Pular para o playerIr para o conteúdo principal
A safra brasileira de 2025-2026 deve atingir 354,4 milhões de toneladas, segundo a Conab. O aumento é puxado pela expansão da área plantada, apesar da queda de produtividade. Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios, comentou sobre clima, custos e protagonismo da soja, milho e cana.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasilCNBC

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Parece que 2026 vai ser um bom ano para a produção brasileira de grãos, uma boa notícia, hein?
00:05De acordo com essa estimativa divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento, a Conab,
00:11a safra de 2025-2026 deve alcançar 354,4 milhões de toneladas,
00:18uma alta de 0,6% em relação ao ciclo do ano anterior.
00:24E esse crescimento é explicado pelo aumento da área plantada,
00:27apesar de queda na produtividade média das lavouras.
00:31Vamos entender, então, um pouco mais desse aumento nas safras com o Alê Delara,
00:35que é diretor da Paine Agronegócios.
00:38Oi, Alê! Seja muito bem-vindo ao Fast Money.
00:40Muito obrigada pela sua participação, sempre muito gentil da sua parte
00:44nos atender e nos conceder essas entrevistas ao vivo.
00:49Eu que agradeço o convite, Paula. Obrigado novamente.
00:51Obrigada, Alê!
00:52Bom, para a gente começar, o que explica essa decisão, então, do produtor,
00:56de aumentar a área plantada, mesmo com queda na produtividade média das lavouras?
01:04Eu acho, Paulo, que isso vai da nossa vocação como produtores rurais aqui no Brasil.
01:09O que aconteceu esse ano foi o menor aumento de área desde 2015,
01:15devido ao aumento de custos, devido a um dinheiro muito caro,
01:18já que os juros básicos estão na faixa de 15%.
01:21Mas a expansão de área já faz parte do nosso DNA.
01:26Então, plantar, nós vamos plantar.
01:28Agora, quanto de tecnologia que nós vamos colocar na área com adubação,
01:32com defensivos químicos,
01:34essa é outra história.
01:36Então, a expansão de área já faz parte do nosso DNA.
01:39Agora, Alê, quais...
01:41Aliás, a queda de produtividade média
01:43preocupa em termos de clima,
01:46de custo de insumo,
01:48tecnologia está chegando ao limite?
01:49O que explica?
01:52Sim, o clima vai ser o grande ponto, mais uma vez, esse ano.
01:56Nós tivemos o início de plantio para a safra de primavera, verão,
01:59visando o ano de 2026,
02:01com uma largada muito boa.
02:03O arranque foi muito bom, o clima estável.
02:06Mas assim que as regiões centrais do Brasil,
02:08principalmente a região de Goiás,
02:09norte de Minas Gerais,
02:11leste do Mato Grosso e nordeste do Mato Grosso do Sul,
02:15começaram o plantio da soja,
02:16que é a grande cultura aqui do Brasil para esse período,
02:18chegou o calor, cortou chuvas,
02:23então começaram a haver atrasos no plantio,
02:25começaram a haver replantios de área também.
02:28Então, o clima acabou trazendo grandes problemas.
02:31Nós estamos monitorando ainda o avanço desse clima
02:34para tentar prever melhor qual será o volume de produção
02:37para o próximo ano.
02:39Um outro fator que foi muito notado nesse ano de 2025,
02:42nós devemos ter uma repetição para 2026,
02:45foi a redução do uso de tecnologia
02:47com o uso de fertilizantes menos concentrados, por exemplo.
02:52Então, utilizando como uma ilustração o fósforo.
02:55Nós temos o MAP,
02:56que tem ali em torno de 50% de fósforo na sua composição,
03:00ele foi um fertilizante que subiu muito já há dois anos,
03:03ele veio em uma ascendente de preços,
03:06e foi reduzido o consumo desse fertilizante
03:09e utilizado o fertilizante menos concentrado,
03:11que era mais barato.
03:13Nós não tivemos um impacto muito significativo na produtividade
03:16nesse ano de 2025,
03:18mas esse ano de 2026,
03:20talvez nós vejamos uma pequena redução
03:23devido a um uso menos concentrado
03:25de um dos insumos mais importantes
03:27para a produção agrícola aqui do Brasil.
03:29Então, o clima é um grande driver importante
03:32para o volume de produção,
03:33mas a redução de uso de tecnologia
03:35também vai ser outro ponto
03:38que nós vamos ver um impacto ao longo desse ano de 2026.
03:41Ale, a gente sabe já do protagonismo da soja,
03:45nessa questão de crescimento de safra.
03:48Tem outras culturas?
03:49Quais culturas contribuem mais,
03:51além da soja também, para esse crescimento?
03:53A gente pode citar o milho,
03:55de repente, algodão,
03:56ou se há alguma mudança de protagonismo
04:00em relação à soja?
04:02Não, a soja vai continuar sendo
04:05o principal produto aqui do Brasil.
04:08Esse ano nós estamos estimando
04:09175,2 milhões de toneladas
04:12só da oleaginosa.
04:14É um aumento em comparação com o ano passado,
04:16houve expansão diária também,
04:18mas como eu disse no início,
04:19foi uma expansão diária menor
04:21em comparação com a média dos últimos anos.
04:24O milho também tem ganho bastante relevância
04:26devido à produção de etanol aqui no Brasil.
04:29Então, todo ano nós temos a inauguração
04:30de duas, três, quatro plantas industriais
04:33vocacionadas para a produção de etanol
04:35e o consumo doméstico de milho,
04:37ele vem aumentando muito mais
04:39do que as exportações de milho.
04:41Então, é uma cultura também que o Brasil
04:43já é protagonista,
04:45mas a gente deve ganhar relevância
04:46ainda mais nesse ano de 2026.
04:48A cana-de-açúcar,
04:50que talvez em volume,
04:51seja a grande produção agrícola
04:53aqui no Brasil,
04:53nós deveríamos ver um aumento também
04:55na moagem de cana-de-açúcar,
04:57beirando 660 milhões de toneladas,
05:00mas devido à expansão da produção de etanol
05:02a partir do milho,
05:04nós deveríamos ver uma produção maior
05:06de açúcar e menos de etanol
05:08a partir de cana.
05:10Já outros produtos,
05:11como é o caso do trigo,
05:12como é o caso do arroz,
05:14isso nós deveríamos ver
05:15uma redução na produção,
05:16porque nesse momento os custos
05:18superam o preço de venda.
05:20Então, quando nós olhamos regiões
05:22como o Rio Grande do Sul,
05:23por exemplo,
05:24nós vemos uma dificuldade tremenda
05:26para o produtor gaúcho
05:27no financiamento das suas lavouras,
05:29preços em quedas.
05:31Então, como são os dois principais produtos
05:34da região,
05:36nesse ano de 2026,
05:37a gente deve ter uma redução
05:38e uma redução não pequena,
05:39uma redução expressiva,
05:40principalmente para o arroz.
05:43A gente tem visto aí,
05:44não só agora,
05:45recentemente a gente teve
05:46essa questão do ciclone
05:48que passou aqui por São Paulo,
05:49riscos climáticos.
05:50A gente sabe já
05:51que existem muitos.
05:53Na sua opinião,
05:53para essa safra
05:54de 2025, 2026,
05:56quais são os principais riscos?
05:58E se o produtor também
05:59está mais preparado,
06:01de repente,
06:01do que nos ciclos anteriores?
06:05Esse, infelizmente,
06:06nós não conseguimos
06:07ficar preparados,
06:08porque uma planta
06:08precisa de basicamente
06:10duas coisas
06:11para se desenvolver,
06:12que é a irradiação solar
06:13e a chuva,
06:14a água,
06:15na quantidade certa.
06:17quando acontece algum problema,
06:19como nós tivemos agora,
06:20mais uma vez,
06:21um laninha em atividade,
06:23nós vemos cortes de chuvas
06:24e sem água,
06:25a planta não desenvolve
06:26da maneira que deveria
06:28se desenvolver
06:29e nós temos redução
06:30de produção.
06:31Por mais que eu tente
06:32uma adubação,
06:33por exemplo,
06:33a base de nitrogênio
06:34que consiga me fornecer,
06:35de certa forma,
06:36um reequilíbrio,
06:37ele não é suficiente
06:39ao ponto de manter
06:40a produtividade,
06:41já que a planta
06:42fica um pouquinho menor.
06:43E para esse ano
06:45que nós estamos entrando,
06:46agora,
06:47os efeitos do laninha
06:48já trouxeram reduções
06:50de produção,
06:51tanto que nós já revisamos
06:52a estimativa de safra,
06:54reduzindo em quase
06:545 milhões de toneladas
06:56em relação à expectativa
06:57inicial.
06:59Agora,
06:59há um outro risco
07:00para 2026,
07:02que é a possível
07:02entrada do el ninho.
07:04E o el ninho
07:05traz mais distúrbios,
07:07principalmente para a região
07:08centro-norte do Brasil,
07:10com corte de chuvas,
07:11com temperaturas mais altas
07:12do que nós temos na média.
07:14Então,
07:14não há como se preparar
07:16quando acontece
07:17um evento climático,
07:19mas nós podemos
07:19tentar contornar
07:21de alguma coisa
07:22com algum tipo
07:22de tecnologia,
07:23uma semente mais adaptada,
07:25uma adubação
07:25um pouquinho diferente,
07:26mas os impactos
07:27em caso de clima diverso,
07:29eles certamente
07:30serão sentidos.
07:32Agora,
07:32Ale,
07:33mesmo com maior produção,
07:35a margem do produtor,
07:36a gente pode dizer,
07:37melhora ou os custos
07:38continuam pressionando
07:40o resultado?
07:41Os resultados,
07:42estão pressionando.
07:44Sim.
07:45Eles estão pressionando,
07:46Ospaulo,
07:46porque o agronegócio
07:48tem um grande desafio
07:49que é a contratação
07:50da despesa,
07:51ela acontece
07:52de uma maneira
07:53muito antecipada
07:54à geração da receita.
07:55Então,
07:56eu tenho que comprar
07:56semente,
07:57adubo,
07:58defensivos,
07:59seis meses antes
08:00da minha receita.
08:02Muitas vezes,
08:02eu pego um preço
08:04muito elevado,
08:05uma taxa de câmbio
08:06muito elevada,
08:07e no momento
08:08que eu vou fazer
08:08essa venda,
08:09eu tive queda no câmbio,
08:10eu tive queda no preço
08:11do produto,
08:12muitas vezes de forma
08:13sazonal,
08:14mas outras formas
08:15pela própria relação
08:16entre a oferta
08:17e a demanda.
08:18Nesse ano,
08:19especificamente,
08:19muitas compras
08:20que foram realizadas
08:21entre janeiro
08:22e fevereiro,
08:23pegaram taxas de câmbio
08:24acima de seis reais,
08:26como nós tivemos.
08:27E agora,
08:27para quem tem
08:28contrato spot
08:29para cumprir,
08:29estamos falando
08:30um pouquinho abaixo
08:30de cinco reais
08:31e quarenta.
08:33E a maior parte
08:34desses produtos
08:34que nós estamos
08:35colocando na conta
08:36da Conab,
08:37do IBGE,
08:37da CNA,
08:38são commodities.
08:39E commodities
08:39são formados por,
08:41o preço das commodities
08:42são formados
08:42por referenciais
08:43de mercado.
08:43Nós não sabemos
08:44por qual preço
08:45nós vamos vender.
08:47Uma retenção
08:48muito prolongada
08:48desse produto,
08:49sem uma gestão
08:51de risco
08:51de preços adequada,
08:52ela traz as surpresas
08:53que nós tivemos
08:54em anos anteriores.
08:55Isso acaba aumentando
08:56o endividamento
08:57e na rolagem
08:58dessas dívidas,
08:59muitas vezes,
08:59como aconteceu
09:00nos últimos três,
09:01quatro anos,
09:02nós acabamos pegando
09:03juros muito altos.
09:04Então,
09:05o volume de produção
09:06pode,
09:07em parte,
09:08uma parte muito pequena,
09:09amenizar o impacto
09:10dentro do custo,
09:12mas o custo em si
09:13está elevadíssimo,
09:14talvez os custos
09:15mais altos
09:16que nós já tivemos
09:16dentro do agronegócio brasileiro.
09:18Você já continua
09:19pressionando, né?
09:21Ale,
09:21muito obrigada
09:22pela sua participação,
09:23sempre um prazer
09:24falar com você
09:25e você aí de casa
09:26acompanhou a entrevista
09:27com o Ale de Lara,
09:28que é diretor
09:29da Paine Agronegócios.
09:31Até a próxima,
09:32Ale.
09:32Tchau, tchau.
09:33Até mais.
09:34Obrigado.
09:35Tchau.
09:35Tchau.
09:35Tchau.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado