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O Documento JP debate o papel das redes sociais nos protestos modernos. A reportagem analisa como a mesma tecnologia que mobiliza multidões também é palco para o ódio, a desinformação e o cancelamento.

Assista à íntegra em:
https://youtu.be/GpDFJkQ5ivU

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Transcrição
00:00A trajetória recente também dialoga com experiências históricas.
00:06Assim como as marchas pelos direitos civis nos Estados Unidos, lideradas por Martin Luther King e Malcolm X,
00:14ou a luta das mulheres por igualdade, os movimentos de hoje refletem a tensão entre diferentes formas de mobilização,
00:22pacífica ou radical, institucional ou de ruptura.
00:26Um, mais liberal, Martin Luther King, e o outro, o Malcolm X, mais à esquerda.
00:33Dois, duas grandes lideranças que tiveram seu tempo, tiveram seu posicionamento,
00:39mas eles emergiram de um processo de luta social contra, inclusive, o racismo nos Estados Unidos na década de 60.
00:44E eles tinham duas saídas diferentes.
00:47Mas do ponto de vista da luta, eles estão em campos distintos.
00:53Não pelo que lutam. Lutam, basicamente, pela mesma coisa, mas a forma.
00:58Então, se a gente pegar um movimento relativamente recente, que é aquele Vidas Negras Importam,
01:05é um movimento que surge a partir de um caso específico, mas que não é uma exceção, muito pelo contrário.
01:12A violência policial contra negros é algo que ocorre desde sempre na história dos Estados Unidos e na história do Brasil.
01:22Acho que é bem interessante nós falarmos, porque a gente tem, dentro de um mesmo movimento,
01:29movimento, nós temos uma heterogeneidade de posicionamentos políticos, divisões de mundo,
01:36que faz com que, muitas vezes, lideranças de um mesmo movimento,
01:42e nós temos aí, citado, duas lideranças importantes da história americana,
01:50Martin Luther King, Malcolm X, pessoas que foram fundamentais
01:55para a questão, para o debate da questão racial naquele país,
02:01e que tinham posições políticas diferentes.
02:04O tabu por uma igualdade racial, o tabu, né, para o fim do preconceito,
02:12as pessoas negras daquele país, as injustiças, né,
02:17que essa é uma questão muito importante.
02:19Às vezes a gente olha e fala, nossa, mas eles são de um movimento de jovens,
02:25de um movimento de trabalhadores, e estão falando coisas tão diferentes,
02:31é por essa heterogeneidade, que é a diversidade, que é parte da sociedade, né.
02:37É claro que uma coisa que é muito importante é que haja, principalmente,
02:44um respeito mútuo a essas diferenças.
02:47Eu acredito que o movimento, sem desmerecer nenhum outro, né,
02:52mas historicamente mais significativo no nosso país,
02:55foi o movimento abolicionista, porque ele surge entre os escravos,
03:01ele surge entre os libertos que foram escravos,
03:06ele surge entre os políticos das mais diversas vertentes,
03:13ele surge entre os difudantes,
03:15e ele surge com muita força na advocacia.
03:19O movimento de mulheres, ele tem vários objetivos,
03:25e temos movimentos que atuam de maneiras muito diferentes,
03:29mas, basicamente, eles buscam uma ampliação de direitos da mulher na nossa sociedade.
03:38Então, só para citar um exemplo, no caso do Brasil, no Congresso Nacional,
03:4414% dos deputados são mulheres,
03:49uma representação muito pequena,
03:51principalmente se nós pensarmos que nós somos 52% do eleitorado,
03:56e somos a maioria do país.
03:58também existem muitos movimentos feministas, né, com diferenças entre si,
04:04mas que têm o papel de fazer reconhecer o espaço da mulher.
04:10É extremamente desejável que haja movimentos defendendo mulheres,
04:15defendendo negros, defendendo pessoas LGBTQIA+,
04:19e outras letras que venham a ser reconhecidas,
04:22defendendo os animais, defendendo o meio ambiente,
04:26defendendo os homens, por que não, entendeu?
04:31Quaisquer movimentos que surjam,
04:33eles são legítimos,
04:36eles vão jogar luz a determinadas bandeiras,
04:39mas é necessário a gente ter um olhar um pouco mais aberto,
04:43porque se você entende que só você tem razão,
04:46que só a sua causa é importante,
04:48só a sua pauta,
04:49você acaba se transformando em um indivíduo,
04:52em uma coletividade que é um indivíduo cruel.
04:56Hoje o campo decisivo é também o virtual.
04:59Redes sociais, aplicativos de mensagem e plataformas digitais
05:04que funcionam como arenas políticas em tempo real.
05:07Ali candidatos testam narrativas,
05:10influenciadores mobilizam multidões
05:13e algoritmos definem o alcance de cada voz.
05:16Eu acho que é mais esse processo de adaptação,
05:21de construção,
05:23porque quando a gente fala em evolução,
05:25é como se tivéssemos um polo ideal para se chegar.
05:30E como é isso, por isso que eu falo,
05:31eu insisto muito, né,
05:33democracia como um processo de construção,
05:36as lutas sociais,
05:38os movimentos sociais como parte da organização
05:41dessas lutas também.
05:42Porque, primeiro, nós dominamos esse território primeiro,
05:46com as manifestações contra Dilma e tudo mais,
05:48e fomos elegendo pessoas dessa forma primeiro.
05:51E a esquerda não conseguiu reagir a tempo.
05:54Então, me parece que quando nós olhamos para a direita,
05:57as redes sociais, elas são muito bem utilizadas nesse sentido.
06:00Tanto é que o governo federal tem uma séria preocupação
06:03sobre conteúdos que viralizam,
06:06principalmente conteúdos da oposição.
06:07e criaram diversas estratégias de comunicação
06:11para lidar com isso.
06:13Na esquerda, você ainda não tem
06:15muitas figuras eleitas dessa forma.
06:18Existem algumas, como, por exemplo,
06:20Erika Hilton,
06:22o próprio Guilherme Borros,
06:23acho que utilizam um pouco disso,
06:25mas são as exceções.
06:26Enquanto que, quando você olha para a bancada do PL,
06:29a oposição ao governo PT,
06:32quase que majoritariamente a bancada
06:34é eleita por meio das redes sociais.
06:37Essas formas de organização ainda estão se desenvolvendo,
06:41ainda estão, e os partidos, sindicatos,
06:45movimentos mais tradicionais,
06:45ainda estão se recuperando do que aconteceu.
06:50E é claro que essas formas,
06:51novas de organização via rede social,
06:54tornaram as lideranças mais jovens
06:57muito mais visíveis, né?
06:59Porque esse grupo político,
07:01ele está na contramão daquilo que eu defendo,
07:07daquilo que o meu movimento defende.
07:09Eu acho que é importante a gente pensar
07:11numa coerência política, né?
07:15E isso, eu acho que é uma das grandes preocupações
07:19desses movimentos.
07:21Eu acho que também, né?
07:24Muitas vezes, a maneira como a política tem feito,
07:30tem sido feita, tem muito uso inadequado das redes sociais,
07:37com cancelamento, com desinformação e fake news
07:42sobre os movimentos, com cancelamento de reputação.
07:50A mentira engaja, o ódio engaja, o ataque engaja.
07:57E tem determinados grupos que se notabilizam
08:01por usar sua comunicação em torno disso,
08:05justamente porque engaja,
08:07justamente porque vão ter publicações,
08:11empresas de comunicação
08:15que financiam, que compartilham isso,
08:20que viralizam isso.
08:22As redes sociais se transformaram na nova praça pública.
08:25As redes sociais são a substituição, quase,
08:30ou uma irmã, para dizer assim,
08:32das galerias do Congresso Nacional,
08:34das galerias das assembleias.
08:36E essa discussão sobre os limites da liberdade de expressão
08:40e como isso se traduz em regulamentação das redes sociais,
08:44acho que vai ser uma discussão que não vai acabar,
08:47simplesmente, acho que ela vai continuar por um bom tempo,
08:52até que a política se acostume a lidar com isso.
08:57Porque não basta mais você simplesmente dar a lacrada,
09:02como costumam dizer, né?
09:03Isso é ter uma frase de efeito, um argumento.
09:05Porque isso várias pessoas fazem e a todo canto.
09:09Eu acho que nessas eleições nós vamos ter candidatos
09:12ainda digitalizados, ainda dentro das suas bolhas,
09:16mas tratando de propostas muito mais efetivas.
09:19As redes sociais,
09:20elas se interpenetraram dentro da sociedade,
09:25sociedade por fora e por dentro,
09:27mas geraram um fenômeno que ainda a gente está longe de ver o seu final.
09:30E aí
09:35E aí
09:40E aí
09:41E aí
09:41E aí
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