O acordo tarifário entre China e Estados Unidos trouxe alívio aos mercados globais. Andrea Damico, economista-chefe da Buysidebrazil, analisou os impactos sobre o comércio internacional, o Brasil e os próximos passos do Banco Central.
Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump
🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!
Siga o Times Brasil nas redes sociais: @otimesbrasil
📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:
🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais
🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562
🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube
🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings
00:00E em meio ao acordo tarifário entre China e Estados Unidos, os mercados globais, nós sabemos, reagem com otimismo ao longo desta semana.
00:10Analistas veem o entendimento entre as duas maiores economias do mundo como um alívio para o comércio internacional e também uma boa notícia, inclusive, para o Brasil.
00:19Para comentar os impactos dessa negociação no cenário econômico, vamos conversar agora com a Andrea D'Amico, que é economista-chefe e CEO da BySide Brasil.
00:28Oi, Andrea. Muito bom dia para você. Seja bem-vinda ao nosso jornal.
00:33Bom dia, Eduardo. Bom dia a todos.
00:36Andrea, olha só, depois de meses de tensões comerciais, essa trégua foi muito bem recebida, mas será que é, de fato, uma virada de página?
00:46Eu tendo a acreditar que sim, Eduardo. Eu acho que foi uma trégua bastante surpreendente até.
00:54Eu acho que, inicialmente, ao longo da semana passada, quando se falavam desse encontro, diziam que seria apenas um encontro inicial, algo para iniciar o diálogo.
01:08Na própria sexta-feira, a gente viu o Trump dizendo que as tarifas iriam ficar em 80%, o que também gerou um pessimismo maior no mercado.
01:20Porém, para nossa surpresa, houve essa trégua já de 90 dias e com uma redução bastante contundente das tarifas.
01:29Então, 115% de tarifas a menos nos dois lados, e assim ficando 30% na tarifa da China contra 145 anteriores e 10% na tarifa dos produtos americanos na China.
01:49Então, creio eu que ambos os lados perceberam ali a gravidade dessa guerra comercial, os seus impactos sobre a economia real, não só sobre o mercado financeiro,
02:05e ali reavaliaram e já, enfim, acordaram essa redução substancial.
02:11Então, eu vejo como algo bastante relevante, sim, do ponto de vista da mudança do cenário.
02:22Eu acho que, antes disso, nós tínhamos um cenário muito mais incerto.
02:28Eu acho que, agora, a incerteza prevalece, sim, mas ela é menor.
02:34Agora, André, ainda sobre Estados Unidos e China, mas já trazendo um pouquinho do papel do Brasil,
02:38uma dúvida que fica, pelo menos para mim, é a seguinte.
02:42Durante a guerra comercial, existia essa tese de que um confronto entre China e Estados Unidos poderia beneficiar o Brasil
02:49na medida em que o país asiático olharia mais para nós.
02:52Até outros países poderiam ampliar o contato comercial conosco.
02:56Com esse arrefecimento na guerra comercial, esfria a tese de um favorecimento para o Brasil
03:04ou o entendimento entre as duas maiores economias do mundo por si só
03:08já é uma boa notícia que deixa ofuscada essa questão mais lateral, talvez,
03:14de um desdobramento positivo para o Brasil?
03:18Olha, eu acho que esfria um pouco, sim, esfria.
03:22Porque acho que uma parte dessa tese derivava, na verdade, de um pressuposto de que a China iria retaliar a economia americana,
03:37principalmente os produtos agropecuários, que ela importa muito dos Estados Unidos,
03:45importando de outros países, como o Brasil, por exemplo.
03:50Então, nesse caso, havendo esse acordo, essa parte da tese, eu acho que ela, sim, é prejudicada,
04:02porque houve uma trégua e talvez até uma parte dessa trégua e do futuro acordo mais definitivo
04:09entre China e Estados Unidos contemple o agronegócio.
04:14Porém, eu acho que tem uma outra parte da tese que é simplesmente o fato de, digamos,
04:24você está ainda num certo confronto aí, numa guerra comercial,
04:32e isso, sim, pode, de certa forma, beneficiar acordos bilaterais entre outros países,
04:43em detrimento do acordo com os Estados Unidos.
04:46Então, resumidamente, eu acho que esfria um pouco,
04:52mas não...
04:54não desfalece totalmente essa tese, tá?
05:00Agora, Andréia, eu também queria falar sobre a aproximação do Brasil com a China,
05:05porque o presidente Lula está lá em Pequim, uma série de acordos foram assinados,
05:09inclusive houve um acordo do ponto de vista de swap cambial,
05:13um acordo firmado entre o Banco do Povo da China e o Banco Central do Brasil,
05:17o presidente Gabriel Galípolo está por lá.
05:18Queria te ouvir sobre essa aproximação entre as duas partes
05:22e se, de fato, essa recepção de investimentos da China
05:27tem potencial de alavancar a economia brasileira.
05:31A China já é, tradicionalmente, um investidor importante no Brasil.
05:38A gente observa, principalmente, isso, o que nós economistas chamamos de FDI,
Seja a primeira pessoa a comentar