- há 2 dias
- #meiodiaembrasilia
Meio-Dia em Brasília entrevista o presidente nacional da Missão e líder do MBL, Renan Santos.
Também nesta edição, o cineasta Josias Teófilo fala sobre Tremembé, Netflix e seu novo filme "O Brasil como Ideia"
Meio-Dia em Brasília traz as principais notícias e análises da política nacional direto de Brasília.
Com apresentação de José Inácio Pilar e Wilson Lima, o programa aborda os temas mais quentes do cenário político e econômico do Brasil.
Com um olhar atento sobre política, notícias e economia, mantém o público bem informado.
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NotíciasTranscrição
00:00Antagonista
00:30Antagonista
00:59Antagonista
00:59Olá, boa tarde. Sejam todos muito bem-vindos.
01:02Hoje é quinta-feira, 20 de novembro de 2025.
01:05Eu sou o Guilherme Resc e esse é o Meio Dia em Brasília,
01:07um programa do portal O Antagonista, exibido também na TV BMC.
01:13O resumo do meio do dia para você ficar por dentro de tudo o que acontece no país.
01:20Vamos começar o programa falando sobre o Missão,
01:23partido do MBL cuja criação foi oficializada por unanimidade pelo TSE no início de novembro.
01:28E para falar sobre as pretensões políticas da legenda, estamos com o Renan Santos,
01:32líder do MBL e presidente nacional do Missão.
01:35Renan, boa tarde.
01:36Na semana passada, a Quest testou pela primeira vez seu nome na disputa presidencial.
01:41Em um possível cenário de segundo turno contra Lula, você apareceu com 25% das intenções de voto,
01:46enquanto o petista teve 42%.
01:48Por outro lado, 74% dos entrevistados disseram que não o conheciam.
01:53Ficar conhecido será sua maior dificuldade na campanha presidência de 2026?
01:58Boa tarde a todos, obrigado pela oportunidade.
02:01De fato, eu sou hoje o candidato com o menor conhecimento de todos.
02:05Isso também implica que eu tenha a menor rejeição.
02:08Eu ainda fico surpreso porque, de acordo com a pesquisa, eu tenho 25% de conhecimento.
02:13Isso dá mais ou menos 50 milhões de brasileiros.
02:16E me espanta um pouco porque eu não imagino que eu seja conhecido já por 50 milhões de brasileiros.
02:19Então, acho que há um espaço muito grande para crescimento.
02:22Mesmo os que dizem que me conhecem, eu fumo, essas pesquisas, infelizmente, tem isso.
02:27Até com medo de se passar por ignorante, o pessoal fala que conhece, mas não conhece.
02:31Então, há um espaço enorme para essa mensagem chegar.
02:34E eu estou muito animado com isso.
02:36Estou muito animado com a ideia de competitividade que a gente está criando,
02:38especialmente que a gente já está buscando um público.
02:40Hoje, que é um homem jovem, com uma boa formação nos centros urbanos,
02:44que é um público formador de opinião.
02:46É um público que tem capacidade de radiação.
02:48Wilson Lima, boa tarde.
02:52Boa tarde, Guilherme.
02:53Boa tarde, Renan.
02:54Mas, principalmente, boa tarde para você, meu amigo, minha amiga de um antagonista,
02:58que, inclusive, está com a gente no feriado de 20 de novembro,
03:02o Dia da Consciência Negra.
03:03Renan, eu quero pegar um pouco do Missão,
03:06porque teve um tweet teu.
03:09Antigamente era Twitter.
03:10Na minha época, era Twitter.
03:12Mas, agora, mudou para X, então, agora, virou tweet.
03:14Quando você comentou aquela treta envolvendo o Carlos Bolsonaro,
03:21a candidatura dele para Santa Catarina,
03:25eu queria fazer uma correlação,
03:26como é que vai ser a sua relação com os filiados do Missão.
03:29Por que eu estou fazendo essa provocação?
03:33Porque, no teu tweet, você falou um pouco nessa linha.
03:37Você até defendeu, de certa forma, o posicionamento da família Bolsonaro
03:43em relação à Ana Carolina Campagnolo,
03:47que tem se rebelado contra a candidatura do Carlos Bolsonaro,
03:50um pouco naquela linha.
03:50Olha, vocês se elegeram a partir do bolsonarismo,
03:55então, vocês não têm como reclamar dessa postura do ex-presidente Jair Bolsonaro.
03:59Ou seja, sigam o líder.
04:02Se eu não interpretei errado, foi algo nessa linha.
04:05Como é que vai ser a relação do Missão com os seus filiados, Renan?
04:09Vai ser um pouco nessa linha?
04:10Ou seja, sigam o líder, independentemente da visão que esse líder tenha de política?
04:16Isso não pode criar também um certo sentimento de que o camarada,
04:20quando entrar na Missão, ele vai ter que dizer amém para todo mundo,
04:23e eu estou falando para a cúpula do partido, Renan?
04:26Pergunta muito boa, porque é importante fazer essa diferenciação.
04:29O amém que o filiado, especialmente o político eleito, tem que dar,
04:33é o Livro Amarelo, que é o programa do partido que está disposto no próprio estatuto.
04:37O nosso programa é o Livro Amarelo.
04:39Agora, com relação à crise de Santa Catarina que envolve o bolsonarismo
04:42e a relação disso com a minha declaração, ela é simples.
04:46Eu considero extremamente cínico da parte dos bolsonistas rebeldes
04:49se repenarem só agora, em 2025, com o Bolsonaro acamado,
04:53com o bolsonarismo em crise, buscar, por questões de cargo, essa independência.
04:59Toda vez que críticas foram feitas ao Bolsonaro,
05:01seja por lideranças políticas, movimentos como o caso do MBR,
05:04ou jornalistas que estavam mais ao campo da direita,
05:06todo mundo foi cancelado, inclusive por essas pessoas que se rebelam agora.
05:10Então, a rebelião deles não é uma rebelião sobre programa,
05:12ou sobre tese, é sobre cargo.
05:14E aí entra o ponto.
05:15Cargo ele só tem por conta do Bolsonaro.
05:18E aí a provocação que eu estou fazendo é o seguinte.
05:20É, agora vocês se rebelam?
05:21Não, não, não, não.
05:22Vocês disseram para todo mundo, uns anos atrás,
05:24que se rebelar contra o Bolsonaro é trair a direita, é virar comunista.
05:28Então, agora vocês, né, fiquem aí com o Bolsonaro,
05:31aturem o Carlos Bolsonaro, porque vocês que ativaram esse discurso.
05:34Conosco, na missão, não funciona nesses termos,
05:36porque a gente tem um programa claro,
05:37as lideranças, elas crescem dentro da estrutura.
05:40Isso no MBR, historicamente, também.
05:42Através da sua defesa enfática e óbvia no programa,
05:46e fazendo isso, você se legitima.
05:47O carguismo, por exemplo, que tem um culto à personalidade do fulano,
05:51isso não vai funcionar conosco.
05:52Porque já não funcionou, inclusive, quando havia na direita o Bolsonaro.
05:55Renan, a propósito, deixa eu aproveitar ainda,
05:59peguei assim, desculpa, Guilherme, ter te atravessado,
06:01porque esse é um tema interessantíssimo,
06:03porque tem um detalhe, aí eu vou falar sobre real politics,
06:07sobre a política real e sobre o dilema dos partidos.
06:11Eu venho acompanhando esse processo nos últimos, enfim,
06:13eu sou repórter de política há aproximadamente 15 anos,
06:15então, ou seja, essa cara aqui não entrega,
06:17mas até hoje já estou por um bom tempo na estrada.
06:21E o que se percebeu nos últimos anos
06:23em relação à relação do filiado com o seu partido político?
06:26O partido político acabou virando um cartório.
06:29Porque, enfim,
06:31ou pela aprovação de várias leis no Congresso Nacional,
06:33que tiraram um pouco o poder dos dirigentes partidários.
06:37Hoje, só o PSD ainda consegue manter ali
06:40os seus filiados na linha,
06:43mas de um jeito bem Gilberto Cassabt ser,
06:45ou seja, eu entendo cada particularidade do meu filiado
06:49para não perdê-lo, é o jeito dele.
06:52Mas, enfim, o ponto que eu queria chegar, Renan,
06:54é o seguinte, como é que o Missão vai tentar,
06:58porque uma coisa é você construir o partido,
06:59outra coisa é você crescer com o partido.
07:02E eu já estou pensando no terceiro passo,
07:04como manter, como segurar esse filiado,
07:07e como evitar que o Missão não seja utilizado
07:09como mero cartório,
07:11para um camarada que queira uma candidatura para frente,
07:13a vereador, deputado federal, deputado estadual.
07:15Porque é isso que tem acontecido com os partidos.
07:16Os presidentes de partidos, hoje,
07:19eles têm cada vez menos poder,
07:21porque eles não conseguem influenciar no Congresso,
07:23não conseguem influenciar na pauta das suas legendas,
07:26o camarada vota do jeito que ele quer.
07:28Como é que o Missão vai tentar...
07:29Eu sei que isso é um problema que, com certeza,
07:31já te afligiu, com certeza você já deve ter pensado nisso.
07:34Qual é a solução?
07:35Como é que o Missão vai conseguir sair
07:37desse embrólio que hoje...
07:40Desse problema que hoje virou,
07:41essa salada partidária,
07:43que hoje, como eu falei no início,
07:44o partido hoje praticamente já virou cartório.
07:48Em nome da precisão,
07:50você está falando...
07:50Quando você menciona afiliados,
07:51você está falando, em geral,
07:52candidatos e políticos eleitos.
07:54Exato.
07:56Certo.
07:56Porque, assim,
07:57a relação com o filiado nosso
07:58é a relação de militância.
07:59Eu vou falar afiliado.
08:00As pessoas que se afiliam
08:01e querem participar da construção do partido
08:03é, no que você tem como base,
08:06a ideia de militância.
08:06Você vai defender ideias,
08:08você vai defender causas
08:10e sua construção interna se dará nesse sentido.
08:13Agora, sobre um político.
08:15Já no MBL,
08:16a gente pode pegar o histórico do MBL,
08:17a gente não dá espaço
08:19para um político concluir sua carreira
08:20defendendo coisas outras
08:21que não a nossa agenda.
08:23Então, assim,
08:24se o cara começou,
08:24olha, eu sou aqui da missão em Pernambuco,
08:27mas aqui em Pernambuco
08:28a gente quer ficar perto do João Campos.
08:30Cara, você não sabe da missão.
08:31E nós vamos repelir a pessoa muito rápido.
08:33Eu sei que isso é um perigo,
08:35porque eu recebi,
08:36não só eu,
08:37mas como outras lideranças nossas,
08:39milhares de e-mails
08:40e mensagens do Instagram
08:41pedindo para assumir a presidência
08:43dos nossos diretórios ao redor do Brasil.
08:45Diretórios que nem sequer existem.
08:46Porque as pessoas já têm
08:47dentro da cultura política delas
08:48a ideia de que o partido
08:50é como se fosse uma franquia
08:52que você pega
08:52e aí você faz o que você quiser
08:54nesse lugar,
08:54que é a ideia do cartório
08:55que você mencionou.
08:55E isso é uma ideia errada.
08:58As pessoas têm que saber
08:58qual a sua filiação ao programa,
08:59você conhece o nosso programa,
09:01você conhece a nossa forma
09:01de fazer política,
09:02você conhece a nossa forma de agir.
09:04E essas pessoas estão vindo aos milhares,
09:05não sabem disso e nem querem.
09:07Então o caráter do partido
09:08é com caráter formativo
09:10e aí entra o desafio.
09:11Mesmo formando as pessoas,
09:13mesmo tendo academia de formação,
09:14treinamento,
09:15haverá as pessoas que vão se seduzir
09:16pelas delícias da política.
09:18A gente teve que expulsar agora,
09:19essa semana,
09:20o nosso vereador em Salvador,
09:21uma pessoa que elege.
09:22A duras penas elegeu o vereador lá,
09:24uma luta enorme da nossa militância,
09:25porque ele começou a se seduzir,
09:27vamos dizer,
09:28pelas delícias da adesão ao governo
09:31e todas as outras coisas
09:32que vêm junto no processo,
09:34a gente teve que ir atirá-lo.
09:36Dói muito,
09:36você cortou um pedaço do seu braço,
09:38mas eu prefiro cortar o braço
09:40do que morrer.
09:42O partido morre
09:43se eu começar a aceitar
09:44esse tipo de coisa.
09:45Esse tipo de coisa se dá
09:46em dois caminhos.
09:47Um é o caminho ideológico,
09:48que é a traição ideológica por si,
09:50e outro é a traição ética.
09:52O cara começa a se envolver.
09:54Então a gente vai ser muito duro com isso.
09:56E, de fato,
09:57nós não vamos permitir
09:58carreirismo político independente
10:00e com a linguagem própria
10:02na nossa missão.
10:03A missão segue um caminho só.
10:06Renan, ideologicamente,
10:08o que diferencia o Missão
10:09de outros partidos que já existem?
10:10Por exemplo, o Novo,
10:12trazendo ali a questão
10:13do liberalismo econômico.
10:14Quais são as diferenças
10:15do Missão em relação
10:16a esses outros partidos?
10:17De fato, assim,
10:20se você for imaginar
10:21onde estão os políticos
10:22de direita no Brasil?
10:23Eles estão no PL,
10:25no Novo,
10:26e um tiquinho no União Brasil,
10:27que é o do PP.
10:30Nenhum desses partidos
10:31tem um programa,
10:31mesmo o Novo.
10:32O Novo, historicamente,
10:33havia aquela ideia
10:34de que o Novo
10:34era um partido liberal.
10:35Não, o Novo foi
10:36um partido liberal.
10:37Hoje, o Novo é
10:37um partido bolsonarista.
10:39A causa do Novo
10:40principal é a anistia.
10:41Porque é a causa
10:42que você usa
10:43para obter militância
10:44bolsonarista a seu favor.
10:45É isso o plano do Novo.
10:47A missão,
10:48não, a missão tem
10:48um caminho próprio.
10:49A missão está falando
10:50em reformas políticas
10:51de cunho liberal
10:52em muitos termos, sim,
10:53mas ela está falando
10:54em utilizar também
10:55reformas econômicas
10:56para alterar a dinâmica
10:57política no interior
10:58do Nordeste, por exemplo,
10:59se acabar com ou diminuir
11:00o poder de pacto centrão,
11:02a votação no próprio PT.
11:03A gente está falando
11:03em declaração de guerra
11:04contra o crime organizado,
11:05a gente está falando
11:06em investimento
11:06em infraestrutura
11:06na área de desfavorização
11:08para obter os impactos
11:09socioculturais necessários
11:10para eliminar
11:11não só essa cultura
11:12ligada a crime organizado,
11:13mas também tornar
11:14essas pessoas mais eficazes.
11:15E a gente está apresentando
11:16propostas claras
11:18para a ideia do livro amarelo.
11:19Então, a gente vai se posicionar
11:21aqui como uma direita
11:22que faz um corte irracional.
11:23A velha direita liberal
11:24conservadora brasileira
11:25como a gente conhecia,
11:26ela está ultrapassada
11:27não só no Brasil,
11:28mas no mundo.
11:29A experiência do Bukele
11:30não é essa,
11:30a experiência do Milley
11:31não é essa,
11:32o próprio governo Trump
11:33está indo para um novo caminho
11:34e a gente também está
11:35indo para um novo caminho
11:36no Brasil.
11:38E é possível que o partido
11:39faça...
11:39Desculpa, Wilson,
11:40só mais uma pergunta.
11:41Sem problemas.
11:42Ah, sai, querido.
11:43Renan, é possível que o partido
11:44faça alianças com outros partidos
11:46para as eleições de 2026
11:47ou a ideia é que ele concorra
11:49ali de forma isolada,
11:50dispute as eleições
11:51de forma isolada?
11:52Eu estou propondo
11:53para o Tarcísio
11:54ser meu vice,
11:55vamos ver se ele topa,
11:56mas tirando isso
11:58não estamos com outras
11:59negociações ainda.
12:00Vamos ver se...
12:01Eu acho que ele seria
12:02um ótimo vice
12:02e um ótimo secretário
12:03no governo nosso,
12:04mas por enquanto
12:05nós temos outras
12:06negociações abertas.
12:08Certo.
12:09Wilson.
12:10Renan, eu vou...
12:11Eu vou fazer três perguntas.
12:13A estética de TV
12:15não me permite,
12:16mas eu vou emendar três
12:17porque são três...
12:18Uma é bem curtinha.
12:19Primeiro,
12:20uma questão de língua portuguesa
12:22rápida.
12:22É bom até para o nosso
12:24editor-chefe,
12:25o nosso Rodolfo Boas,
12:25já anotar.
12:26A concordância do emissão
12:27vai ser a missão
12:28ou missão?
12:29Ou o partido emissão?
12:31A missão.
12:31Primeira questão,
12:32vai ser a missão mesmo?
12:34É igual a rede de sustentabilidade,
12:35o pessoal fala,
12:36porque é o senso de missão,
12:38é mais do que um partido,
12:39é uma missão de vida.
12:40Então a gente está colocando
12:41missão no feminino.
12:43Ou seja,
12:43vamos ter que concordar
12:45a legenda missão
12:46e não o partido missão,
12:47ou seja...
12:48A gente é chato.
12:49Coleguinhas,
12:50já vamos anotando isso aí
12:51para as coberturas futuras.
12:54Segundo,
12:55abro do ano que vem,
12:56tem janela partidária,
12:59então o que vai ter
13:01de deputado,
13:03enfim,
13:04deputado estadual,
13:04deputado federal
13:05tentando migrar de partido.
13:08Me chamou muita atenção
13:09que você já falou agora há pouco
13:10que já tem gente interessada
13:11em diretório municipal,
13:13diretório estadual,
13:14já pensando provavelmente
13:15no ano que vem.
13:16Como é que o emissão
13:17vai lidar com essa questão
13:19da migração?
13:22De um camarada
13:23que já tem mandato,
13:24que tem interesse no partido,
13:26vai ser feita uma triagem?
13:27Como é que vai ser
13:27esse processo, Renan?
13:29Deputados federais
13:30não têm interesse
13:32em vir em geral
13:32porque eles já têm
13:33ótimas propostas,
13:34porque a dinâmica própria
13:35de incentivos da política brasileira
13:36faz com que os partidos
13:37botem muito dinheiro
13:37para deputado federal,
13:38que é isso que garante
13:39o fundo partidário eleitoral.
13:42Mas nós estamos vendo,
13:43vamos dizer,
13:43candidatos a Senado
13:44sem espaço
13:45e candidatos a governo
13:46sem espaço
13:46procurando a gente
13:47para conversar.
13:49Muito pouca gente
13:50realmente interessante,
13:52a maior parte
13:53de fato vem da gente
13:54como um espaço ali.
13:55que não nos interesse
13:57e eu acho que
13:58seria bastante ruim
14:00para a gente receber
14:00esse nome,
14:01mas alguns nomes
14:02interessantes
14:02que infelizmente
14:03não posso revelar agora,
14:04mas prometo que
14:05eu revelo primeiro
14:06o protagonista
14:06quando é tudo ok.
14:09E os não interessantes,
14:11Renan?
14:11Dá para falar
14:12quem já procurou
14:13missão?
14:14Quer dizer,
14:14a missão,
14:15melhor dizendo?
14:16Seria deselegante,
14:17agora eu sou um
14:18dirigente partidário,
14:19não mais um militante,
14:21eu tenho que ser
14:21elegante no trato.
14:22mas entraram em contato
14:24e muitas vezes
14:26não fez nenhum sentido,
14:27mas temos que manter
14:28alguma elegância agora.
14:29Alguma elegância,
14:30eu sou um sujeito
14:30deselegante,
14:31mas alguma elegância
14:31é necessária.
14:33É falando em elegância
14:35ou deselegância,
14:36como diria aquela
14:37apresentadora de televisão,
14:39se por um acaso,
14:40eu vou te fazer uma provocação
14:42que sei que o senhor
14:42gosta de provocação,
14:43Zé, não.
14:44Se por um acaso
14:45aparecer o Pablo Marçal,
14:47falar, olha,
14:47eu quero ser vice
14:48do Renan Santos,
14:49qual é a tua resposta?
14:50Cara, acho que você
14:53vai ter que correr
14:53outra maratona,
14:54vai ter que bater
14:55no barão com soco
14:56novamente,
14:57vai disputar a corrida
14:58com a Ayrton Senna,
14:59vai salvar o helicóptero,
15:01mas faz fazer tudo isso
15:02do que serviço
15:02em uma chapa nossa,
15:03viu?
15:04Aí não tem muita chance,
15:05vai ter que arrumar
15:06o mindset em outro lugar.
15:09Obviamente que eu estou
15:09fazendo essa pergunta
15:10por conta daquele
15:11embrólio do Pix
15:12de 500 mil reais,
15:13que o Pablo Marçal
15:14prometeu para o
15:15Kim Kataguiri,
15:16ficou aquela disputa
15:17de o que o Kataguiri
15:18cobrou, inclusive,
15:19aqui em um antagonista
15:20ao vivo no meio
15:21de Brasília,
15:22o Pablo Marçal,
15:23eu provoquei o Pablo Marçal,
15:24ele falou,
15:25não, mas aí
15:25tinha umas condicionantes,
15:27a missão não cumpriu
15:29as condicionantes,
15:30tem que lançar candidato,
15:31vencer uma eleição
15:32majoritária,
15:32aí sim que eu passo
15:34um Pix
15:34de 500 mil reais,
15:36então,
15:36afim,
15:36é só para contextualizar
15:37essa pergunta.
15:38A proposta,
15:39Renan,
15:39quer fazer um comentário
15:40sobre essa história
15:40do Pix do Kataguiri,
15:42desse calote do Pix?
15:43Não.
15:43Pois é,
15:45não se espera muito
15:46do Pablo Marçal,
15:47nunca esperamos,
15:48mas é importante
15:49que ele cumpra
15:49a palavra dele,
15:50afinal de contas
15:51ele está aí vendendo
15:51o curso prometendo
15:52que ele vai mudar
15:52a vida das pessoas,
15:53mudar o mindset geral,
15:55você vai ficar com
15:55o mindset vencedor,
15:56eu não sabia que o mindset
15:57era esse,
15:58se você vai fazer
15:59fortuna nesses modos,
16:00nesse método,
16:01eu fiquei mais curioso,
16:02é um modelo um pouco
16:04mais heterodoxo
16:05do nosso querido amigo
16:06Pablo Marçal,
16:08agora sim,
16:09espero que sim,
16:09até devolva o Pix
16:10se ele enviar,
16:11caso ele de fato
16:13desista da vida pública,
16:14porque o dano
16:15que ele gera
16:15é muito pobre
16:16que 500 mil reais,
16:17ele gera um dano
16:17ético nas pessoas,
16:19ele gera um dano
16:19no nosso campo político
16:20da direita,
16:21que é a ideia
16:21de que você tem
16:22que ter like
16:22a qualquer custo,
16:23que você vai transformar
16:24tudo isso num espetáculo,
16:25isso é ruim pra nós,
16:26é ruim pro Brasil,
16:27e isso tem que ser
16:28desincentivado,
16:30ele não é realmente,
16:31o sujeito realmente não dá.
16:34Renan,
16:35e existe uma preocupação
16:36da missão
16:36em superar
16:37a cláusula de desempenho,
16:39que vai ficar mais difícil
16:40nas eleições do ano que vem?
16:42Existe uma preocupação natural,
16:44mas isso como consequência
16:45do trabalho,
16:46os partidos políticos,
16:47vocês fazem cobertura,
16:48vocês sabem disso,
16:49os partidos médios
16:50e pequenos
16:51estão desesperados,
16:51eles estão vendendo a mãe
16:53pra passar a causa de barreira,
16:55nós não vamos vender a mãe
16:56pra passar a causa de barreira,
16:57na verdade,
16:57nós vamos fazer
16:58o melhor trabalho partível
16:59para expor as leis
17:00do partido no Brasil,
17:01e esperamos fazer
17:02uma bancada com isso,
17:03graças a Deus
17:04o movimento político
17:06que nós viemos,
17:07que é o MBL,
17:08nos ensinou
17:08a financiar
17:10nossa atividade política
17:11de maneira honesta,
17:12e o partido
17:12vai se financiar de maneira
17:13se não passa
17:14da classe de barreira,
17:15tudo bem,
17:16na próxima passa
17:17e a vida vai seguir,
17:18o que a gente não vai fazer,
17:19volta a colocar,
17:19é focar
17:20a atividade do partido
17:22nessa construção
17:23de chapas competitivas,
17:25porque dá,
17:26vai ter um monte de gente
17:27que está se oferecendo
17:28para ser candidato,
17:29mas é que custa
17:29transformar o partido,
17:31como o Wilson disse,
17:32num cartório comum,
17:34a transformação
17:34do partido
17:35num cartório
17:36é o que nos tornaria
17:36competitivos,
17:38mas nós não queremos
17:39fazer isso.
17:40Wilson Lima.
17:42Renan,
17:43e só para,
17:44da minha parte,
17:44só para encerrar,
17:45eu queria te fazer
17:46uma pergunta
17:46do ponto de vista
17:47prático,
17:48não é a primeira vez
17:49que a gente já conversa
17:50sobre o partido de missão,
17:52eu já conversei
17:52contigo mesmo
17:53aqui no meio dia,
17:54já conversei com o Kataguiri,
17:55e eu quero saber
17:57um pouco
17:57como é que está
17:58essa fase
17:59pós
18:00obtenção do registro
18:02lá no TSE,
18:04você falou muito
18:06da questão
18:07de que para colégio
18:08de assinatura
18:08foi feito um trabalho
18:09de tecnologia,
18:10de convencimento,
18:11foi um trabalho exaustivo
18:12durante um bom período,
18:14e agora,
18:15para captar
18:16os filiados,
18:17o partido tem
18:17essa busca ativa
18:18pela busca
18:19para captar
18:20esses filiados,
18:22como é que
18:23as pessoas
18:24que assinaram
18:25tiveram interesse
18:26de fato de,
18:27olha,
18:27ok,
18:27apoiei o partido,
18:28vou também me filiar,
18:30como é que é
18:31essa fase agora pós,
18:33conta um pouco
18:33para a gente
18:33dessa fase
18:34pós obtenção
18:35de registro
18:37e uma última provocação,
18:39como é que é a sensação
18:40de ser presidente
18:40de partido?
18:42Vou começar pelo final,
18:44eu fico lutando
18:45para não passar
18:46pelo processo
18:46que eu chamo
18:47de edinaldização,
18:48que é o que acontece
18:49com todo político brasileiro,
18:50que ele tende a virar
18:51o edinaldo,
18:51aquele que foi presidente
18:52da CBF,
18:52você começa a ficar
18:53inchado de sódio,
18:54porque é muita manguaça,
18:56de jeito de partida
18:57resolve tudo
18:57tomando cachaça,
18:59em festa e tal,
19:00e não é meu caso,
19:01vou tentar me manter,
19:02não fininho,
19:03que eu não sou exatamente
19:03magrinho,
19:04mas vou manter em forma
19:05e tal,
19:06então enquanto eu não estiver
19:07edinaldizado,
19:08vocês podem confiar
19:09que o trabalho ético
19:10aqui está sendo feito
19:11de maneira primorosa,
19:12também sempre digo
19:13que cuidado com políticos
19:15que expõem suas canelas,
19:16tá,
19:17aquelas calças
19:18que ficam saltadas ali,
19:20que o cara usa sem meia,
19:21cuidado,
19:21políticos assim
19:22estão ostentando muito dinheiro,
19:24já já estão naquele jatinho
19:25viajando lá
19:25com os amigos
19:26do Ciro Nogueira.
19:27agora,
19:28provocações à parte,
19:30a vida de dirigente partidário
19:32é um tanto quanto estranha,
19:34eu já sou uma liderança
19:35política no MBL
19:36há anos em todo,
19:38lidar com pessoas,
19:39só que
19:39os novos interessados,
19:41né,
19:42a se juntar a nós,
19:43eles são muito mais diretos,
19:44né,
19:45tem gente que chega assim,
19:45ó,
19:46eu vou assumir o seu diretório
19:47em Goiás,
19:48eu,
19:48quem disse?
19:49Não,
19:49eu estou com uma proposta,
19:50estou com um grupo,
19:52né,
19:52é estranho,
19:53eu estou tendo que me adaptar
19:54porque eu não posso ser grosseiro
19:55ou manter aquele espírito
19:57muito jovial
19:58no trato dessas coisas,
19:59né,
19:59eu vou ser elegante,
20:01mas eu vou ter que sair fora,
20:02né,
20:02então,
20:03equilibrar isso,
20:04fazer esse filtro
20:05é um pouco difícil.
20:06A pergunta inicial
20:07era sobre como
20:08regimentar as pessoas,
20:09né,
20:10de fato,
20:11muita gente que assinou
20:12entrou em contato conosco já,
20:13falou,
20:13assinei,
20:14agora eu quero ser filiado,
20:15e o que a gente está colocando
20:16é mais do que a filiação,
20:17porque a filiação
20:18vira só um número,
20:19um registro,
20:20um sistema,
20:21a filiação tem que se transformar
20:22em militância,
20:23em ativismo,
20:23se você tiver um grupo
20:24de ativismo na cidade,
20:26você está fazendo política
20:26na cidade,
20:28e você está alterando
20:29a dinâmica da cidade,
20:29mesmo sem,
20:30eventualmente,
20:30ter um mandatário,
20:31a beleza de ter um partido
20:32político é que você faz
20:33o ativismo,
20:34e depois você transforma
20:35isso em participação
20:36dentro dos parlamentos,
20:37depois em eleição
20:37para prefeito,
20:38e em urnas instâncias
20:39maiores para governador
20:40e para presidência.
20:41Esse seria o sonho
20:42do nosso trabalho,
20:43criar uma estrutura
20:44de militância
20:45e ativismo no partido
20:46que se transforme
20:47em candidaturas.
20:49Conversamos com Renan Santos,
20:50líder do MBL
20:51e presidente nacional
20:52da missão,
20:53Renan,
20:53muito obrigado
20:54e até a próxima.
20:56Muito obrigado.
20:57Vamos falar de cultura.
20:59Está conosco aqui
20:59para esta edição
21:00do Meio Dia em Brasília,
21:01o cineasta e colunista
21:02de Cruzoé,
21:04Josias Teófilo.
21:05Josias,
21:05boa tarde.
21:06Boa tarde.
21:07Está conosco também,
21:08Duda Teixeira.
21:09Boa tarde, Duda.
21:10Boa tarde, Resc.
21:11Josias,
21:12uma produção
21:13que está fazendo
21:14bastante sucesso agora
21:15é Treme em Pé,
21:16que traz ali encarcerados
21:17como Suzane von Stoffen
21:18e os irmãos Christian
21:20e Daniel Cravinhos.
21:22Você ia escrever
21:23sobre uma coluna
21:24para Cruzoé
21:24a respeito dessa série
21:25e acabou não escrevendo.
21:26Por quê?
21:27Eu tive grande dificuldade
21:29em elaborar
21:31o porquê que eu não gostei
21:32da série.
21:33Tem algumas coisas
21:33que eu não consegui,
21:36tive uma certa
21:36antipatia pessoal
21:38e, claro,
21:40eu tento ver
21:40uma certa objetividade
21:42para elaborar
21:42para a pessoa
21:43e eu não consegui realmente.
21:47Mas o fato é,
21:48o tema é muito relevante.
21:50Então,
21:51o fato de terem
21:53tanta gente presa ali,
21:55que são os casos
21:56mais célebres
21:57da história recente
21:59do Brasil,
22:00elas estão todas juntas,
22:01presas no mesmo ambiente,
22:03é uma coisa assim
22:04que realmente
22:05é uma ideia genial
22:05de se fazer uma série.
22:07Agora,
22:08o efeito final,
22:09eu tive certa dificuldade
22:11de gostar
22:11por causa da trilha sonora,
22:13por causa das escolhas
22:14estéticas,
22:16por causa dessa coisa
22:17de puxar mais
22:18para o lado identitário,
22:20de trazer essa questão
22:21do comportamento sexual
22:23muito exacerbado
22:25nesse aspecto assim.
22:27Então,
22:27mas a série está dividindo
22:29opiniões
22:30e ela, de fato,
22:31é muito relevante.
22:32Então,
22:33é a série mais vista
22:34da Amazon Prime
22:36no Brasil,
22:36que recentemente
22:37superou a Netflix
22:38em número de assinantes.
22:40Ou seja,
22:41é um acerto
22:42mais um acerto
22:43no Brasil
22:44que não é da Netflix.
22:46Então,
22:46e as atuações,
22:48eu acho que
22:48a coisa mais relevante
22:49da série
22:50são as atuações.
22:51Primeiro,
22:51da atriz,
22:54a Marina Rui Barbosa,
22:55que interpreta
22:55a Suzane von Richthofen,
22:57ficou perfeito.
22:58Realmente,
22:59aquela atuação ali
23:00é impecável.
23:01E a atuação,
23:02a atriz que faz também
23:04a personagem da...
23:05que, aliás,
23:06tem até um paralelo
23:07entre elas,
23:09a atriz que faz
23:11a Suzane von Richthofen
23:12e da Elize Matsunaga,
23:15elas competem ali
23:17na série
23:19e elas estão muito bem.
23:21Realmente,
23:21isso é um ponto positivo
23:24da série.
23:25E ela também...
23:27A série se beneficiou muito
23:28das polêmicas
23:29relacionadas
23:30aos personagens.
23:32Então,
23:32os personagens
23:33estão todos aí vivos,
23:34atuantes
23:34e até soltos,
23:36alguns deles.
23:37Então,
23:37eles comentaram a série.
23:39Por exemplo,
23:39o Christian Cravin
23:40não gostou
23:40de ter sido representado
23:42usando calcinha,
23:43com aquela coisa toda.
23:45Então,
23:45ele disse que foi
23:47uma coisa
23:48um pouco desagradável
23:49para ele
23:50e recentemente
23:51teve um acidente
23:52de moto e tal.
23:54Então,
23:54é tudo notícia
23:55que acaba traindo
23:56atenção para a série.
23:58Agora,
23:58outra coisa
23:58que eu não gostei
24:00foi a...
24:00o subtítulo,
24:01que todo mundo fala
24:02Tremembé,
24:04que deveria ter sido
24:05simplesmente esse título,
24:06mas é Tremembé,
24:07a prisão dos famosos.
24:08Só que não é prisão
24:09de famosos,
24:10é prisão de criminosos
24:12que ficaram famosos.
24:14Então,
24:14eu acho que esse título
24:15é um pouco inexato
24:16e contraproducente.
24:18Tá.
24:19Josias,
24:19você já aqui
24:21já criticou
24:22que muitos
24:24dos filmes brasileiros
24:25só falavam
24:26de ditadura militar,
24:27né?
24:28E agora a gente tem
24:28essa outra
24:29onda
24:31que é mais
24:32falar de crime,
24:33né?
24:34Como é que se explica
24:35essa explosão
24:37dos brasileiros
24:38querendo ver
24:40coisas de...
24:40Falando de
24:41true crime,
24:42né?
24:42De criminalidade.
24:43É,
24:44eu acho que,
24:44na verdade,
24:45eu questiono
24:46como é que isso demorou
24:47tanto para acontecer aqui.
24:48Porque isso é uma onda
24:49que já existe
24:50na televisão americana,
24:51no cinema americano,
24:52já há décadas.
24:53Então,
24:54grandes filmes
24:54foram feitos
24:55sobre esse tema.
24:56então,
24:57o David Fincher
24:58é um cineasta
24:58que só faz isso.
24:59Ele só faz filmes
25:00sobre serial killers,
25:02assassinos,
25:03etc.
25:03Ele se especializou
25:04nisso e fez
25:05uma bela carreira
25:06e os filmes
25:06são muito bons.
25:08No Brasil,
25:08a gente não tem
25:09coisa semelhante
25:10com essa
25:11em quantidade
25:12tão grande.
25:13Existem várias coisas,
25:14tem Pixote,
25:15de Hector Babenco,
25:18tem até Carandiru
25:19pode ser encaixado
25:20nesse aspecto,
25:21um dos grandes filmes
25:21já feitos no Brasil.
25:23Então,
25:24e também,
25:24tropa de elite,
25:25mas essa coisa
25:28especializada em true crime,
25:31ela demorou um pouco
25:32para acontecer,
25:33mas está vindo agora
25:34com tudo.
25:35E eu acho que tem
25:36tudo para acontecer sim,
25:37porque é uma coisa
25:38que ao mesmo tempo
25:39atrai a atenção
25:39da imprensa,
25:40porque o noticiário
25:42acaba dando atenção
25:43a essas séries
25:44por causa do próprio tema,
25:45que eles noticiaram aquilo.
25:47E também,
25:48o jornalismo,
25:49interessante,
25:49o jornalismo,
25:50ele é muito próximo
25:51dessas séries,
25:52porque o jornalismo
25:53cobre aquilo,
25:54dá fama aos assassinos,
25:56e também,
25:57as séries documentários
25:59acabam recorrendo
26:00à imagem documental,
26:02então,
26:02do próprio jornalismo.
26:04Então,
26:04as imagens documentários,
26:06para mim,
26:07a imagem de arquivo
26:08é a coisa mais linda
26:09do mundo.
26:10Eu já falei isso,
26:12já escrevi também
26:13nos artigos,
26:14porque,
26:15mas aí tem também
26:16o outro lado,
26:16que é,
26:17vira ficção também.
26:18e até a ficção
26:20que usa de imagem
26:21de arquivo.
26:23Então,
26:23tem esse outro lado.
26:25Agora,
26:25o grande problema
26:26do cinema brasileiro
26:27é uma certa dificuldade
26:28de sair
26:29do real.
26:31Então,
26:31o cinema brasileiro,
26:33ele tem,
26:34a gente não vê
26:34tantos filmes
26:35de ficção científica,
26:37de filmes imaginativos,
26:39filmes criativos.
26:41O cinema brasileiro
26:42é muito,
26:42por isso que dizem
26:43que o documentário
26:44é a grande coisa
26:45do cinema brasileiro.
26:46Eduardo Coutinho,
26:47um dos grandes
26:48cineastas documentaristas
26:50que existem no mundo,
26:51indubitavelmente.
26:52Você vê João Moreira Salles
26:53também.
26:54Então,
26:55no mundo,
26:57da sua geração.
26:59Então,
26:59o Brasil tem
27:00essa grande contribuição
27:01em relação ao documentário.
27:02E, para mim,
27:03a série da Globoplay,
27:05que é o que vale
27:06ao escrito
27:06sobre o jogo do bisco
27:08que foi feito
27:08pelo núcleo do Pedro Bial,
27:11essa série
27:11é uma das séries
27:12de documentários
27:13mais relevantes
27:14da nossa época.
27:15porque ali
27:17aquelas pessoas
27:18contaram...
27:20O que eles contaram,
27:21primeiro,
27:22não tem precedentes,
27:23deixa a história
27:24do poderoso chefão
27:25no chinelo.
27:27Entende?
27:27Segundo,
27:28que eles contaram
27:29tudo na tela
27:30tentando uns
27:31incriminarem os outros
27:33e aí terminou
27:33todo mundo
27:34incriminando todo mundo.
27:35Inclusive,
27:35alguns estão presos hoje
27:37ou estão foragidos.
27:39Então,
27:40e as anedotas,
27:42a história,
27:43assim,
27:43realmente,
27:44isso vai dar pano
27:44para a manga,
27:45assim,
27:45muita coisa vai ser feita,
27:47muita série de documentário,
27:48muita série de ficção
27:50e longa metade de ficção
27:52ainda vão ser feitas
27:53sobre isso,
27:54porque realmente a história...
27:55E não é à toa
27:55que é a série documentário,
27:57o documentário mais visto
27:59da história da Globoplay
28:00nos seus 10 anos.
28:02Eles até colocaram
28:03no YouTube
28:04o primeiro capítulo,
28:05gratuitamente,
28:05para quem quiser ver,
28:07porque eles sabem
28:08do potencial da história.
28:09e é mais um acerto
28:10do núcleo
28:11do Pedro Bial
28:12que fez a série
28:14João de Deus,
28:15também essa coisa de crime.
28:17Só que a série
28:18de Pedro Bial,
28:19eu já escrevi isso
28:20na Cruzoé,
28:20na minha coluna,
28:22sobre João de Deus
28:22é um fato
28:23sem precedentes também
28:25pelo seguinte,
28:27ela criou o fato
28:29pelo seguinte,
28:30Pedro Bial
28:31ia entrevistar,
28:32ele tem um núcleo
28:33dentro da Globo
28:34que é o conversa.doc.
28:35então ele ia entrevistar
28:37o João de Deus
28:37e na noite anterior
28:39ele desistiu
28:39porque ele não acreditava
28:41naquela história
28:42e não ia compactuar
28:43com aquilo.
28:44E ele disse,
28:44eu não vou,
28:44eu não acredito nisso,
28:45eu não vou.
28:46E ele ficou em casa,
28:47perdeu o voo.
28:49E aí por causa disso,
28:50as pessoas que estavam
28:51próximas a João de Deus
28:52e que sabiam dos crimes
28:55que ele cometia,
28:55ligaram para o núcleo dele
28:58e começaram a fazer
28:58as denúncias,
28:59eles começaram a apurar
29:00e aí virou a série
29:02do documentário
29:02que é a base das outras,
29:03agora já tem outras,
29:04e vão ser feitos
29:05filmes de ficção,
29:07muita coisa vai ser feita também.
29:09Então, outro tema,
29:10outra série relevante
29:11sobre essa questão de crime.
29:13Então, bom,
29:14mas isso tudo,
29:16o que precede isso tudo
29:17é um fato muito simples.
29:19Eu acho que o mal
29:20é o grande tema da arte.
29:22Então, você vê,
29:23isso está em Dostoiévski,
29:25isso está na literatura,
29:26isso está na ópera,
29:29isso está na história do cinema,
29:31então, pelo mesmo motivo
29:34pelo qual a gente,
29:35quando a gente vê um crime
29:36na rua,
29:37a gente vê,
29:37chega o trânsito,
29:38chega a causar um engarrafamento,
29:40porque todo mundo quer ver,
29:41todo mundo quer ver
29:42o que aconteceu.
29:44Então, esse é o mesmo,
29:45é o que está por trás
29:46da psicologia,
29:47todo mundo vai querer ver.
29:48Eu mesmo estava viciado
29:50na Netflix
29:50de ver a série
29:51Assassinos Indianos,
29:53uma série de true crime
29:55indiano.
29:56É uma coisa tão aleatória,
29:57mas é maravilhoso,
29:59é a coisa que você vê,
30:00assim,
30:01como o mal,
30:02a que ponto nós podemos chegar.
30:06Na verdade,
30:07eu acho que não é só isso também,
30:08tudo que é extremo
30:10no comportamento humano
30:11chama atenção,
30:12talvez você vê um santo também,
30:14vale a nossa atenção,
30:16os maiores amores,
30:17os maiores ódios,
30:18tudo que é extremado
30:20na vida humana,
30:21inclusive os criminosos,
30:22os maiores criminosos,
30:24eles causam interesse.
30:25Sim, a gente está cansado
30:27de ver todo dia igual,
30:29a nossa vida é muito enfadonha
30:31e muito monótona,
30:32e a gente busca na arte
30:34as coisas que saem
30:35desse lugar comum.
30:36Dá uma malidade,
30:37exatamente.
30:39Chocinha,
30:39apesar do sucesso
30:40de Tremembé,
30:41tem bastante gente
30:41que nas redes sociais
30:42critica produções como essa
30:43dizendo que seria
30:44exaltação de figuras negativas.
30:46Como você vê
30:47esse tipo de crítica?
30:48Porque traz ali criminosos,
30:49encarcerados,
30:50como nós falamos.
30:51Olha,
30:51a arte é muito especializada
30:54em glorificar criminoso,
30:56viu?
30:56Você vê Breaking Bad é o quê?
30:58A gente vai vendo,
31:00o cara começa a cometer
31:01um crime,
31:02então você tem uma empatia
31:04com a situação dele,
31:07e de repente ele começa
31:07a cometer mais crimes ainda,
31:09você ainda está do lado dele,
31:10você continua torcendo por ele,
31:12independente do que aconteça,
31:13por mais crimes terríveis
31:14que ele faça.
31:15Então,
31:16realmente,
31:18tem esse lado aí.
31:19e na verdade é o seguinte,
31:21nós artistas nunca dizemos isso,
31:24mas às vezes obras de arte
31:25têm uns efeitos muito nocivos.
31:27Tem gente que vê filme
31:29e sai por aí querendo matar
31:30e lê um livro,
31:33o assassino de...
31:35do Beatle, né?
31:39John Lennon.
31:40John Lennon.
31:41Ele lê um livro,
31:42enlouqueceu e foi matá-lo.
31:44Então,
31:45também agora,
31:46claro,
31:46tem seus efeitos positivos.
31:48Agora,
31:49esse lado aí,
31:50você pode acusar muito,
31:52aliás,
31:52foi uma coisa que o
31:54Francis Ford Coppola,
31:55ele se questionou muito,
31:56ele quase não aceitou dirigir
31:58o poderoso chefão,
32:00porque ele pensou
32:01que ia ser uma glorificação
32:02da máfia,
32:04veja,
32:04a máfia naquela época
32:05estava no auge, né?
32:07Eles lidaram com os mafiosos
32:09para fazer o filme,
32:11então,
32:12é...
32:13e ele ficou com medo
32:14disso,
32:15e termina glorificando mesmo,
32:17porque
32:17dá até vontade
32:19de ser um mafioso e tal,
32:20dá vontade de estar
32:21no lugar dele, né?
32:22De ter esse poder,
32:24de ter...
32:25Mas é uma coisa
32:25mais estética.
32:27Então,
32:27realmente,
32:28a série Tremembé
32:30pode seguir por esse caminho,
32:31acho que as pessoas
32:32têm direito de criticar isso,
32:33mas é uma coisa
32:34muito comum na arte
32:35a gente ver isso.
32:36Agora,
32:37no Brasil,
32:38existe uma exaltação
32:40para os criminosos,
32:42realmente,
32:43na cultura,
32:44que é uma coisa
32:44um pouco diferente
32:45do que está acontecendo
32:46nos Estados Unidos,
32:47porque nos Estados Unidos
32:48é uma coisa estética.
32:51Quantos filmes
32:52foram feitos
32:53sobre o Charles Manson?
32:55Um cara que matou
32:56uma mulher,
32:57esposa do...
32:58daquele grande cineasta,
33:00grávida,
33:01de nove meses,
33:02matou ela,
33:03matou o bebê,
33:04e, entretanto,
33:05vários filmes
33:06foram feitos,
33:07ele recebia correspondência,
33:10as pessoas se interessando
33:11por ele,
33:11olha,
33:12a vida é muito complexa,
33:13isso nos faz pensar,
33:14a vida,
33:15a vida e a arte
33:19são coisas muito complexas.
33:21José,
33:22você passou rapidinho,
33:23você falou das produções
33:25da Netflix,
33:26que não tem dado muito certo,
33:27que é,
33:29aliás,
33:29o tema do seu artigo
33:31na revista Cruzó,
33:32é da semana passada.
33:34Você sabe explicar
33:36por que não tem dado muito certo
33:38as produções
33:38que a própria Netflix
33:39tenta fazer aqui no Brasil?
33:41Pois é,
33:42então,
33:43a Netflix,
33:44ela optou por um caminho,
33:46ela foi um dos canais
33:49que mais caiu
33:50na coisa identitária,
33:51do Woke,
33:52da agenda Woke.
33:53E a gente vê que,
33:55no Brasil,
33:56isso ficou ainda mais,
33:57porque,
33:57como eu e o Newton Canito
33:59costumamos dizer,
34:01costumamos citar,
34:03o Brasil é o lugar
34:05onde as ideologias
34:07ficam velhinhas
34:07e vem morrer.
34:09Então,
34:09o comunismo aqui,
34:11é moda até hoje,
34:13a mesma coisa,
34:14a agenda Woke.
34:15Então,
34:16se você for ver,
34:17por exemplo,
34:18a série Coisa Mais Linda,
34:19é uma série
34:20sobre o universo
34:22da Bossa Nova.
34:23E a Bossa Nova
34:24é a coisa menos feminista
34:25possível,
34:26imaginável,
34:27porque,
34:28é a coisa,
34:29se tem um lugar
34:30em que a mulher é objeto,
34:31não digo no mau sentido,
34:33mas de ver a mulher,
34:34garota de Ipanema,
34:35garota de Ipanema e tal,
34:37então,
34:37eles fizeram uma abordagem
34:39feminista da Bossa Nova,
34:41que é a coisa menos feminista
34:42possível.
34:43Então,
34:44a referência principal
34:45da série,
34:46autodeclarada,
34:47é a série Mad Men,
34:49que é também uma visão
34:50menos feminista possível,
34:52que é aquele universo
34:53publicitário dos anos 50,
34:54machista,
34:55e que o homem mandava
34:56machista,
34:58e isso vai até o final
34:59da série,
35:00não é uma coisa que,
35:01não é só o começo,
35:03isso vai até o final.
35:04Então,
35:05é um contrassenso,
35:07e não tinha como dar certo,
35:08e não deu certo,
35:09porque ninguém fala
35:09dessas séries.
35:10Você vê,
35:11teve a série sobre a Lava Jato
35:13no Brasil,
35:14feita pelo,
35:16pelo José Padilha,
35:18com a mesma equipe,
35:20praticamente,
35:20que ele fez
35:21a série Narcos,
35:23a série Narcos
35:24das séries mais vistas
35:25do mundo,
35:26da história.
35:28E aí,
35:28ele fez a série
35:29sobre a Lava Jato,
35:30o Mecanismo,
35:31e a série não teve
35:33nem continuidade,
35:34porque foi um fracasso.
35:34Mas também,
35:35ele próprio se arrependeu
35:36de ter feito uma série
35:37sobre a Lava Jato,
35:38e começou a pedir desculpa.
35:39Então,
35:39como é que pode dar certo
35:40o negócio assim?
35:41E também,
35:42aquele pressuposto
35:43um pouco idiota,
35:44que tem todas as séries
35:45sobre a Lava Jato,
35:46quer dizer que
35:47a corrupção no Brasil
35:48vem desde o descobrimento.
35:51Pelo amor de Deus,
35:52nunca,
35:53você tenta
35:54procurar no Império
35:55ou na República Velha
35:57um caso semelhante
35:59ao do INSS,
36:00e me diz,
36:01você vai achar?
36:02Ou do Petrolão,
36:02ou do Mensalão.
36:03Isso nunca aconteceu
36:04na história,
36:05e não é só no Brasil,
36:06não,
36:06isso não tem precedentes
36:07no mundo.
36:08Sim.
36:09Então,
36:09é,
36:10o Petrolão foi o maior
36:11escândalo de corrupção
36:11do mundo.
36:12Do mundo,
36:13da história.
36:14Então,
36:14não dá para voltar atrás
36:16e dizer que isso não existiu.
36:17E também,
36:18então,
36:19infelizmente,
36:20a agenda woke
36:21pegou muito
36:22na Netflix
36:23e continua pegando
36:24até hoje.
36:25Então,
36:25os enfoques
36:26são esse enfoque
36:27racial,
36:28o enfoque
36:28de classe,
36:30o enfoque
36:30da sexualidade,
36:32de exacerbar
36:33esses temas.
36:34Então,
36:35e aí fizeram agora,
36:36mas não é só isso,
36:37não.
36:38O problema
36:39do identitarismo
36:40que vem com
36:41o identitarismo
36:42e com a agenda woke
36:43é que vem o
36:43politicamente correto.
36:45Não dá para fazer
36:45arte politicamente correta.
36:47Então,
36:48você vê,
36:49por exemplo,
36:49eles fizeram a série
36:51Os Donos do Jogo,
36:53que é exatamente
36:54o mesmo tema
36:56da série
36:57da Globoplay,
36:59que é O Que Vale É O Escrito.
37:00E a série de ficção
37:01parece que é menos
37:02imaginativa do que
37:03a série do documentário.
37:04Parece não,
37:05é menos imaginativa.
37:06Ele reduz o drama
37:07e tem atuações
37:09muito ruins,
37:10como a da Mel Maia.
37:11O núcleo mais jovem
37:12das atuações
37:13é um vexame.
37:14Assim,
37:14Mel Maia é um escândalo
37:15de tão ruim,
37:16xamã.
37:18Então,
37:19é assim,
37:20é pior do que
37:21uma alhação.
37:22É uma coisa
37:22vergonhosa.
37:23E no Brasil
37:24a realidade supera
37:25a ficção.
37:26No Brasil
37:26a realidade supera
37:27a ficção.
37:28A verdade é essa.
37:29A gente está vendo aí.
37:30Caramba.
37:33A gente consegue
37:34encontrar
37:34boas produções
37:35audiovisuais
37:36aqui no Brasil
37:36em outras plataformas
37:37saindo um pouco
37:38da Netflix?
37:39Tem bons exemplos?
37:40Sim,
37:40tem.
37:41Tem muita coisa
37:41boa no Brasil.
37:43Então,
37:43essa série
37:44O Que Vale É O Escrito,
37:45tem muita série
37:46documentário boa,
37:47a série sobre,
37:49também a série
37:49que precedeu
37:50essa série
37:51do Jogo do Bicho,
37:52que é sobre
37:53um dos
37:54cabeças
37:55do Jogo do Bicho,
37:56da Cúpula,
37:57também é muito boa.
37:59Tem
38:00muita coisa
38:02boa sendo feita,
38:03mas,
38:03infelizmente,
38:05parece que
38:06aquilo que era
38:07para fazer mais sucesso
38:08fica para trás,
38:09como, por exemplo,
38:10a série Senna,
38:11que foi o produto
38:12visual mais caro
38:13da história do Brasil,
38:14custou 250 milhões,
38:17e, entretanto,
38:18logo na primeira semana,
38:19perdeu no top 10
38:20no Brasil
38:21para uma série norueguesa.
38:23Então,
38:23Senna é uma...
38:24E observe,
38:25até hoje,
38:26o melhor produto audiovisual
38:28que existe
38:29sobre Ayrton Senna
38:30foi feito
38:30por um indiano
38:31de origem...
38:32de um inglês
38:33de origem indiana.
38:35Caralho.
38:36Então,
38:36foi...
38:37não tem precedentes
38:39a esse fracasso.
38:40Então...
38:41E o Senna também
38:42tinha essa coisa
38:42que era um personagem mundial,
38:44né?
38:44Você vai para outros países...
38:45Um grande ator
38:47que é o Gabriel Leone,
38:48que atuou no filme Ferrari.
38:50Tinha tudo para dar certo,
38:51mas foi feito
38:52pelo Vinícius Amorim,
38:54que é filho
38:54do Celso Amorim.
38:56Também,
38:57um dos...
38:58A esposa dele
39:00é responsável
39:01pela agenda...
39:02Introdução
39:03da agenda
39:03Woke
39:04na Prime Video
39:06do Brasil,
39:06que fracassou,
39:07foi demitida.
39:09Entendeu?
39:09Então,
39:10fez Senna
39:11que também
39:11é uma coisa...
39:12O problema
39:13do politicamente
39:13correto,
39:15do Woke,
39:15é essa coisa
39:16do politicamente
39:17correto,
39:17porque reduz
39:18o drama
39:18das coisas.
39:19Porque você não
39:20pode falar
39:20um monte de coisa,
39:21você não pode falar,
39:22você não pode fazer
39:22piada,
39:23você não pode...
39:24E aí fica
39:25uma coisa ridícula.
39:26A gente...
39:27A série Senna
39:29custou tão caro
39:31e foi um fracasso
39:32tão grande
39:32que,
39:33assim,
39:34realmente...
39:35E aí o resultado
39:37é...
39:37A Netflix
39:38perdeu a liderança
39:40em assinantes
39:41no Brasil.
39:42Você observe,
39:43a Netflix no mundo
39:44tem 300 milhões
39:46de assinantes,
39:47a Prime Video
39:48no mundo
39:49tem 200 milhões
39:49de assinantes,
39:50ou seja,
39:51a Prime Video
39:52tem 100 milhões
39:53a menos
39:54do que a Netflix
39:54e no Brasil
39:56a Prime Video
39:57superou
39:58a Netflix.
40:00Então,
40:00se isso não
40:01demonstra os erros
40:03crassos
40:03que eles cometeram
40:05no Brasil,
40:05não existe
40:07mais nada
40:07que...
40:08José,
40:09aproveitando que você está
40:10falando das produções
40:11brasileiras,
40:12baseadas na realidade,
40:14você pode falar um pouquinho
40:16do filme
40:16que você está terminando,
40:18porque você está fazendo
40:18um filme também
40:19sobre Bruno
40:20Tolentino,
40:21né?
40:22Você pode primeiro
40:24contar quem que é ele,
40:25que filme é esse
40:26que você está fazendo?
40:27Bom,
40:27primeiro de tudo
40:28é agora eu
40:28parando de jogar pedra,
40:30deixando de ser
40:31traça,
40:32critiquei tudo,
40:34agora vamos ver,
40:36bom,
40:37mas terminei
40:37o meu terceiro
40:38longa-metragem,
40:39que é o Brasil
40:40como ideia
40:40sobre o poeta
40:41Bruno Tolentino,
40:43não é só sobre ele,
40:44mas sobre o retorno
40:45dele ao Brasil
40:46em 1993
40:47e como ele
40:49encontrou o país
40:50e o que o levou
40:53a fazer aquele questionamento
40:55que foi a capa da Veja,
40:57quero o meu país
40:58de volta.
40:58Que ele dá
40:59uma entrevista
41:00de páginas amarelas,
41:01das páginas amarelas,
41:02a capa das páginas amarelas
41:04que era o meu país
41:05de volta,
41:06em que ele critica
41:07a situação
41:07da cultura brasileira,
41:09então ele critica
41:09a politização,
41:11ele critica
41:12a música popular
41:13ser colocada
41:14no centro
41:14da cultura brasileira,
41:16então ele critica
41:17as letras de música
41:19serem consideradas
41:20poesia,
41:21ele critica
41:21todos os grandes
41:22exponentes
41:23da cultura brasileira
41:24ao mesmo tempo,
41:25então ele critica
41:26os irmãos Campos,
41:27Caetano Veloso,
41:28Gilberto Gil,
41:28Paulo Leminski,
41:29então ele vem assim
41:31uma metralhadora
41:32giratória
41:32e vai derrubando
41:35todos os ícones,
41:36os ícones,
41:37e ao mesmo tempo
41:39ele ganha
41:40vários jabutis,
41:42então ele chega
41:44a,
41:45faz muita polêmica,
41:49se converte,
41:50ele havia se convertido
41:51ao catolicismo
41:52e traz muito
41:53essa carga cultural
41:55do catolicismo
41:56no Brasil,
41:57a questão do,
41:58essa alma barroca,
41:59que eu sempre falo
42:00lá na minha coluna
42:01na Cruzoé,
42:02falo como o Brasil,
42:04a essência do Brasil
42:05é,
42:05a essência da cultura
42:06brasileira,
42:07essa alma barroca,
42:09católica.
42:10O barroco,
42:10porque ele tem
42:11as duas coisas,
42:12ao mesmo tempo
42:12que tem a coisa
42:13da santidade,
42:15também tem o,
42:16a contradição,
42:16da sensualidade,
42:18é a contradição profunda,
42:19então é o espírito
42:20das contradições profundas,
42:22que na época barroca
42:23tinha muito isso,
42:24e isso ficou
42:25na nossa alma,
42:26né?
42:27Então,
42:28Aquele Boca do Inferno
42:30também tem isso,
42:30você pega as poesias
42:32do cara,
42:32às vezes está uma super,
42:33uma poesia lá
42:34para Nossa Senhora,
42:36super católica,
42:38e aí tem outra
42:40que ele está xingando
42:40todo mundo,
42:41você vê a pessoa
42:43com os dois lados,
42:44assim,
42:44né?
42:45É,
42:45exatamente,
42:46você vê,
42:47isso está em Gilberto Freire,
42:48está em Nelson Rodrigues,
42:50isso não para
42:51de repercutir
42:52na nossa alma.
42:52E o Bruno Tolentino
42:54é o cara que foi preso
42:55por tráfico de drogas,
42:56né?
42:57Pois é.
42:58E também tinha essa...
42:59É,
42:59ele foi preso
43:00por tráfico de drogas,
43:02ele chegou,
43:03ele...
43:04É um ótimo personagem,
43:05né?
43:05Um grande personagem,
43:06ele foi preso,
43:07ele morou quase 30 anos
43:09na Europa,
43:10especificamente na Inglaterra,
43:11e lá chegou um momento
43:13que ele não conseguia mais
43:14se sustentar com a poesia,
43:16etc.,
43:16com as aulas,
43:17e aí ele começou
43:18a traficar cocaína,
43:20e era o chefe
43:20dos traficantes,
43:21traficava cocaína
43:22para o staff intelectual
43:23de Oxford,
43:25então,
43:26em um momento,
43:26ele foi preso.
43:28Então,
43:28na cadeia,
43:29ele viveu
43:30uma experiência extrema,
43:32né?
43:32Está preso ali,
43:33o pai dele morreu
43:34enquanto ele ainda
43:35estava na cadeia,
43:36então,
43:36é uma história
43:37muito triste.
43:38Ele levou
43:39a experiência dele
43:40ao extremo,
43:41e lá,
43:42ele se converteu
43:43ao catolicismo.
43:43A irmã dele
43:44diz que ele
43:45viu Nossa Senhora
43:46na cadeia,
43:47Nossa Senhora disse
43:47para ele se converter.
43:48e aí ele se converteu,
43:51escreveu sua obra
43:52inteira na cadeia,
43:53e vem para o Brasil
43:54como se nada
43:55tivesse acontecido,
43:56criticando todo mundo.
43:58Era uma lenda urbana,
44:00mais ou menos,
44:00no começo,
44:01que ele havia sido preso,
44:02então,
44:03ele não se envergonhava
44:04nem minimamente com isso,
44:05não estava nem aí
44:06para isso,
44:06criticava todo mundo,
44:08as maiores brigas
44:09possíveis e imagináveis,
44:11coisa que hoje
44:11nem seria possível
44:12na imprensa,
44:13porque o grau
44:14de ofensa
44:15com que ele
44:15se refere
44:17a seus oponentes
44:18não seria mais
44:19permitido hoje
44:20na imprensa,
44:21porque ele atacou
44:23de forma brutal
44:24a honra das pessoas,
44:26então,
44:26ele lançou um livro
44:27chamado
44:28Os Sapos de Ontem
44:29em que ele ofende
44:30as pessoas
44:30diretamente,
44:32ofende a honra
44:34das pessoas,
44:34hoje ele poderia
44:36ter sido preso
44:37para publicar
44:38um livro desse.
44:39E já tem previsão
44:40para o lançamento
44:41do filme?
44:42O Brasil como ideia?
44:43O Brasil como ideia
44:44no primeiro semestre
44:45de 2026,
44:47lançado no cinema
44:48de São Paulo
44:48e em outras cidades
44:49do Brasil.
44:51E tem uma história
44:52também do Bruno Tolentino
44:53que eu acho maravilhosa,
44:55que é
44:55por que ele acabou
44:56sendo preso,
44:57que é uma história
44:58do mapa astral,
44:59você pode contar?
45:00Sim,
45:00então,
45:01é maravilhoso,
45:02tudo na vida
45:03de Bruno Tolentino
45:04é absolutamente
45:04original
45:05e engraçadíssimo
45:07e cinematográfico,
45:09não tem nada banal,
45:10é tudo assim,
45:11então,
45:11ele,
45:12traficava cocaína,
45:13então,
45:13ele vinha para a América
45:14do Sul,
45:15levava de volta
45:16uma mala
45:18cheia de cocaína
45:19e chegava lá
45:20como se não tivesse
45:20acontecido,
45:22vendia para os seus
45:23colegas poetas
45:24e artistas
45:24em Oxford,
45:25só que
45:26ele sempre consultava
45:28um astrólogo,
45:29um avidente,
45:30ele ia sempre
45:31para essas videntes,
45:33então,
45:33só que ele também
45:34era astrólogo,
45:35então,
45:36ele viu,
45:37ele foi a um avidente
45:38dessa vez
45:39que ele não conhecia,
45:41então,
45:41ele viu o mapa astral
45:42e ela começou a dizer,
45:43I see men
45:44in uniforms,
45:45ou seja,
45:46você vai ser preso,
45:48não faça isso,
45:49eu vejo homens fardados,
45:50eu vejo homens fardados,
45:53e aí,
45:54mas só que ele também
45:55era astrólogo,
45:56e ele disse,
45:57não,
45:57mas o mapa está bom,
45:58eu vou,
45:58porque ele fazia
45:59uma pastral do dia
46:00que ele ia chegar
46:01em Londres
46:02com a cocaína,
46:03com a droga,
46:04exato,
46:04aí,
46:05ele,
46:07ela,
46:07só que ela realizou
46:08a profecia,
46:09ela ligou para a alfândega
46:10e disse,
46:11esse poeta brasileiro,
46:12Bruno Talentino,
46:13vai chegar com uma mala
46:14cheia de cocaína,
46:15e ele chegou
46:16e foi preso em flagrante,
46:18e ficou preso
46:19na prisão de Dartmoor,
46:20que é uma prisão
46:20também maravilhosa,
46:22linda,
46:23tudo é incrível,
46:24a prisão mais fascinante
46:26da Europa,
46:26tem vários filmes,
46:27que se passam lá,
46:29e eu fui vendo os filmes,
46:30é uma coisa inacreditável,
46:32ficou lá,
46:32se converteu,
46:33depois de cinco anos
46:34voltou para o Brasil
46:35e fez as maiores brigas
46:36da história
46:37da nossa literatura.
46:39E o que ficou dele,
46:40assim,
46:41Josias?
46:41Qual que é a contribuição
46:42que você acha
46:43que ele deixou
46:43para a cultura brasileira?
46:46Primeiro,
46:46é uma visão
46:47da cultura brasileira,
46:48que é uma visão
46:49de recolocar
46:51o que é essencial
46:52no centro.
46:53Então,
46:54o petismo,
46:56e principalmente
46:57essa esquerda,
46:59ela inverteu,
47:01você vê,
47:02em nenhum lugar
47:02do mundo,
47:04você coloca,
47:05por exemplo,
47:06e ninguém chega
47:06e coloca Johnny Holiday
47:08no lugar de,
47:10ou Edith Piaf,
47:11no lugar de Ravel
47:12ou Debussy.
47:13Então,
47:14o melhor
47:15que a cultura francesa
47:17produziu,
47:17eles têm
47:18muita consciência.
47:20Então,
47:20isso está ali
47:22muito bem representado
47:23nos seus museus,
47:24na sua vida literária.
47:26No Brasil,
47:27houve uma inversão.
47:28Então,
47:29basta ver
47:29quantos filmes
47:30foram feitos
47:31sobre a Tropicália
47:32e quantos filmes
47:33foram feitos
47:33sobre os grandes poetas
47:34brasileiros,
47:35sobre os compositores
47:36de música clássica.
47:38Pouca gente sabe,
47:39mas a produção
47:40de música brasileira
47:41do século XX
47:42não deve nada
47:43a lugar nenhum
47:43do mundo.
47:44Carlos Gomes também,
47:46Vila Lobos.
47:46Carlos Gomes,
47:47Vila Lobos,
47:48Guerra Peixe,
47:48Marlos Nobre.
47:49É excepcional
47:50a nossa produção
47:51e os nossos poetas também.
47:52A produção brasileira
47:53do século XX
47:53não perde
47:54para nenhum lugar
47:55do mundo.
47:56Nós estamos
47:57com uma imensa produção
47:58e, entretanto,
47:59isso não vira filme,
48:00isso não vira documentário.
48:02E o documentário,
48:03o filme,
48:04o que a cultura brasileira
48:06para exportação
48:07virou Gilberto Gil
48:08e Caetano Veloso,
48:10e também Oscar Niemeyer.
48:11Então,
48:11tem muito a ver
48:12uma coisa política.
48:14Então,
48:15tem muito...
48:16Aliás,
48:17se você for ver,
48:19a nova direita,
48:21esse movimento,
48:22ele é muito...
48:24Ele começou
48:24com Bruno Talentino,
48:26a crítica.
48:27Começou com cultura
48:28e se degradou
48:29na política.
48:30Então,
48:31quando chegou
48:31na política,
48:32as pessoas nem sabiam
48:33mais onde isso começou.
48:34Mas onde é que as coisas,
48:36a cultura e a política
48:37estão interligadas?
48:38Na oposição à esquerda,
48:39o estábulismo cultural
48:40da esquerda.
48:41Ah, tá.
48:41Porque esses ícones
48:42da cultura
48:43eram também ícones
48:44da política, né?
48:46Eles eram.
48:47Eles se opunham
48:47à esquerda,
48:48se opunham ao petismo.
48:50Tá.
48:51Então,
48:52até tem uma tentativa
48:53hoje
48:53de trazer,
48:56colocar o Bruno Talentino
48:57como se ele não fosse,
48:58não tivesse nada
48:59de político,
49:00como se ele não tivesse
49:01se envolvido.
49:02E eu tenho as entrevistas dele,
49:03ele foi bem claro
49:04em relação ao petismo.
49:05Ele se opôs
49:06desde o começo.
49:08Então,
49:09não só ao petismo,
49:10mas principalmente
49:11a visão cultural
49:11que eles têm do Brasil.
49:13Que é colocar
49:13a cultura popular,
49:14o sambinha.
49:15Tá.
49:17O sambinha
49:17virou o centro do Brasil.
49:19Claro,
49:20o samba tem sua importância
49:21na cultura brasileira.
49:22Mas não é só isso,
49:24tem muito mais,
49:26e isso não resume
49:27a cultura brasileira.
49:28Vai em Belém,
49:29vai ver se o sambinha,
49:30vai em Manaus,
49:31ou no Recife.
49:32O samba,
49:33o carnaval do Rio de Janeiro
49:35nunca nos representou,
49:36a verdade é essa.
49:37Eu nunca me identifiquei
49:38com aquilo,
49:39vendo o Brasil.
49:40Isso foi um projeto
49:41da ditadura militar.
49:42Sim.
49:43A ditadura com a Globo,
49:45eles tiveram essa ideia
49:46de que vamos colocar o samba,
49:48na verdade foram várias ditaduras,
49:50começou com o Getúlio Vargas,
49:51que precisava unir o Brasil,
49:52ele pegou uma coisa aleatória,
49:54que é o samba,
49:55que é uma coisa muito própria
49:56do Rio de Janeiro,
49:57também tem em São Paulo,
49:58e colocou como,
49:59aliás,
49:59isso é uma das coisas
50:00que Bruno Talentino
50:01também critica,
50:02que o Brasil,
50:03tudo bem,
50:04o samba é importante,
50:05o samba é belo,
50:07tem grandes músicas,
50:08tem grandes compositores,
50:10mas isso não resume o Brasil não,
50:12sabe,
50:12viaja por aí,
50:13que você vai ver,
50:13vai no Mato Grosso do Sul
50:14e vê que o samba...
50:16Indo para um outro tema,
50:18acho que a gente vai só começar ele,
50:20porque logo teremos que fazer
50:21um rápido intervalo,
50:22mas em relação ao teatro municipal,
50:23está tendo uma mudança
50:24na administração aqui em São Paulo,
50:25com a saída da organização Sustenidos,
50:27como você vê essa mudança
50:28importante que se tenha de fato?
50:30Pois é,
50:31é interessante que a gente
50:32continua no mesmo assunto,
50:33na verdade,
50:34porque o que aconteceu
50:36no teatro municipal?
50:37Um grupo,
50:39que estava na Secretaria de Cultura,
50:42fez um processo que,
50:44inclusive,
50:45o Tribunal de Contas Municipal,
50:47já pediu para que se revertesse,
50:49desculpa interromper,
50:50que nós vamos agora para o intervalo,
50:51voltamos depois.
50:53Então,
50:53para você que está nos acompanhando
50:54pela BMC News,
50:55vamos para um rápido intervalo,
50:56quem está no YouTube,
50:57continue nos acompanhando.
51:00Para você que está nos acompanhando
51:02aqui no YouTube,
51:02deixe o seu like,
51:03se inscreva no canal,
51:05deixe um comentário também,
51:06nós estávamos conversando
51:07com o Josias Teófilo,
51:08cineasta e colunista de Cruzoé,
51:10comente aí sobre os assuntos
51:12que nós trouxemos,
51:12as abordagens,
51:15os comentários que ele fez também,
51:16e aproveite que a R-Coach está na sua tela
51:18para assinar tanto o portal
51:20O Antagonista
51:21como a revista Cruzoé.
51:25Estamos de volta
51:26com o Meio Dia em Brasília,
51:27um programa do portal
51:28O Antagonista,
51:29exibido também na TV BMC.
51:32Seguimos aqui conversando então
51:33com o Josias Teófilo,
51:34cineasta e colunista
51:35da revista Cruzoé.
51:36Josias,
51:37no último bloco
51:38eu perguntei para você
51:38em relação a essa mudança
51:39na administração
51:40do Teatro Municipal de São Paulo,
51:42que saiu essa organização
51:43Sustenido
51:44e você estava comentando.
51:45Pois é,
51:46a Sustenido
51:46foi colocada
51:47por um processo
51:48que foi considerado
51:49pelo Tribunal de Contas Municipal
51:50como ilegal.
51:51Então eles já haviam mandado
51:53a Prefeitura tirar
51:54a Sustenido
51:55e fazer um novo chamamento.
51:56Entretanto,
51:57isso não foi feito.
51:58Mas aí o que é que acontece?
51:59Como eu estava falando aqui,
52:00na cultura brasileira,
52:02a esquerda colocou,
52:04elegeu a música popular,
52:05não qualquer música popular,
52:07mas a música popular
52:08feita por aquelas figuras
52:09que se opuseram à ditadura
52:10como a alta cultura.
52:12Então,
52:13aí começaram a se considerar
52:15a música clássica
52:16como elitista.
52:17Então,
52:17eu já falei muitas vezes,
52:19esse é um dos meus lemas,
52:21que é,
52:21música clássica não é elitista,
52:23música popular é elitista,
52:24é exatamente o contrário.
52:26Então,
52:26o solista que mais cobrava
52:29no Brasil,
52:29cobrava mais caro,
52:30porque é um gênio,
52:30um dos maiores pianistas do mundo,
52:32é o Nelson Freire,
52:33cobrava 40 mil,
52:34mais ou menos,
52:34por apresentação.
52:35qualquer MC cobra
52:37100 mil no mínimo,
52:39ou o Ruan cobra 100 mil no mínimo.
52:41Então,
52:42é exatamente o contrário,
52:43a música clássica não é elitista,
52:46a música clássica dialoga com todo mundo,
52:47porque ela é universal.
52:49Então,
52:50mas aí,
52:51com essa visão,
52:52eles foram tentando trazer
52:54a música popular
52:55para a contemporaneidade,
52:58trazer a música clássica
52:59para a contemporaneidade,
53:00trazer a ópera
53:01para a contemporaneidade,
53:02e para dialogar com o público
53:04como eles entendem
53:05que é o gosto do público,
53:07ou seja,
53:07trazer o funk
53:08para o teatro municipal,
53:10trazer o samba,
53:10tem roda de samba
53:11constantemente
53:12na Praça das Artes,
53:16e trazer cada vez mais
53:18um diálogo
53:18com a contemporaneidade,
53:20de modo que você não teve
53:21uma única ópera
53:22que dialogasse
53:24com a época que foi feita.
53:26Então,
53:26todas as óperas
53:27eram alteradas,
53:28cortadas,
53:30então,
53:31é trazer,
53:32colocaram passinho,
53:33funk,
53:34inseriram,
53:35chegou ao ponto
53:36de no Dom Giovanni,
53:37eles cantam
53:38Nós Vai Descer
53:39para BC
53:39no finalzinho do ano.
53:41Então,
53:42no meio da ópera
53:42do Dom Giovanni,
53:43cortaram os recitativos,
53:46inseriram frase em português
53:47e até essa música ridícula.
53:49Então,
53:50é uma coisa
53:51que eu chamo
53:51de provincianismo temporal,
53:53é uma capacidade,
53:54não sou eu que chamo isso,
53:55não,
53:55mas eu também
53:56eu chamo,
53:58mas é incapacidade
53:59de olhar para o passado
54:00e compreender o passado
54:02e dialogar com ele
54:03verdadeiramente.
54:05E aí,
54:06tiveram que trazer tudo,
54:07inclusive a ópera
54:07O Guarani,
54:09que eu acho que é o texto
54:10mais lido,
54:11o meu texto mais lido
54:12na Cruzoé de todos os tempos,
54:13que foi o que mais repercutiu.
54:15Eu conheci muita gente
54:16por causa desse texto,
54:17eles me procuraram mesmo.
54:19Então,
54:19é um texto que realmente
54:20eu me orgulho muito,
54:22porque
54:22eu acho que foi no ponto
54:24e
54:25mostrava
54:26como
54:27estava se criando
54:28polêmicas artificiais
54:29para atrair a atenção
54:30da imprensa
54:31e agradar
54:32essa esquerda identitária
54:33que tudo tem que passar
54:34pelo gosto deles.
54:35Então,
54:35felizmente,
54:36o prefeito
54:37tomou a iniciativa
54:38de,
54:39tudo bem com atraso,
54:40mas ele tomou a iniciativa
54:41de tirar sustenido,
54:43vai fazer um novo
54:44edital de chamamento,
54:46eu espero que
54:47do jeito certo,
54:49recolocando
54:49o teatro municipal
54:50no que ele sempre foi,
54:52que é uma casa de ópera.
54:53O teatro municipal
54:54não é só um teatro,
54:55é um teatro
54:55de ópera,
54:56ele foi feito para a ópera
54:57e para a música clássica.
54:58Samba tem
54:59na cidade inteira.
55:01Tá certo.
55:03Muito obrigado,
55:04Josias Teófilo.
55:05Encerramos aqui
55:06a conversa com Josias Teófilo.
55:07O Meio de Em Brasília
55:08fica por aqui.
55:09Continue vendo as notícias
55:10ao longo do dia.
55:11Até amanhã.
55:11O Meio de Em Brasília
55:41O Meio de Em Brasília
55:56Legenda Adriana Zanotto
56:26Legenda Adriana Zanotto
56:56Legenda Adriana Zanotto
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