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A votação da urgência do projeto que derruba o decreto do IOF pode impactar diretamente R$ 940 bilhões em operações de risco sacado. Calil Gedeon, CFO da Monkey, explica como a medida afeta pequenas empresas, crédito e a confiança do mercado nas contas públicas.

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Transcrição
00:00A gente volta a falar sobre a sessão de hoje na Câmara dos Deputados que pode votar a urgência do projeto
00:05que derruba o decreto do governo sobre o IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras.
00:11Sobre esse assunto, eu converso agora com o Calil Gedeon, diretor financeiro e jurídico da Manc.
00:17Calil, boa tarde para você. Obrigado pela sua participação ao vivo aqui com a gente.
00:21Calil, que impacto teria para o mercado financeiro a derrubada desse decreto do IOF,
00:27lembrando que o decreto foi, aliás, os aumentos do IOF foram amplamente criticados pelo mercado.
00:35Primeiro, o tamanho desse problema é algo super relevante, obrigado pelo espaço aqui para falar um pouco sobre esse tema.
00:41É um problema de 940 bilhões, quase um trilhão.
00:44Isso é só quando a gente olha para as operações de risco sacado,
00:50o total de concessões sobre essa modalidade é um problema de 940 bilhões nos últimos 12 meses.
00:55Então, é um tema super relevante e que, de fato, merece esse espaço aqui,
01:00merece que a gente esteja falando sobre isso.
01:03E quando a gente olha para o decreto como um todo, ele também andou para trás de uma série de temas
01:08que já estavam evoluindo, que o Brasil estava convergindo para as regras da OCDE
01:13e que agora a gente está mais distante.
01:15Então, de fato, se o decreto é assustado por meio do PDL,
01:21para o mercado como um todo é muito positivo, a percepção é positiva,
01:26ainda mais num cenário que foi um vai e volta.
01:29Teve um primeiro decreto lá em 22 de maio,
01:32teve um segundo decreto que mudou, teve um recurso parcial,
01:36e agora, na semana passada, mais um decreto que alterou, principalmente, o risco sacado.
01:41Vou pedir para você retomar o ponto aí em relação a como é que o mercado financeiro
01:45vê essa discussão em Brasília, então, com a possibilidade de uma reversão do decreto do IOF.
01:51De novo, voltando ao tema aqui do IOF, Tursi, obviamente, ao vivo tem disso,
02:02mas a gente estava falando, dentre os temas do IOF aqui,
02:05obviamente, tem um caminho longo até a derrubada desse decreto,
02:09primeiro a votação da urgência, depois a Câmara dos Deputados tem que aprovar o PDL,
02:15e, por fim, o Senado ainda teria que aprovar.
02:17Obviamente, o mercado financeiro espera com muita ansiedade,
02:21porque isso não só muda as contas públicas de maneira relevante,
02:25mas também é um tema caro quando a gente fala de modalidade de crédito
02:29e de como isso influencia na economia real.
02:32Então, eu estava falando sobre o tema do IOF para o risco sacado,
02:37que foi algo completamente novo trazido por esse decreto.
02:40O risco sacado é uma operação triangulada,
02:43onde um comprador, por exemplo, num supermercado,
02:47ao pagar o seu fornecedor, que pode ser seu fornecedor de café, por exemplo,
02:53ele paga com prazo, ninguém paga à vista no negócio entre duas empresas.
02:58Então, vamos supor que ele pague em 60 dias.
03:00Esse fornecedor, geralmente, vai antecipar esse recebível.
03:04E, na hora que ele antecipa esse recebível,
03:06obviamente, tem um custo financeiro aí.
03:07E aí tem uma discussão se isso é uma operação de crédito ou não,
03:11mas talvez a gente possa deixar para depois essa discussão.
03:14O fato novo aqui é que essa operação não era tributada,
03:17não havia o IOF nesse caso,
03:21por se entender, inclusive a receita entendia,
03:23que era simplesmente uma antecipação do recebível futuro,
03:27já haveria receita.
03:28E aí eu estava falando que 40% dessa modalidade
03:31é para pequenas e médias empresas.
03:32Então, é muito sentido ali na economia real,
03:36na hora que você impõe um tributo novo
03:38sobre uma modalidade que antes não tinha imposto.
03:42E, além disso, é uma taxa de juros relativamente barata.
03:46Então, o impacto é relevante,
03:47porque quando a gente compara com outras taxas de juros
03:50para a pessoa jurídica,
03:51e aí eu gosto de fazer a analogia aqui
03:52com crédito consignado para a pessoa física,
03:55porque é mais barato,
03:56porque tem ali uma garantia,
03:58que é o salário do funcionário, do trabalhador.
04:00A mesma coisa funciona no risco sacado.
04:04A garantia, nesse caso,
04:05é o recebível que ele tem contra o seu cliente.
04:09Então, na hora que tem o que a gente chama
04:11no mercado financeiro de colateral,
04:13fica, obviamente, uma taxa mais barata.
04:16E, por isso, a importância dessa modalidade,
04:20que é o risco sacado.
04:21E, da maneira como foi feita,
04:22muito rapidamente,
04:23criou, inclusive, um desafio operacional
04:25para todos os agentes de mercado,
04:26os bancos, as instituições financeiras,
04:29tiveram que se adaptar do dia para a noite,
04:30porque elas não estavam prontas
04:32para, de repente, começar a cobrar isso.
04:36E, obviamente, tem ali um argumento
04:38que isso só vai não dar de cima
04:40ou que é só o morador da cobertura,
04:42o que é, para dizer, o mínimo impreciso.
04:45Uma vez que a gente tem também ali
04:48o fornecedor do café para o supermercado,
04:50ele vai pagar mais caro
04:51na antecipação desse recebível,
04:53por conta do IOF,
04:54e isso vira preço no final do dia
04:56para o consumidor final.
04:56Agora, Calil,
04:59o governo adotou essa medida
05:00para tentar cobrir um buraco ali nas contas.
05:02Se, de fato, isso cair,
05:03o buraco também volta.
05:05Quer dizer, ganha-se de um lado
05:07e perde-se do outro,
05:08aqui, olhando do ponto de vista do mercado.
05:11E aí, o desafio que já foi muito falado aqui,
05:15assisti outros programas seus,
05:16é do desafio de que a arrecadação aumentou
05:20em centenas de bilhões de reais,
05:21e ainda assim não foi suficiente
05:23para cobrir o déficit fiscal.
05:25Então, talvez, não seja um problema
05:27de ajuste pela receita,
05:28e sim um ajuste pelo lado das despesas.
05:32Como é que o mercado hoje está vendo
05:34essa possibilidade,
05:36se é que a gente pode chamar
05:37de uma possibilidade,
05:37nesse governo?
05:38Quer dizer, o mercado ainda espera
05:40algum tipo de ajuste nas contas
05:43do lado das despesas desse governo,
05:45ou não?
05:45Tem que esperar 2026, a eleição,
05:48e ver o que vem depois.
05:49De fato, o ajuste pelo lado da receita,
05:54ele também é difícil,
05:56porque se for via aumento de tributos,
05:58só o IOF, que é o Imposto Paralegal,
06:00ele pode ser ajustado via decreto
06:02e com essa velocidade.
06:03Então, por isso foi a via escolhida.
06:05O ajuste por despesas,
06:06obviamente, ele requer
06:08um consenso político maior.
06:09Então, sem entrar aqui na parte política,
06:12mas quando não se tem esse consenso político,
06:15obviamente, se torna muito difícil.
06:16Então, o mercado financeiro
06:18poderia talvez já estar esperando
06:20uma queda na taxa de juros.
06:22E você falou aqui no Pouso Indéu
06:26um pouco antes que as apostas
06:27estão divididas,
06:28justamente porque não se tem clareza
06:30se o governo vai conseguir ou não
06:32zerar esse déficit fiscal.
06:34Se houvesse clareza que o governo
06:35zeraria esse déficit fiscal,
06:37é muito mais provável
06:38que a gente começasse a ver
06:39os juros caindo no longo prazo.
06:41Calil Gedeon,
06:43CFO e diretor jurídico da Mankey.
06:45Obrigado, Calil,
06:46pela gentileza da sua entrevista.
06:47Boa semana.
06:50Boa semana.
06:51Obrigado.
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