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O jornalista Pedro Bial revelou o drama de sua mãe, Susanne Bial (que morreu aos 101 anos), e como a família considerou o "suicídio assistido" devido ao seu sofrimento e perda de propósito na vida. O relato expõe o tabu da eutanásia no Brasil e a ausência de legislação. O Morning Show debate o dilema moral, filosófico e existencial sobre o direito de um indivíduo decidir o fim da sua vida com dignidade.


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Transcrição
00:00Vamos virar a página aqui completamente e partir para um assunto que eu faço questão aqui de dar todo o destaque que merece, pessoal.
00:07Até porque o jornalista, titã da comunicação brasileira, meu amigo Pedro Bial,
00:12revelou que a família dele chegou a considerar o suicídio assistido para sua mãe, a Suzane Bial, que morreu há alguns meses atrás.
00:21Mano Ferreira, conta pra gente que história é essa aí.
00:24Marinho, a mãe do Bial morreu aos 101 anos, né?
00:27E, segundo ele, ela mesma chegou a conversar com os seus familiares sobre a possibilidade de recorrer à eutanásia, né?
00:37O chamado suicídio assistido ou a morte com dignidade, né?
00:42E junto com o aborto, talvez seja um dos maiores debates morais da nossa era, né?
00:49Exato. E, segundo ele, né? Ela vivia num sofrimento que já deixava de ver sentido na própria existência.
01:00É porque ela tinha uma vida ativa, ela lia, ela era muito ativa e aí ela perdeu realmente a razão de viver, né?
01:06Acho que até a Dani pode trazer o contexto sobre quando a gente realmente chega nas limitações, na velhice,
01:11e não consegue lidar com tantas adversidades e aí realmente a vida perde completamente o sentido.
01:16Não são todos não, tá? Mas eu, pelo menos, já ouvi vários idosos que chegam num momento e falam assim,
01:20ah, no dia que eu ficar tetraplégico ou mudo ou...
01:23Ah, ou me adianta.
01:23Me adianta, resolve mesmo.
01:25Lembra o...
01:25Não quero viver assim não, ninguém merece.
01:26O poeta Antônio Cícero, né? Acabou fazendo isso também.
01:30Gente, é um tabu.
01:31Falar de vida, falar de morte e mais dessa pressuposta autorização.
01:35Quem autoriza a pessoa a morrer?
01:37Quem autoriza ela a viver, né?
01:40A gente tem no inconsciente coletivo aí uma questão muito forte, que é quem autoriza,
01:45quem dá a vida, quem tira.
01:46Nós temos referências, inclusive, em grandes espaços ideológicos, filosóficos e espirituais.
01:54Então, quando se trata de morte, existe aí, às vezes, uma pequenez de pensamento.
02:00Agora, o Marinho fez uma colocação muito legal que é assim, gente, existe aí no aborto
02:04ali na própria eutanásia, ou no assistido, que são procedimentos distintos, mas muito
02:09parecidos, que é a questão da moralidade em relação a isso.
02:14Então, quando...
02:15A única certeza nesse debate é que nunca vai ter unanimidade.
02:18E quando o Deite fala assim, Dan, o que você pode atribuir nessa informação?
02:24Gente, a escolha de quem está vivendo e como está vivendo, se ela já está em morte
02:30enquanto vive.
02:32Isso é algo, é um convite.
02:34Nós não estamos aqui fazendo nenhum tipo de apologia, mas eu acho importante que essa
02:38escuta qualitativa, ela perdure ao longo da vida desse indivíduo, para que ele também
02:43entenda e ressignifique, inclusive, os seus desfechos.
02:47Porque há quem se acredita que não se tira a vida, não se escolhe isso, não se auto-autoriza.
02:52Porém, como essa pessoa vai dignamente encerrar esse ciclo, que é de direito dela, também
02:59é algo a ser entendido, compreendido.
03:02Por isso, a palavra que Bial traz é modernização como proposta de leitura.
03:09E aí, dado ao indivíduo esse direito, talvez, de ressignificar seus desfechos.
03:14Às vezes, existe uma coisa egóica, familiar, entre os afetos, que é, eu quero permanecer,
03:21eu quero a durabilidade desse indivíduo aqui, independente de como ele esteja.
03:26Aí, a gente acabou de ver uma situação de alguém batalhando absurdamente por sua existência,
03:30numa antifragilidade que é assim, passe mais rápido por isso, muito mais do que resiliência,
03:36e alguém dizendo, não quero mais estar aqui na condição em que eu estou.
03:40Isso não significa pulsão de morte, significa ausência de pulsão de vida.
03:45São coisas diferentes.
03:47E, de novo, aquele debate que nunca vai ter unanimidade, dimensão filosófica, moral, espiritual,
03:53pouquíssimos países, de fato, legalizam.
03:55A Suíça é a meca da eutanásia, né?
03:57Exatamente, o Uruguai também.
03:59Uruguai, Colômbia, aqui no nosso hemisfério, Uruguai e Colômbia, mas com regulamentação pesada.
04:03A Holanda, talvez, foi o primeiro a tomar iniciativa lá na Europa.
04:06E com restrições e, assim, diferentes proporções.
04:11Levando em consideração a questão cultural.
04:14Canadá legalizou, em 2016, os Estados Unidos só alguns estados, todos eles, no caso,
04:19todos não, quase todos eles democratas, mas, de qualquer forma, está aí, enfim.
04:25Mas eu lembro de ter mandado uma mensagem para o nosso glorioso Pedro Bial,
04:28que é um cara que, enfim, pelo menos eu falo por mim,
04:31acho que está acima de qualquer suspeita, baita comunicador, pessoa generosa,
04:35e tem uma curiosidade intelectual, uma humildade intelectual,
04:39mesmo sendo um dos maiores intelectuais da comunicação brasileira.
04:41E essa relação, né, Marcos?
04:43É uma pessoa diferenciada.
04:44E essa relação dele com ela.
04:46Sim.
04:46O que tem de ciclo geracional, o que tem de herança filosófica,
04:50existencial nele, o nível de empatia para além da figura de um filho.
04:55Quando você movimenta termos tabus, você tem que ter em você um ímpeto muito maior
05:01do que a sua própria condição.
05:02E aí ele visita isso e olha aquela mãe que já não tem mais essa condição.
05:07Então isso precisa ser levado em consideração.
05:10Eu acho...
05:11E 4 de julho desse ano, 4 de julho desse ano,
05:14que a Suzane Biel, 101 anos, baita data também, está, enfim, está lindo.
05:19Passou de 100, realmente já está para posteridade como uma das grandes, não é isso?
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