Eduardo Heron, diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), explicou os prejuízos causados pela ineficiência portuária. Em março, 637 mil sacas deixaram de ser embarcadas, gerando um prejuízo de R$ 8,9 milhões e afetando toda a cadeia do café.
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00:00O Brasil deixou de embarcar 638 mil sacas de café agora em março, devido ao esgotamento da infraestrutura portuária.
00:10O prejuízo dos exportadores com armazenagem adicional, detentions, pre-stacking e antecipação de gates foi de R$ 8,9 milhões no mês passado.
00:21E a gente ainda tem as questões climáticas, que prejudicaram as últimas safras.
00:25Vamos conversar agora sobre esse cenário do mercado do café com Eduardo Heron, diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, o C-Café.
00:37Bom, Eduardo, primeiramente, bom dia para você. Muito obrigada por aceitar nosso convite, participar ao vivo aqui com a gente do Agora.
00:43A infraestrutura dos portos não acompanhou a evolução do agro, né? Bom dia para você.
00:49Bom dia a todos. Bom dia, Paulo. Bom dia, Renato.
00:53É uma satisfação estar aqui falando do nosso café.
00:57De fato, Paula, nós tivemos aqui prejuízos muito grandes, temos tido prejuízos regulares por conta desse esgotamento da infraestrutura portuária no Brasil.
01:08O que tem causado um pouco de surpresa para nós, porque o café está no período de entressafro.
01:14Teoricamente, não deveríamos ter cargas sendo deixadas para trás.
01:20E o que a gente viu no mês de março, Paula, chamou muita atenção.
01:25Que mesmo no período de entressafro, portanto, com menor embarque de café, ainda ficaram para trás 637 mil sacos.
01:33O que equivale a 1.900 containers que ficaram parados nos portos brasileiros, aguardando pelos seus embarques e causando esses prejuízos gruptuosos no comércio exterior do café brasileiro.
01:47O Rodrigo está aqui com a gente, ele vai participar também da entrevista com você.
01:53Bom dia.
01:54Queria entender se esse tipo de prejuízo, ele afeta os contratos futuros de café e até a imagem do Brasil como um grande fornecedor de café.
02:04A gente sabe que o café brasileiro é muito visto no exterior.
02:08Tem algum impacto nessa imagem?
02:09Rodrigo, impacto no contrato futuro não, ele gera impacto nos contratos.
02:17Porque nós temos hoje, o comércio exportador de café vem aí empreendendo esforços para cumprir os contratos.
02:24A entrega do café para o embarque é um cumprimento de contrato.
02:28O que a gente percebe, isso ano passado foi claro, que ao deixarmos de embarcar esses cafés, os nossos compradores, que hoje tem, no mundo hoje, falando em números,
02:38estima-se que a cada três xícaras de café consumida no mundo, Rodrigo, uma vem do Brasil.
02:43Então você vê o Brasil com um papel muito preponderante de ser o principal fornecedor de café no exterior e no mercado interno.
02:51E o que nós vimos ano passado, Rodrigo, é que por conta desse esgotamento da infraestrutura, das cargas serem impedidas de chegar ao seu destino,
03:00nós tivemos importadores que efetuaram embarques de breakbook.
03:03Ou seja, voltamos há 40 anos atrás, 40, 50 anos atrás, para poder atender o contrato de café.
03:12E isso que é muito ruim.
03:14O que a gente quer destacar é que o comércio exportador de café vem realmente fazendo esse trabalho,
03:20esse empenho de poder atender os nossos compradores.
03:23Mas o cenário é muito caótico, por conta desse investimento em infraestrutura que não acompanhou o mesmo crescimento da evolução do agronegócio brasileiro.
03:36Agora, Eduardo, a gente sempre comenta aqui, no Agora, no jornal, sobre esses gargalos logísticos do Brasil,
03:43que estão causando problemas, obviamente, não só para o café, mas para vários outros transportes de mercadoria.
03:50E agora a gente está dando o exemplo do café.
03:53Agora, vamos falar um pouquinho lá na ponta.
03:56Para o produtor de café, eles acabam não tendo ou tendo um repasse bem menor.
04:01E isso prejudica a cadeia como um todo, não?
04:04Sem dúvida.
04:06Nós temos aqui três impactos importantes que isso encorre em toda a cadeia.
04:11O primeiro deles, Paulo, você já exemplificou,
04:15é que ao deixarmos de embarcar essas 637 mil sacas,
04:20nós deixamos de repassar, deixaram de entrar nas transações comerciais do Brasil,
04:25262 milhões de dólares, o que equivale a 1,5 bilhão de reais.
04:32E essas transações que não se consolidaram no comércio de café do Brasil, pela exportação,
04:38é o repasse menor que você faz ao produtor.
04:40Então, o produtor também tem um impacto porque ele passou a receber menos
04:45por conta dessas transações comerciais que deixaram de entrar no Brasil.
04:50O outro impacto é que nós temos essa adição de prejuízos.
04:54Ou seja, além de não conseguir embarcar,
04:56eu paguei pelo custo de manter o café armazenado no porto
05:01para que aguarde o seu embarque.
05:02Então, só no mês de março, Paulo, nós tivemos 8,9 milhões de reais
05:08com custos de pré-stack, detection, armazenagem adicional.
05:11Quando nós verificamos o volume acumulado
05:15entre julho do ano passado a março desse ano,
05:18nós falamos em 67 milhões de reais
05:20que as empresas do comércio exterior brasileiro,
05:23os exportadores de café, desembolsaram.
05:26E isso mexe com o fluxo de caixa das empresas,
05:29que é o terceiro impacto.
05:30Então, é um cenário muito desafiador.
05:32O Secafé vem fazendo um trabalho provocando as autoridades públicas
05:36que vêm fazendo já anúncios importantes.
05:38É bom destacar, Rodrigo e Paula,
05:41que a autoridade pública vem fazendo anúncios extremamente importantes.
05:45Não há dúvida que irão mitigar os gargalos,
05:49mas é preciso ter celeridade.
05:52Esse é o ponto que a gente tem chamado,
05:53porque nesse momento que nós temos aí
05:56a expectativa do anúncio do TECOM 10 no Guarujá,
05:59da concessão do Canal de Santos, da terceira via,
06:03nós precisamos que esses projetos sejam implementados com a maior brevidade.
06:10Que a gente tem ouvido, Paula,
06:12que num cenário bem otimista,
06:152031, nós teremos aí essa disponibilidade de capacidade do porto,
06:21por conta do TECOM 10 e da concessão do canal.
06:24E a pergunta que a gente faz sempre,
06:26o que fazemos nos próximos cinco anos
06:29por conta dessa limitação de infraestrutura portuária no Brasil?
06:35Eduardo, a gente costuma ouvir,
06:38tanto em empresas quanto em setores,
06:40quando um resultado acaba não sendo favorável,
06:43quando a gente tem um resultado ruim,
06:45muitas vezes culpam efeitos climáticos.
06:47No caso do prejuízo do café,
06:50os efeitos climáticos novamente entraram em cena,
06:52novamente esse argumento foi utilizado.
06:55O que eu queria perguntar para você é o seguinte,
06:57qual que é o peso, qual que foi o peso, aliás,
07:00desses efeitos climáticos para o prejuízo que a gente teve agora?
07:03E se você acha que isso muitas vezes é utilizado como uma muleta
07:08para justificar, de repente, a falta de um investimento,
07:12a falta de uma infraestrutura adequada?
07:15Rodrigo, veja,
07:17hoje o clima é realmente uma variável que ela vem afetando
07:21não somente no aspecto produtivo,
07:24mas no aspecto logístico.
07:25O que nós vimos no ano passado, por exemplo,
07:27para exemplificar,
07:28nós vimos o canal do Panamá com uma estiagem.
07:31E o canal do Panamá é um dos principais
07:33eixos de movimentação de carga ao redor do mundo,
07:39do ocidente para o oriente.
07:40O que a gente também viu no ano passado
07:43é que nós tivemos aqui algumas hidrovias no Brasil
07:47que também tiveram estiagens
07:49e, consequentemente, você tem um impacto,
07:52principalmente para a carga que sai ali pelo Arco Norte,
07:55você tem impacto porque você fica limitado aí
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