
49:26não é isso?
49:27E eles são diferentes,
49:29eles têm...
49:30Uma,
49:30por exemplo,
49:31a gente tem o ISS,
49:32que tem uma espinha dorsal
49:33feita, né,
49:35para uma lei complementar,
49:35que é a mesma,
49:36mas cada está,
49:38cada município cobra do jeito
49:39que acha que deve cobrar,
49:40cada município tem uma licuída mínima
49:42e uma máxima,
49:43enfim.
49:43É uma maneira
49:45que a gente tem ali,
49:46diferente,
49:47de você tratar com aquilo ali.
49:49Então,
49:50por exemplo,
49:50já teve atrito
49:51com o prefeito do Rio de Janeiro,
49:53então,
49:53aquela questão do ISS,
49:55não vai ser uma conversa muito fácil.
49:58É uma conversa que a gente precisa romper,
49:59mas que não vai ser fácil.
50:01Porque,
50:01na minha visão aqui,
50:02parece o seguinte,
50:03eu tenho que colocar uma alíquota única,
50:05né,
50:05porque quando eu colocar todo mundo no IVA,
50:08vai ter que ter a mesma cobrança
50:11para todos,
50:12só que tem gente que cobra,
50:13então,
50:13tem gente que vai perder dinheiro
50:15e tem gente que vai ganhar dinheiro.
50:16A questão é equalizar.
50:18E aí,
50:18a gente tem algumas propostas.
50:20Ou a gente vai fazer um IVA único,
50:22que é um IVA,
50:23um modelo único,
50:25que aí você depois reparte essas receitas,
50:27ou a gente vai ter o que a gente chama de IVA dual,
50:29que é aquele IVA,
50:31né,
50:31onde você tem um IVA federal
50:32e um IVA,
50:33um infra-IVA,
50:35vamos dizer assim,
50:35que aí seria, tipo,
50:36a junção do ICMS com o ISS.
50:38Então,
50:38existem essas possibilidades,
50:40tudo isso vai ser discutido
50:41e no Senado,
50:45na Câmara,
50:46mas não é uma discussão fácil.
50:48Esse é o ponto que eu coloco
50:49muito para as pessoas.
50:51É uma discussão que a gente precisa romper,
50:52porque quando você chegar,
50:54por exemplo,
50:54ah, nós vamos discutir agora
50:56a questão do IPI,
50:56aí você tem a zona pública de Manaus.
50:59O Brasil,
50:59ele montou um castelo de cartas
51:02no lugar de um sistema tributário.
51:05Qualquer carta que você for mexer,
51:07ela vai impactar em um monte de coisa.
51:10Então, é importante a gente colocar isso.
51:13Se você tem, por exemplo,
51:14uma questão do IPI,
51:15você pensa,
51:15o IPI é tranquilo,
51:16o IPI é da União,
51:18o IPI está tranquilo,
51:19a gente tentou fazer uma redução de IPI
51:21nos últimos anos
51:23e a gente viu o que aconteceu.
51:25Então, assim,
51:25não é algo fácil de fazer
51:27porque você tem impactos diferentes
51:30até no Estado.
51:31Então, por exemplo,
51:31você mexe no IPI,
51:32você tem um impacto muito grande
51:33para o Estado do Amazonas.
51:34Você mexe em determinada coisa,
51:36você tem um impacto para o plano.
51:37Então, assim,
51:38é tudo complexo demais
51:40e é esse castelinho de cartas
51:42que a gente tem que ficar mexendo,
51:43vendo o que a gente vai tirar ou não,
51:45sem destruir tudo
51:47e sem prejudicar.
51:49E aí, isso é que é o mais importante.
51:50A gente não pode prejudicar as atividades,
51:52mas sim,
51:53a gente tem que contegir para uma linha.
51:55Sim, isso é só parte do consumo.
51:57A gente só falou disso até agora.
51:59Só.
52:00Tem uma segunda parte da reforma tributária,
52:04não é isso?
52:04Tem uma segunda parte da reforma tributária,
52:07que é sobre a renda.
52:08E aí,
52:09é aquela história
52:10que a gente escuta muito,
52:12ah, vamos colocar o rico no imposto de renda.
52:15Essas coisas que são bonitas de falar,
52:17aquela coisa que você coloca,
52:18o rico no imposto de renda,
52:19negócio que dá um...
52:20quem seria contrário a isso, não é mesmo?
52:23Mas a gente precisa pensar hoje
52:26como é que é o nosso modelo.
52:27E aí, quando você vai mexer no imposto de renda do dividendo,
52:31e aí, de novo, vem o castelinho de cartas,
52:32você fala assim,
52:33não, é só tributar dividendo,
52:3415% e tal.
52:36Ok,
52:36só que a gente já tem uma carga
52:38que chega a 34%
52:40só de imposto corporativo do FAP,
52:42mas o imposto de renda,
52:43quando a gente soma IRCS.
52:44Então, a gente pode ter,
52:46a gente chega a 34%,
52:47você coloca mais 15%,
52:49o negócio vai ficar proibitivo,
52:51entendeu?
52:51Você vai chegar a um valor absurdo.
52:54Então,
52:55para ajustar a pessoa física,
52:57ter uma tributação sobre dividendos,
52:59o que é importante?
53:00Você ajustar a tributação da pessoa jurídica.
53:03Todo mundo da OCDE fez isso
53:05nos últimos 23 anos,
53:06menos nós.
53:07Então, se a gente pegar um gráfico da OCDE,
53:10principalmente,
53:10a gente vai ver que o tributo,
53:12a gente começa a ter o imposto de renda,
53:13especialmente pessoa jurídica,
53:14bem alto,
53:15porque é mais fácil de fiscalizar,
53:17você não precisa fiscalizar todo mundo
53:19que recebeu dividendo,
53:20está ali.
53:20Só que, ao mesmo tempo,
53:21o que a gente chegou à conclusão?
53:24De que onerar essas empresas
53:26acabava tributando o capital
53:28que ia ser reinvestido.
53:29E isso é muito ruim.
53:30Então,
53:31quando você tributa todo o lucro da empresa
53:33sem saber para onde que vai,
53:35você acaba tributando um capital
53:36que seria reinvestido.
53:38E isso é péssimo.
53:39Então,
53:39todas as economias perceberam isso.
53:41O que elas fizeram?
53:42Baixaram a tributação da pessoa jurídica
53:45para aumentar na física.
53:47Dá trabalho para fiscalização,
53:48dá trabalho para fiscalização.
53:50É mais complexo,
53:50mas é mais progressivo,
53:52é mais justo.
53:53E aí,
53:53você deixa um pouco a PJ
53:55se ela quiser reinvestir aquele valor.
53:57Isso é lindo na teoria,
53:59quando você traz para a realidade do Brasil,
54:02aí o negócio começa a ficar complexo.
54:04Por quê?
54:04Porque a gente tem simples,
54:06porque a gente tem uma sistemática
54:07de lucro presumido,
54:09a gente tem diversas sistemáticas
54:11que não é simplesmente
54:12baixar a alíquota
54:13de 34 para 25,
54:15a pessoa jurídica.
54:17Você tem que pensar assim,
54:18tá,
54:18mas e quem está no simples?
54:20Tá,
54:20mas e o lucro presumido?
54:22Tá,
54:22mas e qual é o limite do simples?
54:23Então assim,
54:24é sempre uma,
54:25os pequenos negócios.
54:26Então assim,
54:27de novo,
54:27o castelo de cartas
54:28é complexo por esse ponto.
54:30E é isso que a gente teve
54:31aquela discussão em 2021
54:32e não avançou
54:33justamente por causa disso.
54:34Chega num ponto
54:35que você discute e fala,
54:36não,
54:36tá muito complexo,
54:37não vou mais fazer.
54:38Aqui tem um pouco disso,
54:39né, Brasil?
54:39Ah,
54:39tá muito difícil,
54:40então não vou fazer.
54:40Melhor não fazer nada.
54:41E aí,
54:42a gente acaba ficando aqui
54:43sem fazer nada
54:44e nessa situação.
54:46Mas assim,
54:46é importante pensar
54:48que não é algo simples,
54:49não é simplesmente
54:50uma canetada
54:50e falar,
54:5115% no dia de débito
54:53tá resolvido,
54:53não é assim que as coisas funcionam.
54:55E aí,
54:56e não é um negócio
54:57que é do dia pra noite.
54:58Ah,
54:59vamos colocar o rico
54:59no imposto de renda.
55:00Colocou.
55:01Não,
55:01a gente tem que pensar
55:02como um todo.
55:05Perfeito.
55:06Ó,
55:06eu podia ficar aqui
55:07mais muito tempo,
55:09né,
55:10mas já estou ocupando aí
55:12boa parte do seu dia.
55:14Então,
55:14eu queria agradecer,
55:15Carol,
55:16pela conversa
55:17e já deixar aberto aqui
55:19para novos convites
55:20porque eu sei que
55:21a gente vai falar muito ainda
55:22sobre tributação
55:23e é bom
55:24conseguir falar com gente
55:26que a gente consegue entender
55:27a resposta.
55:29Porque senão,
55:29fica aquela coisa
55:30quando você viaja
55:30para a Alemanha,
55:31né,
55:31e você compra um caderninho
55:33com as frases,
55:34né,
55:34para você falar em alemão.
55:35Aí você pergunta em alemão,
55:36o cara te responde em alemão.
55:38Você não entende nada, né?
55:39Então,
55:39é basicamente isso.
55:40Mas então,
55:41queria agradecer muito
55:42a sua participação
55:44e o seu tempo, viu?
55:45Obrigada,
55:46Rodrigo.
55:46Olha,
55:47sempre que quiser,
55:47estou aqui
55:48porque o meu intuito é fazer.
55:49você ficou com bastante raiva?
55:51Se você ficou com bastante raiva,
55:52aí eu estou satisfeito.
55:54Não,
55:54mas eu estou
55:54num programa de controle de raiva.
55:56Você imagina
55:56como é que é
55:57o meu dia a dia, né?
55:59Exato.
56:00Mas se você ficou com raiva,
56:01eu saio daqui satisfeita
56:02e aceito
56:02os próximos convites.
56:03está tudo certo.
56:05Está tudo certo,
56:05está aí.
56:06Obrigado, viu?
56:07Imagina,
56:08eu que agradeço.
56:12Beleza,
56:12meu caro?
56:12Deixa eu só me despedir
56:13da Carol.
56:15Carol,
56:16está aí ainda, né?
56:17Está aí.
56:17Estou aqui.
56:19Só agradecer mesmo,
56:19de verdade,
56:20de coração.
56:21Imagina,
56:21Rodrigo,
56:22adorei o papo,
56:22muito bom.
56:23Muito bom,
56:24que bom.
56:25E mandar um abraço
56:27para o seu marido,
56:27para o seu filho.
56:28O Pedro,
56:31eu chamo ele de
56:32Kianso na internet.
56:34Kianso?
56:35É o Kianso.
56:36Ah, de criança.
56:37Ele é o Kianso.
56:38Chamava ele como
56:38menezinho, né?
56:39Coisa de mãe.
56:39Era o Kianso.
56:40Eu falo Kianso
56:42porque é criança,
56:43não pode mais, né?
56:44Agora é linguagem neutra.
56:45Então, agora ele é o Kianso,
56:46entendeu?
56:48Eu estava no canto
56:48desse negócio
56:49da linguagem neutra
56:50que outro dia
56:50teve uma conversa
56:51na casa e disse,
56:52gente,
56:52eu tenho dificuldade
56:53de chamar presidente
56:54de presidenta.
56:55Porque na minha cabeça,
56:56se eu chamar a Dilma
56:57de presidenta,
56:58eu vou ter que chamar
56:59o Lula de presidente.
57:02Não,
57:02eu esses dias
57:03cheguei aqui no escritório,
57:04estavam os jovens ali
57:05tendo uma discussão,
57:07aí os jovens
57:07discutindo sobre a linguagem
57:08e eu falei,
57:09gente,
57:09isso nem é um canto.
57:10Isso não existe no português.
57:11Todos nem existem.
57:12Eu não sei o que vocês
57:13estão discutindo,
57:13vocês estão perdendo
57:13o seu tempo.
57:14Não existe.
57:15Exato.
57:15Então,
57:16eu chamo ele de canto.
57:18Eu vou discutir
57:18o mestre dos magos, né?
57:19É, não vai nesse sentido
57:21que não existe.
57:21Eles vão desanimar,
57:21você entende a diferença?
57:23Eu não vou discutir,
57:24para quê?
57:24Mas aí é Pedro
57:27rápidas ideias
57:28e aí eu,
57:29depois,
57:30tá terrível.
57:31Eu não devia ter usado
57:31o IPVA.
57:32Quando eu vi,
57:32já era triste.
57:34Já era tarde.
57:34Onde mais?
57:35Carol,
57:36muitíssimo obrigado mesmo.
57:37Beijo, querido.
57:38Tchau.
57:38Ah, e compartilha comigo,
57:40compartilha comigo o álbum.
57:41Ah, o álbum de figurinha.
57:42Vou mandar agora.
57:44Vou mandar agora,
57:44já tem duas.
57:45Ah, lembrei que eu quero
57:46a segunda,
57:46é do BNDES.
57:48O BNDES não...
57:50Como é que é o negócio?
57:51O BNDES...
57:51Nossa, nem falamos
57:52de TJLP, PLP, né?
57:53Não toma calote,
57:55alguma coisa assim.
57:56Eu vou te mandar,
57:56segurinhas, eu tô fazendo...
57:57É, isso é muito lindo.
57:59Não tem calote.
58:00Não tem calote.
58:02Tá bom.
58:02Tchauzinho, até mais.
58:04Tchau, pessoal.
58:05Tchau.
58:26Tchau, tchau.
58:34Tchau, tchau.
58:34Tchau, tchau.
58:35Transcrição e Legendas Pedro Negri
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