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O economista Ricardo Balistiero, do Instituto Mauá de Tecnologia, analisou ao vivo o PIB de 0,1% do 3º trimestre, os efeitos da Selic em 15% e os sinais de desaceleração para 2026, em conversa com a âncora Natália Ariede e o analista Rodrigo Loureiro.

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Transcrição
00:00Estamos de volta ao vivo nessa noite com você e nessa semana o IBGE divulgou o resultado do PIB do terceiro trimestre.
00:07O Brasil registrou um crescimento baixo de 0,1% na atividade econômica.
00:12O avanço, mesmo tímido, foi sustentado principalmente pela indústria e pela agropecuária,
00:17enquanto outros setores tiveram perda de ritmo.
00:21E a gente vai conversar então sobre esses resultados agora ao vivo com o Ricardo Balistieiro,
00:25que é economista e professor do Núcleo de Negócios do Instituto Mauá de Tecnologia.
00:30Oi, Ricardo, boa noite, seja bem-vindo.
00:33Boa noite, Natália. O prazer é todo meu.
00:36Que bom que você está com a gente nessa noite.
00:39Ricardo, o que esse resultado do PIB te diz sobre o rumo e o momento da economia brasileira?
00:45Aponta para um cenário de desaceleração?
00:48Aponta sim. Eu tenho a impressão que a política monetária começa a fazer efeito.
00:53Nós estamos com uma Selic muito elevada já há bastante tempo no Brasil,
00:59por conta de uma inflação resistente, acima da meta.
01:03Então, o Banco Central agiu de uma maneira bastante forte,
01:10elevando a Selic para um patamar que há muito tempo nós não vimos no Brasil.
01:15E isso, em algum momento, acaba surtindo o efeito.
01:17Então, aqueles setores que são mais sensíveis à demanda,
01:23principalmente alguns serviços, o consumo das famílias,
01:28pensando nos serviços pelo lado da oferta e pensando no consumo das famílias pelo lado da demanda,
01:34esses setores, de alguma maneira, eles acabaram mostrando
01:39que a taxa Selic tem feito e tem cumprido o seu papel.
01:44Então, isso sim aponta para uma desaceleração para o ano de 2024.
01:50Nada que vislumbre qualquer tipo de crise ou algo parecido, recessão,
01:56mas uma desaceleração do PIB parece já contratada para o ano de 2026.
02:02Serviços e consumo das famílias afetados por taxas de juros,
02:07os juros altos, e mesmo com a indústria agropecuária puxando esse desempenho, né, Ricardo?
02:13Mesmo com a indústria agropecuária puxando esse desempenho, né?
02:18Quer dizer, existem alguns setores da economia que são menos sensíveis à taxa Selic, né?
02:25Então, esse setor, quando nós tiramos o resultado do PIB, do terceiro trimestre,
02:33alguns setores que não estão suscetíveis e sensíveis à taxa Selic,
02:39nós vamos perceber que aqueles que são sensíveis, a queda foi muito maior, né?
02:44Então, mesmo com o desempenho da agropecuária sendo excepcional para esse ano,
02:50nós projetamos aí para o ano que vem uma desaceleração, né?
02:55Porque, de alguma maneira, o governo precisa lutar para tentar trazer a inflação
03:01para o, pelo menos, para o intervalo de máximo da taxa Selic.
03:10Ao que tudo indica, esse ano aqui nós vamos nos aproximar disso, né?
03:13Quer dizer, a Selic deve fazer o efeito e trazer a inflação para bem perto do teto da meta,
03:21mas, por exemplo, a inflação de serviços, ela tem ainda gerado muita preocupação,
03:27tem rodado entre 6 e 7, e isso deve fazer com que a inflação ainda seja uma preocupação para o ano 2026.
03:37O Ricardo, e nesse contexto, com o PIB assim, como é que fica a situação dos empregos e da renda no país?
03:45Do ponto de vista da renda, toda vez que nós pensamos numa redução da inflação,
03:51isso acaba, de alguma maneira, contribuindo para que a renda pare de cair, né?
03:55Vamos lembrar que, há um ano atrás, uma das grandes preocupações que se tinha
03:59era exatamente com o preço dos alimentos.
04:02E o preço dos alimentos, nesses últimos meses, despencou.
04:08E isso acabou, de alguma maneira, até ajudando a inflação estar bem perto do teto da meta.
04:15Então, do ponto de vista da renda, não tem grandes preocupações, né?
04:19Mas, do ponto de vista de emprego, sim.
04:22Então, pode ser que exista uma pequena aceleração do desemprego,
04:28mas nós temos que lembrar, Natália, que nós estamos numa situação de recorde de desemprego de baixa.
04:345,4 é exatamente aquilo que nós chamamos quase aí de taxa de pleno emprego, né?
04:42Então, como nós estamos em pleno emprego,
04:44ainda que haja algum movimento de alta do desemprego,
04:48isso não deve gerar qualquer trauma um pouco mais forte no mercado de trabalho.
04:54Perfeito.
04:55E eu vou puxar para a conversa a nossa analista, Rodrigo Loureiro,
04:57que me faz companhia aqui no estúdio, nessa noite, diga Loureiro.
05:01Ricardo, boa noite.
05:03Obrigado pela sua participação.
05:05Eu queria fazer uma pequena retrospectiva, né?
05:08Porque o Gabriel Galípolo, quando ele assume o comando do Banco Central,
05:11ele deixa bem claro, meu objetivo é controlar a inflação.
05:16Coloca uma taxa, aliás, continua o plano que já vinha sendo implementado
05:22e continua ali aumentando a taxa Selic.
05:24Chegamos a uma taxa Selic de 15%.
05:26Os efeitos, como você bem disse, estão começando,
05:29a gente está começando a ver esses efeitos.
05:31Crescimento econômico, ele diminui, não tem para onde fugir.
05:34Se taxa de juros está alta, a gente acaba sacrificando um pouco do crescimento econômico,
05:38o PIB sofre.
05:39Nos bastidores de Brasília, a gente já está escutando algumas reclamações,
05:46digamos assim, algumas chateações de dentro do governo com essa taxa Selic.
05:51Uma taxa Selic que está muito alta.
05:53A gente viu isso acontecer muito nos Estados Unidos,
05:55mas aí mais abertamente, e aí é outra história.
05:58Aqui no Brasil, a gente está começando a sentir algumas chateações vindas de Brasília.
06:03Para 2026, a gente tem uma previsão, segundo o Boletim Focus,
06:07de um crescimento ainda menor.
06:11Podemos ver uma certa pressão do governo brasileiro em cima do Banco Central,
06:16o que para o mercado talvez não caia muito bem?
06:19Ou você acha que o governo, nesse momento,
06:22ele precisa entender que precisamos controlar a inflação
06:26para depois pensarmos em voltar a ter um crescimento
06:30acima de 2,5%, próximo dos 3%.
06:32Boa noite.
06:34Boa noite.
06:35Muito obrigado pela pergunta.
06:36Eu tenho a impressão que sim,
06:38ainda mais porque o ano que vem é um ano eleitoral.
06:41Então, vai haver muito bombardeio da área política do governo
06:46em relação ao Banco Central.
06:48Há um alívio para o Banco Central,
06:51que é o que tudo indica,
06:53no primeiro trimestre,
06:55o Banco Central deve começar um processo de redução da Selic.
06:59Então, a previsão é que a Selic termine,
07:03que nós tenhamos uma Selic média,
07:05vamos assim dizer, o ano que vem,
07:07na casa de 13,5%.
07:09Se a gente pensar que ela pode terminar em 12%,
07:13ela está em 15% hoje,
07:15vamos pensar numa Selic média de 13,5% em um ano.
07:20Ainda é uma taxa muito elevada.
07:23Mas ao Banco Central haverá o argumento
07:25de que iniciou-se um movimento de redução.
07:29Esse movimento vai estar muito articulado
07:33com esse compromisso da atual diretoria do Banco Central
07:38em fazer com que a inflação converja para o centro da meta.
07:42E ela está muito longe do centro da meta.
07:45Nós estamos trabalhando com os intervalos de variação
07:47que, na realidade, deveriam ser apenas utilizados
07:51para amortecimento de crises.
07:54Então, você passou por um processo, por exemplo,
07:56de desaceleração muito forte,
07:58você pode ter inflação abaixo do centro da meta.
08:01Você teve alguma pressão de alta,
08:02por exemplo, câmbio, se desculpou por uma razão,
08:04você amortece na alta.
08:06Mas perseguir a alta é não cumprir a meta.
08:10Então, o Banco Central está fazendo o correto
08:12quando ele tenta trazer a inflação para o centro da meta,
08:16porque isso faz com que aquilo que os economistas gostam de chamar,
08:21as expectativas ficam ancoradas, vamos assim dizer,
08:25em relação ao futuro,
08:27sabendo que a autoridade monetária não vai deixar a inflação escapar do controle.
08:31Interessante.
08:34E, Ricardo, o Loureiro fez uma retrospectiva,
08:36deu um pequeno salto aí para 2026,
08:39e aí eu vou te convidar para a gente dar um passinho para trás,
08:41porque eu queria te ouvir sobre as suas expectativas
08:43para o quarto trimestre, ainda de 2025,
08:46e para a próxima agora, a super quarta, que está vindo aí.
08:49Se, do ponto de vista do PIB brasileiro,
08:54nós não crescermos nada no quarto trimestre,
08:58ainda assim, o nosso crescimento vai estar na casa de 2,5, 2,6,
09:03que já é uma desaceleração em relação aos 3,4 de 2024,
09:08que foram muito intensos.
09:09E, ao que tudo indica, nós teremos aí,
09:16não acredito que aqui no Brasil
09:17haja qualquer movimento de redução da Selic ainda neste ano.
09:23Quer dizer, isso vai ficar para o ano de 2026,
09:28muito provavelmente no primeiro trimestre.
09:31Mas eu tenho a impressão que,
09:33quando nós pensamos no mercado norte-americano,
09:35embora existam algumas pressões inflacionárias,
09:40mas a economia norte-americana mostra
09:42que há sinais evidentes de desaquecimento.
09:46E isso já vem mais consolidado.
09:48Aqui no Brasil, esses dados são mais recentes.
09:51Quer dizer, eles foram captados agora, no terceiro trimestre.
09:54No caso da economia norte-americana,
09:56isso já está sendo verificado desde o segundo trimestre.
09:59Portanto, a tendência é que a taxa de juros naquela economia
10:03continue um processo de redução,
10:06enquanto aqui no Brasil nós, muito provavelmente,
10:08teremos um cenário de acomodação para 2026.
10:13Perfeito.
10:14Quero agradecer a Ricardo Balitieiro, economista,
10:16professor do Núcleo de Negócios do Instituto Mauá de Tecnologia,
10:20pela participação com a gente nesta noite.
10:22Muito obrigada e até a próxima.
10:24Obrigado, Natália.
10:25Boa noite para você e a todos os telespectadores.
10:27Boa noite para você e a todos os telespectadores.
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