As exportações brasileiras para o Canadá cresceram 25% no primeiro semestre, atingindo US$ 3,4 bilhões. Hilton Nascimento, diretor-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, analisou os fatores do avanço e as perspectivas de novas oportunidades comerciais.
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00:00Após o tarifácio, exportações brasileiras para o Canadá tiveram um marco histórico no primeiro semestre.
00:06O crescimento foi de 25% nas vendas externas, somando mais de 3,4 bilhões de dólares.
00:12Para entender o que está por trás desse avanço, eu converso agora com o Hilton Nascimento,
00:16que é diretor-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Canadá.
00:20Bom dia para você, Hilton. Seja bem-vindo ao Real Time.
00:24Bom dia, Marcelo. Bom dia a todos aqueles que nos ouvem aqui, a todas também que estão conosco aqui.
00:30Mais uma vez, agradeço pela oportunidade de estar com vocês aqui.
00:33Nós que agradecemos.
00:36É um, vamos dizer assim, é um ponto muito positivo para nós,
00:40que estamos na frente das relações bilaterais Brasil-Canadá, na área comercial,
00:46esse resultado das nossas exportações, esse crescimento significativo.
00:50Chegamos a 3,4 bi, quando em 2004 nós estávamos com 2,7.
00:56É um crescimento significativo.
00:57E tudo isso foi puxado por itens do agronegócio, principalmente o açúcar, o café, em diversas formas,
01:03e também na carne suína.
01:06Houve também a possibilidade de agregar novos produtos, como também partes de frango congelados,
01:11juntamente com aquilo que já tradicionalmente nós exportamos para o Canadá,
01:15que é o ouro, tanto na forma bruta, como na forma trabalhada, como também na alumina calcinada.
01:20Então, eu acho que nós estamos no caminho certo.
01:24Já dá para sentir de alguma maneira, assim, que alguns produtos que iriam tradicionalmente para os Estados Unidos
01:30estão sendo redirecionados para o Canadá?
01:34Sim.
01:35Recentemente, nós fizemos um trabalho com uma empresa aqui do Brasil,
01:40na parte de exportação do suco, suco de laranja.
01:42E esse projeto já está atingindo quase já 300 lojas no Canadá
01:48que estão recebendo o suco brasileiro em reposição, em substituição ao suco de laranja americano.
01:56Ok?
01:56E esse é um dos exemplos.
01:58Eu acredito que, com o passar do tempo, nós vamos conseguir novas oportunidades a curto prazo
02:02para que a gente consiga ocupar esse espaço dentro da área comercial canadense.
02:07Tem uma campanha muito grande no Canadá para boicotar produtos dos Estados Unidos.
02:13Então, nesse contexto aí, você acha que, por exemplo, um produto made in Brazil
02:17que destaque essa característica, ele tem chance de avançar no gosto do consumidor canadense?
02:24Olha, essa pergunta, Marcela, ela é importantíssima,
02:27porque ela abre portas aí para várias oportunidades.
02:31Quando nós temos essa substituição, nós precisamos prestar atenção
02:37que o fato que está ocorrendo hoje é um fato de curto prazo.
02:41As tarifas variam de 25, 35, 50, ou seja, a cada momento varia.
02:47E nós precisamos prestar atenção que a oportunidade é de uma construção de relacionamento
02:51para que a gente consiga ter, independente se tem tarifa ou não,
02:56uma relação comercial mais forte com o Canadá.
02:58Porque é o mesmo exemplo, eu convido você para a gente montar uma fábrica de suco de laranja,
03:04a fábrica está pronta daqui a três anos, daqui a três anos o governo americano mudou,
03:09elimina 100% das tarifas e nós estamos com a fábrica pronta, montada,
03:13e a gente não consegue mais ser competitivo.
03:16Então, o fato é, as tarifas são uma situação de curto prazo.
03:21É importante, ela afeta o caixa das empresas,
03:24ela afeta o fluxo de caixa das empresas, que hoje estavam trabalhando com os Estados Unidos.
03:29Precisa prestar atenção e nós temos que resolver esse problema.
03:32Mas, ao mesmo tempo, nós temos que traçar uma estratégia de médio ou a longo prazo
03:36para que os relacionamentos não fiquem baseados somente em fatos pontuais,
03:41por exemplo, das tarifas.
03:42Eu acho que, novamente, nós estamos nesse caminho, o caminho certo.
03:49Eu queria que você explicasse um pouco para a gente como é que funciona essa articulação
03:52para aumentar o comércio entre dois países.
03:55No caso de vocês, do trabalho de vocês na Câmara de Comércio,
03:58nesse exato momento agora, embora você diga que tem que ter um crescimento estrutural,
04:03não apenas conjuntural, mas imagino que o conjuntural também importe.
04:07Como é que, nesse momento agora, vocês estão agindo para fomentar esse comércio?
04:13Bom, nós estamos trabalhando em parceria fortemente com as duas embaixadas dos dois governos,
04:19tanto com a Embaixada Brasileira em Ottawa, quanto a Embaixada Canadense aqui em Brasília.
04:25Os governos, eles nos alimentam com informações sobre possibilidades de substituição de produtos,
04:33mercados que estão em expansão e que poderiam também estar sendo, vamos dizer assim,
04:39abrangidos pelos produtos brasileiros.
04:41E de forma que a gente consegue fazer aí a seis mãos, a seis mãos, todo esse estudo,
04:47todo esse trabalho para que prospecção e identificação das oportunidades a curto prazo que nós temos.
04:54Ok?
04:55Nossos grandes parceiros, reforçando, são os dois governos dos dois países.
04:59Eles nos alimentam com informações também.
05:01Eu queria saber quais são as expectativas suas para o segundo semestre, assim,
05:05tanto em crescimento de comércio, quanto também em planos de novas rodadas de negócios, apoio a exportadores, enfim.
05:12Ok.
05:14Pro segundo semestre, as expectativas são muito boas, porque a própria Câmara, ela tem planos de expansão nas relações comerciais entre os dois países,
05:24através de negócios com as províncias e territórios canadenses, e ao mesmo tempo estabelecendo as parcerias com os Estados brasileiros.
05:31Um dos exemplos desse, que nós iremos repetir agora no segundo semestre, expandir, inclusive,
05:37foi o estabelecimento do relacionamento comercial entre a província canadense de Sasquatchian e o estado de Goiás.
05:45Existem aí possibilidades de desenvolvimentos de negócios, tanto na área de inteligência artificial,
05:51Goiás e Sasquatchian têm os recursos hoje, tem instituições que desenvolvem soluções nesse segmento,
05:58como também na área do agronegócio.
06:00Sasquatchian, hoje, ela tem 40% das terras agricultadas, as terras que estão sendo utilizadas na parte de agricultura do Canadá,
06:13e Goiás tem uma tecnologia no agronegócio que é diferenciada e pode ser amplamente compartilhada com os canadenses.
06:20Ok, esse é um exemplo.
06:21Nós queremos expandir isso para outros estados e outras províncias também.
06:24A gente está falando, então, de tecnologia para conseguir plantar em lugares que não têm as condições adequadas ou ideais, digamos assim.
06:34Até existem as condições, Marcelo, que nós estamos querendo aumentar a produtividade,
06:38onde nós conseguimos, com menos custo, com menos investimento, ter uma rentabilidade, uma receita maior com o agronegócio.
06:47Hoje, a província de Sasquatchian já é referência internacional em trigo duro, lentilhas,
06:54em parte é um fornecedor tradicional, e o estado de Goiás, dentro do nosso cerrado, ele também tem essa influência, vamos dizer assim, positiva.
07:02As tecnologias que são colocadas são basicamente para aumentar a produtividade dessas atividades econômicas.
07:10Eu não conheço, em nenhum dos dois estados, áreas que não tivessem condição de estar produzindo qualquer item de agricultura.
07:18É tecnologia mesmo.
07:20É um intercâmbio interessante, até porque a gente sabe que no Canadá existe a produção de algumas coisas que a gente não consegue produzir muito no Brasil.
07:27Você citou o exemplo do trigo, por exemplo, que tem a ver muito com o clima.
07:30Imagino que o oposto também seja verdadeiro.
07:35Então, imagino que dá para ter aí um intercâmbio interessante nessa área de agricultura.
07:40Sem dúvida.
07:42E o que eu entendo também, de novo, voltando à ponta da tecnologia,
07:46esse intercâmbio na agricultura, ele também pode ser transformado no processamento dos produtos para exportação,
07:53tanto do Canadá a outros países de produto brasileiro sendo processado, como vice-versa.
07:58O que eu acho que, nesse momento, nós precisamos é ter uma sinergia entre os dois países, entre as linhas de produção,
08:05de forma que não sejam agregados custos maiores.
08:08Vamos aproveitar a estrutura que o Canadá tem.
08:10Vamos tentar, talvez, por exemplo, nós exportamos bastante o café verde, o café em grão.
08:15Talvez, eu estou colocando como um exemplo, né?
08:17O Canadá, ele tem uma área de processamento onde possa transformar isso num café solúvel e já exportar diretamente.
08:24E vice-versa, tá certo?
08:26O Canadá, ele contribui bastante conosco nas nossas importações do Canadá.
08:31Elas são significativas, principalmente na área de maquinária, de equipamentos,
08:34que podem ajudar também a nos tornar competitivos no segmento industrial.
08:38E o Tom Nascimento, diretor-presidente da Câmara de Comércio Brasil-Canadá.
08:43Foi um prazer ter você com a gente hoje aqui no Real Time. Bom dia.
08:47Prazer foi meu, Marcelo. Obrigado aí, novamente, pela oportunidade.
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