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00:00Jovem Pan, documento Jovem Pan.
00:17Os chamados alfas nascidos entre
00:20dois mil e dez e dois mil e
00:22vinte e cinco estão crescendo em
00:24um mundo diferente de qualquer
00:25outra geração. Seus anos de
00:28formação foram definidos pelo
00:30isolamento e pelo mundo online
00:33durante a pandemia, somados a
00:35pressão do custo de vida e a
00:37ameaça dos desastres ambientais.
00:40Eles são nativos digitais e como
00:43a maioria deles nasceu de pais da
00:46geração millennials, serão
00:48diretamente influenciados pelos
00:50valores de consumo que moldaram
00:53seus pais. O documento Jovem Pan
00:55de hoje vai explorar o universo da
00:58geração alfa, como ela navegará no
01:01futuro e como as empresas podem se
01:04preparar para atrair e desenvolver
01:06vínculos profundos e relevantes com
01:09os clientes dessa geração.
01:11A geração alfa é a primeira geração que
01:35nasceu totalmente digital, 100% digital. A
01:41geração alfa é definida a partir de
01:43nascimento em 2010. A pessoa mais velha da
01:48geração alfa, ela tem 15 anos e ela é muito proativa e ela recebe muito estímulo de consumo e do mundo atual.
01:59Ela tem, eu brinco que ela tem um chip de atualização, minuto a minuto, ela recebe e ela busca tudo sobre todas as notações e isso traz na geração alfa uma força de desejo e de consumo e de influenciação de consumo muito grande. Ela não tem ainda recurso de renda, mas ela estimula uma força de
02:29de consumo por parte dos seus pais, por parte dos seus parentes, dos seus avós e dos adultos que estão ao redor muito grande. Então, um dado recente, inclusive, demonstra que ela é 80% dos adultos que estão ao redor dizem que são influenciados pela força da geração alfa. E isso é muito relevante.
02:50O conceito de gerações, ele aparece na sociologia e ele vai representar o que aquela comunidade, aquela população, em determinado período de tempo,
03:04vivenciou com influências históricas, políticas, violência, tecnologia e através dessa vivência, em esses eventos que ocorrem em toda essa comunidade,
03:17esse grupo de pessoas, vai desencadear em comportamentos, atitudes, valores e percepção de como tem aquele momento histórico.
03:27Ser mãe de uma menina que faz parte da geração alfa, tem os seus prós e contras, porque eu vivi numa geração totalmente, vamos dizer, analógica.
03:42Acho que foi a melhor fase da minha vida. A gente não tinha acesso a nada que a gente tem hoje, redes sociais.
03:49Eu acho que eu vivi muitos anos 80, 90. Então, eu acho que é o desafio, porque os prós, eu acho que, assim, eles têm tanto acesso a tantas coisas, né?
04:04Eles podem ser, eles podem fazer tudo através da internet. Eles podem fazer pesquisas, eles podem ver desenhos, eles podem se inspirar, ouvir músicas.
04:16A qualquer, ao tempo, né? Assim, eles não têm aquela coisa que a gente tinha antigamente, a gente tinha que parar pra escutar o rádio e ficar esperando horas pra gente ouvir a música que a gente queria.
04:29Eles não, eles hoje, eles podem ouvir aquela música a qualquer momento, a qualquer instante, através das plataformas de streaming, enfim.
04:37Então, isso eu acho que é uma vantagem muito grande pra eles hoje, assim, é ter esse acesso, né?
04:42A tecnologia do jeito que eles têm. É sensacional, eu acho.
04:49As desvantagens disso, é isso. Se você não souber controlar, realmente fica difícil, porque aí a criança fica muito ali e fica só realmente querendo essa tecnologia, né?
05:03Esse conceito de separar por denominações pra cada geração começou lá no pós-guerra, tá?
05:16Foi as agências de publicidade americanas que começaram a fazer isso, porque ficava mais fácil estudar consumo.
05:23Quer dizer, teve todo aquele frenesi pós-segunda guerra, né? De American Way of Life, e aí as diversas idades consumiam de forma diferente, a abordagem pra cada faixa etária era diferente.
05:37Então, o primeiro grupo que ficou, assim, rotulado com o nome foram os Baby Boomers, né?
05:42Que são, é o pessoal que veio depois da Segunda Guerra Mundial.
05:45Então, você sabe por que é Baby Boomer? É porque foram represados muitos nascimentos durante a guerra, porque o mundo podia acabar, e aí quando acabou a guerra teve uma explosão de nascimentos, uma explosão de babies, um Baby Boom.
05:58Adoro contar isso. Aí o Baby Boomer é o que vem depois da Segunda Guerra.
06:02E aí, a geração que veio antes foi chamada de silenciosa, porque teve que ficar quieto durante a guerra.
06:11Mas essa geração criou a primeira geração de jovens diferentes, porque até os Baby Boomers, o jovem era apenas um velho com pouca idade.
06:23Porque o jovem se vestia como adulto, queria parecer adulto, fumava pra fingir que era adulto, né?
06:28As meninas com 20 anos tinham cabelo do que hoje seria o cabelo das nossas avós, né?
06:33Ou bisavós, porque as avós estão gatas na academia hoje, né?
06:37Então, assim, e aí os Baby Boomers, quando crescem, viram os hippies, que é o primeiro jovem diferentão.
06:46Aí a geração que vinha depois seria uma incógnita, né? Um X, né? De incógnita.
06:51Mas a geração X, ela é um pouco, não vou dizer careta, mas ela é um pouco mais conservadora que os hippies, tá?
06:59Que é o que a gente vai ver agora com a geração alfa.
07:03Que a geração Z, guardadas as proporções, ela tem muito do embate que teve a geração hippie com os mais velhos,
07:11a geração Z tá tendo hoje.
07:13Isso é cíclico, tá se repetindo isso.
07:15Cabelo diferente, língua diferente.
07:18Quando meus amigos se irritam com tipo, tá ligado? Tipo cipá, tá ligado?
07:24Eu digo, a gente falava bicho, mora, sacou, cara, o tempo todo.
07:28E os cabelos estranhos, assim como a pessoa raspa um lado hoje e pinta de roxo o outro.
07:34Imagina todos os jovenzinhos que eram bem comportados aparecer com uns cabelões, né?
07:39Umas roupas muito estranhas.
07:40Então, isso é cíclico.
07:42E a geração X, sei lá, foi de, sei lá, de 63 a 80, 79, não era pregando.
07:52Aí vem a geração, depois de X vem Y, né?
07:54Que eram os milênios, né?
07:56Chamar de milênios, eu adoro provocar nas palestras, né?
07:59Eu digo, você sabe por que milênio é chamar de milênio?
08:01Porque eram jovens na virada do milênio, que faz um quarto do século.
08:05E aí eu digo, a geração Y não é mais jovem, é adulta.
08:08Eles ficam bem deprimidos na palestra.
08:11Eu digo, jovem é a geração Z, né?
08:13Se veio em 98, 2000, ou 96, 97, é aquela leva de gente que veio à borda da internet.
08:21E eu costumo dizer que a geração Alpha veio à borda do smartphone.
08:24Porque mesmo a geração Z, ainda teve pais que empurravam o carrinho conversando com as crianças.
08:32Porque o celular já estava no bolso, mas só mandava torpedo e recebia mensagem, né?
08:38De voz e falava, né?
08:41Os pais da geração Alpha já empurraram os carrinhos olhando para o smartphone e para as redes sociais.
08:47Mudou a relação, inclusive, com as crianças.
08:48E a Beta agora está vindo, agora, porque realmente esses, para mim, são os primeiros seres de outra era.
08:56Esses que passam o dedinho.
08:58A menina que vê a mãe fazer assim no celular, mexendo com o dedo para desbloquear.
09:05Eles já desbloqueiam sem saber falar e andar.
09:09Tem crianças da geração Beta que já falaram Gug e Lex antes de falar mamã.
09:14Gug de Google e Lex de Alex.
09:15Não, essas são as gerações.
09:18A geração Alpha cresce em um cenário de mudanças radicais.
09:23É o que aponta o sócio da W Macan e empreendedor Hugo Rodrigues.
09:27Eu sempre tomo muito cuidado para falar sobre futurologia.
09:32E quando a gente fala da geração Alpha, nós estamos falando no mercado futuro.
09:37Apesar de hoje, uma geração que está aí beirando os 15, 16 anos, já está atuando profissionalmente,
09:46como quando, por exemplo, nós somos abordados por adolescentes vendendo panos de prato no meio da rua.
09:53Aquilo é uma mão de obra atuante.
09:55Ou seja, é uma geração que impacta a economia, assim também como no outro lado da pirâmide,
10:01herdeiros que começam a entrar no mundo corporativo através das próprias famílias.
10:07Mesmo essas pessoas atuando, a geração Alpha que nós vamos comentar aqui,
10:14ela ainda é um ilustre desconhecido, se nós olharmos um cenário de mudanças tsunami como as que nós estamos vivendo.
10:23A principal delas é que nós já deixamos há muito tempo de ter uma economia e uma profissionalização linear
10:31e passamos a ter um mercado exponencial.
10:38Então, ou você tem um sucesso abrupto radicalmente ou você tem um fracasso retumbante.
10:45E essa geração, ela já vai viver isso do começo da experiência profissional.
10:51Isso é muito novo.
10:54Ela não é só nativa digital como a geração Z.
10:58Ela já está nativa sobre esse mundo da dispersão.
11:03Qual é o mundo que a gente vive hoje?
11:05Eu sempre gosto de relembrar.
11:06Nós passamos pela globalização, onde se tinha uma ilusão da troca dos maiores benefícios entre o mundo.
11:14Então, o Brasil é muito bom no jeito de atender as pessoas.
11:19E a China é muito boa em tecnologia.
11:22A globalização vai trazer a soma dos gigantes.
11:25Não foi bem isso que aconteceu, a gente viu.
11:27Depois da globalização, a gente passou para a digitalização,
11:30onde nós falamos, cara, eu não preciso ser mais multimilionário para pegar um avião
11:35e visitar os grandes museus do mundo.
11:37Eu posso estudar isso da cadeira da minha escola, mesmo que ela seja pública.
11:42Também a digitalização acabou trazendo outros, digamos, outras ameaças e outros desafios.
11:49E agora a gente vive a era da dispersão.
11:51Para nós, por exemplo, eu que faço parte da geração X e para gerações acima da minha,
11:57os baby boomers e a geração silenciosa, essa era da dispersão, ela é um pouco traumática.
12:04Para a geração alfa, não será.
12:05Ela já sabe que o modo de atenção vai fazer parte do dia a dia deles.
12:11Eu acho que essa é uma mudança que, apesar da futurologia ser sempre uma tela em branco,
12:17eu acho que a gente poderia, pelo menos, tatear por aí.
12:20A geração alfa não é apenas a maior da história,
12:26mas também uma potência de consumo que está reescrevendo as regras do mercado,
12:31movimentando globalmente 360 milhões de dólares por ano.
12:35Esses jovens exercem uma influência decisiva em casa.
12:3988% dos pais admitem ser influenciados por eles nas compras.
12:44Essa força impulsiona um mercado que, só no Brasil, arrecada 16 bilhões de reais anualmente,
12:52com um crescimento de 14% anuais em produtos infantis.
12:58Eu acho que a Aze já era, mas eu acho que a alfa é mais ainda,
13:04já é ainda mais definidora de compra.
13:08Porque, assim, lá nos anos 80 e 90, com a ascensão da mulher,
13:15vários estudos eu li, participei, que eram, assim,
13:20o poder influenciador da mulher na decisão de compra.
13:24Isso foi uma pendência.
13:2620 anos.
13:28Aí surge a geração Z, eu comecei a dizer no início do século,
13:32ó, é o poder influenciador da geração Z.
13:35Agora, é uma ditadura da geração alfa.
13:41As crianças determinam onde o clã vai almoçar no domingo.
13:46Eu não gosto desse restaurante.
13:48Pode ter vô, avó, os quatro avós, o pai e a mãe,
13:53o tio, que é o irmão da mãe,
13:56eles vão no restaurante que a menininha de 9 anos quer.
13:59Ou que o menino de 12 anos pesquisou
14:03e viu que as referências a esse restaurante que estavam querendo ir são péssimas.
14:10E ele diz, não, as opiniões aqui sobre o restaurante são péssimas, vamos em outro.
14:16Eu já tive relatos, eu falo sobre isso nas empresas, tá?
14:19Nas palestras.
14:20Eu já tive relatos, assim, terminei uma palestra numa grande construtora,
14:24aqui do Brasil, e um dos principais vendedores chegou pra mim e disse assim,
14:28eu estava com o apartamento vendido,
14:31um casal e uma filha de 9 anos.
14:34Até que a menina abre uma das varandas,
14:36olha lá pra baixo e diz assim,
14:38essa piscina é horrorosa, vamos ver outro apartamento.
14:41E o casal disse assim, nós vamos dar mais uma olhadinha.
14:44Uma mini ditadura.
14:46Uma mini ditadura.
14:48Ela não é influenciadora de compra,
14:50ela é 100% decisora da compra.
14:53Desde a chegada da geração Y,
14:59que ainda pegou a transição da era analógica pra era digital,
15:03aí passando pelos milênios,
15:05e aí hoje já com uma geração Z mais atuante,
15:09ainda antecedendo essa geração alfa,
15:12a gente já tem o poder de influência dos jovens muito maior
15:15do que nas gerações anteriores como a X e a Baby Boomers.
15:19Por quê?
15:20Porque o conhecimento, a adaptabilidade, as ferramentas,
15:24ao jeito de navegar, o jeito que nós compramos.
15:28Quando um jovem vem nos ensinar, aquilo é uma moeda de troca.
15:32Você encurtou um caminho.
15:34Quando um jovem vem nos mostrar que por essa plataforma
15:38eu consigo pagar mais barato e consigo receber mais rápido,
15:42ele começa a não ter ainda a moeda, o valor, o valor do bolso,
15:48mas ele tem um valor de um conhecimento que é mais distante.
15:51Imagina, e aí pegando essa palavra que eu acho que vai fazer parte,
15:56da exponencialidade,
15:58imagina que isso pra geração alfa não vai ser só um diferencial,
16:02vai ser o status quo deles.
16:04Eles vão saber os atalhos de uma forma muito mais rápida
16:08e muito mais coerente, vamos dizer assim, nativa,
16:12do que todas as gerações anteriores.
16:16O barato disso tudo é que primeiro nós temos um desconhecido
16:20que pode fazer muito bem a todos nós
16:23e obviamente, como qualquer coisa que traz benefícios,
16:28também vai trazer alguns desafios.
16:29mas nós vamos ter uma geração
16:31que a gente tende a achar
16:33que está um pouco mais acomodada,
16:37mas talvez eles precisem de menos suor
16:40pra fazer tudo ser muito mais produtivo
16:44de um jeito mais rápido.
16:45Ah, Hugo, você...
16:46Eu estou dizendo que as armas digitais
16:49vão proporcionar a essa geração alfa
16:52um mundo, uma economia muito diferente
16:55do que a gente viu até agora,
16:57mesmo na geração Z.
16:58E por que eu estou trazendo isso?
17:00O boom da internet,
17:02a chegada da internet,
17:04do WWW,
17:05causou já uma mudança de comportamento.
17:08A mudança de comportamento é silenciosa.
17:11Ninguém fala, olha, mudei meu jeito.
17:12Você começa a agir sem mesmo perceber.
17:15Imagina que a chegada
17:16da inteligência artificial generativa,
17:19que brotou no fim de 2022
17:21e que ainda está em fase de nascimento,
17:25ela vai crescer junto com essa geração alfa.
17:28Então nós temos aí uma nova ruptura,
17:31mas uma ruptura que, do jeito que eu enxergo,
17:34é muito mais abrupta do que a própria internet.
17:39E eu acho que se nós tivermos
17:41uma parcela da geração alfa,
17:43porque assim como acontece em todas as outras gerações,
17:45tem a parcela das pessoas do bem,
17:48que querem mudar o mundo para melhor
17:50e tem a parcela das pessoas que não estão nem aí
17:52ou que querem achar aí truques.
17:56Isso vai acontecer sempre.
17:57Mas se nós tivermos aí
17:58uma geração, essa parte do bem,
18:01que quer fazer um mundo melhor
18:02na medicina, na publicidade,
18:04no jeito de se consumir
18:06com mais sustentabilidade,
18:08eu vejo com bons olhos
18:09a geração alfa
18:10e esse crescimento absurdo
18:12que nós vamos ter de um digital
18:14através de inteligência artificial generativa.
18:16Quando a gente fala sobre pensar
18:20na geração alfa,
18:22ela está diretamente ligada
18:23a uma estratégia de negócio
18:25que, às vezes, vai levar
18:26a uma certa diferenciação.
18:29Como eu lidero a parte de consultoria da WGSN,
18:34é muito comum a gente ter conversas
18:36onde a gente observa algumas marcas
18:38que estão tentando justamente correr
18:40atrás da geração Z.
18:42Elas estão tentando ali justamente
18:44se conectar com a geração
18:46que eles entendem que é, digamos,
18:49que dita as normas do consumo,
18:51digamos assim.
18:53Quando a gente fala sobre essa possibilidade
18:55de conexão com a geração alfa,
18:57a gente está falando também
18:58sobre aqui uma oportunidade
19:00de diferenciação em relação
19:02aos demais players
19:03de qualquer categoria, basicamente.
19:06É também a oportunidade
19:07de uma antecipação,
19:09principalmente quando a gente fala
19:10sobre categorias que existe
19:13a necessidade de um tempo maior
19:15de execução de produto.
19:17Então, hoje, por exemplo,
19:18apenas 25% das empresas
19:21que a gente conversou
19:22pretendem adaptar produtos
19:24ou serviços para a geração alfa.
19:26Pretendem considerar
19:27essas necessidades específicas,
19:29justamente porque eles têm
19:31uma dificuldade de pensar
19:32um pouco mais a longo prazo
19:34e conseguir colocar a inovação
19:35como um dos critérios
19:37de desenvolvimento de produtos
19:40de uma maneira em geral.
19:42A gente entende que os impactos
19:44eles passam, obviamente,
19:46por esses aspectos de diferenciação,
19:49de conexão com uma fatia
19:50significativa do mercado
19:52numa questão realmente
19:54de volume mesmo,
19:56de público em si,
19:58mas existe aquele caráter
19:59que a gente falou anteriormente
20:00sobre a influência
20:01que esse público causa nos demais.
20:03Então, você pensar diretamente
20:06para a geração alfa
20:08é considerar também
20:09que você está pensando
20:10nos públicos que eles influenciam.
20:12Os pais, os irmãos, os avós,
20:15mas basicamente ele exerce
20:17principalmente em alguns segmentos
20:19como tecnologia, entretenimento,
20:22eles exercem uma função
20:24de influência muito grande
20:25dentro dos seus lados.
20:27Então, com isso, na verdade,
20:28você está deixando de se conectar
20:30com uma espécie de influenciador
20:32daquele sentido mais tradicional,
20:35que é o do boca a boca,
20:37da recomendação do familiar,
20:39que pode trazer, obviamente,
20:41um impacto em receita, de fato,
20:42quando a gente fala
20:43de um curto prazo mesmo.
20:46Além de serem fortes
20:48influenciadores das escolhas
20:49de consumo dentro do núcleo familiar,
20:52parte da geração alfa
20:54já começou a chegar às empresas
20:55por meio do Programa
20:57de Jovem Aprendiz,
20:58que permite a contratação
21:00de jovens de 14 a 24 anos.
21:02É o que explica
21:04a advogada trabalhista
21:05Vivian Decamiles.
21:07O contrato de aprendizado,
21:10conforme o imprevisto
21:11na CLT,
21:13ele é permitido
21:15aos jovens
21:16que têm entre
21:1714 e 24 anos.
21:22Essa forma de ingresso
21:24nas empresas,
21:26eu vejo com bons olhos,
21:28pois o jovem
21:30já começa a ter
21:32uma noção
21:33do que é trabalho,
21:34de responsabilidade,
21:35o contrato de aprendizado
21:37é muito válido
21:38porque ele permite
21:41um equilíbrio
21:42entre o estudo
21:44e o trabalho,
21:48a aprendizagem profissional.
21:53Para a geração alfa,
21:55que são os nascidos
21:56em 2010,
21:58então,
21:59temos lá 15 anos,
22:02só é permitido
22:03o trabalho
22:03por meio do contrato
22:05de aprendizado,
22:06se não,
22:07só a partir dos 16 anos.
22:09E o que eu vejo
22:10é que, assim,
22:11tem muitas empresas
22:13que se utilizam
22:14desse contrato
22:16de aprendizado,
22:17até porque
22:17temos que ter em mente
22:19que a CLT
22:20impõe
22:21que todas as empresas
22:23contratem no mínimo 15,
22:25no mínimo 5%,
22:27e no máximo 15%
22:29do número
22:31de trabalhadores
22:32tem que ser
22:32jovem aprendiz,
22:35mas o que eu percebo
22:36é que,
22:37como é uma regra,
22:38uma lei muito antiga,
22:40eu acho que precisava
22:41ter uma evolução,
22:44principalmente com
22:45questão de tecnologia.
22:47Tem algumas dúvidas,
22:49por exemplo,
22:49o contrato de aprendizagem,
22:51pode fazer o teletrabalho?
22:53Não pode.
22:54Tem regime híbrido?
22:55Não pode.
22:57Nós temos ali
22:58um capítulo da CLT
22:59destinado
23:00ao trabalho do menor,
23:02mas ainda tem
23:03algumas lacunas
23:05que acabam
23:06sendo definidas
23:08por convenções
23:09coletivas de trabalho
23:10ou no próprio
23:11contrato de aprendizagem,
23:14mas eu acho
23:15que poderia ter,
23:16sim,
23:17essa revisão
23:18sobre essa ótica
23:20agora de tecnologia,
23:21com os avanços,
23:23com o avanço
23:25da tecnologia
23:26no trabalho.
23:28Eu acho que,
23:28então,
23:28quando o jovem
23:29já é colocado
23:31no trabalho,
23:33já começa
23:34a ter essa noção
23:35de responsabilidade,
23:36de trabalho em equipe,
23:37eu acho que isso,
23:38para o jovem,
23:39é um aprendizado
23:40muito grande
23:41e isso vai contribuir,
23:44certamente,
23:45de forma muito favorável
23:46para o seu crescimento
23:47profissional.
23:48Sara Vieira,
23:50já cinto de 15 anos,
23:52faz parte
23:53da geração alfa
23:54e conseguiu
23:55sua primeira
23:55oportunidade profissional
23:57como jovem aprendiz.
24:00No momento,
24:01eu sou jovem
24:01aprendiz da ESPRO,
24:02e minha experiência
24:04tem sido muito boa,
24:05desde que eu entrei
24:06no programa,
24:07eu fui muito bem acolhida,
24:09consegui ter várias
24:10experiências boas
24:11até o momento,
24:12até mesmo fazer amizade,
24:13uma coisa que até
24:15eu tinha um pouquinho
24:15de dúvida
24:16se eu ia conseguir fazer,
24:18mas o momento
24:18da ESPRO está sendo
24:19muito bom.
24:22Onde eu trabalho,
24:23eu tenho acesso
24:24a diversas idades,
24:25desde a 18,
24:2740 a mais,
24:2820 a mais,
24:30então,
24:31eu sinto
24:32que é muito interessante
24:33essa relação
24:34que a gente tem,
24:35porque eu consigo
24:36ter uma visão ampla
24:37de como foi
24:38a vivência
24:39de cada um
24:40e como foram
24:41as experiências deles,
24:43principalmente
24:43com os mais velhos,
24:44eu aprendo
24:45diariamente
24:45muito com eles,
24:47porque eles compartilham
24:48tanto situações
24:50como até conhecimentos
24:51com a gente,
24:52muita coisa que às vezes
24:53eu nem sabia
24:54que tinha
24:55ou que eles já passaram,
24:57eles contaram
24:58e eu descobri
24:58como que foi
24:59e por mais
25:02que eu ficasse
25:02meio assim em dúvida,
25:03será que eles vão
25:04me acolher
25:05por ter uma grande
25:06diferença de idade,
25:08mas eles me acolhem
25:09muito bem lá,
25:10a gente consegue
25:12ter várias
25:13bate-papos,
25:14era uma outra dúvida
25:15minha,
25:15será que a gente
25:16vai conseguir
25:16assimilar
25:19nossas ideias?
25:21Só que sim,
25:22a gente conversa
25:22muito bem
25:23e a gente
25:23fala sobre
25:25diversas coisas,
25:26vários pontos,
25:28às vezes eles
25:28compartilham
25:29experiências,
25:29às vezes eu compartilho
25:30algumas experiências
25:31minhas mesmo,
25:33e eles ficam
25:33tipo felizes
25:34e às vezes
25:36indignadas
25:36de saber
25:37algumas experiências
25:38que a gente
25:39passa,
25:40porque apesar
25:41de parecer
25:41nossa,
25:42uma dificilidade
25:42muito grande,
25:44talvez você
25:45nem consiga
25:46alinhar o seu
25:46caminho com ele,
25:48a gente consegue sim.
25:49as crianças
25:55dessa idade,
25:56elas não tinham
25:57acesso
25:58às gerações
26:00anteriores,
26:01elas,
26:02logo anterior
26:03a ela,
26:04ela era
26:05uma geração
26:06híbrida,
26:07brinquedos
26:09normais,
26:10assim,
26:10analógicos,
26:12e brinquedos
26:12digitais,
26:13essa geração,
26:14ela é caracterizada
26:15por brinca quase
26:16que completamente
26:18brinquedos digitais,
26:20games,
26:21elas usam
26:22plataformas
26:22de
26:23roblox,
26:24ou seja,
26:25elas precisam
26:26de créditos,
26:28elas precisam
26:28de recursos
26:29digitais,
26:31e é muito interessante,
26:32porque eu convivo
26:34com essa geração,
26:35eu tenho
26:35dois filhos
26:36que são
26:37da geração
26:38alfa,
26:3913,
26:4013 anos
26:40e 11 anos,
26:42então,
26:43ter recurso
26:44digital,
26:45ter uma conta,
26:46ter uma
26:46estrutura onde eles
26:46possam receber
26:47esses créditos,
26:48e eu até procurei
26:49resistir a isso
26:50durante um tempo,
26:51mas não tem jeito,
26:51o que você quer?
26:53Eu quero
26:53dinheiro que se
26:55transforma em crédito
26:57para eu poder
26:57ter os meus
26:58brinquedos,
26:59eu não entendi
27:00direito,
27:00porque os meus
27:00brinquedos não
27:01eram questões
27:02de dinheiro,
27:04de digital,
27:06então,
27:06isso é muito
27:07importante para eles,
27:08porque é o acesso
27:09que eles têm
27:10para que o mundo
27:11digital,
27:11onde eles nasceram,
27:13eles façam sentido,
27:15então,
27:15é muito importante
27:17e funciona,
27:18porque é onde
27:20eles se encontram
27:21e onde eles se
27:22relacionam com as
27:23marcas,
27:23as marcas
27:24para que façam
27:25sentido para a
27:26geração alfa,
27:27elas têm que
27:28interagir com eles,
27:30e tudo é crédito
27:31digital.
27:33Jogar se
27:34consolida como um
27:35hábito de como a
27:36geração alfa se
27:37relaciona com o
27:38ambiente digital,
27:40é o que aponta a
27:41diretora de
27:41comunicação da
27:42Roblox Latam,
27:43Renata Polatti.
27:47Pensando em como as
27:48gerações interagem
27:49com jogos online,
27:51a gente vê que
27:51jogar é uma parte
27:52muito importante
27:53para gerações
27:54Z e alfa
27:55se expressarem.
27:57Jogar na
27:58Roblox,
27:59na verdade,
27:59é algo que é
28:00ativo,
28:01é social,
28:02é criativo,
28:03os usuários
28:03podem jogar e
28:04criar juntos
28:05diferentes tipos
28:06de dispositivos,
28:07e para milhões de
28:09criadores também,
28:10a Roblox
28:10oferece de uma
28:11forma gratuita
28:12ferramentas que
28:13são fáceis de
28:14usar,
28:15que tornam
28:15programar,
28:16criar designs,
28:17empreender uma
28:18coisa mais
28:19acessível.
28:20Além disso,
28:21tem diversos
28:22sistemas de
28:22segurança que
28:24ajudam os
28:24usuários a
28:25terem uma
28:25experiência positiva
28:27e segura.
28:28A Roblox é
28:28muito mais do
28:29que um jogo,
28:30é essa
28:30plataforma massiva
28:31de jogos e
28:32uma comunidade
28:33online em que
28:34os usuários
28:35engajam com
28:36experiências virtuais
28:37que foram
28:37criadas por
28:38outras pessoas,
28:39ou até mesmo
28:40eles mesmos
28:41podem criar
28:42essas experiências
28:43em um mundo
28:433D.
28:44A gente fala que
28:45jogar na Roblox
28:46é mais do que
28:47um passatempo,
28:48são amigos
28:49cocriando,
28:50colaborando e
28:51socializando
28:52enquanto jogam.
28:53E aí,
28:54pensando nessa
28:54questão que
28:55para a geração
28:56A e a geração
28:57Z é muito
28:58importante,
28:59é essa
29:00parte dos jogos
29:01serem uma
29:01forma deles
29:02se expressarem.
29:04Quando uma
29:04pessoa, por exemplo,
29:05ela entra na
29:05Roblox, a
29:06primeira coisa que
29:06ela vai fazer é
29:08criar e
29:09customizar o
29:10próprio avatar.
29:11Então, ele
29:13vai entrar e
29:14o avatar é
29:15aquele personagem
29:16que vai representar
29:17a pessoa dentro
29:18do jogo.
29:19Então, pode mudar
29:19o cabelo,
29:20colocar acessórios,
29:22mudar a roupa.
29:23Isso é uma das
29:23principais formas
29:24das pessoas se
29:25expressarem e
29:26também mostrarem
29:27quem elas querem
29:28ser dentro desse
29:29mundo virtual.
29:30as marcas vão
29:33precisar de
29:34pensar muito
29:36na transação
29:37e no relacionamento
29:38que elas entregam
29:40para os clientes
29:40de geração
29:41Alpha.
29:42E eles vão ser
29:43um mercado muito
29:44forte nos
29:46próximos dez
29:46anos.
29:47Estima-se que em
29:482035,
29:50essa geração
29:50Alpha seja de
29:51dois bilhões
29:53de pessoas,
29:54com bilhões
29:56de pessoas.
29:57Então, mais do
29:57que comprar o
29:58produto, eles
29:59querem interagir
29:59necessariamente
30:00com o produto.
30:01Então, você vai
30:01ter que trazer o
30:02produto com um
30:03aplicativo embarcado.
30:06Em algum momento,
30:07eles vão querer
30:08interagir, principalmente
30:09o game, gamificar
30:10a estrutura para eles
30:11evoluírem junto
30:12com o produto.
30:13Então, eu vou dar
30:14um exemplo assim
30:15que todo mundo
30:15entende de evolução
30:18junto com o
30:18produto.
30:19Necessariamente, você
30:20vai ter que criar um
30:21carro para a geração
30:22Alpha que ele possa
30:23conversar e interagir
30:24com o carro.
30:24Então, você pega
30:25um carro.
30:25A Tesla é um
30:27exemplo extraordinário.
30:28Por exemplo, eu falo
30:29que o carro para a
30:30geração Alpha tem
30:30que ser um carro
30:31igual a Tesla.
30:32E já vem com
30:33tecnologia embarcada,
30:34onde eles fazem
30:35todas as atualizações
30:36juntos,
30:38à distância você faz
30:39a atualização,
30:40onde a geração
30:41Alpha entra e é um
30:43carro customizado,
30:46a chamada
30:46customização de massa.
30:48Se você customiza,
30:49você vende massa,
30:50mas a customização
30:51é feita para cada um.
30:52Ele tem que interagir
30:53com aquele carro,
30:53ele tem que evoluir
30:54com aquele carro.
30:55aquele carro tem que
30:55saber o que ele gosta.
30:57O banco tem que ser,
30:58você tem que ter um
30:59botãozinho que fala assim,
31:00não, é desse jeito,
31:02é nessa hora,
31:03meu consumo é assim
31:04e quando eu vou
31:05evoluir de carro,
31:06eu preciso evoluir um carro
31:07que pareça com esse.
31:08Você tem que interagir
31:09com a coisa.
31:09e inclusive mudar o patamar,
31:12mudar o patamar,
31:12mudar o patamar,
31:12mudar o patamar,
31:13mudar o patamar,
31:14ser uma expressão muito única
31:17da geração Alpha,
31:18que é mudar de nível.
31:21A etapa, o nível,
31:25tem que subir de nível
31:26junto com eles.
31:27Então,
31:27todos os produtos
31:28vão ter que vir
31:28com o aplicativo,
31:29com algo embarcado,
31:30para que essa transação,
31:31para que essa evolução
31:32seja constante.
31:34Tem que interagir com eles.
31:35E se for no sentido de game,
31:36aí você ganha a geração Alpha.
31:38Eles cresceram dessa forma.
31:41A fragmentação da atenção
31:43é um ponto crítico
31:44que afeta a comunicação
31:46das marcas
31:47com qualquer público,
31:49mas que se torna
31:49ainda mais evidente
31:51e desafiador
31:52ao falar com a geração Alpha.
31:55É o que relata
31:55o sócio fundador
31:57e co-seou da DZ Estúdio,
31:59Zé Pedro Paz.
32:00Hoje, assim,
32:02além da geração Alpha,
32:03quando as marcas
32:04se comunicam
32:05com qualquer público,
32:06essa questão
32:06da fragmentação
32:08da atenção
32:09já é um ponto crítico.
32:10Isso vai, claro,
32:12estar muito mais
32:13ressaltado
32:14na geração Alpha.
32:16Eu costumo dizer
32:18que tem três pontos
32:20que as marcas
32:21deviam olhar
32:23para tentar
32:24se conectar
32:25com o público
32:25nesse contexto,
32:27porque eu acho que
32:27está tudo muito fragmentado,
32:29então uma estratégia
32:34bem conservadora,
32:35mas que eu acho
32:35que funciona
32:36ainda é a da consistência,
32:38então as marcas
32:38conseguirem
32:40ser mais consistentes
32:42e não mudarem
32:43tanto o tempo todo,
32:44porque as pessoas
32:45estão vendo
32:45um pouquinho da marca
32:46aqui,
32:46um pouquinho dela lá,
32:48e quando está começando
32:49a entender a marca,
32:50ela já mudou,
32:51então as marcas
32:51que conseguem manter
32:52uma consistência
32:53ao longo do tempo,
32:55elas têm mais chance
32:57de se conectar
32:58com as pessoas
32:59num mundo
33:00de atenção
33:00mais fragmentada,
33:02e isso certamente
33:03vai refletir
33:04na geração Alpha.
33:05Mas eu acho
33:05que tem mais dois pontos,
33:07que além de estar
33:08tudo muito fragmentado,
33:10parece que está
33:10tudo muito superficial também,
33:12então a gente está
33:13vendo tudo,
33:14por ver tudo
33:15fragmentado,
33:16a gente não mergulha
33:17na informação,
33:19então com essa questão
33:24dos algoritmos,
33:25do consumo
33:26de conteúdo
33:27muito automatizado,
33:30eu acho que um ponto
33:31que deve crescer
33:32é o da conexão humana,
33:34é das marcas
33:34tentarem estabelecer
33:36uma conexão
33:36mais humana
33:37com as pessoas
33:38para sair
33:39dessa superficialidade,
33:41para tentar
33:42tocar mais
33:43esse lado humano,
33:44porque quando tudo
33:45é algoritmo
33:45e tudo é robô,
33:47quando tem
33:47um lado humano,
33:50um toque humano,
33:51parece que se destaca.
33:53E o último ponto,
33:55que além de estar
33:55fragmentado e estar
33:56superficial,
33:57está tudo muito
33:57parecido,
33:58porque a IA generativa
33:59deixou tudo muito
34:00parecido,
34:00então as marcas
34:01estão usando cada vez
34:02mais inteligência artificial,
34:04se referenciam cada vez
34:05mais nas mesmas coisas,
34:08então acabam ficando
34:08parecidas,
34:09então as marcas
34:10que conseguem ser
34:10mais autênticas
34:11e mais criativas,
34:13também tem uma tendência
34:15de chamar a atenção
34:16desse público alfa,
34:18que não está
34:19dando muita importância
34:21para as marcas,
34:22mas que em algum momento
34:22se conecta com elas,
34:23então aquelas
34:24que são autênticas
34:25são as que conseguem
34:26chamar a atenção
34:28no meio desse ruído
34:29fragmentado
34:30do mundo de hoje.
34:33Se o mercado publicitário
34:36deve se ajustar
34:37para absorver
34:38as demandas
34:38da geração alfa,
34:40essa mesma geração
34:41poderá encarar
34:42diversos desafios
34:43no mercado de trabalho.
34:45É o que aponta
34:46o doutor em comunicação
34:47pela PUC
34:48e pesquisador
34:49sobre as novas gerações
34:51dados Schneider.
34:53Se a geração Z
34:54já não gosta
34:55de contato humano,
34:57imagina a alfa
34:58que não olha
35:00nem para os pais
35:01e os pais não olham
35:02para eles
35:02e tascam
35:03desde que eles nasceram
35:04uma tela
35:04para parar de encher o saco.
35:07Ou se não param
35:08de falar,
35:09não param de,
35:10não olham
35:11quando estão falando
35:12e nem eles olham
35:13para os pais
35:14e os pais olham
35:14para eles.
35:15Eu estou na rua,
35:16eu estou observando isso.
35:17Eles falam entre si
35:18sem olhar
35:19olho no olho.
35:20imagina
35:22trabalhar
35:23com o chefe
35:24que vai dizer
35:25eu não gosto
35:25de falar
35:26essa coisa
35:26de líder
35:27do século XXI
35:27e chefe
35:28do século XXI.
35:29Para mim,
35:29chefe é quem comanda.
35:30Chefe é chefe.
35:31Vai ser chefe bom
35:32ou chefe é bom.
35:34Imagina uma pessoa
35:35que comanda
35:35uma equipe
35:36começar a falar
35:37e a pessoa
35:38não olhar para ela.
35:39Isso é educação básica.
35:41Só que não é
35:41que as pessoas
35:42são mal educadas.
35:43Não vieram mais
35:44com esse chip aí.
35:46Porque esse comportamento
35:48partiu dos pais.
35:50os pais não olharam mais para eles.
35:52Se a geração Z
35:53é, inegavelmente,
35:55a mais frágil
35:56de todas
35:57que estão no mercado
35:58de trabalho,
35:59ela é muito frágil,
36:01ela adoece,
36:02ela se magoa,
36:04ela se vitimiza
36:05mais do que as anteriores.
36:06a geração alfa
36:08talvez vá ser
36:09agressiva.
36:12Por quê?
36:13Porque as crianças
36:14da geração alfa
36:15batem nos pais
36:16na rua,
36:18gritam com os pais
36:19e os pais ficam
36:20não, filhinho,
36:21calma, filhinho.
36:22Já calma,
36:23respira, filhinho.
36:24Só que eu vejo
36:25crianças batendo em avós,
36:28as que são mais abastadas
36:29que tem babá,
36:30batem nas babás.
36:31Já tem criança
36:33batendo em professor
36:34e pai e mãe
36:35lá chancelando
36:37o comportamento
36:37do pimpolho,
36:39ou da pimpolha.
36:41Esse geração alfa
36:43ou essa geração alfa
36:44que tiver um reverso
36:45no ambiente de trabalho
36:46não vai ficar magoado,
36:48vai arremessar
36:49o notebook
36:49na cabeça do cheiro.
36:52Por isso que eu tenho
36:53de toa,
36:53ou a gente começa
36:54a se entender
36:54ou isso aqui
36:55vai virar Mad Max.
36:58A velocidade
36:59imposta pela
37:00inteligência artificial
37:02e pela revolução
37:03tecnológica
37:04gerou na geração alfa
37:06impaciência
37:07e uma baixa tolerância
37:09ao erro.
37:10Diante desse cenário,
37:11a professora
37:12e especialista
37:13em inovação,
37:14Débora Garofalo,
37:16defende que a educação
37:17precisa se reinventar.
37:19O foco não é apenas
37:20ensinar a usar
37:21a tecnologia,
37:22mas sim garantir
37:23a humanização
37:24do processo
37:25para formar
37:26cidadãos mais críticos
37:28e éticos,
37:29capazes de lidar
37:30com a frustração
37:31e guiar
37:32essa nova revolução.
37:35A gente está vivendo
37:36uma revolução
37:36tecnológica
37:37muito advinda
37:38da quarta revolução
37:39industrial,
37:40que trouxe todo
37:41um processo
37:41de automatização
37:42e coisas
37:43que para a gente
37:44que nós somos
37:45de outras gerações
37:46eram coisas inconcebíveis.
37:48Você, por exemplo,
37:49ter uma inteligência artificial
37:50para ter uma conversa
37:52com um banco,
37:52por exemplo.
37:53Essa rapidez
37:54no mundo digital,
37:56ela gera,
37:57principalmente nessa geração,
37:58a geração alfa,
38:00uma impaciência,
38:01uma baixa intolerância
38:02ao erro.
38:03Por isso,
38:04as escolas,
38:04elas precisam
38:05estar promovendo
38:06uma aprendizagem
38:07que valoriza
38:08todo esse processo,
38:09que tragam aí
38:10questões de cunho,
38:12de colaborativo,
38:13que trabalhem
38:14essa questão mão na massa
38:15com a cultura maker,
38:17a robótica
38:18de uma maneira
38:18sustentável,
38:19mas que tragam
38:20processos diferenciados
38:21como metodologias ativas,
38:23que visam tirar
38:23o estudante
38:24da possibilidade
38:25e trazê-lo
38:26para o centro
38:27do processo
38:27de aprendizagem.
38:28É mais do que isso,
38:30que compreenda
38:30que o erro
38:31faz parte do processo.
38:33Então,
38:33essa nova geração,
38:34ela precisa aprender
38:35a lidar
38:36com uma inteligência
38:37emocional
38:37muito forte também.
38:39Isso,
38:39ela vem trazida
38:41dentro desse pilar
38:41da educação 5.0,
38:43que visa o quê?
38:44Essa humanização
38:44das tecnologias,
38:46que visa a gente
38:46poder trabalhar
38:47com esses pilares
38:48que estão tão essenciais.
38:50E isso,
38:50acho que sem dúvida
38:51nenhuma também,
38:52é uma ressignificação
38:53da nossa educação.
38:55E aí,
38:56tem mais um dado,
38:57acho que importante,
38:58eu estou trazendo dados,
39:00realmente,
39:00para a gente empatizar
39:01um pouco mais
39:02da nossa conversa,
39:03da importância
39:04da gente trazer
39:04esses aspectos.
39:06A OCDE,
39:07em 2023,
39:08traz estudantes
39:09com maior desenvolvimento
39:10socioemocional,
39:11tem 40% de chances
39:14de sucesso escolar.
39:15Então,
39:16acho que trabalhar
39:16empatia,
39:17resiliência,
39:18autocontrole,
39:19é essencial
39:20para que esse aprendizado
39:21vá além do cognitivo,
39:22mas formem realmente
39:24cidadãos equilibrados
39:25e colaborativos
39:26que possam atuar
39:27dentro dessa sociedade.
39:29Eu acho que mais do que
39:30buscar respostas imediatas,
39:32a gente precisa também
39:33controlar um pouco
39:34dessa ansiedade
39:35e fazer com que
39:37os nossos estudantes
39:38sejam verdadeiramente
39:39curadores de informação.
39:41O que falta ainda hoje,
39:42porque eles dominam
39:43muito dessas tecnologias,
39:45até mais do que
39:45nós,
39:46professores.
39:47Eles estão,
39:48assim,
39:48hiperconectados.
39:49É incrível a facilidade
39:50que uma criança pequena
39:52já tende a mexer
39:53em um aparelho
39:53tecnológico.
39:55É uma coisa,
39:56assim,
39:56que você fala,
39:56meu Deus,
39:57parece que a criança
39:59já veio programada
40:00para isso.
40:01Mas a gente precisa
40:02mais do que isso,
40:03porque o papel realmente
40:04na educação
40:05é a gente poder direcionar
40:07todo esse aprendizado
40:08para que essas crianças
40:09aprendam com o erro,
40:10aprendam dentro
40:11desse processo,
40:13aprendam que é mais
40:13significativo
40:15o processo em si
40:16do que esse produto final,
40:18e que aprendam a lidar
40:19com essas frustrações
40:20dentro da sala de aula ainda,
40:22para a gente poder realmente
40:24ter aí futuramente
40:25pessoas mais críticas
40:26e mais éticas
40:27diante dessa revolução
40:28que nós estamos venciando.
40:30A instantaneidade
40:32da informação
40:33transformou a geração alfa
40:35em um público
40:36altamente multi-imediatista,
40:38impaciente e ansioso.
40:40A principal consequência
40:41desse ritmo acelerado
40:43é a perda do tempo
40:44de maturação,
40:45que se consolida
40:46como o grande desafio emocional
40:48e psicológico
40:50da geração,
40:51conforme explica
40:52o psicólogo
40:53Fred Figner.
40:54Então, para eles,
40:55tudo é muito rápido,
40:57porque as informações
40:57estão acessíveis
40:58à palma da mão.
41:00Como as informações
41:01estão acessíveis
41:01à palma da mão
41:02e as informações
41:03são disponibilizadas
41:04muito rápido,
41:05você tem uma geração
41:05muito ansiosa,
41:06muito imediatista,
41:07e que não tem um tempo
41:08de maturação
41:09do processo
41:10e as coisas
41:10em que a vida exige.
41:12Essa característica
41:13vai fazer com que
41:13seja uma geração
41:14também que ela se relacione
41:16muito no formato virtual
41:17e, através do formato virtual,
41:20ela acaba entendendo
41:21que um emoji
41:22ou uma determinada imagem,
41:24um meme,
41:25isso vai ter
41:25uma representatividade
41:26afetiva.
41:28O desafio grande
41:29dessa geração
41:29é aprender a se vincular,
41:31ou seja,
41:31é muito interessante
41:32que os pais
41:33estimulem esportes coletivos,
41:35cursos presenciais,
41:36porque justamente
41:37nesse alto nível
41:40de consumo de tecnologia,
41:41você vai perdendo
41:42a questão relacional.
41:43e um dos grandes desafios
41:45que nós temos
41:45na nossa carreira
41:46e na nossa vida
41:47é desenvolver
41:47as nossas competências
41:49sociais,
41:51nossas competências
41:52com habilidade
41:53de dar conto
41:53no relacionamento
41:54interpessoal.
41:55Uma geração
41:56também totalmente
41:57associada
41:57à diversidade,
41:59além da questão
42:00da tecnologia,
42:01sustentabilidade,
42:02então ela vai
42:03consumir uma marca
42:04se aquela marca
42:04representa respeito
42:06pelas pessoas,
42:07pelos animais,
42:08pela natureza,
42:10se ela é uma marca
42:11preconceituosa ou não,
42:12e organizações
42:14ou marcas
42:14que têm
42:15esse viés
42:16de não estar
42:16alinhado
42:17a esses valores
42:17dessa geração,
42:18eles vão descartar.
42:20Uma geração
42:20que precisa muito
42:22de uma experiência
42:23tecnológica
42:24através de sites
42:26ou através
42:26dos processos
42:27de consumo
42:27que conversem
42:29muito com ela,
42:30mas tem os desafios
42:31emocionais
42:32e psicológicos
42:33que vão ser
42:33exigidos
42:35dessa geração
42:36justamente
42:37por essa
42:37não habilidade
42:39do dia a dia
42:40do relacionamento
42:41presencial.
42:43Do ponto de vista
42:43educacional,
42:44é uma geração
42:45que ela vai
42:46aprender o que
42:47interessa,
42:48porque ela tem
42:48através do
42:49YouTube,
42:50do TikTok
42:50e de todas
42:51as outras
42:51plataformas,
42:52ela pode fazer
42:53o próprio
42:54direcionamento
42:54do aprendizado
42:55dela.
42:57A pediatra
42:58e professora
42:59da Faculdade
43:00de Medicina
43:00da USP,
43:01Ana Escobar,
43:02faz uma análise
43:03detalhada
43:04sobre o complexo
43:05processo
43:06de amadurecimento
43:07cerebral
43:08e como a finalização
43:10tardia
43:10dessa maturação
43:11impacta diretamente
43:13na capacidade
43:14de tomar
43:14decisões
43:15na juventude.
43:16Isso serve
43:17de reflexão
43:17para os pais
43:18e responsáveis
43:19pelas crianças
43:20e adolescentes
43:21da geração
43:22alfa.
43:23A gente tem
43:24um processo
43:25cerebral
43:27de amadurecimento,
43:30tá?
43:30Então,
43:31o que
43:31que isso
43:31significa?
43:32Isso significa
43:34que todos
43:35os bebês
43:36já nascem
43:36com seus trilhões
43:38de neurônios,
43:39tá?
43:40Mas esses neurônios
43:41não estão
43:41conectados.
43:43Então,
43:43a gente precisa
43:44fazer sinapse
43:45que são essas
43:46conexões.
43:47Isso se chama
43:48plasticidade.
43:49A gente vai
43:50fazendo,
43:51depois vai
43:52desfazendo
43:53algumas que não
43:54são usadas
43:56e algumas
43:57ficam.
43:58E paralelamente
43:59a esse processo,
44:01a gente tem
44:01um processo
44:02que se chama
44:02mielinização.
44:04O que
44:05que é isso?
44:05os neurônios
44:06que estão
44:07se conectando,
44:08os neurônios
44:08precisam ser
44:09encapados
44:09por uma
44:10bainha de gordura,
44:12tá?
44:13É uma gordura
44:14boa,
44:14do DHA,
44:15que vem do
44:15ômega 3,
44:17né?
44:17Por isso,
44:18leite materno
44:18tem bastante
44:19DHA,
44:20super importante.
44:21Então,
44:22a gente precisa,
44:22como se diz,
44:23encapar os
44:24nervinhos.
44:25Então,
44:25a gente tem
44:25que fazer
44:26a sinapse
44:26e tem que
44:27encapar os
44:28nervinhos.
44:29Tá?
44:29Muito bem.
44:31Essas sinapses
44:32que a gente faz
44:33e depois desfaz,
44:34esse processo
44:35todo é
44:35na primeira
44:36infância,
44:37até 5 anos
44:38e depois
44:38para.
44:39A rede
44:40que você
44:40ficou,
44:41ficou.
44:42Porém,
44:42o encapamento
44:43desses neurônios,
44:45né,
44:45que vai dar
44:47caminho
44:48para toda
44:49essa rede
44:50formada,
44:51que vai
44:52conduzir
44:53um impulso
44:53elétrico,
44:55né,
44:55que se chama
44:56mielinização,
44:57ele continua,
44:59ele vai
44:59seguindo,
45:00seguindo,
45:00seguindo.
45:00e ele
45:01só termina
45:02a mielinização
45:03do córtex
45:05pré-frontal,
45:06que fica bem
45:06aqui nessa
45:07região aqui
45:08da gente,
45:09só termina
45:10essa parte,
45:11portanto,
45:12o sistema nervoso
45:13central só consegue
45:15se amadurecer
45:16aos 25 anos.
45:19Tá?
45:19E essa
45:20região aqui,
45:22ela é responsável
45:23por quê?
45:24Ela é responsável
45:25pela nossa
45:26tomada de decisões,
45:28pela nossa
45:28capacidade
45:29organizacional,
45:32é responsável
45:33pelas
45:35suas
45:35atitudes
45:37mais
45:38conscientes
45:39e não
45:40inconsequentes
45:41e inconscientes,
45:43impulsivas,
45:44é responsável
45:45mais pelo
45:46seu raciocínio,
45:47tipo assim,
45:48você fala,
45:49ó,
45:50tem um,
45:50sei lá,
45:52tem um buraco
45:53ali,
45:53eu vou pular
45:53aquele buraco,
45:55né,
45:56a pessoa não
45:56mielinizada,
45:57ele fala,
45:58vou pular,
45:58vai dar tudo certo,
45:59vai,
46:00ele é,
46:00entendeu,
46:01ele não tem ainda
46:02aquela capacidade
46:03de ver todo
46:05o cenário e falar,
46:06não,
46:06eu posso cair,
46:07não vou,
46:08entendeu?
46:09Então,
46:09essa capacidade
46:11que a gente tem
46:12de tomar decisões
46:13mais conscientes,
46:14de tudo isso,
46:15ser mais racional
46:17em relação
46:18à vida
46:18e às nossas
46:19atitudes,
46:20só depois
46:21de 25 anos.
46:23Então,
46:24é isso,
46:24porque daí
46:25mielinizou
46:26o cótex pré-frontal.
46:27Então,
46:28é isso,
46:29todas as nossas
46:30ações,
46:32né,
46:32tem a ver sim
46:33com o processo
46:34de desenvolvimento
46:35cerebral.
46:36Por isso que
46:37o adolescente
46:37não pode ainda
46:39tomar decisões,
46:40você não pode
46:41deixar ele beber,
46:42você não pode
46:43deixar ele dirigir,
46:44porque ele não tem
46:45ainda a capacidade
46:47de ter decisões
46:49maduras.
46:50A criança da geração
46:51alfa já lida
46:52com telas
46:53desde que nasceu.
46:54a da Z,
46:54eu fui meter a mão
46:55na tela
46:55com 7,
46:5610 anos.
46:58Então,
46:59assim,
46:59acho que a Z
47:00ainda é
47:01um pouco híbrida,
47:02ainda pegou um pouco
47:03do mundo analógico.
47:05A alfa,
47:06não,
47:06a alfa é 100%.
47:07Então,
47:08essa coisa da tela,
47:09eu acho que a tela
47:10é definidora.
47:11Tela desde que nasceu,
47:12tela para parar
47:13de chorar,
47:14tela para parar
47:15de reclamar com a mãe,
47:16tacaram tela
47:17na cara da geração alfa
47:19e para terminar
47:20a explicação,
47:21já tem crianças
47:22que desenham,
47:23isso é assustador,
47:25tem crianças
47:26com 4,
47:275,
47:276 anos
47:28que desenham os pais.
47:29Sabe o que desenho
47:30de criança
47:31que é uma bolinha
47:31e um palitinho?
47:33Desenho básico,
47:34de crianças.
47:36As crianças
47:36desenham os pais
47:38e principalmente as mães
47:39com uma bolinha
47:40para o rosto,
47:41com um palitinho
47:41aqui para os braços
47:42e uma caixa preta
47:44na altura dos olhos.
47:46Isso é assustador.
47:47Eles são pais
47:49que já não olham
47:50mais para os filhos.
47:52A imersão precoce
47:53na tecnologia
47:54e no consumo
47:55traz alertas.
47:57O aumento
47:57do tempo de tela
47:58está associado
47:59a riscos
48:00de TDAH
48:01e mais da metade
48:03das crianças brasileiras
48:04já possuem um celular,
48:06reforçando a urgência
48:07da proteção digital.
48:09É o que aponta
48:09o psicoterapeuta
48:11e palestrante
48:12Léo Freiman.
48:13Então vamos entender
48:15como é que desenvolve
48:16o cérebro.
48:17O cérebro desenvolve
48:17exatamente igual ao músculo.
48:19Quanto mais eu utilizo,
48:20mais ele desenvolve.
48:22Quanto menos eu utilizo,
48:24menos ele desenvolve.
48:25O cérebro se desenvolve
48:27em áreas
48:27todas conectadas.
48:29Então você tem aqui atrás
48:30a área chamada
48:31da área do hipocampo,
48:34que é onde a gente
48:35tem a sede da memória,
48:36você tem uma base
48:37do equilíbrio,
48:38você tem uma parte
48:39das emoções,
48:40tanto que a gente
48:41lembra mais de coisas
48:42que foram emocionalmente
48:44impactantes.
48:44você tem aqui em cima
48:46a área dos neurônios motores,
48:48quando a gente faz
48:48malabarismo,
48:50faz um esporte.
48:51Você tem aqui na frente
48:53o que a gente chama
48:53da córtex pré-frontal,
48:56a área que toma
48:56as decisões,
48:57faz o controle
48:58de impulso,
48:59freio moral,
49:00faz a reflexão
49:01de causa e efeito.
49:03Então o cérebro,
49:04ele tem algumas áreas
49:05que vão se especializando
49:07nessa ou naquela
49:08atividade
49:09e todas conectadas.
49:11se você observar
49:13o olho de uma criança,
49:14de um jovem,
49:15jogando,
49:15apostando,
49:17vendo videozinho
49:17muito rápido,
49:19o olho da pessoa
49:19está assim.
49:24Que é totalmente
49:25diferente do movimento
49:27ocular quando você
49:28está lendo,
49:29que é assim.
49:35Então veja,
49:35o simples fato
49:38de ficar olhando
49:40para várias coisas
49:41ao mesmo tempo,
49:42várias coisas
49:43que vão me interrompendo,
49:45vão diminuindo
49:46a minha habilidade
49:47de focar,
49:49de concentrar,
49:50de fixar.
49:52É o que a gente chama
49:53de recrutamento neuronal.
49:56O que significa isso?
49:58É como se eu fizesse
49:59um exercício de bíceps,
50:00uma flexão de braço,
50:01um polichinelo,
50:02mascar chiclete,
50:04fizesse uma conta
50:04de matemática,
50:05aí eu faço um exercício
50:06de tríceps,
50:07um abdominal,
50:09se eu posso ficar
50:10uma hora fazendo isso,
50:12o que eu vou desenvolver?
50:14Nada.
50:16Então,
50:17hoje,
50:18você tem jovens,
50:19você tem crianças
50:20e mesmo adultos
50:21que falam assim,
50:21nossa,
50:21mas eu pego um livro
50:22e eu não consigo ler.
50:24Porque o cérebro da pessoa
50:25se doutrinou,
50:27se viciou muitas vezes
50:29nessa atenção
50:31totalmente entrecortada,
50:33totalmente interrompida.
50:35porque nós caímos
50:37na ilusão
50:38da multitarefa,
50:41de que a gente dá conta
50:42de fazer várias coisas
50:43ao mesmo tempo.
50:44Mas as pesquisas mostram
50:46que, em geral,
50:46as pessoas que acham
50:47que fazem várias coisas
50:48ao mesmo tempo
50:49são as que menos
50:50se saem bem.
50:52E dois,
50:53além de erro,
50:54desperdício,
50:55dá irritabilidade.
50:57Pega, por exemplo,
50:58um livro,
50:59você está lá lendo um livro,
51:00você está lá lendo,
51:01você chegou no meio do livro,
51:03no meio da página,
51:04aí alguém te interrompe.
51:05Quando você volta,
51:07você não volta desse ponto,
51:08você tem que voltar antes.
51:10Isso gasta uma energia louca,
51:11isso dá irritabilidade.
51:15Uma das razões
51:16pelas quais
51:17todo mundo hoje
51:18anda muito irritado
51:19é por isso
51:20que a gente fica pulando
51:21de uma atividade
51:22para a outra
51:22e não conclui nada.
51:25Então a gente erra mais,
51:26se distrai mais,
51:28a gente perde tempo,
51:29a gente está cada vez pior,
51:31cada vez mais irritadiço.
51:34Então nós estamos nos tornando
51:36cada vez mais pessoas
51:37superficiais,
51:38irritadiças,
51:39dispersas e ineficazes.
51:42Entende?
51:43E isso gera massa de manobra
51:45para ideologias,
51:47para salvadores da pátria,
51:49para produtos,
51:51para empresas
51:52que querem fazer
51:52nossa cabeça,
51:53porque a gente vai deixando
51:54de pensar.
51:55Aí junta tudo isso
51:56com o chato de EPT
51:58que vai fazendo
51:58a lição de casa
51:59do menino,
52:00que vai começando
52:02a preparar
52:02o relatório da empresa.
52:04O que acontece?
52:05A inteligência artificial
52:06vai ficando
52:06cada vez mais inteligente
52:08e a inteligência humana
52:10vai ficando
52:10cada vez mais superficial.
52:12É isso que nós estamos
52:13nos tornando.
52:14Nós estamos nos tornando
52:15cidadãos ridículos
52:16de um futuro esvaziado.
52:20Entende?
52:20É isso.
52:21E as pessoas
52:22confundindo
52:23o que ela ouve
52:24de uma manchete
52:25com uma verdade.
52:26não discernindo mais
52:29com a realidade
52:30da fantasia,
52:32umbigólatras,
52:33pessoas que acreditam
52:34no próprio umbigo.
52:36Então,
52:36existe um perigo sério
52:38de demência digital,
52:41porque o que é a demência?
52:45A demência
52:45é a diminuição
52:48muito intensa
52:49das faculdades cognitivas,
52:51que é
52:52foco, atenção,
52:54concentração,
52:55aprendizado,
52:56e memória.
52:59Então,
53:00existe a demência
53:01CNU,
53:02que é muito comum
53:03na velhice.
53:05Não é um destino
53:06único do ser humano,
53:07porque tem também
53:08muito a ver
53:08com o estilo de vida,
53:09alimentação
53:10e outros fatores.
53:11Mas, gente,
53:12você tem pessoas
53:13com 20 anos
53:13que estão com
53:14demência digital.
53:16O cara está lesado.
53:17Falando neurologicamente,
53:19está lesado.
53:19O cérebro do cara
53:20não desenvolveu.
53:22E te digo mais,
53:24dos 9 aos 16 anos
53:26é uma janela
53:27de oportunidade
53:28em que o cérebro
53:29ainda está muito plástico.
53:31Por exemplo,
53:32você tem estudos
53:32que mostram que
53:33se uma criança mudar
53:34dos Estados Unidos
53:35para Japão,
53:37nessa idade,
53:38ela consegue ter
53:39sotaque japonês.
53:40se ela for aos 20,
53:42ela já não consegue
53:42mais ter sotaque.
53:43Já viu criancinha
53:44que é educada
53:45em espanhol,
53:46vai para outro país,
53:47ela vai sempre
53:48ter o sotaquinho?
53:50Veja,
53:51o cérebro,
53:52ele tem janelas
53:53de oportunidade.
53:55Se a gente
53:56não aproveita
53:57essas janelas,
53:58a gente está
53:59lesando,
54:01deixando de,
54:03né,
54:03lesando no sentido
54:04de lesão,
54:05de perda,
54:06de prejuízo
54:08da capacidade
54:10de pensar.
54:12Para a geração alfa,
54:14a rotina digital
54:15pode ser definida
54:16por regras claras
54:18e monitoramento
54:19constante.
54:20É o que acontece
54:21no dia a dia
54:21da influencer
54:22Valentina,
54:23de 12 anos,
54:24orientada
54:25pela sua mãe,
54:26a jornalista
54:27e empresária
54:28Clícia Oliveira.
54:29Para ela,
54:30monitorar
54:31não é sinônimo
54:32de invasão
54:33de privacidade,
54:34mas sim
54:34de proteção.
54:35De manhã,
54:38quando eu acordo
54:39e quando eu me arrumo
54:39para a escola,
54:40eu não posso usar
54:41o celular,
54:42porque é ruim também
54:43para a visão,
54:44que a mamãe fala
54:44quando você já acorda
54:45e vai para o celular.
54:47Só quando
54:48eu acordar
54:50e for fazer um vídeo
54:51de arruço comigo,
54:52aí ela me dá
54:52o celular dela
54:53e eu gravo,
54:53mas tipo,
54:54ficar rolando tela
54:56ou essas coisas
54:57eu não posso.
54:58Aí,
54:58quando eu entro
54:59no carro
54:59para ir para a escola,
55:00eu posso ver
55:01as minhas mensagens,
55:02essas coisas.
55:03Na escola,
55:04não pode usar, né,
55:05quando eu volto
55:06da escola,
55:08eu como,
55:09faço,
55:10estudo,
55:11faço os meus deveres,
55:12tenho aula de inglês,
55:13etc.
55:14E aí eu posso
55:15descansar
55:16e ver um pouco
55:16de telefone.
55:18Aí tem os dias
55:18que eu gravo os vídeos
55:20e aí de tarde
55:21eu também posso
55:22ficar no telefone,
55:23assim,
55:23mas se eu ficar
55:24muito tempo,
55:25aí também tem um tempo,
55:26né,
55:26hora para eu ficar.
55:27A criança,
55:28ela tem que ser
55:29monitorada por nós
55:31o tempo todo,
55:32então não tem essa
55:33de que,
55:34ai,
55:34mas eu estou
55:35tirando a privacidade
55:36dele.
55:37Não,
55:37existe uma coisa
55:38que a gente pode fazer
55:39que é o seguinte,
55:39que é o que eu tenho
55:40com ela.
55:41O mesmo aplicativo
55:42que eu tenho
55:42no meu telefone,
55:44eu tenho no telefone
55:45dela.
55:45Então,
55:46eu vejo tudo
55:47que ela faz.
55:48Eles agora,
55:49os jovens,
55:49estão com mania
55:50de usar o Snapchat,
55:52que é um aplicativo
55:53de conversa,
55:54eles podem mandar
55:54fotos,
55:55tá.
55:56Eu tenho a senha
55:57do Snapchat dela
55:58e ela sabe,
55:59eu vejo tudo,
56:00eu monitoro
56:01todas as mensagens,
56:02eu sei com quem
56:02ela tá falando,
56:03eu sei com quem
56:04ela conversa.
56:05Então,
56:06assim,
56:06o conselho que eu dou
56:07pra esses pais
56:08é que monitorem
56:09e façam isso,
56:11porque você tem que saber
56:13o que seu filho
56:13tá fazendo,
56:14não é invasão
56:15de privacidade,
56:16eles são crianças,
56:16adolescentes,
56:17e eu acho que a gente
56:18tem que controlar.
56:20Se a gente fizer isso,
56:21a gente já tá dando
56:21um passo muito grande,
56:23a gente tem o feedback
56:24de mães que já
56:25descobriram coisas,
56:27que já salvaram
56:29algumas crianças
56:30de alguns golpes.
56:32Então,
56:33isso é muito importante,
56:34fazer esse controle.
56:36Eu acho que é o mais importante
56:38pra quem tem os filhos
56:39nessa geração
56:41e que não tem por onde fugir,
56:43porque as redes estão aí,
56:45os jogos,
56:46tudo,
56:47mas que possam ser usados
56:48com controle.
56:51Toda pessoa de sucesso
56:52teve o quê?
56:53Teve uma mãe chata.
56:54O que é a mãe chata?
56:55A mãe chata é assim,
56:57é a mãe que cobrou,
56:58que se importou,
56:58eu rego,
56:59que é o limite,
57:00que é o olho,
57:01escuta,
57:02escovou o dente,
57:03se comportou bem,
57:03essa roupa é adequada,
57:05pede desculpa,
57:06fala com licença.
57:07Uma mãe chata,
57:08um pai chato,
57:09é uma maravilha.
57:10Agora,
57:10quem quer hoje
57:11ser o pai chato,
57:12a mãe chata?
57:13Você entende?
57:14Porque ser o pai legal
57:16e dar o tablet,
57:18ser a mãe que,
57:19ah, tô aqui,
57:20rede social,
57:20tá bom,
57:21vai, filha,
57:21todo mundo faz,
57:23isso é fácil.
57:24Mas é como eu falo,
57:25pais e mães legais demais
57:27criam filhos chatos.
57:29Pais e mães chatos
57:30criam filhos legais.
57:31Pode reparar,
57:32olha as tuas amigas,
57:33as que estão voando na vida,
57:35estão indo bem,
57:35são as que têm mãe e pai chato.
57:37Pode reparar,
57:38é pai que cobra,
57:39quer saber horário,
57:40se importa,
57:40se interessa,
57:41senta na mesa,
57:42mastiga de boca fechada.
57:44Esses cuidados parentais
57:45estão se tornando
57:46cada vez mais raros,
57:48porque dá trabalho.
57:49só que o que muitas vezes
57:50se esquece
57:51é que se dá trabalho fazer,
57:52vai dar mais trabalho
57:53não fazer.
57:54Essa é a conta
57:55que as pessoas não fazem.
58:03O documento Jovem Pan
58:05fica por aqui.
58:06Assista esse
58:07e a outros programas
58:08no canal do YouTube
58:09da Jovem Pan
58:10e no aplicativo Panflix.
58:12Uma ótima noite
58:14pra você
58:14e até mais.
58:35Documento Jovem Pan
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