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A decisão de Gilmar Mendes em restringir os pedidos de impeachment contra ministros do STF gerou uma crise com o Poder Legislativo. O Morning Show debate a polêmica fala do magistrado ("sou enfermeiro que já viu sangue") e a análise do Senado de criar uma nova lei para impedir decisões monocráticas. A medida é uma antecipação a um "terremoto institucional" ou um abuso de poder?



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Transcrição
00:00Abrimos o programa de hoje falando sobre a polêmica do momento, o ministro Gilmar Mendes
00:04negou o pedido da Advocacia-Geral da União para reconsiderar a decisão que restringiu
00:09a PGR a pedidos de impeachment contra ministros do STF, como ele, por exemplo.
00:15O ministro até minimizou a reação sobre essa decisão e fez uma fala polêmica que
00:21nós vamos acompanhar agora.
00:23Os impeachment têm alvo, foco, ações tipicamente judiciais.
00:30Decisões que são tomadas pelos juízes no exercício da sua função.
00:36Os casos do ministro Flávio Dino, imagino que também do ministro Moraes, foram levados
00:43ao Senado, mas atos que já foram referendados pelo plenário do Supremo.
00:52Portanto, há aqui uma excessiva politização dessa temática.
01:00Bom, e tem muitas profissões em todo o Brasil, como por exemplo o mecânico, que já viu
01:05graxa e ele classificou que é um enfermeiro que já viu sangue.
01:09De que forma que a gente pode interpretar uma fala dessa, Mano Ferreira?
01:12David, na minha visão, essa fala do ministro Gilmar Mendes revela uma ideologia que tem
01:20uma tradição bastante longa no Brasil e o cientista político Fernando Schiller chama
01:26essa ideologia de autoritarismo instrumental, que é a ideia de que a democracia de fato é
01:35um regime superior.
01:36Mas para que a democracia funcione, dado que a população brasileira parece que não tem
01:45maioridade intelectual, a gente precisa de um meio do caminho autoritário.
01:51No fim das contas, o que o ministro revela nessa fala é que ele está pouco se lixando para
01:59a reação da opinião pública, para a reação da sociedade.
02:03É como se fosse o sangue da cirurgia para salvar a democracia.
02:09Só que não se salva a democracia do próprio povo.
02:12A democracia precisa lidar com a inclusão da população no processo decisório.
02:20E, basicamente, a questão é, se o eleitor brasileiro decidir, no ano que vem, fazer uma
02:28eleição para o Senado, tendo como prioridade a bandeira de uma reformulação da relação
02:36com o judiciário, seja uma reforma do judiciário, seja, eventualmente, um impeachment de um ministro
02:43do Supremo, é preciso lidar com o desejo do povo.
02:47A democracia tem disso.
02:49É curioso a gente ver como que a simples possibilidade de que isso, eventualmente, entre na pauta
02:58da população, gera tantas reações.
03:01Porque sequer pedido algum foi pautado no Senado.
03:05Então, as instituições também funcionam como um freio para ímpetos mais imediatos da população.
03:15O que não dá é para querer simplesmente cortar as possibilidades de as instituições
03:22ouvirem a voz e o clamor das ruas.
03:25Agora, tem um aspecto que a gente tem que observar também nessa fala, né?
03:28Talvez ele queira trazer a experiência, dizendo, olha, não sou enfermeiro de primeira viagem,
03:32já vi muita coisa acontecendo.
03:34E aí eu tenho a experiência de saber.
03:36Mas a gente pode analisar realmente dessa forma como você colocou,
03:40de que estou pouco me lixando para o Senado Federal, que inclusive já está se movimentando.
03:45Desengavetaram ali uma lei que estava parada por lá, até com a construção ajuda do Pacheco,
03:52para que eles realmente reajam a essa decisão do ministro.
03:55Você acredita que antes do recesso parlamentar vai acontecer isso, Aninha?
03:59Então, David, bom dia em primeiro lugar, bom dia para a nossa audiência.
04:04Eu acredito que a gente possa ver algum tipo de reação ainda esse ano,
04:09mas eu não acho que isso seja algo desejável para o país.
04:14Por quê?
04:14Porque qualquer reação feita às pressas não vai ser uma reação como a população realmente precisa que seja feita.
04:22Porque ela vai ser feita correndo,
04:24e ela vai ser feita sem a devida atenção a um assunto que é extremamente polêmico.
04:28E eu queria só comentar o seguinte,
04:31é muito curioso que o ministro Gilmar Mendes esteja agindo dessa maneira,
04:35com esse recado de estou me lixando para o Senado,
04:39quando ele exerce um papel que é fundamental para a democracia,
04:43de guardião da Constituição Federal.
04:45E aí eu lembro a nossa audiência que a Constituição Federal,
04:49ela prega a independência e a harmonia entre os três poderes.
04:53Não cabe ao ministro Gilmar Mendes, com todo o meu respeito,
04:57que legisle sobre como deve ser feito um pedido de impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal.
05:04Esta é uma atividade delegada ao Poder Legislativo.
05:09Quando ele faz, quando ele toma uma decisão como essa,
05:13em caráter liminar, ou seja, de forma monocrática,
05:17e não tem nenhum fundamento, um perigo, uma urgência,
05:22ele mostra um desprezo à Constituição Federal.
05:26Ele mostra que viola a Carta Magna Brasileira.
05:29E isso, sim, é um atentado à democracia e é muito preocupante para nós como país.
05:34Inclusive, nessa proposta, tem até uma questão, um trecho dessa lei,
05:38que trata justamente sobre o impedimento de decisões monocráticas.
05:42Você acredita que realmente precisaria rever essa questão, Diego Tavares?
05:46Esse é o grande problema hoje do nosso judiciário, principalmente da cúpula do judiciário, David.
05:50Sempre bom lembrar que o Supremo Tribunal Federal é um tribunal,
05:53e no tribunal existe um princípio chamado colegialidade.
05:56Não é um juiz só que tem que tomar a decisão.
05:59A ideia da reforma por intermédio de um tribunal é justamente a opinião de mais de um magistrado.
06:05E isso é, infelizmente, a exceção hoje no nosso sistema de justiça.
06:09Agora, só o que eu não entendo é a surpresa de grande parte das pessoas
06:13com mais uma decisão do Supremo Tribunal Federal, usurpando os poderes do poder legislativo.
06:18Isso não é nenhuma novidade, principalmente na história recente do nosso país.
06:23A pergunta que eu tenho me feito, geralmente quando isso ocorre,
06:27porque ocorre diuturnamente no âmbito da Suprema Corte, é o porquê.
06:31O porquê, nesse momento, Gilmar Mendes tomou essa decisão.
06:35E aí é sempre bom também a gente pensar quem é o tomador da decisão.
06:39Gilmar Mendes é o decano da Suprema Corte.
06:40É um dos homens que mais tem trânsito na República Brasileira.
06:44Eu encaro essa decisão como a antecipação a um verdadeiro terremoto institucional.
06:49Gilmar Mendes tem conhecimento de coisas que, em geral, as pessoas não têm.
06:53Ele consegue antecipar fatos que acontecerão.
06:56Então, eu acho que é uma decisão que prevê muito o esticamento dessa corda
07:01que já está esticada entre os poderes.
07:04Gilmar Mendes está prevendo um futuro nada agradável para a Suprema Corte,
07:08que agora, com o encerramento desse ciclo dos processos do presidente Jair Bolsonaro,
07:13tende a encarar uma retração dos próprios poderes.
07:16Então, essa decisão parece muito mais motivada por essa necessidade de proteção
07:21e pela antecipação a uma verdadeira crise institucional que está no horizonte do Brasil.
07:25Ao longo dessa semana, a gente repercutiu três decisões importantes
07:29em relação ao Supremo Tribunal Federal.
07:31Uma em torno do Banco Master, que trouxe, então, a questão para o Supremo,
07:36para que seja analisado no STF.
07:38Também essa que o Diego disse que não causa muita surpresa,
07:41mas causa, na minha visão, sim, porque é uma decisão, assim,
07:44que dos últimos anos eu acho que pode mudar todo o contexto,
07:48senão é a mais importante já vista dos últimos 10 anos, 20 anos.
07:53Então, assim, são diferentes aspectos que a gente deve observar.
07:56E a outra, né, também, é em torno aí do presidente da Lerge,
07:59que determinou, o Supremo determinou a prisão dele.
08:03Mas essa, assim, torna bem sensível e cria uma crise institucional muito grande
08:08em relação aos poderes, né, o Gabriel Bronde?
08:11Exato. Passa por cima da Constituição.
08:14Artigo 52, inciso 2º da Constituição Federal, diz
08:18é competência privativa do Senado julgar e processar ministros do STF.
08:23Quando o Gilmar Mendes, ele toma essa decisão monocraticamente,
08:27isso acaba, realmente, colocando o Supremo Tribunal Federal
08:31em uma posição de líder no Brasil e, novamente, né,
08:36acende aquele debate para a população de que o Supremo Tribunal Federal
08:42está passando dos limites.
08:44E é... tá escrito, né, tá escrito na Constituição.
08:48O Supremo, ele toma as várias decisões ali durante o ano
08:53com base na Constituição, explica várias decisões com base na Constituição
08:57e essa, por exemplo, ele tá passando por cima da Constituição.
09:00Artigo 52, inciso 2º da Constituição Federal.
09:04O Senado é competência privativa do Senado Federal
09:07julgar e processar ministros do STF.
09:10Por que fazer isso nesse momento?
09:13E, como você falou, o timing é horrível.
09:16Acabou de sair a questão do Toffoli em relação ao Banco Master
09:20colocando sigilo no processo do Banco Master.
09:24Isso coloca, novamente, o STF no holofote.
09:27A gente teve, aí, vários meses, né, do Moraes
09:30puxando pra ele o protagonismo do STF,
09:33também colocando o STF no holofote.
09:35E, agora, o Gilmar Mendes, em um ano pré-eleitoral,
09:39um ano que a direita deve eleger vários senadores em 2026,
09:44ele faz esse movimento e coloca, novamente, o STF em holofote.
09:48Isso é ruim, né?
09:49O Senado, realmente, agora, ele tem que atuar de uma maneira mais firme.
09:52Acredito que, o mais rápido possível,
09:55se deixar isso esfriar,
09:57acredito que o STF, ele sai fortalecido novamente
10:00e isso deve criar, aí, um desbalanço, né?
10:04Deve continuar esse desbalanço que existe no Brasil
10:06entre os três poderes.
10:07Mas tem uma coisa, só uma anotação, David,
10:10que é uma coisa que eu acho que é o que mais me chama atenção
10:12e isso, sim, é algo que me surpreende nessa pauta.
10:15Uma das ADPFs que foi movida no Supremo Tribunal Federal
10:18pra que esse tema fosse discutido
10:20é uma ADPF que foi ajudada por um partido político.
10:23Nós temos, hoje, o parlamento todo aí
10:25superiorizado que as competências do Legislativo
10:28estão sendo usurpadas,
10:29mas quem provocou o STF,
10:32que não agiu de ofício nessa ocasião,
10:34foi, justamente, um partido político.
10:35Um partido político, inclusive, que tem parlamentares,
10:37eleitos dentro do Congresso Nacional.
10:40Então, o próprio Congresso, em última análise,
10:44é quem tem entregado pro Supremo Tribunal Federal
10:46essa carga exacerbada de competências
10:49que tem deixado com que o Supremo Tribunal Federal
10:52assumisse a função, também, de poder legislador
10:55na República Brasileira.
10:56Até, Diego, eu diria que não é qualquer partido.
10:58É o Solidariedade,
11:00partido do Paulinho da Força,
11:02que, por sua vez, é o relator do PL da dosimetria,
11:07que surgiu como se fosse da anistia,
11:09virou da dosimetria,
11:11e que, conhecidamente,
11:13tem uma relação muito próxima
11:15com ministros do Supremo Tribunal Federal.
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