Tarifaço: CNI espera boas notícias "possivelmente ainda neste mês" em mesa de negociação com os EUA

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O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, entregou nesta quinta-feira (06) ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, um conjunto de propostas para orientar as negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O encontro foi em Brasília e teve como foco a reversão das tarifas adicionais impostas aos produtos brasileiros.

As contribuições, elaboradas com apoio de empresas de diversos setores, incluem a suspensão temporária das tarifas extras, a criação de um mecanismo de diálogo comercial de alto nível, a eliminação da bitributação e o incentivo a alianças tecnológicas e investimentos bilaterais. As medidas abrangem áreas estratégicas como energia, minerais críticos, saúde, infraestrutura digital e inovação.

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00:00Maria Almeida, o que a gente tem por aí, hein?

00:02Olha, Paula, a CNI espera boas notícias, possivelmente ainda neste mês, em mesa de negociação com os Estados Unidos.

00:09A gente falou bastante, né, da CNI, Mari, que é a Confederação Nacional da Indústria,

00:14porque o Ricardo Alban, que é o presidente da CNI, entregou a Geraldo Alckmin um conjunto de propostas

00:20para orientar as negociações comerciais com os Estados Unidos, pedindo a suspensão temporária das tarifas extras

00:27e também a criação de um mecanismo de diálogo de alto nível entre os dois países.

00:33As sugestões abrangem energia, minerais críticos, saúde, infraestrutura digital e inovação,

00:41além da eliminação da bitributação e do incentivo a alianças tecnológicas e investimentos bilaterais.

00:49Alckmin afirmou que o presidente Lula já pediu aos Estados Unidos a suspensão da tarifa adicional de 40%,

00:56enquanto o Ricardo Alban classificou essa medida como um gesto de maturidade comercial.

01:02O vice-presidente também lembrou que celulose e ferro-níquel já tiveram as tarifas zeradas

01:08e que a mesa de negociação Brasil-Estados Unidos deve ser consolidada ainda neste mês.

01:15Bom, Mari, vamos comentar então essa notícia.

01:17A gente falou bastante já ao longo das últimas edições do Agora sobre a CNI e também a CNA,

01:24que eles estavam fazendo grandes esforços já desde antes desse encontro de Donald Trump com o presidente Lula.

01:31E agora existe aí uma certa sinalização de Trump, depois de muito tempo,

01:36que a princípio pode ser que haja, de fato, alguma redução da taxa.

01:40Possivelmente não zerar, mas alguma redução, isso com certeza deve acontecer.

01:44É muito bem lembrado, Paula, que a CNI e a CNA chegaram a fazer movimentos antes dessa porta estar aberta.

01:50Quer dizer, uma das questões que a gente trouxe várias vezes aqui também foi que o problema do tarifácio

01:55é que ele veio imposto por uma razão política, por uma razão que inclusive surpreendeu

01:59em função do vínculo com o processo todo de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro aqui no Brasil.

02:07E aí não tinha abertura para conversar para o governo brasileiro, estava fechado.

02:11E aí essas organizações chegaram a ir até os Estados Unidos e fazer movimentos junto, inclusive, ao legislativo,

02:17tentando abrir um pouquinho essa conversa.

02:20Eles foram muito incisivos, né?

02:21E é importante, Paula, porque na prática, essas várias tentativas, essas sementes aí que foram plantadas ao longo do caminho,

02:30também criaram um certo caldo aí lá nos Estados Unidos do ponto de vista da compreensão do quanto é irracional na lógica econômica

02:39o tarifácio para esses produtos brasileiros, né?

02:42Quer dizer, no campo da economia, quem que sai prejudicado?

02:46Porque na fala de Donald Trump, muitas vezes, é exclusivamente o país que é tarifado.

02:50Mas a gente está vendo, inclusive, que acaba afetando.

02:53Se você não tem reação interna de produção imediata, ou seja, você tarifa, fica mais caro.

02:58Internamente, não é que tem alguém ali esperando para ampliar a produção e encher o mercado de bens agora baratos

03:04e que vão só que de made in America, né?

03:06Feito diretamente nos Estados Unidos.

03:08Não tem isso.

03:09Então, o efeito interno também é muito puxado, porque acaba tendo aumento de preços para o consumidor

03:13e, às vezes, até restrição de oferta de alguns produtos.

03:16Então, esse campo econômico foi...

03:19Balançou tudo, né?

03:21Do ponto de vista teórico, já era conhecido.

03:23Mas esses movimentos das organizações, do setor privado, de falar com os seus contraspartes lá nos Estados Unidos,

03:29de falar com o Senado, foi fortalecendo essa visão.

03:32Neste momento, o que tem de positivo?

03:35É a conversa econômica que está aberta e aí, Geraldo Alckmin, puxando esse fio, fazendo essa negociação

03:39e, por enquanto, deixando de lado a parte política.

03:43Agora, tem uma tensão na semana, viu, Paula?

03:46Porque, além de estar acontecendo a COP aqui no Brasil, né?

03:49A gente vai começar a COP, a gente está na cúpula do clima, mas tem as instituições sem Donald Trump

03:53e a gente fazendo um esforço para não falar de Donald Trump, a gente e Brasil,

03:57para não cutucar e reanimar o problema político,

04:00o presidente Luí ainda vai ter um encontro da América Latina em apoio também à Venezuela,

04:06que toca...

04:07É mais uma coisinha nesse molho, né, Mari?

04:09Então, aqui, assim, olha, no campo econômico fizemos o que dá para fazer,

04:13as coisas estão andando, finalmente o governo americano também é aberto à conversa,

04:17dá para avançar, mas a salinha da política, no outro lado, tem que continuar, assim,

04:22nesse equilíbrio fino que ela está conseguindo andar,

04:25para que não haja uma saída de fantasmas aqui,

04:29voltando a assombrar a possibilidade de, efetivamente, você avançar nessa mesa de negociações.

04:33É, mas a CNI, como a gente viu, está na expectativa, né,

04:37existe uma esperança grande, provavelmente aí passada, então, a COP30,

04:42aí a gente certamente retoma esse assunto por aqui, né, Mari?

04:45Pois é, até o final do mês, assim, passa a COP,

04:48a gente vai ver o que realmente, o quão tenso foi,

04:51quais as menções que poderiam ter provocado algum tipo de azedamento da relação com os Estados Unidos,

04:56se isso não tiver sido grande o suficiente,

04:59você consegue ter os últimos 10 dias aí do mês para tentar amarrar, fechar e realmente dar um passo definitivo,

05:04que, de novo, do ponto de vista econômico, espaço para negociar,

05:08demanda para negociar, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, é o que não falta, tá?

05:12Racionalidade parte por aqui, para uma negociação.

05:15Pode ser que a geopolítica e outros assuntos voltem a atrapalhar,

05:19vamos torcer para que não, Paulo.

05:21É isso, Mari, e a gente segue acompanhando por aqui.

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