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O Documento JP analisa os desafios do Brasil ao sediar a COP30 em Belém. Especialistas avaliam o que definirá o sucesso da cúpula climática. A reportagem foca no futuro do clima e na relação entre os países presentes no evento.

Assista à íntegra em:
https://youtu.be/AEVAwEoyYqM

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Transcrição
00:00O sucesso da COP30 depende de um novo compromisso global de financiamento,
00:05capaz de viabilizar a transição climática nos países mais vulneráveis.
00:09É nesse contexto que o Brasil tenta liderar o caminho entre Baku e Belém.
00:15Essas agendas precisam ser conectadas.
00:17Acho que existe um esforço do Brasil na produção daquele mapa do caminho entre Baku, da COP29 e Belém,
00:24para vislumbrar como é possível sair de uma meta de 300 bilhões de dólares de financiamento climático global
00:33a partir do ano que vem, para chegar em 2035, com pelo menos 1,3 trilhão de dólares.
00:40Então acho que esses são desafios que vão além do que vai ser discutido dentro das salas de negociação.
00:49Então é essa conexão maior, colocar a agenda de clima como um pilar estratégico da agenda global
00:59de desenvolvimento nesse prazo daqui até 2050 e mais adiante depois até 2005.
01:09No Brasil, o governo tenta mudar esse cenário.
01:12Reativou o Fundo Amazônia, que já movimentou 3,5 bilhões de reais em projetos de conservação
01:18e desenvolvimento sustentável.
01:21Criou dois novos instrumentos para levar a COP30.
01:24O Fundo das Florestas Tropicais para Sempre e o Unidos por Nossas Florestas.
01:30O Fundo Floresta Tropicals para Sempre, que é um mecanismo global inovador e previsível
01:36de recursos que serão enviados para países que têm floresta tropical
01:44e que fizeram o seu dever de casa na proteção dessas florestas.
01:48De forma a financiar políticas públicas que vão efetivamente não só manter as florestas em pé,
01:54mas também financiar o papel dos povos indígenas e comunidades tradicionais
01:58em proteger as florestas, mas também restaurar aqueles ecossistemas que são importantes
02:05e que prestam serviços da natureza para o nosso bem viver.
02:09E é nesse contexto que o futuro do clima também passa pelo campo.
02:15O agronegócio brasileiro é um dos pilares da economia e também um dos setores mais impactados
02:20pelas mudanças climáticas.
02:23O ex-ministro e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas,
02:27Roberto Rodrigues, será o porta-voz do setor durante a COP30.
02:31O ex-ministro defende que o agro-brasileiro precisa ser parte da solução climática.
02:56Para ele, o futuro da agricultura sustentável está no cinturão tropical
03:01e o Brasil é o país que mais avançou nesse modelo.
03:07Para ele, diante de um clima instável e crises geopolíticas,
03:11o Brasil passa a ser visto como um ator estratégico na segurança alimentar mundial.
03:17Um país que pode liderar a transição para uma agricultura de baixo carbono,
03:21desde que transforme os avanços científicos em política de Estado.
03:27O agronegócio é uma das forças que movem o Brasil.
03:30Representa cerca de 30% do PIB, gera um terço dos empregos formais
03:35e é responsável por mais de 40% das exportações brasileiras.
03:40E, ao mesmo tempo, é um dos setores mais impactados pelo aquecimento global.
03:44Depende da chuva, do solo e do equilíbrio dos ecossistemas.
03:48As enchentes no sul e as secas no norte mostraram o tamanho da vulnerabilidade do agronegócio.
03:55Cada grau a mais do planeta significa perda de produtividade,
04:00escassez de água e aumento no preço dos alimentos.
04:05Segundo a FAO, mais de 735 milhões de pessoas no mundo
04:09já enfrentam insegurança alimentar grave.
04:13Um número que voltou a crescer com os extremos climáticos.
04:16Hoje, cerca de 80% da produção agrícola brasileira acontece em áreas já abertas.
04:36Recuperar pastagens degradadas e investir em tecnologias de baixo carbono
04:40poderia aumentar a produção em até 40% sem novo desmatamento.
04:46Segundo a Embrapa, o Programa de Agricultura de Baixo Carbono
04:49já evitou a emissão de mais de 200 milhões de toneladas de CO2 desde 2010.
04:55Mas a escala ainda é pequena diante do tamanho do desafio.
04:59A segurança alimentar global depende de um agro sustentável,
05:03capaz de produzir mais com menos impacto.
05:06O agro do futuro precisa ser eficiente, inclusivo e regenerativo.
05:14O Brasil tem tecnologia, terra e conhecimento para produzir de forma limpa,
05:20garantindo o abastecimento mundial e a proteção das suas florestas.
05:25Uma missão desse setor que pode se tornar a chave na construção de uma economia verde
05:30e na luta global contra a fome.
05:33Enquanto o agro brasileiro busca produzir com menos impacto,
05:37os povos indígenas mostram há séculos que é possível viver da floresta sem destruí-la.
05:43Suas terras são hoje as áreas mais preservadas do Brasil,
05:47onde o desmatamento é praticamente nulo.
05:50São eles os verdadeiros guardiões da Amazônia.
05:53Apenas 5% da população mundial vive em terras indígenas,
06:03mas elas abrigam mais de 80% da biodiversidade do planeta.
06:07No Brasil, são 723 terras indígenas que ocupam cerca de 13% do território nacional,
06:15concentradas principalmente na Amazônia.
06:18Esses territórios funcionam como uma barreira contra o desmatamento e a degradação.
06:24Os indígenas cientistas, principalmente eram as mulheres, as cientistas indígenas,
06:31domesticaram centenas de espécies, açaí, cacau, cupuaçu, muriti, castanha,
06:39e então a mandioca, os incas, até as batatas,
06:43e tudo isso manteve sempre a floresta.
06:47Então, o potencial da socioeconomia, que a gente chama socioeconomia de floresta em pé,
06:54é muito grande.
06:55A voz dos povos indígenas é essencial neste debate.
07:00O advogado Makuxi Ivo Cipe Aureliano, do Conselho Indígena de Roraima,
07:05defende os direitos territoriais ambientais na Amazônia.
07:09Sua visão é clara.
07:10As terras indígenas não são apenas um direito,
07:14são a base da conservação e do equilíbrio climático do Brasil.
07:18Cerca de 13% do território nacional é terra indígena.
07:22Então, na Amazônia, nós temos uma boa parte da Amazônia demarcada com terras indígenas.
07:27Inclusive, a maior parte da Amazônia hoje está preservada por causa das terras indígenas.
07:33A gente precisa reconhecer, de fato, a importância,
07:36a contribuição dos povos indígenas para a manutenção da floresta em pé.
07:39A luta pelos direitos territoriais é também uma luta climática.
07:44Não é a primeira vez que indígenas participam de uma conferência do clima.
07:49Mas a COP30 terá a maior participação indígena da história.
07:54Povos originários não se limitarão a eventos paralelos.
07:57Eles terão espaço garantido nas discussões e mesas de negociação.
08:02Então, essa COP, a gente espera que, de fato, o governo possa garantir a participação dos representantes indígenas
08:11nas discussões que têm por objetivo garantir, de fato, o reconhecimento das terras indígenas
08:20e esse protagonismo dos povos indígenas.
08:22E quem sempre protegeu a floresta já sente os efeitos do aquecimento global.
08:27Os povos indígenas é o que mais centra, inclusive, as mudanças climáticas, por exemplo,
08:32com o aquecimento dos rios, o desaparecimento de espécie, a floresta secando cada vez mais.
08:39A própria forma de produção de alimentos tem mudado muito.
08:41Então, os impactos são diretos e sentidos pelos povos indígenas.
08:45Pela primeira vez, haverá um pavilhão permanente dos povos da floresta.
08:50Indígenas, ribeirinhos e quilombolas, dentro da conferência.
08:53Então, inicialmente, é dar a voz e garantir os seus direitos.
08:59Acho que isso é o básico que a gente precisa fazer quando se refere a apoiar e fomentar a agenda dos povos indígenas e comunidades tradicionais.
09:08E o outro elemento é fazer com que os recursos financeiros que estão estabelecidos para reduzir o impacto climático,
09:15o impacto negativo, eles cheguem diretamente aos povos indígenas.
09:19Mas reconhecer não é suficiente.
09:22É preciso passar do discurso à ação, com participação, poder de decisão e recursos diretos para quem preserva a floresta.
09:32Ações educativas, a educação ambiental, o papel que os povos indígenas têm,
09:36não só como parte dessa riqueza cultural que o Brasil tem,
09:40mas como parte da sociedade e a contribuição por meio da sua forma de viver, seus territórios,
09:45como parte da riqueza do país.
09:47O mundo pede resultados e a resposta pode vir de quem sempre soube viver em equilíbrio com a floresta.
09:56A COP30 é a conferência que promete fazer história.
10:00Não apenas pelos acordos, mas pela capacidade de conectar a floresta com o mundo.
10:07Nenhuma cidade do mundo reuniu tantas dimensões climáticas no mesmo território.
10:12Pela primeira vez, a ciência terá espaço fixo dentro da buzone.
10:17O conhecimento vai orientar decisões políticas, numa conferência onde não há mais espaço para negacionismo.
10:24Durante muitos anos, as discussões de mudança do clima, pessoas achavam que era uma questão de meio ambiente,
10:32que era uma questão secundária.
10:34Na verdade, a mudança do clima está afetando a economia de todos os países.
10:39E, portanto, abre a possibilidade de mudanças nas diversas economias que podem ser extremamente favoráveis
10:46para o crescimento, para a criação de emprego e outras vantagens.
10:51A participação de pesquisadores na Blue Zone é um marco.
10:55Significa trazer evidências para o centro do poder e transformar dados em decisões.
11:02Ciência e política finalmente sentadas na mesma mesa.
11:07A conferência vai debater como financiar infraestrutura resiliente e proteger as populações mais vulneráveis.
11:14A ciência não fala mais em futuro, fala em sobrevivência.
11:19O mundo cobra agora o que foi prometido.
11:23Belém será o ponto de inflexão.
11:26É a cópia da implementação.
11:28E só depois pode ser chamada de cópia da verdade.
11:31De onde a floresta fala e o mundo precisa ouvir.
11:35Aqui a ciência e a esperança vão dividir o mesmo palco.
11:39O desafio agora é converter promessas em resultados.
11:42E transformar o simbolismo de Belém em ação global.
11:46O verdadeiro legado não está nas estruturas.
11:50Está nas ideias e vontade de implementá-las.
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