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Pesquisa Engaja SA 2025 mostra queda de 47% para 36% no engajamento de profissionais negros, maior retração entre grupos étnico-raciais. Gabriela Augusto, diretora da Transcendemos, analisou os impactos na produtividade, inovação e custos para as empresas brasileiras.

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Transcrição
00:00Voltamos ao vivo e nesse dia da consciência negra nós falamos agora sobre números que retratam uma redução preocupante no ambiente corporativo.
00:08Estou falando da pesquisa Engaja S.A. que olhou para o cenário do mercado de trabalho brasileiro e verificou que o índice de engajamento dos profissionais pretos caiu de 47% para 36% em 2025,
00:21o que representa a maior retração entre todos os grupos étnico-raciais.
00:26E eu vou ter uma conversa agora ao vivo, estou acompanhada na bancada.
00:30Sobre esses números, eu recebo aqui ao vivo a Gabriela Augusto, que é diretora da Transcendemos, uma consultoria referência em inclusão e diversidade.
00:38Gabriela, bem-vinda, prazer te receber aqui nesse feriado, nesse dia tão importante.
00:43Gabriela, essa pesquisa chamada Engaja S.A. 2025, ela mostra essa queda preocupante no engajamento de profissionais negros, que atingiu o menor nível em três anos.
00:52O que esses números revelam, na sua leitura, sobre o ambiente organizacional das empresas brasileiras hoje?
01:00Bom, em primeiro lugar, a gente pode dizer que engajamento é um indicador de desigualdade e não de esforço individual.
01:10A gente está falando de algo aqui que não está relacionado com a falta de vontade de profissionais negros.
01:17A gente precisa entender mecanismos mais complexos que estão relacionados com o racismo que existe na nossa sociedade.
01:24Quando a gente fala de engajamento, do que a gente está falando na prática?
01:28A gente está falando de colaboradores que estão mais inclinados a trazer boas ideias no seu dia a dia de trabalho.
01:35Colaboradores que se veem trabalhando na mesma empresa durante mais tempo.
01:40A gente vê esse indicador de engajamento relacionado à produtividade também desses colaboradores.
01:50E a gente poderia dizer também que essa falta de engajamento, ela representa um custo muito grande para as organizações.
01:58Porque em primeiro lugar, a gente está falando de turnover.
02:00Então, se essas pessoas não estão se sentindo conectadas com aquele negócio,
02:05elas vão estar muito mais inclinadas a deixar a posição daquela empresa.
02:09E aquela empresa vai gastar muito mais dinheiro treinando um novo colaborador.
02:13Também, em segundo plano, falando ainda de custos, a gente poderia dizer que isso também diminui a inovação dessas empresas.
02:22Na medida em que essas pessoas, esses colaboradores, estão menos inclinados a trazer boas ideias no seu dia a dia de trabalho.
02:30E também, em resumo, uma pessoa que está menos feliz ali com o seu dia a dia, ela vai produzir menos.
02:36Então, a gente está falando basicamente de um ciclo de custos, um ciclo de malefícios.
02:43E, Gabriela, tem ainda o custo da reputação da empresa, né?
02:45Esse é um pouco mais intangível, né? Mas nem tanto assim.
02:49Não, sem dúvida.
02:50Sem dúvida.
02:51A gente precisa lembrar que uma empresa inclusiva é uma empresa que também influência decisões de compra de consumidores, de maneira geral.
03:01As pessoas hoje, elas querem se conectar com organizações que estão mais alinhadas com seus valores.
03:07Que hoje estão mais ligados à igualdade de gênero, à igualdade racial, ao respeito, de maneira geral.
03:14Tem uma outra informação que eu acho interessante, que é uma comparação, né?
03:18Que mostra a diferença entre brancos e pretos nessa questão do engajamento nas empresas, né?
03:24E essa diferença se mantém em todas as dimensões do índice, né, Gabriela?
03:27Então, quando a gente fala de confiança na liderança, quando se fala em reconhecimento, quando se fala em remuneração,
03:34e especificamente sobre remuneração e benefícios, eu pensei aqui o dado, né, de que somente 40% dos profissionais pretos se dizem satisfeitos.
03:44E quando essa pergunta foi feita para os profissionais brancos, esse índice chegou a 44%.
03:50O que está acontecendo ou o que não está acontecendo dentro das empresas que ainda sustentam essa desigualdade,
03:56mesmo depois de tantos anos, né, Gabriela, de programas e discursos sobre a importância da diversidade?
04:03Bom, quando a gente vai analisar os mecanismos que estão por trás desses números,
04:08a gente precisa lembrar que grande parte dos profissionais negros no Brasil sofrem racismo no seu dia a dia de trabalho.
04:16De acordo com uma pesquisa da Cantar Insights, 60% dos colaboradores negros sofreu ou passou por alguma situação discriminatória em 2024.
04:25Também é fato...
04:26Dentro da empresa?
04:27Exato, no seu dia a dia de trabalho.
04:29Agora, também há outros indicadores, como por exemplo a diferença salarial entre profissionais negros e profissionais brancos.
04:39De acordo com o IBGE, na PNAD Contínua de 2023, um colaborador negro, ele ganha 58% de um salário médio de um colaborador branco.
04:50Ou seja, para cada um real ganho por um colaborador branco, um colaborador negro ganha só 58 centavos.
04:56Então, se a gente olhar para todas essas barreiras, a gente ainda vai ter como resultado uma dificuldade de ascensão desses profissionais negros.
05:07De acordo com um estudo publicado pelo Instituto Etos, só 5% das posições em conselhos de administração, que são o maior nível hierárquico em uma empresa hoje,
05:18só 5,9% dessas cadeiras de conselhos são ocupadas por profissionais negros.
05:23Isso em um país com 56% de pessoas negras.
05:27De fato, não está proporcional, né?
05:28Exato. Se a gente olhar para posições de diretoria, esse número também flutua em torno de 14%.
05:3514% das posições de diretoria hoje no Brasil, nas maiores empresas, são ocupadas por profissionais negros.
05:42Então, a gente está falando de todo um ciclo de exclusões que tem como resultado esse desengajamento.
05:48Gabriel, e aí a falta dessa pessoa ali na liderança, como inspiração, mas também como alguém que olha e entende todos esses desafios,
05:58todo o pacote que está envolvido ali, né?
06:01Tudo isso torna as coisas muito mais difíceis, né?
06:04Exato. Isso tem um impacto profundo na cultura.
06:07Na medida em que a gente não tem representatividade nessas posições de liderança,
06:12esses colaboradores negros, eles não se veem representados e não veem perspectivas para essa ascensão profissional.
06:22E isso também causa esse desengajamento.
06:25Olhando um pouco mais para a liderança, então, além da ausência das pessoas negras ali,
06:30essa pesquisa mostra que 43% dos profissionais pretos confiam nos seus líderes, né?
06:35Apenas 43%.
06:37E o que falta para você, para que executivos, para que gestores construam, sabe, vínculos mais consistentes mesmo e empáticos, né?
06:48Exato. Nós precisamos que as empresas investam mais nesse tema.
06:52Investam recursos em ações de educação corporativa, ações de cultura,
06:57para sensibilizar essas lideranças e esses colaboradores de maneira geral que inclusão não é um favor.
07:04Inclusão não é uma caridade.
07:05A gente está falando de algo aqui que gera valor para as pessoas negras que estão sendo incluídas,
07:11para os times que recebem essas pessoas, na medida em que há mais produtividade, há mais criatividade.
07:17Isso gera valor para as empresas de maneira geral, na medida em que na última linha do Excel,
07:22isso também gera mais lucro, gera mais retorno.
07:25E se a gente for falar basicamente da coisa certa a fazer,
07:28na medida em que essas discussões ganham espaço no mundo corporativo,
07:31isso também traz um benefício para a sociedade de maneira geral.
07:34Então, não é favor, não é caridade, é estratégia de negócio, inclusive.
07:39E por que, então, isso não é colocado assim em prática, como prioridade?
07:43Bom, muitas lideranças empresariais não entenderam que inclusão é um ativo estratégico.
07:50Por isso, eu fico muito feliz que nós temos esse espaço hoje para ressaltar essa mensagem.
07:55A gente está falando de algo capaz de criar um ciclo virtuoso, porque uma pessoa que ela se sente livre para ser quem ela é,
08:04que ela sente que a sua identidade é valorizada, essa pessoa vai trabalhar com um sorriso no rosto.
08:10E se ela vai trabalhar com um sorriso no rosto, ela também vai atender um cliente com um sorriso no rosto.
08:14Ela também vai trazer boas ideias.
08:16Isso, no final das contas, traz mais retorno financeiro para essas empresas.
08:19É sobre isso, né, esse engajamento que a gente trouxe aqui como destaque dessa pesquisa.
08:23E eu quero agradecer a Gabriela Augusto, diretora da Transcendemos, pela conversa ao vivo nesse Dia da Consciência Negra.
08:29Muito obrigada, ótimo trabalho para você pela frente.
08:31Agradeço o convite.
08:32Boa noite.
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