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Transcrição
00:00em novembro o Brasil recebe a
00:19maior conferência climática do
00:21planeta. Depois de anos de
00:23acordos, mudanças irreversíveis
00:26no clima, estudos científicos e
00:28propostas, a COP30 é chamada de
00:31a COP da Implementação. O que
00:34for decidido no Brasil e as ações
00:37nos próximos cinco anos podem ser
00:39determinantes. O aquecimento do
00:42planeta pode impactar o agronegócio,
00:45a pesca e a saúde da população
00:47mundial. Acompanhe agora no
00:49documento Jovem Pan com Patrícia
00:51Costa.
00:52A COP30 começa com um momento
01:00decisivo para o planeta. A ciência
01:03nunca foi tão clara e a ação tão
01:06lenta diante da urgência. Depois de
01:09três décadas de conferências,
01:11discutindo acordos e promessas, o
01:13mundo chega à Amazônia pressionado a
01:16transformar compromissos em
01:18resultados. O Brasil, sede da
01:20conferência, assume um papel
01:22histórico, transformar discurso em
01:25ação. O presidente Luiz Inácio Lula
01:28da Silva chamou este encontro de
01:30a COP da verdade. Um teste para
01:33saber se o sistema multilateral ainda
01:35é capaz de produzir acordos reais e
01:38colocá-los em prática.
01:39Nós acreditamos ou não na ciência?
01:43O mundo está em crise ou não está
01:44em crise? Não a política causada
01:46pelos humanos, mas uma crise
01:48climática. Então está nas nossas mãos
01:51a responsabilidade de salvar o planeta
01:54que nós moramos, a nossa casa. Por isso
01:57que eu disse que é a COP da verdade. É
01:58porque nessa COP a gente vai decidir se
02:01a gente vai cuidar ou não do planeta, se
02:04a gente vai ter ou não responsabilidade.
02:05A conferência será o lugar onde a
02:07política precisa ouvir a ciência e
02:10escolher entre o negacionismo e a
02:13sobrevivência. Em meio à crise do
02:16multilateralismo, a desigualdade e a
02:18disputa geopolítica entre potências, a
02:21conferência de Belém torna-se mais que
02:24um símbolo. A ciência trouxe dados, os
02:27acordos foram feitos, as metas de cada
02:30país foram colocadas no papel, discutidas,
02:34revisadas em todas as conferências.
02:37Neste ano, não há mais o que apresentar
02:40na teoria. Este é o momento de ação.
02:43Como explica Carlos Rittel, especialista
02:46em mudanças climáticas e ex-secretário
02:49executivo do Observatório do Clima.
02:51Como a parte de financiamento, o Brasil
02:54desde o ano passado, como viria a assumir a
02:57presidência da COP30 esse ano, tem a
03:02responsabilidade de produzir um relatório
03:03que é como sair de uma promessa feita no
03:06ano passado, de uma meta de 300 bilhões de
03:09dólares por ano de financiamento climático a
03:11partir do próximo ano e chegar em 2035 com
03:141,3 trilhão de dólares por ano de
03:17financiamento climático. Então sim, acho que a
03:20presidência sempre tem um papel importante
03:23de fazer com que, para a construção de
03:27consensos. E o fato lógico da COP ser realizada na
03:31região amazônica é também bastante importante.
03:37Belém, às margens do rio Guamá, deve receber mais de
03:41190 países. No momento em que o planeta, segundo a ONU,
03:46não vai conseguir manter a meta do Acordo de Paris
03:49firmada há 10 anos. O diplomata André Corrêa do Lago,
03:53presidente da COP30, é um dos principais nomes da
03:57diplomacia climática mundial. Negociador do Brasil
04:01desde a Rio mais 20 e responsável pelos principais
04:04textos do Acordo de Paris. Ele sabe que a palavra de
04:08ordem agora é implementar. Há sempre uma frustração no
04:13final das COP, porque as pessoas ficam se perguntando
04:16nossa, está assinando tanto documento, está negociando
04:20tanto documento, onde é que estão as ações? A verdade é
04:23que tem acontecido muitas coisas positivas em função
04:27dessas negociações. Só que elas são pouco divulgadas,
04:31então isso é um dos esforços que a gente tem que fazer,
04:34é mostrar que a diplomacia serve, ou seja, que há consequências
04:38para o que a gente faz. Mas mais do que isso, como o Belém
04:41vai ser 10 anos do Acordo de Paris, nós já negociamos tanto
04:45dentro do Acordo de Paris, que nós já podemos implementar
04:48muito mais.
04:522024 foi o ano mais quente já registrado no planeta.
04:56Temperaturas recordes, calor intenso no ar, na água.
05:03Os oceanos registraram o maior calor já medido e a atmosfera
05:08chegou ao pico de concentração de CO2. As geleiras estão
05:12derretendo cada vez mais rápido e já inundam cidades.
05:19No ano passado, o mundo ultrapassou a barreira de um grau e
05:23meio de aquecimento pela primeira vez. O limite de segurança
05:27definido pela ciência.
05:29O climatologista Carlos Nobre, membro da Academia Brasileira de Ciências
05:36e reconhecido pelo IPCC como uma das principais referências mundiais
05:41em Amazônia, foi um dos primeiros a alertar. O que vem acontecendo
05:45não é natural. É a ação humana.
05:49Sem dúvida, tudo isso é fator humano.
05:54Mas é lógico, nós precisamos tomar muito cuidado, porque se nós continuarmos
05:59com aquecimento global, a temperatura passar de 2 graus
06:04atingir 2,5 graus. E nós passarmos do ponto de um retorno,
06:09como eu falei, em 30, 50 anos, nós vamos perder até 70% da Amazônia,
06:16vai virar um sistema super degradado, com poucas árvores.
06:21Uma savana, mas super degradada, não é a mesma savana tropical ou cerrado,
06:25não, mas é super degradado.
06:28Então, isso não tem volta, mesmo que a gente depois pare o aquecimento global,
06:35vamos dizer assim, lá por 2100 ou mais, ainda assim nós vamos ter que passar
06:40mais de mil anos, mil, dois mil anos para a floresta voltar à Amazônia.
06:47A ONU fez mais uma vez o alerta. O planeta vive uma década decisiva.
06:54Os dados mostram que o mundo está chegando ao seu limite térmico.
06:59Como explica José Marengo, pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento
07:03e alertas de desastres naturais, o CEMADEM, e um dos principais autores
07:08do painel do Clima da ONU.
07:11A decisão do Acordo de Paris, que era não ultrapassar um grau e meio
07:15ou dois graus máximo. Infelizmente, o ano passado, nós passamos de um grau e meio
07:21de 2024 e os primeiros cinco meses de 2025 também ultrapassamos um grau e meio.
07:28Então, aí vem essa preocupação de que já estamos acima do que foi estabelecido.
07:33Não se esperava que um grau e meio a gente alcançasse em meados de este século,
07:38mas já passamos em 2025.
07:40Mas os especialistas afirmam, ainda há tempo.
07:44Não é o colapso, mas um chamado à ação imediata.
07:48No Brasil, o desmatamento atingiu 17%.
07:53Se a perda da floresta amazônica chegar a 20% e a temperatura a 2 graus,
08:00o processo de degradação será irreversível.
08:03Passou do ponto não retorno, nós vamos degradar.
08:10É a autodegradação.
08:13Até 70% da Amazônia, até antes de 2100.
08:18Vamos perder a maior biodiversidade do planeta e vamos jogar na atmosfera
08:23mais de 150 bilhões de toneladas de gás carbônico,
08:26que vão aumentar o aquecimento global,
08:30tornando praticamente impossível manter o aquecimento global menos de um grau e meio.
08:37Os danos mais profundos serão sentidos daqui a algumas décadas.
08:41Pouco a pouco, o meio ambiente tem perdido a capacidade de se regenerar sozinho.
08:47No Brasil, a floresta é fundamental para o regime de chuvas.
08:51O vapor d'água reciclado na Amazônia alimenta os chamados rios voadores,
08:57responsáveis por até 15% das precipitações do sudeste do país.
09:04A chuva cai, vai no solo, as raízes pegam a água, jogam para a folha,
09:11a folha transpira, o vapor d'água sobe de novo, forma de novo, nuvem, chove de novo.
09:17Cada molécula de vapor d'água que entra na Amazônia do Oceano Atlântico,
09:23pelos ventos alíseos, ela recicla 5 a 8 vezes,
09:26formando vapor d'água, condensação, nuvem, chuva, subir, vapor d'água de novo,
09:34e aí sai.
09:36Cerca de 45% desse vapor d'água que entra lá no Atlântico,
09:41ela sai para o sul, uma partezinha pequena vai para os antes,
09:45uma grande parte vai para o sul, isso que explica grande parte da chuva do Cerrado,
09:5215% da chuva do sudeste vem desse vapor d'água que nós demos o nome de rios voadores,
09:59e também muito da Mata Atlântica, do sul do Brasil, Paraná, Santa Catarina,
10:06Rio Grande do Sul e também Uruguai, Paraguai e Norte da Argentina.
10:10Então, se nós passarmos o ponto não retorno da Amazônia,
10:14vai diminuir muito esse transporte de vapor d'água,
10:18um enorme risco, inclusive de desaparecimento do Pantanal,
10:22ele pode desaparecer entre 2070 e 2100,
10:26e mais de 50% do Cerrado vai se degradar,
10:31vai virar semiárido, a vegetação da Caatinga.
10:35Então, esses são os enormes riscos se nós passarmos o ponto não retorno da Amazônia.
10:41Mas não é preciso olhar para o futuro para constatar que os eventos climáticos
10:46estão mais intensos e mais frequentes.
10:49Em 2024, na Europa, ondas de calor prolongadas mataram mais de 60 mil pessoas.
10:56Incêndios florestais bateram recordes em Portugal e também na Espanha.
11:01Queimadas devastaram vários estados do Brasil,
11:05que liderou o ranking de incêndios florestais.
11:12Fogo também atingiu biomas dos Estados Unidos e Canadá.
11:18Na Ásia, enchentes ultrapassaram marcas históricas.
11:21No Brasil, o Rio Grande do Sul viveu a maior tragédia climática de sua história.
11:30Em alguns municípios, choveu em poucos dias,
11:33o equivalente a um terço do que costuma chover em todo ano.
11:37Mais de 2 milhões e 400 mil pessoas foram atingidas.
11:41Centenas de cidades ficaram debaixo d'água
11:44e 183 pessoas perderam a vida.
11:48Enquanto isso, no outro extremo do país,
11:53a Amazônia enfrentou a pior seca em quatro décadas.
11:57Rios chegaram a níveis críticos,
11:59embarcações pararam
12:00e comunidades ficaram isoladas,
12:03sem água, alimento e energia.
12:06Para a pesquisadora e ex-presidente do painel climático da ONU,
12:10Thelma Krug,
12:11que participou das negociações do Acordo de Paris há 10 anos,
12:15os impactos já não podem ser mais ignorados
12:18e a COP30 precisa avançar.
12:22O embaixador André, ele deixou muito claro
12:25que agora já não tem mais muita coisa a ser negociada na COP,
12:31que merece o consenso de todos os governos,
12:35dos 196 governos,
12:37aliás, em 195 no Acordo de Paris.
12:41Mas ele entende que agora é a hora de acelerar a implementação.
12:48Eu acredito que, através da agenda de ação climática,
12:53onde você tem 30 objetivos de shopping,
12:56debaixo de seis pilares,
12:58eu acho que a gente vai conseguir avançar muito.
13:00O Brasil, sede da COP30,
13:03já viu e sentiu o que a falta de ação pode provocar.
13:08E viveu, ao mesmo tempo,
13:10os dois lados de uma mesma crise,
13:13excesso e ausência.
13:15As enchentes no sul e a seca na Amazônia
13:18são os dois extremos de um mesmo aquecimento.
13:22Os cenários se repetem com frequência maior
13:24e intensidade crescente,
13:27como explica Carlos Nobre.
13:28Então, nós estamos já há 26 anos
13:32vendo isso acontecer.
13:34E esse experimento foi o que mostrou
13:36que todo o sul da Amazônia,
13:40mais de 2 milhões de quilômetros quadrados,
13:43a estação seca está ficando muito mais longa.
13:47Uma, um, um, assim,
13:51um mês, uma semana mais longa por década.
13:58A ciência reforça a todo momento.
14:01Não se trata de ciclos naturais.
14:05O planeta cobra respostas
14:08e todas as expectativas apontam para o Brasil.
14:12Depois de um ano marcado por tragédias climáticas
14:14e alertas científicos,
14:16o mundo volta seus olhos para a Amazônia.
14:20Para a pesquisadora,
14:21a escolha de Belém permite mostrar
14:23a escala da floresta em pé.
14:26Eu digo isso,
14:28apesar de eu dizer que essa cópia é na floresta,
14:32mas não é de floresta,
14:34eu sempre digo que é uma oportunidade interessante,
14:38porque as pessoas não têm noção, sabe?
14:40Elas não têm noção da grandeza
14:42que a nossa floresta amazônica é.
14:44Então, sobrevoar,
14:45ver grandes áreas extensas, né,
14:48de floresta,
14:50nós temos ainda um grande percentual
14:52de floresta em pé.
14:54Vai ser, assim,
14:55eu acho que uma novidade,
14:57vamos assim dizer,
14:58para algumas dessas pessoas que estão vindo.
15:01Em novembro,
15:02Belém vai receber a Conferência do Clima das Nações Unidas,
15:06a COP30.
15:07Durante um mês,
15:08a capital paraense
15:09vai se tornar simbolicamente
15:12a capital do Brasil.
15:14Atos e despachos do governo federal
15:16serão assinados aqui,
15:18a 3 mil quilômetros de Brasília.
15:20Uma cidade entre rios e florestas,
15:24agora no centro da geopolítica climática mundial.
15:28É aqui que líderes,
15:30empresas,
15:31cientistas,
15:32povos indígenas
15:33e sociedade civil
15:34vão discutir
15:36o futuro do planeta.
15:38Depois de três décadas de promessas,
15:41essa será a primeira COP
15:42realizada na Amazônia,
15:44uma região que simboliza
15:46tanto a beleza
15:47quanto a urgência.
15:48Eu acho que essa COP
15:50ela vai dar a dimensão
15:51dessas oportunidades
15:53que a gente tem
15:54também na nossa região norte.
15:58Então,
15:59acho que é um choque de realidade.
16:02Eu acho que o pessoal vai ter condições
16:04de ver,
16:06assim como a gente vê em várias outras COPIs,
16:08não é só a COP daqui.
16:11A floresta é a mesma
16:12que ajuda a equilibrar o clima do planeta
16:14e também a primeira a sentir
16:16os impactos do aquecimento.
16:18Maurício Bianco é vice-presidente
16:20da Conservação Internacional Brasil,
16:23organização que atua
16:24na proteção das florestas
16:26e no desenvolvimento
16:27de soluções
16:28baseadas na natureza.
16:30O papel da Amazônia
16:31para a gente mitigar
16:34e adaptar
16:35para as mudanças climáticas
16:36é fundamental.
16:37Eu digo isso porque a Amazônia
16:39é a maior floresta tropical
16:41que nós temos no planeta
16:42e a natureza
16:44representa pelo menos
16:45um terço
16:46das soluções climáticas
16:48e para também combater
16:50a crise da biodiversidade.
16:52Então,
16:53ao mesmo tempo
16:53que a floresta amazônica
16:55contribui
16:56para reduzir
16:57os impactos negativos
16:59da mudança climática,
17:00ela também contribui
17:01para os impactos
17:03da perda
17:03em larga escala
17:04de biodiversidade.
17:05Para entender
17:08o peso
17:08dessa conferência
17:09é preciso voltar
17:10ao início.
17:12Há mais de três décadas
17:13o mundo começava
17:14a falar
17:15em mudanças climáticas
17:16como um alerta científico.
17:19Em 1992,
17:21a Rio 92,
17:22a chamada
17:23Cúpula da Terra
17:24inaugurou
17:25uma nova era
17:26de cooperação ambiental.
17:28Como disse
17:28na abertura
17:29da Cúpula da Terra
17:30o então secretário-geral
17:32da ONU,
17:33Boutros Boutros Gale.
17:35Este é um encontro histórico.
17:41No entanto,
17:42só será assim
17:43se a Conferência do Rio
17:44também for um novo começo
17:46para o sistema
17:47das Nações Unidas,
17:48para a ação
17:49dos Estados
17:50e para a mobilização
17:52de todas as pessoas
17:54no mundo.
18:00Foi o primeiro passo
18:01para reconhecer
18:02que o planeta
18:03tem limites.
18:05e que o desenvolvimento
18:06precisa ser sustentável.
18:09Como ressaltou
18:09o secretário-geral
18:10da Cúpula da Terra,
18:11Maurício Strong,
18:12durante a Rio 92.
18:15Nós temos sido
18:18a espécie
18:19mais bem sucedida
18:21de todos os tempos.
18:22Somos agora
18:23uma espécie
18:24fora do controle.
18:25O mesmo sucesso
18:27que nos trouxe
18:27até aqui
18:28está nos levando
18:29a um futuro
18:30perigoso.
18:34Desde a Rio 92,
18:36o Brasil ocupa
18:37um papel central
18:38nas negociações climáticas.
18:40Foi no Rio de Janeiro
18:41que nasceu
18:41a Convenção Quadro
18:42das Nações Unidas
18:43sobre Mudanças do Clima,
18:45à base
18:46de todas as COPES.
18:48Desde então,
18:49líderes mundiais
18:49se reúnem anualmente
18:51para tentar equilidar
18:52a economia
18:53e o clima.
18:55O objetivo é um só,
18:56reduzir emissões
18:57e limitar
18:58o aquecimento global.
19:00O climatologista
19:01José Marengo
19:02participou da Rio 92
19:03e também estará
19:05na COP30.
19:06Para ele,
19:07falta continuidade
19:08nos projetos
19:09e as metas
19:10ficam à mercê
19:10de mudanças
19:11na política.
19:13A COP
19:13não é uma conferência
19:15de clima
19:16como muitos acham,
19:17que todo mundo
19:18vai apresentar trabalhos.
19:19Não,
19:19é uma conferência
19:20de negociações
19:21de governos
19:22porque
19:23sempre existe
19:24toda essa grande
19:25expectativa,
19:27mas depois
19:28quando se chega
19:28a um acordo,
19:30o único que fica bem
19:31na COP
19:32é a foto final,
19:33onde todo mundo
19:34aparece na foto
19:35de Estado
19:35e, obviamente,
19:38as metas
19:39talvez tenham que ser
19:40um pouco mais ajustadas,
19:41pelo menos,
19:42escutei
19:42que NDCs
19:44vão ajustar
19:45um pouco novamente
19:46para poder realmente
19:48evitar
19:49que esse grau e meio
19:50seja permanente,
19:52que a gente volte
19:53a menos de um grau e meio
19:54para poder,
19:55assim,
19:56se adaptar melhor
19:57aos desastres
19:58que são originais
20:00pelos extremos.
20:01Quando a temperatura
20:02aumenta,
20:03os extremos aumentam
20:04e os extremos
20:05são os que
20:05defragam
20:07desastres
20:08que matam pessoas.
20:10São as pessoas
20:11que respiram
20:12um ar cada vez
20:13mais poluído
20:14que gera doenças,
20:15que precisam
20:16se alimentar
20:17e que enfrentam
20:18preços altos
20:19sempre que chove
20:20muito
20:21ou pouco.
20:23Por isso,
20:24o desenvolvimento
20:24sustentável
20:25se tornou
20:26o único caminho.
20:28Cinco anos
20:28depois da Rio 92,
20:30em 1997,
20:31o mundo
20:32deu um passo
20:33concreto
20:34com o protocolo
20:35de Kyoto.
20:36O protocolo
20:37de Kyoto
20:38basicamente
20:39envolveu
20:39só compromissos
20:40de redução
20:41de emissões
20:42quantificáveis
20:43pelos países
20:44desenvolvidos
20:45na ocasião
20:45e alguns mecanismos
20:47como o mecanismo
20:47de desenvolvimento
20:48limpo
20:49que permitia
20:50então a participação
20:51de países
20:52em desenvolvimento.
20:53Foram definidas
20:55metas obrigatórias
20:56de redução
20:57de gases
20:57de efeito estufa
20:58para os países
20:59desenvolvidos.
21:01Mas a ausência
21:02dos Estados Unidos,
21:04um dos maiores
21:04poluidores,
21:06enfraqueceu o acordo
21:07e expôs
21:08o conflito
21:08entre desenvolvimento
21:10e responsabilidade
21:11climática.
21:12Mesmo assim,
21:13Kyoto foi um marco,
21:15colocou a economia
21:16mundial
21:16diante de uma
21:17nova realidade,
21:19a precificação
21:20do carbono.
21:21O mercado
21:22de carbono,
21:23em tese,
21:24é um dos
21:24potenciais instrumentos
21:26que visam
21:27fazer com que
21:28o caminho
21:29para a redução
21:29de emissões
21:30tenha um custo
21:32menor para a economia
21:33dos países.
21:34Então você
21:35comenta a redução
21:37de emissões
21:37em todos os setores
21:39da economia.
21:41Mas,
21:41sem regras sólidas,
21:42o risco é vender
21:43reduções
21:44que não existem.
21:46A palavra-chave
21:47é integridade.
21:48Medir,
21:49reportar
21:50e verificar.
21:51evitando
21:52dupla
21:53contagem
21:53o greenwash.
21:56É lógico
21:56que a gente
21:57precisa
21:57de um
21:59arcabouço
22:00muito robusto
22:02e de
22:03regras,
22:04tanto no âmbito
22:05nacional
22:05como no
22:06âmbito
22:08internacional,
22:09para evitar
22:10que
22:10haja
22:12emissão
22:15de certificados,
22:17de redução
22:17de emissões
22:18de gás
22:19de efeito
22:19estufa
22:19que existem
22:21no papel,
22:21mas não
22:21acontecem
22:22na prática.
22:23As minhas
22:23atividades
22:23geraram
22:24essas reduções
22:25de emissões,
22:25então isso me
22:26permite levar
22:28esses títulos
22:28para um mercado
22:29e vender
22:30essas reduções
22:31de emissões
22:32a mais
22:32dos limites
22:33impostos
22:34pela
22:34legislação
22:35nacional.
22:36Tudo isso
22:36tem que acontecer
22:37de forma
22:38bastante robusta.
22:39As lições
22:40de Kyoto
22:41mostraram
22:41ao mundo
22:42que sem
22:42compromisso
22:43coletivo
22:44o clima
22:44não espera.
22:46E depois
22:46de anos
22:47de avanços
22:48e recuos,
22:49uma nova geração
22:50de acordos
22:51surge com
22:52outro espírito,
22:53inclusivo,
22:54global
22:55e urgente.
22:57Duas décadas
22:58depois,
22:59na capital
22:59francesa,
23:00veio o compromisso
23:01global de limitar
23:02o aquecimento
23:03a um grau e meio.
23:04Em 2015,
23:06nasceu
23:06o Acordo
23:07de Paris.
23:08Desta vez,
23:09países se comprometeram
23:10a manter
23:11o aquecimento
23:12global
23:13bem abaixo
23:14de dois graus
23:15buscando o limite
23:16de um grau e meio.
23:18O Brasil
23:18foi um dos principais
23:19articuladores.
23:21Thelma Krug
23:21é cientista
23:22e foi vice-presidente
23:23do painel do clima
23:24na ONU,
23:25o IPCC,
23:26e participou
23:27diretamente
23:27das negociações
23:28desse acordo.
23:29Ela lembra
23:30que o Brasil
23:30sempre foi respeitado
23:32pela capacidade
23:33de construção
23:34diplomática
23:34e pela base
23:35científica.
23:38A diplomacia
23:38brasileira
23:39sempre foi
23:40muito respeitada
23:41nas COPES.
23:42O Brasil
23:43sempre foi
23:43muito respeitado,
23:45não só
23:45dentro do G77
23:46China,
23:47mas eu diria
23:48nas negociações
23:50mesmo.
23:52E eu ouvi
23:53muito
23:53vários países
23:55dizendo
23:55que o Brasil
23:57tinha um preparo
23:57muito grande
23:58e tinha uma
23:59capacidade
24:00de negociação
24:01muito concreta.
24:03A cientista
24:04explica
24:04porque o Acordo
24:05de Paris
24:05foi um marco,
24:07mas também
24:07um teste
24:08de realidade
24:08para o mundo.
24:10Eu vejo
24:11que a gente
24:12avançou muito.
24:13Se nós não
24:14tivéssemos
24:14tido,
24:15por exemplo,
24:15o Acordo
24:16de Paris,
24:17o balanço
24:19geral
24:19que foi feito
24:19em 2023,
24:22do que havia
24:22sido alcançado
24:24até aquele ponto,
24:26se isso não
24:26tivesse acontecido,
24:27nós estaríamos
24:28com mais ou menos
24:29uma projeção
24:30de estar
24:32numa trajetória
24:33de emissões
24:33que nos levaria
24:34a 4 graus
24:35Celsius
24:35de aumento
24:36da temperatura
24:37média global.
24:38Ou seja,
24:39hoje nós devemos
24:40estar,
24:41se pegar o agregado
24:42das contribuições
24:43que foram feitas
24:44de redução
24:45de emissões,
24:46hoje nós devemos
24:47estar por volta
24:47de 2,8.
24:48Não é o ideal,
24:50mas é melhor
24:51do que se nós
24:52não tivéssemos
24:52tido o Acordo
24:53de Paris.
24:54As MDCs
24:55são a base
24:56do Acordo
24:57de Paris,
24:58as contribuições
24:59que cada nação
24:59define para
25:00reduzir as emissões.
25:02Na teoria,
25:03elas representam
25:04um compromisso
25:05global
25:05com a redução.
25:07Na prática,
25:08poucos governos
25:09cumpriram
25:10o que prometeram.
25:11Cada,
25:12digamos,
25:13décimo de grau,
25:14se a temperatura
25:15sobe e se estabiliza
25:16em 1,6
25:17graus Celsius,
25:18acima dos níveis
25:20médios
25:21da pré-revolução
25:22industrial.
25:23Então é esse
25:23o horizonte
25:24de tempo
25:24que a gente está
25:25usando como
25:26comparação.
25:27E cada décimo
25:29a mais,
25:291,7
25:301,8,
25:30a gente vai se aproximando
25:31de 2 graus
25:32e as consequências
25:32são mais severas.
25:34O resultado
25:35é um planeta
25:35cada vez mais quente
25:37e uma corrida
25:38contra o tempo.
25:40Até agora,
25:4129 conferências
25:42climáticas
25:42já foram realizadas
25:44pela ONU.
25:45Entre conquistas
25:46e frustrações,
25:47na prática,
25:48poucos cumpriram.
25:49A ciência
25:50tem sido clara.
25:51Cada relatório
25:52do IPCC
25:53deste ano
25:54mostra que o planeta
25:55já aqueceu
25:56cerca de 1,3
25:58graus
25:58em 2025,
26:00em relação
26:00ao mesmo período
26:01pré-industrial.
26:03Mas o impacto
26:04não é uniforme.
26:06Em partes
26:06da Europa,
26:07da África
26:08e da Amazônia,
26:10as temperaturas
26:10já passam
26:11de 2 graus,
26:13como explica
26:13o climatologista
26:14José Marendo.
26:15Já tem estudios
26:16recientes nos Estados Unidos
26:17que mostram
26:18que na onda
26:20de calor
26:20de 2022
26:21na Europa
26:22morreram
26:22como 60 mil pessoas.
26:24Ou seja,
26:25não é o fato
26:25de que a pessoa
26:26cae na cidade
26:28no calor,
26:28pum,
26:29acabou,
26:29ou não.
26:30É um efeito
26:31que as pessoas
26:31ficaram doentes,
26:33ficaram com
26:34internação hospitalar,
26:35particularmente
26:36os idosos,
26:37crianças,
26:37pessoas com doenças,
26:38coração,
26:39respiratórias.
26:40Muitas vezes
26:41esse calor
26:42vai acompanhado
26:43de seca
26:46e aí você tem
26:47os incendios,
26:48que ven a fumanza
26:49que piora a situação.
26:51Então,
26:51eu tenho estudios
26:52que mostram
26:52realmente
26:53os impactos
26:54diretos na população.
26:55Ondas de calor,
26:57faz pouco,
26:58aparece um estudo
26:59de ondas de calor
26:59dizendo que
27:00é um inimigo silencioso
27:02que mata
27:03mais pessoas.
27:04E antes,
27:0520 anos atrás,
27:06se procurava
27:07o certidão
27:09de óbito,
27:10não aparecia
27:10onda de calor,
27:11aparecia doença
27:12respiratória,
27:13coração,
27:13masajosa,
27:14e já estão
27:14começando a aparecer.
27:16essas informações.
27:17Então,
27:18já com onda de calor
27:19podemos ter impacto
27:20direto na população,
27:22na saúde.
27:23E agora,
27:24a janela está se fechando.
27:26A COP30
27:27pede que os planos
27:28climáticos nacionais
27:29devem ser renovados
27:31e aprimorados
27:32a partir de 2025.
27:34Mais de 100 países
27:35deverão entregar
27:36suas novas NDCs
27:38e as prioridades
27:39são claras.
27:40Triplicar
27:41a capacidade
27:42de energia renovável,
27:43dobrar
27:44a eficiência energética
27:45restaurar ecossistemas
27:48e reduzir
27:49o metano.
27:51E para atingir
27:51a meta
27:52é preciso mudar
27:53a forma
27:53como produzimos,
27:55consumimos
27:55e financiamos
27:57energia.
27:58O Brasil
27:59tem uma das matrizes
28:00mais limpas
28:00do mundo.
28:01Mais de 80%
28:02da energia elétrica
28:03vem de fontes
28:04renováveis,
28:05mas continua aumentando
28:06as emissões
28:07pelo desmatamento,
28:08transporte,
28:09na indústria
28:10e na exploração
28:11de combustíveis fósseis.
28:13o desafio
28:14é crescer
28:15valorizando
28:16o que o meio ambiente
28:17tem a oferecer.
28:20Então,
28:21trazendo a natureza
28:22como o foco
28:23e sabendo
28:24que ela é
28:25até um terço
28:26das soluções,
28:27também entendo
28:28que vai ser
28:29um grande sucesso
28:30avançar nesse sentido.
28:31A importância
28:32de serem criadas
28:34ferramentas,
28:37mecanismos financeiros
28:38para que realmente
28:40essa lacuna
28:42entre o que se promete
28:43e o que se efetivamente
28:45faz aconteça,
28:47parte muito do princípio
28:48de que existam
28:49mecanismos
28:50que possam
28:51financiar
28:53o que a gente chama
28:54da transição energética
28:56e da contribuição
28:58que a natureza tem
28:59para mitigar
29:01e adaptar
29:02a mudança climática.
29:04O mundo já vive
29:06uma revolução energética.
29:08A energia solar
29:08é hoje
29:09a mais barata
29:10em 70%
29:11dos países.
29:12O custo
29:13da eólica
29:13despencou
29:1460%
29:16em uma década.
29:17E o hidrogênio verde
29:18surge
29:19como a fronteira
29:20tecnológica
29:21do século.
29:22O Brasil
29:22pode ser um dos
29:23grandes exportadores
29:24desse novo
29:25combustível limpo,
29:26aproveitando a capacidade
29:28renovável
29:29e a matriz híbrida.
29:32No Brasil,
29:32a transição
29:33depende de infraestrutura,
29:35capacitação
29:36e tecnologia nacional.
29:39Não é muito fácil
29:40para os países
29:41desenvolvidos,
29:42Patrícia,
29:43porque a energia
29:44é um grande
29:45gargalo
29:45e eles têm ali
29:47um lock-in
29:48da energia
29:49muito grande,
29:50ou seja,
29:50fazer toda uma
29:51substituição disso
29:53para energias
29:54renováveis,
29:55que é a meta
29:56que a gente
29:57tem
29:58e para 2030
30:00triplicar
30:02o volume
30:03de renováveis
30:04que a gente tem
30:04globalmente
30:05e dobrar
30:06a eficiência
30:07energética
30:07globalmente também,
30:10a gente vê
30:10que essas coisas
30:11estão avançando
30:12devagarinho.
30:14E em ritmo
30:15lento de investimentos,
30:16a transição
30:17energética
30:18deixa os impactos.
30:19A crise climática
30:20já gera
30:21perdas econômicas
30:22de centenas
30:23de bilhões
30:23de dólares
30:24por ano
30:24no mundo.
30:25No Brasil,
30:27tragédias
30:27como a do Rio Grande
30:28do Sul
30:28mostraram
30:29que a falta
30:30de adaptação
30:31pode custar
30:32décadas
30:33de desenvolvimento.
30:34Cada décimo
30:35de grau
30:36a mais
30:36é uma conta
30:37maior
30:38para o planeta,
30:39para a economia
30:40e para a vida.
30:41A prevenção
30:44é sempre
30:45melhor
30:45do que
30:46o enfrentamento
30:49da emergência.
30:50Se preparar,
30:51se antecipar,
30:51então ter redução
30:53de emissões
30:53por um lado,
30:54mas também estratégia
30:55de adaptação,
30:56avaliando riscos,
30:57então ter vendo
30:58quais são os riscos
30:58que a gente corre
31:00risco de mais enchentes,
31:01mais secas.
31:03o que é preciso fazer
31:05para reduzir
31:07a vulnerabilidade
31:08das nossas
31:09diferentes regiões,
31:10das diferentes
31:10cidades,
31:11da população
31:12brasileira.
31:13O Brasil é um dos poucos
31:14países do mundo
31:15com potencial
31:16para reduzir emissões
31:17e, ao mesmo tempo,
31:18gerar crescimento
31:19a partir da natureza.
31:21Mas o desmatamento
31:22ainda
31:23é o principal
31:24obstáculo.
31:25Nós precisamos
31:26dar uma grande
31:27escala
31:28para essa nova
31:29socio-economia
31:30de floresta em pé,
31:32acelerar muito
31:33a industrialização
31:34e, lógico,
31:36um grande desafio,
31:38combater
31:38o crime,
31:40o crime organizado.
31:42O crime organizado
31:43está atacando
31:44os biomas brasileiros
31:46há muitas e muitas
31:47décadas
31:47e, especialmente,
31:49na Amazônia,
31:51nós temos que zerar
31:53o desmatamento
31:54porque, senão,
31:55nós vamos passar
31:56do ponto de um retorno
31:57muito rapidamente.
31:59A cada hora,
32:00o Brasil perde
32:01o equivalente
32:02a 200 campos
32:03de futebol
32:04em floresta.
32:05São cerca
32:06de 9 mil
32:07quilômetros
32:07quadrados
32:08desmatados
32:09por ano
32:10na Amazônia,
32:11uma área maior
32:12que o estado
32:13de Sergipe.
32:15Essa destruição
32:16é o principal
32:17desafio
32:18para que o país
32:18cumpra
32:19as metas
32:20climáticas.
32:20mas não só
32:24a proteção
32:25da floresta,
32:26mas também
32:26a restauração
32:27daqueles ecossistemas
32:29que foram
32:29devastados
32:31em algum momento,
32:32porque isso também
32:32contribui para capturar
32:34o carbono
32:34de atmosfera.
32:36E, por fim,
32:37a gente sabe
32:37que existem
32:38alguns lugares,
32:39não só da Amazônia,
32:40mas de outros
32:41ecossistemas
32:42que são críticos,
32:43que é necessário
32:44fazer algum tipo
32:45de produção,
32:46seja agricultura,
32:48seja pecuária.
32:49E, nesse caso,
32:51outro papel
32:52que a natureza tem
32:52é no ingerir
32:54o uso sustentável,
32:56a partir de técnicas
32:57de agricultura
32:58de baixo carbono,
33:00da integração
33:02da agricultura,
33:03pecuária
33:03e floresta.
33:04Enfim,
33:05são formas
33:05que a gente faz
33:06para proteger,
33:07restaurar
33:08e gerir
33:09de forma sustentável
33:10o solo.
33:12Mas o clima
33:12está mudando
33:13mais rápido
33:13do que a política,
33:15do que os investimentos
33:16e da ação.
33:18A crise climática
33:19não é futura,
33:20é presente.
33:21Menos água,
33:22mais perda agrícola,
33:24mais doenças,
33:25mais desigualdade.
33:28Eu não sou muito
33:29otimista
33:29que a gente
33:31não ultrapasse
33:331.5.
33:35Mas eu sou otimista
33:36que talvez
33:37isso seja
33:38um choque
33:39de realidade,
33:40porque você vai
33:40começar a ter
33:41todos aqueles
33:42eventos extremos,
33:43muito frequentes,
33:44muito intensos,
33:45a gente já está
33:45sentindo na pele
33:46isso hoje.
33:47Segundo o Banco Mundial,
33:50cada dólar
33:51investido
33:51em prevenção
33:52evita até
33:537 dólares
33:54em perdas
33:55econômicas
33:56decorrentes
33:57de desastres
33:57climáticos.
33:59No Brasil,
34:00essa conta
34:00já chegou
34:01e é alta.
34:02Só a tragédia
34:03climática
34:04do Rio Grande do Sul
34:05em 2024
34:06gerou prejuízos
34:08estimados em
34:09mais de
34:0930 bilhões
34:10de reais
34:11entre infraestrutura,
34:13moradias
34:14e agricultura.
34:15especialistas
34:16calculam
34:17que com apenas
34:1810%
34:18desse valor
34:19teria sido possível
34:20evitar parte
34:21dos impactos
34:22com planos
34:23de adaptação,
34:24alerta
34:25e resiliência
34:26urbana.
34:27As imagens
34:28da destruição
34:29no sul do país
34:30revelam
34:31uma verdade
34:31incômoda.
34:32A conta
34:33da omissão
34:34é paga
34:35pelas pessoas.
34:37A crise
34:38climática
34:39é um custo
34:39presente
34:40e cada década
34:41de atraso
34:42significa
34:43mais vidas
34:43perdidas,
34:44mais desigualdade
34:46e um futuro
34:47mais caro
34:48para todos.
35:00A ciência
35:01já apontou
35:02o limite,
35:03mas também
35:03mostra os caminhos.
35:05A Amazônia
35:06é um laboratório
35:07vivo
35:07de tecnologias
35:08naturais,
35:09capta carbono,
35:10regula o clima
35:11e gera chuva
35:12para todo o continente.
35:14O mundo
35:15começa a enxergar
35:16o valor econômico
35:17de manter
35:17a Amazônia
35:18em pé.
35:19Existem formas
35:20de que a natureza
35:21seja entendida
35:23como um
35:24ativo,
35:25um elemento
35:26que contribui
35:27tanto para
35:28a biodiversidade
35:29quanto para
35:30o clima.
35:31E isso se dá
35:32através não só
35:33do crédito de carbono,
35:35mas do pagamento
35:35de qualquer tipo
35:36de serviço
35:37ecossistêmico,
35:38ou seja,
35:39como que a gente
35:39remunera aquele
35:41ator que está
35:42de alguma forma
35:43contribuindo,
35:44seja protegendo,
35:46seja restaurando
35:47ou seja manejando
35:48de forma sustentável
35:49a natureza.
35:51Esse é o princípio
35:52da bioeconomia,
35:53um conceito
35:54que vem ganhando
35:55força dentro
35:56e fora do Brasil.
35:57Segundo estudos
35:58do Banco Mundial,
35:59a Amazônia
36:00pode gerar
36:00até 300 bilhões
36:02de dólares por ano
36:03com produtos
36:04florestais,
36:05pesca sustentável,
36:07turismo
36:07e pesquisa
36:09em biotecnologia
36:10sem derrubar
36:11uma árvore.
36:14E o Brasil
36:15tem metas ambiciosas
36:16para colocar
36:17esse mecanismo
36:18em prática,
36:19reduzindo emissões
36:20e zerando
36:21o desmatamento.
36:23Em relação
36:24à questão
36:24dos combustíveis
36:26fósseis,
36:28nós sabemos
36:29que a raiz
36:30do problema,
36:32o principal problema
36:33das emissões
36:34de CO2
36:34que levam
36:35o aumento
36:36da temperatura
36:37da terra
36:38é o uso
36:40de carvão,
36:40de petróleo
36:41e gás,
36:43desmatamento
36:44e outros gases
36:46que são poluentes,
36:47mas a gente vai
36:48por esses
36:50que são
36:50o fúculo
36:52das emissões
36:53de CO2.
36:55Desmatamento
36:56representa
36:56algo em torno
36:57de 10%
36:58das emissões
36:59globais,
37:0075%
37:02vem de emissão
37:03de carvão,
37:04petróleo
37:05e gás.
37:06Em Dubai
37:06ficou muito claro
37:07de que é preciso
37:08fazer a transição
37:09para longe
37:10e eu costumo dizer
37:12que é para o fim
37:12do uso
37:13de combustível
37:14fóssil
37:15e de desmatamento.
37:16O Brasil
37:17tem uma vantagem,
37:19nós somos
37:19o único país
37:21do mundo
37:21que já tem
37:22uma meta
37:24de zerar
37:25seu desmatamento
37:26até 2030
37:28e com resultados
37:30que têm sido
37:31altamente relevantes
37:32e um compromisso
37:34de zerar
37:35as emissões
37:36de CO2
37:37até 2050.
37:39A COP30
37:40pode fazer
37:41da Amazônia
37:42um exemplo
37:42de implementação
37:43real
37:44das metas climáticas.
37:45O sucesso
37:46desse processo
37:47dependerá
37:47de uma nova visão,
37:49capaz de conciliar
37:50política,
37:51ciência
37:52e povos
37:52da floresta
37:53no mesmo projeto.
37:56A gente pensa
37:56em floresta
37:57no desmatamento,
37:58mas no momento
37:59que você
37:59diminui o desmatamento
38:00que você incentiva
38:02a restauração
38:03das florestas,
38:04de novo,
38:05captura de CO2,
38:06ou seja,
38:07a floresta
38:07é um elemento
38:08extremamente positivo
38:09para o combate
38:11à mudança do clima.
38:12Então eu acho
38:12que a gente vai mudar
38:13muito a percepção
38:14das pessoas
38:14sobre o papel
38:16de cada setor
38:17na questão
38:18do clima.
38:19Mas enquanto o Brasil
38:21busca unir o mundo
38:22em torno do clima,
38:23outras potências
38:24retrocedem.
38:25O negacionismo
38:26volta ao debate global,
38:28impulsionado
38:29por lideranças
38:30que rejeitam
38:31a ciência
38:32e colocam em risco
38:33décadas
38:34de avanços climáticos.
38:36Em 2017,
38:38os Estados Unidos
38:38deixaram o Acordo
38:39de Paris
38:40sob o governo
38:41de Donald Trump.
38:42O planeta assistiu
38:43ao retrocesso
38:44da maior economia
38:46do mundo
38:46e também
38:47o maior
38:48poluidor histórico.
38:50Em 2021,
38:52sob Joe Biden,
38:53os Estados Unidos
38:54voltaram ao acordo.
38:56Mas em 2025,
38:57com o retorno
38:58de Trump,
38:58o país americano
38:59saiu de novo.
39:01O negacionismo
39:02volta ao discurso
39:03político,
39:04reacendendo o confronto
39:05entre ciência
39:06e retórica.
39:08E um dos principais
39:09porta-vozes
39:10desse movimento
39:11é novamente
39:12Donald Trump.
39:15É o maior golpe
39:16já praticado
39:17contra o mundo,
39:18na minha opinião.
39:19As mudanças climáticas,
39:20não importa o que aconteça,
39:22você está envolvido nelas.
39:24Não é mais
39:24aquecimento global
39:25nem resfriamento global.
39:28Todas essas previsões
39:29feitas pela ONU
39:30e por muitos outros,
39:31frequentemente
39:32por maus motivos,
39:34estavam erradas.
39:36No mesmo palco,
39:38na Assembleia Geral
39:39da ONU,
39:40Lula rebateu
39:41o negacionismo
39:41com dados
39:42e alertas,
39:43um contraponto direto
39:45à retórica americana.
39:46Que o autoritarismo,
39:49a degradação ambiental
39:51e a desigualdade
39:52não são inexoráveis.
39:55Que os únicos derrotados
39:56são os que cruzam
39:57os braços resignados.
40:00Que podemos vencer
40:01os falsos profetas
40:03de oligarcas
40:04que exploram o medo
40:05e monetizam o ódio.
40:08E que o amanhã
40:09é feito de escolhas diárias
40:11e é preciso coragem
40:12de agir
40:13para transformá-lo.
40:14No futuro
40:16que o Brasil vislumbra,
40:17não há espaço
40:18para a reedição
40:20de rivalidades ideológicas
40:22ou esfera de influência.
40:24A confrontação
40:25é inevitável.
40:28Precisamos de lideranças
40:29com clareza de visão
40:30que entendam
40:31que a ordem internacional
40:32não é um jogo
40:34de soma zero.
40:35Democracia
40:36é ela que mantém
40:38a transição viva
40:39mesmo quando líderes
40:41negam a crise climática.
40:43Estamos trabalhando
40:44para que haja
40:47uma presença
40:48desses países
40:49na agenda de clima.
40:50Tanto é
40:51que as prefeituras,
40:54os governos subnacionais,
40:57como no caso
40:58o próprio governador
41:00da Califórnia
41:01com quem assinei
41:02um acordo de cooperação
41:03agora durante
41:05a ida para Nova York,
41:07a margem
41:08da Assembleia Geral
41:09das Nações Unidas,
41:11e também
41:12o próprio prefeito
41:14de Buenos Aires
41:15que estará presente
41:16na agenda de ação
41:17mostrando
41:18de que ainda
41:19que tenha
41:19uma orientação central
41:22contra o clima,
41:24as pessoas,
41:25o bom senso,
41:26a ética
41:27e a ciência
41:27não foram sepultados
41:29nesses países
41:30e que as pessoas
41:32continuam
41:33orientadas
41:35tanto empresários
41:36quanto governos
41:37para a agenda
41:39de enfrentamento
41:40da mudança do clima.
41:41Claro que com
41:42uma maior dificuldade,
41:44mas isso não significa
41:45um apagão
41:46da presença
41:47desses países
41:48de governos
41:49negacionistas.
41:50Enquanto a Casa Branca
41:52retrocede,
41:53prefeitos e governadores
41:54mantêm ações locais
41:56por lei,
41:57competitividade
41:58e interesse econômico.
42:00já houve
42:01uma gestão
42:02Trump anterior
42:02em que
42:04também
42:06os Estados Unidos
42:07saíram do Acordo
42:08de Paris
42:08e a agenda
42:10continuou avançando.
42:12Eu posso dizer,
42:13por exemplo,
42:14usar o exemplo
42:15de estados
42:16governados,
42:17governadores republicanos,
42:18mesmo o partido
42:19do presidente Trump,
42:21são estados
42:22como Texas,
42:23por exemplo,
42:23onde existe
42:25um desenvolvimento
42:26importante
42:27da indústria
42:28de energias renováveis.
42:30Então,
42:30tem benefícios econômicos
42:32que estão ocorrendo
42:33apesar de retrocessos
42:35na agenda política.
42:37E esses benefícios
42:37econômicos
42:38dos agentes econômicos
42:39desses estados,
42:40eles não vão reverter
42:41os seus investimentos
42:42porque eles estão
42:42ganhando dinheiro
42:43e tendo retorno
42:44com isso.
42:45O avanço
42:46das energias limpas
42:47nos Estados Unidos
42:49mostra que o mercado
42:50segue um rumo próprio,
42:52mesmo quando a política
42:53caminha na direção oposta.
42:55A economia
42:56de baixo carbono
42:57já move governos
42:58estaduais,
42:59empresas e investidores.
43:00E a lógica é clara,
43:02quem ficar parado
43:03perde.
43:05A China usa a transição
43:06como estratégia
43:07de liderança global.
43:09O sucesso
43:10das metas climáticas
43:11não depende apenas
43:12de vontade política
43:14e de projetos,
43:15depende principalmente
43:16de financiamento.
43:18Desde a criação
43:19da Convenção do Clima
43:20em 1992,
43:22uma questão permanece,
43:24quem paga a conta.
43:26Nas COPES,
43:27a divisão é clara,
43:28entre os países ricos
43:29responsáveis pela maior
43:30parte das emissões históricas
43:32e as nações
43:33em desenvolvimento,
43:35que precisam de recursos
43:37para se adaptar.
43:38Existe toda uma discussão
43:40sobre reforma do sistema
43:42financeiro internacional
43:44que vai além do papel
43:47das instituições multilaterais.
43:50Grandes bancos,
43:51com eles,
43:51acabam também
43:52tendo o papel
43:54de financiamento mais
43:55da economia,
43:56da chamada economia limpa,
43:57do que da economia
43:58que gera emissões.
43:59Após décadas de promessas,
44:04o desafio agora
44:05é sair do discurso
44:06e colocar o dinheiro
44:08na mesa.
44:09O sucesso da COP30
44:10depende de um novo
44:12compromisso global
44:13de financiamento,
44:14capaz de viabilizar
44:15a transição climática
44:17nos países
44:17mais vulneráveis.
44:19É nesse contexto
44:19que o Brasil
44:20tenta liderar
44:21o caminho entre
44:22Baku e Belém.
44:23essas agendas
44:25precisam ser conectadas.
44:27Existe um esforço
44:28do Brasil
44:28na produção
44:30daquele mapa
44:31do caminho
44:32entre Baku,
44:33da COP29
44:33e Belém,
44:34para vislumbrar
44:37como é possível
44:38sair de uma meta
44:39de 300 bilhões
44:40de dólares
44:40de financiamento
44:41climático global
44:42a partir do ano que vem
44:44para chegar em 2035
44:46com pelo menos
44:471,3 trilhão de dólares.
44:50Então acho que
44:50esses são desafios
44:52que vão além
44:53do que vai ser discutido
44:56dentro das salas
44:58de negociação.
44:59Então é essa conexão
45:00maior.
45:01Colocar a agenda
45:03de clima
45:03como um pilar
45:05estratégico
45:06da agenda
45:06global
45:08de desenvolvimento
45:10nesse prazo
45:12daqui até 2050
45:14e mais adiante
45:16depois até 2050.
45:19No Brasil,
45:20o governo tenta
45:21mudar esse cenário.
45:22Reativou o Fundo
45:23Amazônia
45:23que já movimentou
45:243,5 bilhões
45:26de reais
45:26em projetos
45:27de conservação
45:28e desenvolvimento
45:29sustentável.
45:30Criou dois novos
45:31instrumentos
45:32para levar
45:33a COP30.
45:34O Fundo das Florestas
45:35Tropicais
45:36para Sempre
45:36e o Unidos
45:37por Nossas Florestas.
45:39O Fundo Floresta
45:41Tropicais
45:41que é um mecanismo
45:43global inovador
45:44e previsível
45:45de recursos
45:46que serão enviados
45:51para países
45:51que têm floresta tropical
45:54e que fizeram
45:55o seu dever de casa
45:56na proteção
45:57dessas florestas
45:57de forma a financiar
45:59políticas públicas
46:00que vão efetivamente
46:01não só manter
46:02as florestas em pé
46:03mas também financiar
46:05o papel dos polos indígenas
46:07e comunidades tradicionais
46:08em proteger
46:11as florestas
46:11mas também
46:12restaurar
46:13aqueles ecossistemas
46:14que são importantes
46:15e que prestam
46:16serviços da natureza
46:17para o nosso
46:18bem viver.
46:20E é nesse contexto
46:21que o futuro do clima
46:23também passa
46:24pelo campo.
46:25O agronegócio brasileiro
46:26é um dos pilares
46:27da economia
46:28e também um dos setores
46:29mais impactados
46:30pelas mudanças climáticas.
46:32O ex-ministro
46:33e coordenador
46:33do Centro de Agronegócio
46:35da Fundação Getúlio Vargas
46:36Roberto Rodrigues
46:38será o porta-voz
46:39do setor
46:39durante a COP30.
46:41Na linha
46:42de toda a sensibilidade
46:43na linha
46:44de inteligência artificial
46:45na linha
46:46de 40 milhões de hectares
46:47de batalho degradado
46:48tem todo
46:50um universo
46:51de questões
46:52a ser resolvido
46:54com tecnologia
46:56e ciência
46:56na direção
46:58da produção
46:59sustentável.
47:00O ex-ministro
47:01defende
47:01que o agro-brasileiro
47:02precisa ser parte
47:04da solução climática.
47:06Para ele
47:06o futuro
47:07da agricultura
47:08sustentável
47:08está no cinturão
47:10tropical
47:10e o Brasil
47:11é o país
47:12que mais avançou
47:13nesse modelo.
47:16Para ele
47:17diante
47:18um clima
47:18instável
47:19e crises
47:19geopolíticas
47:20o Brasil
47:21passa a ser visto
47:22como um ator
47:23estratégico
47:24na segurança
47:24alimentar mundial.
47:26Um país
47:26que pode liderar
47:28a transição
47:28para uma agricultura
47:30de baixo carbono
47:31desde que transforme
47:32os avanços científicos
47:34em política
47:35de Estado.
47:36O agronegócio
47:37é uma das forças
47:38que movem
47:38o Brasil.
47:39Representa
47:40cerca de 30%
47:41do PIB,
47:42gera um terço
47:43dos empregos formais
47:44e é responsável
47:45por mais de 40%
47:47das exportações
47:48brasileiras.
47:49E ao mesmo tempo
47:50é um dos setores
47:50mais impactados
47:51pelo aquecimento
47:52global.
47:53Depende da chuva,
47:55do solo
47:55e do equilíbrio
47:56dos ecossistemas.
47:58As enchentes
47:59no sul
47:59e as secas
48:00no norte
48:00mostraram
48:01o tamanho
48:02da vulnerabilidade
48:03do agronegócio.
48:05Cada grau
48:06a mais
48:06do planeta
48:07significa
48:07perda
48:08de produtividade,
48:10escassez
48:10de água
48:11e aumento
48:12no preço
48:13dos alimentos.
48:14Segundo a FAO,
48:15mais de 735 milhões
48:18de pessoas
48:18no mundo
48:19já enfrentam
48:20insegurança alimentar
48:21grave,
48:22um número
48:22que voltou
48:23a crescer
48:24com os extremos
48:25climáticos.
48:27Onde o agueira?
48:27O agueira
48:29não tem paz.
48:31Necessidade política
48:31e social
48:32é um pai.
48:32Então,
48:33alimentar o mundo
48:34é um tema central
48:35para a obtenção
48:37do país mundial.
48:39Hoje,
48:39cerca de 80%
48:40da produção
48:41agrícola brasileira
48:42acontece em áreas
48:44já abertas.
48:45Recuperar pastagens
48:46degradadas
48:47e investir
48:48em tecnologias
48:49de baixo carbono
48:50poderia aumentar
48:51a produção
48:51em até 40%
48:53sem novo
48:54desmatamento.
48:56Segundo a Embrapa,
48:57o Programa de
48:57Agricultura
48:58de Baixo Carbono
48:59já evitou
48:59a emissão
49:00de mais de 200 milhões
49:01de toneladas
49:02de CO2
49:03desde 2010.
49:05Mas a escala
49:05ainda é pequena
49:06diante do tamanho
49:07do desafio.
49:09A segurança alimentar
49:10global
49:10depende de um agro
49:11sustentável,
49:12capaz de produzir
49:14mais
49:14com menos impacto.
49:16O agro do futuro
49:17precisa ser eficiente,
49:19inclusivo
49:20e regenerativo.
49:21O Brasil tem tecnologia,
49:26terra e conhecimento
49:28para produzir
49:28de forma limpa,
49:30garantindo o abastecimento
49:31mundial
49:31e a proteção
49:33das suas florestas.
49:34Uma missão
49:35desse setor
49:36que pode se tornar
49:36a chave
49:37na construção
49:38de uma economia verde
49:40e na luta global
49:41contra a fome.
49:43Enquanto o agro
49:44brasileiro busca
49:44produzir com menos impacto,
49:46os povos indígenas
49:47mostram há séculos
49:49que é possível
49:50viver da floresta
49:51sem destruí-la.
49:53Suas terras
49:53são hoje
49:54as áreas
49:54mais preservadas
49:55do Brasil,
49:56onde o desmatamento
49:57é praticamente nulo.
49:59São eles
50:00os verdadeiros
50:01guardiões
50:02da Amazônia.
50:07Apenas 5%
50:09da população mundial
50:10vive em terras indígenas,
50:12mas elas abrigam
50:13mais de 80%
50:15da biodiversidade
50:16do planeta.
50:17No Brasil,
50:18são 723 terras indígenas
50:21que ocupam
50:21cerca de 13%
50:23do território nacional,
50:25concentradas
50:25principalmente
50:26na Amazônia.
50:28Esses territórios
50:29funcionam
50:30como uma barreira
50:31contra o desmatamento
50:32e a degradação.
50:35Os indígenas
50:36cientistas,
50:37principalmente
50:38eram as mulheres
50:38as cientistas indígenas,
50:40domesticaram
50:41centenas de espécies
50:43açaí,
50:44cacau,
50:44cupuaçu,
50:45muriti,
50:46castanha,
50:48e então
50:49mandioca,
50:50os incas,
50:51até as batatas,
50:53e tudo isso
50:55mantém sempre
50:56a floresta.
50:57Então,
50:58o potencial
50:59da socioeconomia,
51:00que a gente chama
51:01de socioeconomia
51:02de floresta
51:02é muito grande.
51:05A voz dos povos indígenas
51:07é essencial
51:08neste debate.
51:10O advogado
51:10Makuxi,
51:12Ivo Cipe Aureliano,
51:13do Conselho Indígena
51:14de Roraima,
51:15defende os direitos
51:16territoriais ambientais
51:17na Amazônia.
51:19Sua visão é clara,
51:20as terras indígenas
51:21não são apenas
51:22um direito,
51:24são a base
51:24da conservação
51:25e do equilíbrio
51:27climático do Brasil.
51:28Cerca de 13%
51:29do território nacional
51:30é terra indígena.
51:32Então,
51:32na Amazônia,
51:32nós temos uma boa parte
51:34da Amazônia
51:35demarcada
51:35com terras indígenas,
51:37inclusive,
51:38a maior parte
51:38da Amazônia
51:39hoje está preservada
51:40por causa
51:41das terras indígenas.
51:42A gente precisa
51:43reconhecer,
51:44de fato,
51:44a importância
51:45da contribuição
51:46dos povos indígenas
51:47para a manutenção
51:47da floresta em pé.
51:50A luta pelos direitos
51:51territoriais
51:52é também
51:52uma luta climática.
51:54Não é a primeira vez
51:55que indígenas
51:56participam de uma
51:57conferência do clima.
51:58Mas a COP30
51:59terá a maior
52:00participação indígena
52:02da história.
52:03Povos originários
52:04não se limitarão
52:05a eventos paralelos.
52:07Eles terão espaço
52:08garantido
52:08nas discussões
52:09e mesas
52:11de negociação.
52:12Então,
52:13essa COP,
52:13a gente espera
52:14que,
52:15de fato,
52:15o governo
52:15possa garantir
52:16a participação
52:17dos representantes
52:19indígenas
52:20nas discussões
52:21que têm
52:23por objetivo
52:24garantir,
52:24de fato,
52:25o reconhecimento
52:26das terras
52:28indígenas
52:29e esse protagonismo
52:30dos povos indígenas.
52:32E quem sempre
52:32protegeu a floresta
52:34já sente os efeitos
52:35do aquecimento global.
52:37Os povos indígenas
52:38são quem mais senta,
52:39inclusive,
52:39as mudanças climáticas,
52:41por exemplo,
52:41com o aquecimento
52:42dos rios,
52:43desaparecimento de espécie,
52:45a floresta
52:46cercando cada vez mais.
52:48A própria forma
52:49de produção de alimentos
52:50tem mudado muito.
52:51Então,
52:51os impactos
52:51são diretos
52:52e sentidos
52:53pelos povos indígenas.
52:54Pela primeira vez,
52:56haverá um pavilhão
52:57permanente
52:57dos povos
52:58da floresta,
52:59indígenas,
53:00ribeirinhos
53:00e quilombolas,
53:02dentro da conferência.
53:04Então,
53:04inicialmente,
53:05é dar a voz
53:06e garantir
53:07os seus direitos.
53:08Acho que isso
53:09é o básico
53:10que a gente precisa fazer
53:10quando se refere
53:11a apoiar
53:14e fomentar
53:15a agenda
53:16dos povos indígenas
53:17e comunidades tradicionais.
53:18E o outro elemento
53:19é fazer com que
53:20os recursos financeiros
53:21que estão estabelecidos
53:22para reduzir
53:23o impacto climático,
53:25o impacto negativo,
53:26eles cheguem
53:27diretamente
53:27aos povos indígenas.
53:29Mas reconhecer
53:30não é suficiente.
53:31É preciso
53:32passar do discurso
53:33à ação,
53:34com participação,
53:35poder de decisão
53:36e recursos diretos
53:38para quem
53:39preserva a floresta.
53:41Associação educativa,
53:43a educação ambiental,
53:44o papel que os povos indígenas
53:45têm,
53:46não só como parte
53:47dessa riqueza cultural
53:47que o Brasil tem,
53:49mas como parte
53:50da sociedade
53:50e a contribuição
53:51por meio
53:52da sua forma
53:53de viver,
53:53seus territórios,
53:54como parte
53:55da riqueza
53:56do país.
53:58O mundo pede
53:59resultados
54:00e a resposta
54:01pode vir
54:01de quem sempre
54:02soube viver
54:03em equilíbrio
54:04com a floresta.
54:06A COP30
54:07é a conferência
54:08que promete
54:08fazer história,
54:10não apenas
54:10pelos acordos,
54:12mas pela capacidade
54:13de conectar
54:14a floresta
54:14com o mundo.
54:17Nenhuma cidade
54:17do mundo
54:18reuniu
54:18tantas dimensões
54:19climáticas
54:20no mesmo território.
54:22Pela primeira vez,
54:23a ciência
54:23terá espaço
54:24fixo
54:25dentro da
54:25buzone.
54:26O conhecimento
54:27vai orientar
54:28decisões políticas
54:30numa conferência
54:31onde não há mais
54:32espaço
54:32para negacionismo.
54:35Durante muitos anos,
54:37as discussões
54:38de mudança
54:38do clima,
54:39pessoas achavam
54:40que era uma questão
54:40de meio ambiente,
54:41que era uma questão
54:42secundária.
54:44Na verdade,
54:45a mudança
54:45do clima
54:45está afetando
54:46a economia
54:47de todos os países
54:48e, portanto,
54:49abre a possibilidade
54:51de mudanças
54:52nas diversas
54:53economias
54:54que podem ser
54:55extremamente
54:55favoráveis
54:56para o crescimento,
54:57para a criação
54:58de emprego
54:59e outras vantagens.
55:01A participação
55:02de pesquisadores
55:03na Blue Zone
55:04é um marco.
55:05Significa trazer
55:06evidências
55:06para o centro
55:07do poder
55:08e transformar
55:09dados
55:09em decisões.
55:11Ciência
55:12e política
55:12finalmente sentadas
55:14na mesma mesa.
55:16A conferência
55:18vai debater
55:18como financiar
55:19infraestrutura
55:20resiliente
55:21e proteger
55:22as populações
55:23mais vulneráveis.
55:25A ciência
55:25não fala mais
55:26em futuro,
55:27fala em sobrevivência.
55:28O mundo cobra
55:29agora
55:30o que foi prometido.
55:33Belém será
55:33o ponto de inflexão,
55:35é a cópia
55:36da implementação
55:37e só depois
55:38pode ser chamada
55:39de cópia da verdade,
55:41de onde a floresta
55:42fala
55:42e o mundo
55:43precisa ouvir.
55:45Aqui a ciência
55:45e a esperança
55:46vão dividir
55:47o mesmo palco.
55:48O desafio agora
55:49é converter promessas
55:51em resultados
55:52e transformar
55:53o simbolismo
55:54de Belém
55:55em ação global.
55:56O verdadeiro legado
55:58não está
55:58nas estruturas,
56:00está nas ideias
56:01e vontade
56:02de implementá-las.
56:05A COP30
56:05é um laboratório
56:06de soluções
56:07de como vamos
56:08produzir,
56:09consumir
56:10e nos adaptar
56:11num planeta
56:12mais quente.
56:13e a adaptação
56:14segundo a ciência
56:15é tão urgente
56:16quanto reduzir
56:16emissões.
56:18O desafio
56:18é global,
56:19mas a mensagem
56:20vem da floresta.
56:22A COP30
56:22precisa responder
56:23uma única
56:24e difícil
56:25pergunta.
56:27Se o financiamento
56:28vai, enfim,
56:29acompanhar
56:30a urgência
56:31do planeta.
56:34O documento
56:36Jovem Pan
56:36fica por aqui.
56:37Uma ótima noite
56:38para você
56:39e até mais!
56:40A opinião
57:02dos nossos comentaristas
57:04não reflete
57:05necessariamente
57:05a opinião
57:06do Grupo
57:07Jovem Pan
57:07de Comunicação.
57:08Realização
57:13Jovem Pan
57:14Jovem Pan
57:16Jovem Pan
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