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Em entrevista exclusiva ao Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC, Ricardo Assumpção, vice-presidente de sustentabilidade da EY, falou sobre como a natureza pode deixar de ser um passivo e se tornar um ativo estratégico para empresas. O debate aconteceu durante a COP30 em Belém, destacando biodiversidade, bioeconomia e oportunidades de negócios.

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Transcrição
00:00Como a natureza pode deixar de ser um passivo para se tornar um ativo de negócio para as empresas?
00:12Quem nos ajuda a responder esse questionamento tão em voga durante a COP30 é o entrevistado
00:17da nossa repórter Marina De More, que está ao vivo em Belém.
00:22Boa tarde para você Marina, um prazer falar com você de novo agora aqui pela telinha,
00:26a gente conviveu nessas duas últimas semanas aí em Belém e você continuando esse trabalho brilhante
00:31que você vem fazendo desde o começo. Seja muito bem-vinda.
00:37Oi Marcelo, obrigada. Já está fazendo falta aqui na nossa cobertura, viu?
00:43Bom dia para você e para todo mundo que está acompanhando a gente.
00:46Eu recebo hoje Ricardo Assunção, que é sócio-líder de sustentabilidade e CSU da Latam
00:54aqui da UI e a gente trata justamente desse assunto sobre biodiversidade, sobre natureza e clima
01:02no meio dessas discussões que acontecem aqui na COP30.
01:07Ricardo, primeiramente bom dia, muito obrigada pela sua disponibilidade em conversar com a gente
01:12e eu queria saber de você, começando essa nossa conversa, a natureza de fato é um fator importante
01:19nessas discussões, essa COP é realmente sobre a natureza, o que a gente pode trazer sobre isso?
01:26Olá, bom, boa tarde a todos e todas. Sim, acho que em definitivo a gente incorporou natureza na discussão de clima,
01:34porque não dá para ficar dissociado na verdade, então foi atrasado, deveria ter acontecido muito antes,
01:39mas nessa COP a gente conseguiu juntar de que forma a natureza influencia as discussões
01:46e contribui positivamente, quando bem cuidada, para as questões climáticas.
01:51E como é que ela entra nos negócios? Qual é o impacto disso para os negócios?
01:57A gente negligenciou durante muito tempo, eu acho, biodiversidade, a própria natureza, floresta,
02:03sabendo que ela é um ativo importante. Se a gente pensar que metade do PIB global
02:09depende diretamente do capital natural, é dessa forma que a gente traz natureza
02:16para dentro dos negócios. Essa COP aqui, a gente tem visto discussões combinadas
02:21entre clima e natureza e uma COP que acontece na Amazônia, não podia deixar a questão da biodiversidade,
02:28da bioeconomia de fora. Então, assim, eu estou bastante feliz com o que eu tenho visto,
02:33olhando as empresas, os negócios, vendo que natureza não pode ficar de fora,
02:41não é mais um assunto apartado. Ele está no centro da estratégia de negócio,
02:45até porque a gente sabe que as empresas nos setores de mineração, bem de consumo,
02:50cimento, precisam do capital natural para gerar as suas receitas hoje e futuras.
02:57Então, é basicamente fazer com que a natureza deixe de ser um passivo
03:01e se torne um ativo dentro das empresas. De que forma isso é possível?
03:07E como isso tem sido conversado com empresários, com empresas representantes do setor privado
03:14durante as discussões da COP30 aqui em Belém?
03:17Bom, como você falou, isso é verdade, natureza era passivo no balanço das empresas, era custo.
03:22Então, a gente pegou o nosso maior ativo, onde o Brasil é o maior líder global em biodiversidade,
03:30em floresta, e isso era passivo. A gente, de vez, coloca isso como ativo,
03:36ou seja, algo que vai gerar capital para os negócios.
03:41É isso que a gente tem visto aqui.
03:43Não é muito fácil acontecer. A gente precisa de algumas coisas pós-COP
03:47para que isso se torne, de fato, sólido.
03:50Primeira coisa é muitas discussões relacionadas a como a regulação vai obrigar os negócios
03:57a computarem natureza dentro da sua estratégia.
04:01Essa é a primeira coisa.
04:03E, segundo, é de que forma a gente vai usar o capital privado
04:07para alavancar projetos que envolvem floresta, que envolvem natureza no geral.
04:12A gente sabe que é um mercado bilionário, um mercado de crédito de carbono,
04:16de restauração, de floresta, mas vai ficar muito mais claro agora
04:20como isso vai participar das estratégias.
04:24Isso é um dado.
04:25Quando a gente fala de carbono, ainda hoje, carbono voluntário,
04:28o Brasil está às vésperas de ter o mercado de compliance implementado,
04:34mas o mercado voluntário, a gente tem que entender que ele é fundamental
04:38para os negócios, não só para a reputação, mas também para entender
04:43que isso é uma economia toda de transição para que a gente consiga atingir o net zero global.
04:50Isso está latente nas discussões.
04:52A gente tem acompanhado muito a participação do setor privado durante a COP30.
04:57Então, quais são as oportunidades que essa COP, estando aqui no Brasil,
05:01pode trazer para esse hub de sustentabilidade, de natureza, de bioeconomia?
05:09Quais são essas oportunidades que acabam ficando mais latentes
05:12em virtude da realização da COP?
05:14Bom, primeiro, vou dizer assim, oportunidades para o mundo.
05:18Eu acho que o mundo passa a enxergar de vez o Global Sul
05:22e, principalmente, o Brasil como celeiro de soluções.
05:25Não mais só da faceta do problema, do risco, mas da faceta de oportunidade.
05:30Então, acho que o mundo vai enxergar muito mais isso.
05:33O segundo é a gente mostrar a nossa capacidade, aí sim, no Brasil,
05:37de combinar os ativos naturais, nossa oferta de capital natural,
05:41de água, de energia renovável, de crédito de carbono, de floresta,
05:46para mostrar que isso tudo combinado é um negócio.
05:49E é um negócio trilionário.
05:51Então, essa é uma oportunidade gigante aqui.
05:54E acho que, por fim, eu queria destacar que, de vez, o setor privado entra na agenda.
05:58Não simplesmente para pegar carona e participar de painéis,
06:02mas para colocar na mesa aquelas soluções que eles estão desenvolvendo.
06:06E o reflexo disso, a prova disso, é a quantidade de iniciativas paralelas à Blue Zone,
06:11como aqui, a nossa EY House,
06:14onde os debates são de altíssimo nível e são muito focados nas discussões de como CEOs,
06:19CFOs estão incorporando, não só a natureza, claro, mas clima também,
06:24como algo que vai gerar valor de médio prazo.
06:27Então, estou bastante satisfeito com tudo isso.
06:30Só para a gente encerrar, então, antes de devolver para o Marcelo lá no estúdio, Ricardo,
06:34eu queria que você fizesse uma avaliação, um resumão de como é que foram esses primeiros dias.
06:38A gente está indo para a reta final da COP30.
06:41Qual a expectativa para o resultado dessas discussões que se dão?
06:46Lá na Blue Zone, de forma oficial, mas principalmente também aqui do lado de fora,
06:50onde centenas de empresas, de iniciativas privadas estão discutindo toda essa temática que a COP trouxe para o Brasil.
07:01Eu acho que o resumão é o seguinte, muita conversa acontecendo,
07:04um risco grande da gente fragmentar a mensagem.
07:08Eu acho que a gente vai precisar, ao final dessa COP, olhar para trás e entender tudo o que foi discutido,
07:13não dentro da Blue Zone, fora da Blue Zone, para criar, aí sim, uma visão, um plano mais realista
07:20de como a gente precisa endereçar as temáticas.
07:23A Blue Zone, o que a gente vê é o espaço de negociação natural.
07:29A gente vê algumas discussões do setor privado ainda lá dentro,
07:32mas o que fica para mim é uma COP que, de fato, prometia ser a COP da ação.
07:36Será, sem dúvida nenhuma.
07:38A gente tem expectativa de receber alguns CEOs aqui na casa.
07:42Digo para você que, até hoje, metade da COP, 38 CEOs passaram por aqui
07:46e muitos virão agora, pensando que essa semana aqui vai tratar de natureza,
07:51biodiversidade e agronegócio, que são temas fundamentais para nós.
07:55Ricardo Assunção, muitíssimo obrigada pelo seu tempo, pela sua disponibilidade.
08:00Marcelo, a gente segue daqui acompanhando todas as discussões e toda a agenda da COP 30 em Belém,
08:06aqui do lado de fora, na UI House, que está trazendo todas essas discussões com o setor privado,
08:12também lá dentro da Blue Zone, onde acontecem as negociações oficiais.
08:17Obrigado, Marina.
08:18E também quero agradecer e deixar um abraço aí para o Ricardo Assunção,
08:22um dos nossos grandes parceiros nessa cobertura aí, nos recebeu sempre muito bem.
08:25Obrigado, Ricardo. Um abraço.
08:27Obrigado, Ricardo. Um abraço.
08:29Obrigado.
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