Kátia Maia, consultora do Banco Mundial Brasil e PhD em Ciências Ambientais, explicou como a nova lei do mercado regulado de carbono impacta as indústrias, atrai investimentos verdes e posiciona o Brasil como potencial líder global na agenda climática.
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00:00Jornal Times Brasil de volta. Nos últimos anos o Brasil avançou de forma inédita na construção de um mercado regulado de carbono, com lei sancionada, criação de uma secretaria específica, iniciativas do BNDES para certificar os créditos.
00:18Sobre esse assunto eu converso agora com a Kátia Maia, ela é consultora do Banco Mundial Brasil e PHD em Ciências Ambientais. Kátia, muito boa noite, seja muito bem-vinda aqui ao Jornal Times Brasil.
00:32Queria começar te perguntando o que a lei estabelece para esse mercado regulado de carbono e como ela impacta de forma prática para as grandes indústrias. Muito boa noite para você.
00:43Boa noite, muito obrigada aí pelo convite, pela participação. Realmente o Brasil avançou bastante na parte da regulamentação do mercado de crédito de carbono.
00:54É uma lacuna muito grande porque até então o mercado funciona, ainda funciona, somente no mercado voluntário.
01:02E o mercado voluntário, ele está basicamente regulado por normas internacionais e o mercado todo dependia das certificadoras internacionais.
01:15Com isso o Brasil, ele criou um sistema de emissões de crédito de carbono, onde as empresas poderão negociar esses títulos no futuro com o mercado já totalmente regulado.
01:28Isso, sem dúvida, é um grande avanço, mas ainda precisamos de uma regulamentação com como todo esse sistema vai funcionar.
01:38Porque o grande pulo, a grande questão dos projetos de crédito de carbono é como eles são criados.
01:47Muitas pessoas pensam, muitas empresas pensam que se pode ganhar muito dinheiro com o crédito de carbono de imediato,
01:57mas é um processo que demanda critérios técnicos, critérios legais e a construção de um projeto bem estruturado
02:06de acordo com os biomas brasileiros, de acordo com a indústria brasileira, de acordo com o nosso ecossistema.
02:15Sem dúvida, o Brasil está caminhando ainda mais para ter um grande sucesso, principalmente com a nossa certificadora nacional,
02:25que foi anunciada na COP30 com o apoio de uma instituição financeira privada e que era um fator essencial.
02:34Ou seja, essa ausência, sem essa certificadora não era possível ter toda essa comercialização dos créditos de carbono.
02:47Agora, ainda nesse caminho de regulação, o governo criou uma secretaria específica para gerenciar esse mercado.
02:55Qual é o papel desse novo órgão na fiscalização das emissões e também na garantia da transparência dos créditos de carbono negociados?
03:25Legenda Adriana Zanotto
03:55Legenda Adriana Zanotto
04:25A finalidade dele é reduzir o gás de efeito estufa e, com isso, também ter a questão dos projetos voltados para saneamento,
04:48gestão de resíduos, de florestas em pé, às vezes a gente pensa que o crédito de carbono está ligado somente à questão florestal,
04:57mas ele cabe ali vários projetos, principalmente voltados aí na questão da logística, da eletrificação, da economia de baixo carbono.
05:07Então, é essencial que a gente tenha um órgão que faça toda a gestão e tenha um outro órgão também específico que faça toda essa fiscalização.
05:18Agora, Kátia, qual é o potencial desse mercado aqui no Brasil para atrair investimentos verdes e também garantir o desenvolvimento sustentável para o país?
05:28O Brasil, com certeza, é um dos países mais que pode atrair grandes investidores com esses projetos.
05:39Eu não sei te dizer especificamente os valores que esse mercado pode atrair nesse momento, mas, sem dúvida, nós temos um futuro promissor
05:50e que bilhões de reais podem ser negociados principalmente com tantos recursos naturais disponíveis, florestas, áreas florestais,
06:05a Amazônia, que tem a questão também das reservas indígenas.
06:11A gente tem um potencial enorme de geração de crédito de carbono e ainda a gente preservar as nossas florestas.
06:20Mas, como eu te disse, os projetos também estão ligados a outras atividades.
06:26Temos o agronegócio com a agricultura regenerativa, nós temos aí a parte da gestão dos resíduos, o saneamento, a logística, a eletrificação, enfim.
06:37Nós temos grandes áreas e que podem gerar, além de um menor impacto ambiental, gerar riqueza para o país.
06:48Agora, Katia, o Brasil cediu recentemente a COP30, tem conversado ativamente nos fóruns internacionais e a essa questão do avanço do mercado de carbono.
06:58Como esse contexto todo posiciona o Brasil na agenda climática global e também daqui em diante,
07:04nas próximas negociações climáticas, com toda essa expertise que o Brasil acumula?
07:13A COP30 discutiu um fator essencial para todo e qualquer tipo de projeto, que é a questão de recursos financeiros.
07:23O projeto de crédito de carbono, ele precisa ser estruturado antes com metodologias adequadas.
07:30E para isso, a empresa ou a pessoa que esteja criando esse projeto, ele precisa de recursos financeiros, principalmente de uma assistência técnica.
07:44Na COP30, nós tivemos um avanço muito grande com relação ao financiamento climático.
07:49Recursos, trilhões de dólares para que essas atividades, inclusive para o mercado de crédito de carbono.
07:57Mas, como eu já afirmei e digo novamente, é um projeto que precisa de uma estrutura para que, no futuro, seja emitido o crédito de carbono.
08:08Às vezes, nós temos a impressão de que isso é imediato, mas leva tempo e precisa de recursos.
08:15E o que foi discutido na COP é o grande avanço que o Brasil está tendo com relação à regulamentação,
08:22a ter a sua própria certificadora, de não depender de certificadoras internacionais.
08:29E a gente poder andar sozinho, andar, como se diz, a gente criar e estruturar esse projeto
08:34para que o Brasil seja, sim, um líder nesse segmento.
08:40Tá certo. A gente conversou com Kátia Maia, consultora do Banco Mundial Brasil e PHD em Ciências Ambientais.
08:48Kátia, muito obrigado e muito boa noite para você.
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