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Uma comitiva de 130 empresários brasileiros, organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), participa de reuniões em Washington (EUA) para discutir a seção 301 da Lei de Comércio de 1974, que acusa o Brasil de práticas desleais. Léo Valente trouxe detalhes sobre encontros com representantes do comércio e parlamentares americanos. Acompanhe a análise de Mariana Almeida.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00E olha, 130 empresários brasileiros enviados pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI, aos Estados Unidos
00:08participam nesta quarta-feira de uma audiência pública no escritório do representante comercial do país norte-americano em Washington
00:17nessa investigação conduzida sob a sessão 301 da Lei de Comércio de 1974
00:23que alega que políticas brasileiras prejudicam empresas norte-americanas.
00:29Sobre esse assunto, eu converso agora ao vivo com o repórter Léo Valente, que tem mais informações.
00:36Oi, Léo, bom dia para você, bem-vindo ao Agora.
00:39O que você pode adiantar, então, em relação a esse encontro, a essa reunião da CNI sobre essa lei americana
00:49que acusa a gente, os brasileiros, então, de fazerem práticas desleais contra os Estados Unidos?
00:59Oi, Paula, bom dia para você, bom dia para a Mariana, bom dia para todo mundo que está acompanhando agora.
01:04Esse vai ser o primeiro dia de atividades dessa comitiva com empresários brasileiros, levados pela CNI
01:12e também por outras confederações, por outras associações de indústrias aqui, de setores produtivos da indústria
01:20e que vão ter essa reunião lá no escritório do representante de comércio dos Estados Unidos
01:26que foi encarregado de fazer essa investigação a pedido do presidente Donald Trump
01:30com base nessa lei de comércio de 1974, com base na seção 301 dessa lei que foi aprovada em 1974
01:41para investigar práticas que os Estados Unidos consideram injustas contra o comércio.
01:49Essa lei foi aprovada num contexto, importante até lembrar, num contexto de Guerra Fria,
01:53que havia aquela disputa entre a União Soviética, entre também os países capitalistas,
02:00mas havia também aquela divisão entre primeiro, segundo e terceiro mundo.
02:04Primeiro mundo, os países de economia capitalista avançada,
02:08o segundo mundo, os países comunistas, socialistas,
02:11e o terceiro mundo a gente conhece bem, já que o Brasil fazia parte desse bloco dos países
02:16subdesenvolvidos ou em desenvolvimento e essa lei foi aprovada justamente com esse objetivo
02:23para abrir mercados para os Estados Unidos com comércio com países socialistas,
02:30consideradas economias que não eram de mercado,
02:33e outro também para investigar práticas ou para punir práticas de países de terceiro mundo
02:38que, de certa forma, tinham alguma vantagem sobre a produção dos Estados Unidos.
02:44Essa lei, então, foi aprovada, delegava ao presidente dos Estados Unidos
02:48a função de definir, de fechar esses acordos comerciais,
02:56ficando com o Congresso a função de aprovar ou de não aprovar,
03:01mas nunca de obstruir ou de alterar qualquer tipo de acordo que fosse feito
03:07pelo presidente dos Estados Unidos.
03:12No caso, agora, a tentativa é de reverter o que foi pedido pelo presidente dos Estados Unidos,
03:18que acusou o Brasil de práticas desleais em setores, por exemplo, como pagamentos digitais,
03:26etanol, também pediu para investigar a questão de desmatamento aqui no país
03:31e outras práticas que, de acordo com a Casa Branca, prejudicam o comércio com os Estados Unidos.
03:38Essa comitiva já está lá em Washington, as primeiras atividades começam daqui a pouco
03:43com o encontro com o representante do Escritório de Comércio dos Estados Unidos,
03:49mas também vai ter outras atividades ao longo de pelo menos dois dias,
03:53já que eles também vão ter encontros com parlamentares,
03:56vão se encontrar com os representantes,
03:59tanto do Senado quanto da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos
04:03no Capitório, no Congresso Norte-Americano, lá em Washington,
04:07e também com a embaixadora do Brasil, Maria Luísa Viotti, em Washington.
04:13Então, há esses encontros, hoje tem toda essa programação,
04:17que segue também amanhã com outras atividades também,
04:21na tentativa de reverter e de posicionar ainda mais,
04:25de ratificar, de reforçar ainda mais os pontos que foram colocados pela CNI
04:32em defesa da indústria brasileira
04:36e reforçar também que as relações entre os dois países
04:40são de séculos, já há mais de 200 anos
04:43e que não há uma desigualdade nesse sentido,
04:47que o benefício é mútuo e reforçando também
04:50que existe um superávit para os americanos
04:53em relação aos brasileiros nesse comércio bilateral.
04:58Essa comitiva, como eu estava falando,
05:00ela vai ser representada também por outras associações,
05:04algumas delas aqui são a BIMAC, máquinas, equipamentos,
05:07há também as associações que representam os produtores
05:09de brinquedos, alumínio, carnes, madeiras, café, ferramentas,
05:14cerâmica, rochas e couro.
05:16E entre as empresas participantes,
05:18algumas delas são a Tupi, Embraer,
05:20Stefanini Novelis e Simens Energy.
05:23Além disso, além dessas empresas e também das associações,
05:27há também a participação de outras federações industriais
05:31de outros estados, né?
05:33A CNI representa todas essas federações,
05:38já que é a Confederação Nacional da Indústria,
05:40mas as federações locais também vão participar
05:42e algumas delas, né?
05:44São oito federações estaduais que vão estar participando também,
05:47que vão, que estão nessa comitiva,
05:51e elas são as federações de Goiás, Minas, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro,
05:57Rio Grande do Norte, Santa Catarina e São Paulo.
06:00Todos esses fazem parte aí dessa comitiva, né?
06:04Como você falou, 130 empresários que vão se encontrar com o representante
06:09e também vão ter esses encontros lá em Washington
06:14para defender a posição brasileira e também tentar reverter esse tarifácio
06:21que foi apresentado pelos Estados Unidos, né?
06:23Que foi imposto pelos Estados Unidos contra os produtos brasileiros,
06:26mas também evitar que essa sobretaxa de 50% até agora
06:31seja piorado caso essa investigação indique que o Brasil tem práticas consideradas
06:38pelos norte-americanos como desleais.
06:40Então, existe esse temor de que um resultado negativo dessa investigação
06:47acabe significando o aumento dessas tarifas contra o Brasil.
06:53Nesse primeiro momento, não há participação de representantes do governo brasileiro
06:58porque essa é uma comissão integrada pelo setor produtivo.
07:03Então, vai ter essa participação, essa iniciativa é nesse momento
07:10apenas do setor industrial, essa comitiva, para tentar colocar mais força, digamos assim,
07:20para colocar mais empenho, né? Se juntar aos esforços que o governo já faz também
07:25para tentar reverter as tarifas que já estão em vigor
07:29e também evitar que outras sejam sobrepostas. Paula.
07:33Obrigada pelas suas informações, Léo. Daqui a pouco a gente volta com você.
07:38E ainda nesta edição do Agora, você acompanha mais informações e atualizações
07:43sobre essa missão dos empresários nos Estados Unidos.
07:46Maria Almeida, o Léo trouxe bastante informações para a gente em relação a essa visita
07:52dos empresários da CNI. A gente tem visto ao longo dessas últimas semanas
07:57que a indústria tem sido bem incisiva na tentativa de reverter essas tarifas
08:02e os empresários justificam que não tem uma base legal para essas sanções
08:06e, de fato, não há mesmo uma base legal, né?
08:10Pois é, Paula. Eu acho que a análise, inclusive, legal mais pormenorizada
08:13está acontecendo no âmbito da justiça lá nos Estados Unidos.
08:18A questão, sempre voltando a ressaltar, o ponto inicial começa com uma justificativa política,
08:24portanto, descolada mesmo da racionalidade econômica
08:27e aí o esforço que está sendo feito agora e aí o destaque para, inclusive,
08:31o setor industrial, falando, olha, o setor industrial vai lá conversar,
08:34é a tentativa de passar isso para o campo da análise econômica.
08:36Mas aí não é em geral, é o caso a caso, setor a setor, ou seja, os empresários
08:42e aí, no caso, a CNI organizando aí uma frente de empresários no campo industrial
08:47tentando fazer conversas com as suas contrapartes, inclusive,
08:51aqueles com quem eles fazem negócios, seja importando, seja exportando, né?
08:54Lá nos Estados Unidos para demonstrar os impactos negativos na cadeia.
08:59Como assim na cadeia? Não é um jogo de soma zero quando a gente fala de comércio, né?
09:04Não é que quando um ganha, o outro perde, necessariamente.
09:07Isso é que é jogo de soma zero, quando não tem como todo mundo ganhar ao mesmo tempo.
09:11Se um ganhar, o outro perde, soma zero.
09:13Bom, no comércio não funciona na soma zero, porque se você acertar bem
09:17e colocar cada uma das partes envolvidas para produzir aquilo que faz melhor,
09:23e aí, se você conseguir encontrar pontos onde reduz, por exemplo, custo de produção,
09:28aumenta a eficiência geral da cadeia, vende-se mais para todo mundo.
09:32Quando vende-se mais para todo mundo, não é somar zero, é todo mundo ganha.
09:36Isso é a racionalidade econômica que tem que ser debatida,
09:39e aí, setor a setor, negócio a negócio, no momento atual, parece que vai ser o caminho.
09:44A indústria brasileira, em particular, está preocupada,
09:47porque a vida não está fácil para a indústria também aqui no Brasil.
09:50A gente teve notícias sobre o PIB ontem,
09:53o investimento, o investimento que está caindo significativamente,
09:56isso é importante a gente ressaltar.
09:58Então, a taxa de investimento cai, cai por quê?
10:01Porque os juros aqui estão muito altos,
10:02então, a força dessa atividade econômica, ela vem diminuindo,
10:08ela é importante para a geração de emprego,
10:09ela é importante como uma cascata geral de qualidade e produtividade no país,
10:14e aí os empresários estão preocupados em, na camada que cabe ao comércio internacional,
10:20poder tirar esse fantasma da frente,
10:22fantasma, aliás, fantasma bem concreto nesse caso,
10:24daí o fantasma que já está com carne e osso, inclusive,
10:27assombrando aqui o processo de custos mesmo para a indústria.
10:32E aí, custos, porque de um lado você não tem problemas para a questão das exportações para os Estados Unidos,
10:37mas aí sim a sombra da possibilidade de uma lei de reciprocidade,
10:42que também seria ruim para o caso brasileiro.
10:44Vamos colocar que isso foi enviado para a CAMEX aqui,
10:47isso é uma alternativa que o governo brasileiro colocou para poder fazer uma negociação,
10:50mas aí, de novo, se dá para todo mundo ganhar, também dá para todo mundo perder.
10:55Quando você amplia o uso das tarifas também, ao contrário,
10:59ainda que seja como forma de negociação,
11:02isso pode incidir na cadeia de produção brasileira,
11:04também do ponto de vista das importações que fazemos.
11:07Então, a indústria é complexo, é um cenário complicado no caso brasileiro,
11:12seja por causa das taxas de juros, seja pelo cenário econômico local,
11:15a dificuldade para os Estados Unidos é uma dose adicional de complicação
11:20e os empresários estão ali tentando fazer a negociação no caso a caso,
11:24demonstrando racionalidade econômica,
11:26já que, do ponto de vista da negociação mais geral e da racionalidade ampla relacionada a isso,
11:32as negociações estão bastante paradas e não tem foco ainda,
11:36possibilidade de sair muito rápido um acordo mais geral que seria o ideal.
11:40Paula.
11:41Boa, Mari.
11:43A gente falou então do papel importantíssimo da CNI, da indústria,
11:46daqui a pouco a gente também traz informações sobre os empresários da CNA,
11:51que é a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil,
11:53que também estão em missão lá nos Estados Unidos.
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