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Apesar da queda de 27,7% nas exportações em abril, o Brasil registra safra recorde de café nos últimos 10 meses. Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, analisa o cenário atual do mercado e os desafios para os produtores e exportadores.

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Transcrição
00:00E as exportações brasileiras de café apresentaram uma queda de 27,7% em abril deste ano
00:08na comparação com o mesmo mês do ano passado.
00:12Ainda assim, no acumulado dos últimos 10 meses, a safra é recorde.
00:16Para discutir o cenário desse produto tão querido dos brasileiros,
00:19eu recebo agora o Marcos Matos, que é diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, o C-Café.
00:26Oi, Márcio. Oi, Marcos. Muito bom dia para você. É o nosso momento agro.
00:39Marcos, agora já em tela comigo. Obrigado pela participação.
00:41O que explica, então, essa queda nas exportações de café em abril?
00:46Olá, Gaia. Uma satisfação estar com você e com todos os telespectadores.
00:51Essa queda está dentro do previsto por estarmos na entre safra.
00:55Ano passado, tivemos exportações recordes, 50,5 milhões de sacas, absoluto na nossa série histórica.
01:01E de janeiro até abril, a gente foi vendo cada mês caindo um pouquinho.
01:05Janeiro foram 4 milhões de sacas, fevereiro 3,4, março 3,3 e chegamos a 3,1.
01:11Então, é o perfil que nós temos essa estrutura.
01:14A gente segue atendendo os nossos importadores, mas com uma disponibilidade menor de café,
01:19aguardando a entrada da nova safra 2025.
01:21E aí, com a entrada da nova safra, sua expectativa é que o Brasil volte a crescer na exportação?
01:27Sem dúvida nenhuma.
01:30Nós temos uma capacidade de dar uma liquidez.
01:32O Brasil é o país que mais repassa o preço de forma exportação ao produtor.
01:36É uma cadeia muito organizada e muito eficiente.
01:39E o Brasil é cerca de 40% do café global.
01:42Então, nós vamos voltar a aumentar.
01:44A safra 2025 tem seus desafios.
01:46Tende a ser, no caso do Arábica, menor que 24.
01:50Mas esses números melhoraram pelas questões climáticas mais recentes.
01:53E, no caso dos canéforas, quando em longa ou busta, tende a ser melhor.
01:57Portanto, em 2025, podemos não falar em recordes novamente.
02:00Mas vamos ter números muito expressivos atendendo todos os nossos importadores.
02:05Agora, os Estados Unidos são um grande importador de café do Brasil.
02:09Como que aquela tarifa padrão de 10% aplicada pelo governo Trump nesse tarifácio
02:14tem influenciado o mercado de café?
02:17É uma situação muito complexa, Gaia, porque toda tarifa, a gente se ajusta no mercado.
02:25Pode causar risco de recessão, inflação, tudo isso a gente já sabe.
02:28O Brasil ficou na mais baixa, que é 10%.
02:30Mas o problema disso é a falta de previsibilidade.
02:34O que nós estamos vendo hoje?
02:35Acordos bilaterais.
02:37Então, concorrentes nossos, no mundo dos canéforos, o robusta principalmente,
02:40o Vietnã, tem uma alíquota de 46%.
02:44Indonésia, que é o terceiro maior produtor de robusta,
02:46você lembra do Vietnã o primeiro, Indonésia o terceiro,
02:49tem uma tarifa de 32%.
02:50E Nicaragua com 18%.
02:52Mas a gente acha que isso pode mudar a qualquer momento.
02:55E a National Coffee Association, lá dos Estados Unidos,
02:57tem um trabalho muito proativo conosco,
02:59que é mostrar que o café, na verdade, deve estar na lista de exceção.
03:03Por quê?
03:04Para cada um dólar que Estados Unidos importa de cafés verdes do mundo,
03:08gera 43 dólares na economia americana,
03:11porque Estados Unidos é o maior consumidor de café do mundo.
03:13Então, a agregação de valor no mundo do café,
03:16que hoje está próximo a 1,2% do PIB norte-americano,
03:20quase 343 bilhões de dólares, com 2,2 milhões de empregos gerados,
03:24veja, é muito positivo para os Estados Unidos o café.
03:27Então, nós estamos trabalhando em várias frentes,
03:29mas a falta de previsibilidade é muito ruim.
03:32Agora, para uma questão interna,
03:34porque o brasileiro, e aí eu me incluo nesse grupo, claro,
03:38tem sofrido com o preço do café.
03:40O IBGE já registrou uma alta de 80% nos preços.
03:45E o Ministério da Fazenda, de acordo com o próprio ministro Fernando Haddad,
03:48vai montar um grupo de trabalho para decifrar as razões desse problema.
03:53Setores do governo veem uma influência das exportações,
03:57já que num cenário de dólar alto,
03:59seria mais interessante para o produtor vender para fora do que aqui dentro.
04:03Esse é um discurso, inclusive, utilizado pelo presidente Lula.
04:06Minha pergunta para você, a exportação é a culpada pelo preço do café?
04:12Lá, Gair, de forma alguma.
04:13Na verdade, nós estamos trabalhando para mostrar o quanto é importante
04:17abastecer todos os mercados.
04:19O nosso brasileiro, o Brasil é o segundo maior consumidor do mundo,
04:23mas essa estrutura de mercado se deve às anomalias climáticas.
04:26Nós tivemos retração na produção no Brasil.
04:29A última safra cheia que o Brasil teve foi em 2020.
04:32Nós tivemos diado em 2021, altas temperaturas.
04:35Imagina o café arábica sofrendo com as ondas de calor de 40 graus,
04:40que todos nós sabemos o que é uma onda de calor, 42 graus, 43.
04:44E aconteceu na China, aconteceu na Indonésia,
04:47aconteceu também em países da América Central.
04:49E o consumo de café segue firme e forte no mundo.
04:52Então, o que nós estamos fazendo para mostrar para o governo
04:55é que nós vamos ter uma recuperação de safra agora,
04:58e segundo os modelos agrometeorológicos,
05:02o Brasil tem a condição de ter novamente um recorde em 2026.
05:06Nós precisamos de safras cheias para equilibrar oferta, demanda e estoque final.
05:11Se a gente passar mensagens ruins para o mundo,
05:14com intervencionismo, o preço sobe,
05:16porque, de novo, imprevisibilidade gera incertezas e receios
05:21quanto à capacidade de abastecimento.
05:23E a gente não quer, a gente quer pacificar preços mais sustentáveis,
05:27porque preço alto não é bom.
05:30Gera novos projetos com fundos de investimento públicos
05:34em outros países na África, porque os preços não estão altos.
05:37Então, a gente quer estabilidade e remuneração.
05:40Lembrando que o Brasil é o país que mais repassa o preço sobe de exportação ao produtor.
05:4491% no Arábica e 93,6% no Conilon, média dos últimos quatro anos.
05:49Ou seja, independente de como está o mercado, o produtor fica com a maior parte e a renda sustentável.
05:55E a gente quer que o mercado esteja equilibrado para a indústria interna
05:58e para as exportações para atender a indústria global.
06:01Então, a gente tem que trabalhar em harmonia, Gair.
06:03Agora, puxando um pouco para o assunto do dia,
06:05que é a visita do presidente Lula à China,
06:08os acordos bilaterais que foram firmados entre as duas partes,
06:11eu queria te ouvir sobre as exportações de café para a China.
06:15Porque nós sabemos que a China não tinha, lá atrás, até o costume do café.
06:19Foi um costume que cresceu, está crescendo.
06:23E essa aproximação maior do Brasil com a China,
06:27acredito que também vai se espelhar no café, vai influenciar com mais compra de café.
06:33A minha pergunta, para a China, faz sentido comprar café aqui do Brasil
06:38se tem parceiros que produzem café ali mais perto?
06:41Olha, Gair, isso é uma análise muito relevante.
06:45E a China, na nossa série histórica de compras de café do Brasil nos últimos 11 anos,
06:50cresceu quase 20 vezes.
06:51Inclusive, nos números de abril, de janeiro a abril,
06:54ela já está nas nossas dez maiores compradores.
06:57China passou os Estados Unidos em números de cafeterias.
07:00China, as cafeterias não estão mais restritas às grandes metrópoles.
07:04Começa a ir para cidades médias e menores.
07:07Os jovens, as novas formas de bebidas, a Lank & Coffee ultrapassou ali 23 mil cafeterias.
07:14É uma empresa excepcional e faz parte dessa comitiva que estão se discutindo investimentos.
07:20E no Brasil, nós temos 39 regiões produtoras.
07:23Então, nós temos uma variedade de parâmetros sensoriais,
07:26uma diversidade que só tem no Brasil.
07:29Então, faz muito sentido.
07:31E a China está de olho no Brasil.
07:32Fez até um acordo de preferências de compra, recentemente, ali de 4 milhões de sacas.
07:38Por quê?
07:39Ela quer estar na primeira na fila, diante das incertezas climáticas que a gente tem no mundo.
07:44Então, é uma junção de oportunidades que se tem na China e no Brasil.
07:49Mas do ponto de vista de frete, é mais barato ela comprar dos parceiros asiáticos?
07:54Na Ásia, a gente tem a produção, essencialmente, de robustas.
08:00E ela compra, de uma forma majoritária do Brasil, os arábicas.
08:04Não que ela não esteja comprando, porque ela conheceu os nossos robustas de qualidade,
08:08nossos conilon de qualidade, adorou e passou a comprar.
08:11Como também compra solúvel.
08:13Mas ainda o arábica é preponderante.
08:15Então, há janelas de oportunidades em todos os meses do ano.
08:19Na época de safra da Ásia, o Vietnã, os preços ficam mais competitivos para o robusta lá.
08:23Mas, vários meses do ano, nós somos muito competitivos aqui.
08:27Quando entra a safra brasileira e vamos até o final do ano competitivos.
08:31Então, na verdade, o Brasil é o principal parceiro do café.
08:34Então, consequentemente, nós somos o número um de parceiro da China do ponto de vista de originação de café.
08:40E agora, falando um pouco até de comportamento, o fato é que o chinês está trocando o chazinho pelo café.
08:45Nós estamos viciando o chinês no nosso café.
08:48Você acha que esse é um comportamento que vai crescer na Ásia daqui para frente?
08:52Qual que é a expectativa de vocês?
08:55Vai crescer, tanto na China e não podemos esquecer outros países que já fazem parte da cultura do café, como a Índia.
09:02Então, nós temos que olhar a resiliência do café perante as anomalias climáticas com muito compromisso e investimento forte em pesquisa.
09:10Porque o mundo vai demandar mais café.
09:12Os chineses acharam formas de se consumir café para atrair os jovens e os mais velhos.
09:18Então, há uma mistura de ingredientes.
09:20Inclusive, o nosso presidente Márcio está lá na China agora acompanhando o presidente Lula e toda a delegação brasileira,
09:26conversando com a Luckin Coffee, com o senhor da Luckin Coffee.
09:28Eles conseguiram achar meios.
09:30Os idosos gostam mais de uma bebida alcoólica misturada no café.
09:34Os jovens é suco de laranja com água de coco.
09:36Eles encontraram essas fórmulas.
09:38Lançam 150 bebidas diferentes de café por ano.
09:41Ou seja, eles não compiam os nossos hábitos.
09:43Eles inovam, o que para nós é muito positivo toda essa troca.
09:48Com toda certeza.
09:48Vou até pedir um cafezinho no próximo break que nós tivermos aqui no Real Time.
09:54Marcos Matos, diretor-geral do C-Café, detalhando as exportações desse produto tão querido pelos brasileiros
10:01e também as oportunidades para o café lá na China com esse acordo firmado pelo presidente Lula.
10:06Obrigado pela sua participação aqui no nosso jornal.
10:09Até mais.
10:10Muito obrigado.
10:12Prazer é nosso.
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