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O vice-presidente Geraldo Alckmin liderou uma comitiva de empresários em agenda no México para expandir negócios bilaterais. O economista e professor do curso de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Roberto Uebel, comentou sobre oportunidades em carne, soja, automóveis e fintechs, além de potenciais acordos com o Mercosul e facilitação de vistos.

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Transcrição
00:00E o vice-presidente Geraldo Alckmin, acompanhado de uma grande comitiva de empresários,
00:05cumpre uma extensa agenda no México para destravar negócios entre os dois países.
00:10Os encontros hoje vão noite adentro.
00:13Então nós vamos conversar sobre as expectativas dessas reuniões com o Roberto Ibel,
00:18ele que é economista e professor do curso de Relações Internacionais da ISPM.
00:23Oi Roberto, bom dia, seja bem-vindo aqui ao Real Time, tudo bem professor?
00:27Bom dia, Eric, bom dia a todos que estão acompanhando o Times Brasil, CNBC.
00:32Um grande prazer conversar com vocês hoje de manhã.
00:34Prazer é todo nosso de tê-lo aqui.
00:36Professor, no ano passado a corrente de comércio Brasil e México foi de quase 14 bilhões de dólares.
00:42Mais da metade desse valor se refere às exportações brasileiras.
00:46O México, ele deve ser agora, neste momento, um parceiro estratégico na busca de novos mercados brasileiros
00:53diante do tarifácio dos Estados Unidos.
00:54E a gente está vendo que a presidente Cláudia Chambau, a presidente mexicana,
00:59ela estendeu as mãos para os brasileiros neste momento,
01:02abriu o mercado principalmente para a carne brasileira,
01:05que teve um aumento extraordinário de mais de 400% no primeiro semestre deste ano.
01:10Mas em contrapartida o México vai querer alguma coisa também, não é isso professor?
01:14Exatamente, Eric.
01:16Tu estava mesmo consultando aqui, antes de entrar na entrevista,
01:19os dados mais recentes da balança comercial Brasil e México.
01:23Pra quem está acompanhando, os dados que se apresentaram,
01:25dados hiper reais,
01:26uma corrente de comércio 13,6 bilhões de dólares,
01:32quase 14 bilhões.
01:34O Brasil tem um superávit de 2 bilhões.
01:37Então, é muito próximo, quase que uma neutralidade, digamos assim,
01:42dessa balança comercial.
01:44E o Brasil tem três grandes mercados,
01:47os quais interessam para os exportadores brasileiros no México.
01:51Soja, carne de aves, frango principalmente,
01:55e um setor que eu acho que a gente pode agregar grande competitividade com os Estados Unidos.
02:00E aí, abre um parênteses, hoje, 80%, 82% das exportações mexicanas
02:06são para os Estados Unidos, com a fotografia do ano passado, evidentemente.
02:11E é o setor automotivo.
02:12Então, exportação de veículos, peças para veículos,
02:15é um mercado que o Brasil pode, provavelmente, irá explorar
02:19nessa viagem do vice-presidente Alckmin,
02:22que também é ministro de Indústria e Comércio Exterior.
02:25É claro, Eric, como você colocou,
02:27os mexicanos querem uma contrapartida.
02:29Eu não diria que essa contrapartida, necessariamente,
02:32é uma busca por uma inovação de mercados no Brasil.
02:37Assim, talvez, é expandido que o México já exporta para cá.
02:40Mas eu destacaria o principal, talvez,
02:43é o Brasil como porta de entrada para o Mercosul
02:46e, talvez, mais adiante, para outros países da América do Sul.
02:50A gente conversando com professores mexicanos,
02:53colegas mexicanos,
02:55alguns diplomatas mexicanos no passado recente,
02:57sempre diziam, antes do tarifácio do Trump,
03:00que o Brasil é a porta de entrada para a América do Sul
03:03e é a porta de entrada, especialmente, para o Mercosul.
03:05Então, provavelmente, essa será a grande solicitação,
03:09o grande pedido da presidente Cláudia Scheinbaum
03:11para que o Brasil costure essa aproximação com os nossos vizinhos
03:15e permita que os produtos mexicanos ingressem
03:18nos mercados sul-americanos e também do próprio Mercosul.
03:22A gente está vendo que nessa comitiva,
03:24encabeçada por Geraldo Alckmin, nosso vice-presidente
03:27e ministro de Indústria, Desenvolvimento e Comércio,
03:31está, por exemplo, representantes do setor de PET.
03:36A gente vê aí da empresa PET está indo também junto.
03:40É uma pauta diversificada,
03:43uma quantidade de produtos diversificados
03:45que a gente pode mandar para o México
03:47neste momento de incerteza comercial
03:49com um dos principais parceiros comerciais do Brasil,
03:52que são os Estados Unidos?
03:54Exato.
03:55O Brasil também tem essa possibilidade de um leque
03:57de ofertas em mercados emergentes,
03:59mas mercados de inovação.
04:01Eu gosto sempre de destacar,
04:03uma das principais fintechs brasileiras,
04:06ela inicia seu processo de internacionalização
04:10justamente pelo México.
04:11Então, essa possibilidade de ofertas de serviços financeiros,
04:15serviços bancários, serviços digitais,
04:18de todo tipo de ordem,
04:20podem acabar sendo um atrativo para os mexicanos,
04:23até para reduzir a dependência dos Estados Unidos.
04:27Porque se a gente olha o sistema financeiro,
04:29o sistema bancário mexicano,
04:31ele tem uma grande relação de dependência
04:34com os vizinhos do norte.
04:35Então, em claro e bom português,
04:38é um casamento, digamos assim,
04:40que trará benefícios para os dois.
04:42Mas, de novo, os mexicanos querem a contrapartida.
04:44E eu aposto,
04:45claro que a gente tem que ver o que vai sair dessas reuniões,
04:48mas eu aposto que talvez até um esboço,
04:51um draft, digamos assim,
04:53de tentar um acordo de livre comércio,
04:56ou uma ampliação do comércio com o Mercosul.
04:59Porque aí interessa também,
05:00apesar dessas diferenças políticas,
05:02partidárias e ideológicas,
05:04interessa também para a Argentina,
05:06neste momento,
05:07diversificar as suas parcerias comerciais,
05:10mas haja vista que a Argentina também sofre
05:12com o tarifato do governo Trump nos Estados Unidos.
05:15É, o México,
05:1780% do que o México produz
05:19praticamente vão para os Estados Unidos, né?
05:22Seguem aí em vendas para os Estados Unidos.
05:24A gente tem aí uma tarifa de 30% para o México.
05:28Cláudia Schembaugh conseguiu negociar aí
05:30a entrada em vigor por 90 dias.
05:33Então, cada vez mais o México está querendo
05:36atrair outros players,
05:38outros mercados.
05:39E como o senhor falou, né, professor,
05:41a América do Sul é importante, né?
05:42Tem o bloco,
05:44tem se posicionado de uma forma importante
05:47na Europa, também na Ásia.
05:49E aí para o México vai ser importante também, né?
05:51Atrair o Brasil perto dele.
05:54Com certeza.
05:55Até pelas questões que me ocorreu agora,
05:57a gente vê aqui as imagens da comitiva
05:59chegando ao México,
06:01como me ocorreu até a mudança
06:03nas cadeias de valor
06:05às quais o México está inserido.
06:06Então, por exemplo,
06:07o setor automotivo
06:08é um setor muito interessante
06:09porque ele também produz veículos, né?
06:11Veículos que nós aqui no Brasil
06:12até importávamos pouco tempo atrás.
06:15Então, de complementação,
06:16o México pode ganhar,
06:18ter um ganho, né?
06:19Tanto de valor agregado, evidentemente,
06:21mas o aumento das exportações,
06:23revisando as suas cadeias de valor,
06:26haja vista uma necessidade
06:28de menor dependência dos Estados Unidos.
06:30Então, daqui a pouco,
06:31prospectando um cenário hipotético,
06:33é claro, né?
06:34Daqui a pouco você tem
06:34uma grande montadora no México,
06:36mas que parte das peças,
06:38parte da produção
06:38ou da tecnologia
06:40ou dos serviços
06:41venha do Brasil,
06:43venha da Argentina,
06:44venha da Colômbia, né?
06:45As grandes economias
06:46aqui da América do Sul
06:48e que torne esse produto
06:49mexicano competitivo,
06:51inclusive,
06:52aos Estados Unidos.
06:53E aí a gente vai trazer
06:54outros setores,
06:54setor textil,
06:55setor de calçado,
06:56vestuário.
06:57Brasil, né?
06:58Então, eu gosto sempre
06:59de olhar pela ótica,
07:00assim, tem uma competição
07:01com o Brasil,
07:02uma competitividade natural,
07:03são duas economias emergentes,
07:05duas economias, né?
07:06Que lideram mercados,
07:08mas que podem ser complementares
07:11e aí benefício mútuo, né?
07:13Olhando para essa revisão
07:16das cadeias globais de valor
07:17e também de suprimentos.
07:19Então, boas expectativas
07:21para essa viagem, né?
07:23Essa missão do governo brasileiro
07:25ao México,
07:25acredito que é um interesse
07:27para o benefício mútuo, né?
07:28Tanto os mexicanos e os brasileiros
07:30podem ganhar muito
07:31num adensamento
07:33dessas relações comerciais
07:35e políticas.
07:36Com sua perspectiva,
07:37é boa o que o senhor acha,
07:38professor,
07:39de concreto que o Brasil
07:41pode trazer na bagagem
07:42dessa reunião, né?
07:45De Alckmin com Cláudia Schembaugh
07:46ou dessa visita ao México?
07:48Eu acredito que é um acordo,
07:51não somente um acordo formal,
07:53mas uma garantia,
07:54melhor dizendo,
07:54uma salvaguarda
07:55do governo mexicano, né?
07:57Dando prioridade
07:58a esses mercados,
07:59talvez segundo, né?
08:00Um draft,
08:01um esboço
08:01de um acordo com o Mercosul.
08:04E eu tenho apostado também
08:05em uma viagem política
08:06e sempre que é uma viagem política,
08:08essas viagens não são de graça,
08:09elas buscam um retorno político.
08:12Hoje, um dos grandes entraves, Eric,
08:14para quem está acompanhando aqui
08:15a Times Brasil CNBC,
08:17é a necessidade de visto, né?
08:18Brasileiros precisam de visto
08:20para o México,
08:21para o turismo,
08:22até porque era uma exigência
08:23dos Estados Unidos.
08:24Então, pode ser que a gente tenha
08:25algum tipo de avanço
08:26nesse sentido, né?
08:27De retirar essa obrigatoriedade,
08:30até para facilitar a mobilidade
08:32entre os dois países,
08:33olhando, né?
08:33A prospecção de negócios,
08:35prospecção de mercados.
08:36Então, pode ser que esse seja,
08:38certamente,
08:39um dos temas da pauta
08:40que pode trazer frutos
08:42depois da viagem.
08:43É, se tornar meio que livre, né?
08:46Como é dentro do Mercosul, né?
08:48Que vai com o RG,
08:49enfim, só com o passaporte,
08:50sem a necessidade de visto.
08:51Agora, o visto lá
08:53era aquele visto online
08:54que você tirava, né?
08:55Tirava assim,
08:56era mais simples,
08:57mas havia necessidade.
08:58Ele continua sendo
08:59esse visto online,
09:00não é isso, professor Roberto?
09:01Exato.
09:02Autorização de...
09:03Exato.
09:03É, eu estive no México
09:04e fiz uma, como se fosse isso,
09:06uma autorização, né?
09:07De entrada.
09:09Exatamente.
09:09Uma autorização eletrônica
09:10de viagem,
09:10mas que tem um custo,
09:11tem uma burocracia,
09:13pode ser inadmitido.
09:14A gente teve casos
09:15até o ano passado
09:17de brasileiros inadmitidos
09:19no México, né?
09:20Que foram,
09:21não necessariamente deportados,
09:22mas tiveram que retornar
09:24ao Brasil,
09:24obrigatoriamente.
09:26Então, esse é um tema.
09:27E o quarto tema
09:28que também acho que é interessante
09:29a gente destacar
09:30é o aumento de parcerias
09:31no campo de pesquisa e inovação, né?
09:33Que são dois países
09:35que têm buscado se diferenciar,
09:38que não deixa de ser
09:39um tipo de serviço,
09:40uma prestação de serviço
09:41e inovação no campo
09:42de pesquisa, ciência,
09:44essa cooperação tecnológica
09:45entre os dois países.
09:47Eu acredito que é muito importante
09:49justamente para diferenciá-los
09:51dos outros players, né?
09:52E se torná-los competitivos.
09:54Então, pode ser que a gente
09:55tenha algum direcionamento,
09:56algum tipo de acordo
09:57neste campo também.
10:00É, aproximação sempre importante.
10:03Professor Roberto Ibel,
10:04queria muito agradecer
10:05a sua participação aqui
10:06no Real Time.
10:07sempre bom
10:08tê-lo aqui no Times Brasil,
10:09licenciado exclusivo CNBC.
10:11Uma ótima quarta-feira
10:12e um grande abraço.
10:13Muito obrigado,
10:14uma excelente quarta-feira a todos.
10:15Obrigado.
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