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A ministra Isabel Gallotti, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou nesta terça-feira, 4, pela cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

A magistrada é a relatora dos recursos apresentados pelo Ministério Público Eleitoral contra a chapa do governador.

Castro, o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, e outras dez pessoas são acusados de criar cerca de 27 mil cargos comissionados irregulares na Fundação Ceperj, que teriam sido usados para empregar cabos eleitorais e fortalecer a campanha de reeleição do governador em 2022.

Após o voto de Isabel, o ministro Antonio Carlos Ferreira pediu vista, e o julgamento foi suspenso por 30 dias.

Segundo a ministra relatora, as provas demonstraram que Castro e aliados políticos utilizaram a máquina pública em benefício eleitoral.

Isabel Gallotti classificou as irregularidades como “graves” e destacou que as práticas foram reconhecidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), ainda que a Corte tenha absolvido o governador em primeira instância.

Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:

Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.

Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.

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00:00Bom, a ministra Isabel Galotti do Tribunal Superior Eleitoral, TSE, votou nesta terça-feira 4 pela cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, do PL.
00:10A magistrada é a relatora dos recursos apresentados pelo Ministério Público Eleitoral contra a chapa de Castro.
00:16Castro, presidente da ALERJ, Assembleia Legislativa do Estado, Rodrigo Bacelar e outras 10 pessoas, são acusados de criar cerca de 27 mil cargos comissionados irregulares na Fundação Ceperge
00:26que teriam sido usados para empregar cabos eleitorais e fortalecer a campanha de reeleição do governador em 2022.
00:34Após o voto de Isabel Galotti, o ministro Antônio Carlos Ferreira pediu vista, ou seja, mais tempo, para analisar o processo e o julgamento foi suspenso por 30 dias.
00:44Segundo a ministra relatora, as provas demonstraram que Castro e aliados políticos utilizaram a máquina pública em benefício eleitoral.
00:51Isabel Galotti classificou as irregularidades como graves e destacou que as práticas foram reconhecidas pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio, TRE,
00:59ainda que a corte tenha absolvido o governador em primeira instância.
01:02Aliás, essa absolvição ocorreu por 4 votos a 3.
01:07Foi um placar bastante apertado, inclusive com muita discussão sobre o voto de uma ministra que, em cima da hora, teria mudado.
01:16Vamos assistir ao trecho final do voto da ministra relatora no TSE, que é a instância superior da justiça eleitoral.
01:24Então ele perdeu no TRE, aí houve o recurso do Ministério Público Eleitoral para a instância superior.
01:30O caso está sendo analisado no TSE, está 1 a 0 contra o Castro, por causa do voto dessa relatora.
01:36Pode soltar.
01:36Por todo o panorama desmendado nos autos, entendo que as condutas perpetradas por Cláudio Castro, Rodrigo Barcelar, Gabriel Lopes,
01:47cada qual na sua esfera de poder decisório, concorreram de forma determinante para a configuração de abuso de poder político e econômico,
01:55em amplitude e gravidade que comprometeu a normalidade e a legitimidade das eleições de 2022 no estado do Rio,
02:01bem como em conduta vedada a agentes públicos.
02:03As responsabilidades dos investigados se assentam na consciente instrumentalização da máquina administrativa
02:11e no empenho, despenho irregular de recursos públicos, com o fim e princípio de obter dividendos eleitorais
02:18em afronta aos princípios que regem a administração pública e o processo eleitoral.
02:24E, de outra parte, dou provimento aos recursos extraordinários do Ministério Público
02:27para caçar os diplomas de Cláudio Castro e de Tiago Pamplona, dos cargos de governador e vice,
02:36e do diploma de Rodrigo Barcelar, no cargo de deputado estadual no citado pleito.
02:42Declarar a ineligibilidade de Cláudio Castro e Rodrigo Bacilar e Gabriel Lopes.
02:52Determinar as eleições para os referidos cargos e majoritários e a retotalização dos votos
03:06para o cargo de deputado estadual.
03:10Eu estou verificando aqui que a razão de ser da condenação do vice-governador Tiago Pamplona
03:19é o benefício eleitoral que obteve com as práticas ilícitas.
03:23Então, eu vou fixar multa individual no patamar máximo para Cláudio Bonfim,
03:29Rodrigo Bacilar e Gabriel Lopes,
03:32e no valor de 100 mil UFIR,
03:36e a multa no menor patamar cabível para Tiago Pamplona
03:45pela prática de conduta vedada no artigo 73.2 da referida norma.
03:49Comunique-se com urgência quando finalizar esse julgamento ao TRE
03:55para fins de cumprimento imediato do acordo,
03:58inclusive quanto à adoção de providências para a realização de novas eleições.
04:02É como voto, senhora presidente.
04:05É um caso que realmente mereceu toda a investigação jornalística,
04:11porque veio de reportagens e, obviamente, da justiça eleitoral,
04:15porque é uso da máquina pública, é dinheiro público para remunerar
04:20trabalhadores temporários que depois atuam, então, como cabos eleitorais,
04:26quer dizer, um possível desvio de finalidade,
04:28você dá um carguinho, na verdade, para o sujeito fazer campanha
04:31e não para executar aquela tarefa que realmente seja um serviço público
04:36para atender a população.
04:39E isso é, vamos dizer assim, uma praga na política brasileira
04:42e eu sempre bato nessa tecla.
04:44Por exemplo, os assessores de gabinete, a militância de gabinete.
04:48Muita gente que é contratada supostamente para prestar um serviço de assessoria legislativa,
04:53quer dizer, ajudar o parlamentar a preparar projetos de lei,
04:57a enquadrar o texto ali dentro do padrão, da formatação de um texto legal, etc.,
05:03que, na verdade, está fazendo militância na rede social.
05:06Às vezes, alguns parlamentares até confundem a conta, o assessor não desloga,
05:12o próprio parlamentar não desloga, e você vê que eles estão aplaudindo as postagens,
05:18são militantes de gabinete que estão aplaudindo as postagens do titular da pasta
05:21e que estão na rede social atacando os adversários, que estão, muitas vezes, atacando nós,
05:27jornalistas independentes, quando deveriam estar prestando assessoria legislativa.
05:31Então, você tem ali cargos vinculados à UERJ, à Fundação CEPERJ,
05:37que são de um trabalho temporário, eles são concedidos,
05:41e aquelas pessoas estão fazendo a campanha eleitoral das pessoas que os colocaram lá.
05:46E isso aconteceu também, não só, eventualmente, com algo premeditado, mas também com pressão.
05:52Aliás, a relatora, vou pegar até aqui um trecho, porque eu separei todos os vídeos,
05:56mas não dá tempo de mostrar que a pauta está cheia, mas é um trecho que ela fala,
05:59ela resume um depoimento, e eu vou trazer aqui o depoimento do Rodrigo Gaviorno,
06:06que é um ex-funcionário do programa Cidade Integrada, que é uma iniciativa do governo do Rio.
06:11Olha só, ele falou que no dia 5 de agosto, me parece que, não sei se foi 2021 ou 2022,
06:19mas na preparação ali para o auge da corrida eleitoral,
06:23receberam uma ligação de Ana Cláudia, que é Ana Cláudia Balbino, uma coordenadora,
06:27via WhatsApp, pelo celular da Maíra.
06:30E aí ela pediu que chamasse todo mundo, e se reuniram dentro do container,
06:34e ela falou que o Alain, que é o Alain Bosch, que era um subsecretário,
06:37também coordenador executivo do programa, fez um acordo.
06:40Atenção agora, para esse relato.
06:42Precisava de quatro vagas, e essas quatro vagas sairiam deles,
06:46ou do pessoal da Musema, que é uma área ali da região oeste do Rio.
06:50Ia sair do programa Cidade Integrada.
06:52E a questão era, quem não aceitasse fazer campanha eleitoral,
06:56esse que é o ponto, quem não aceitasse fazer campanha eleitoral,
07:00ia ser demitido.
07:02Quer dizer, isso é um depoimento no âmbito dessa investigação.
07:05Aí vieram os nomes, quer dizer, os nomes para os quais
07:08era necessário fazer campanha eleitoral.
07:10Lula, Cláudio Castro, quer dizer, Lula presidente,
07:14Cláudio Castro para governador, Romário para senador,
07:18Max Lemos para deputado federal, e Dionísio Lins para deputado estadual.
07:22E aí a relatora, Isabel Galotti, ela comentou o seguinte,
07:26como se vê a fragilidade do nosso sistema partidário,
07:30em que assume maior relevo perante o eleitor o viés personalista dos candidatos,
07:34do que a linha programática do partido,
07:36quer dizer, uma preocupação mais com o personalismo do que com o programa partidário,
07:40frequentemente enseja, quer dizer, acaba provocando a formalização de coligações
07:45ou federações entre partidos de ideologia antagônica,
07:49ou como no caso, apoiamentos, mesmo que informais,
07:51que seriam inexplicáveis à luz dos programas partidários.
07:55Eu vou explicar por que ela está falando isso tudo,
07:58mas você tem ali várias pessoas, às vezes até de partidos diferentes,
08:02e havia uma pressão para que os funcionários,
08:06os presentes ali nos cargos, fizessem campanha a favor deles.
08:11Então tudo isso foi colocado na investigação,
08:14é claro que é um episódio que merece todo o escrutínio.
08:17Duda Teixeira.
08:18Bom, a prática é completamente irregular,
08:22e me lembra uma coisa que acontece na Venezuela,
08:25que chama emprego basura, basura no sentido de lixo,
08:29isso é muito comum, era muito comum já na época do Hugo Chaves,
08:33o Nicolás Maduro mantém isso, mas é você dar milhares de cargos públicos
08:39que têm lá na Venezuela um salário muito baixo,
08:43e que o sujeito, uma vez que ele é contratado,
08:45ele não tem muito o que fazer.
08:48Mas a obrigação dele qual que é?
08:50Quando tem uma manifestação, um protesto,
08:53ou quando tem uma eleição,
08:55aí é onde ele tem que realmente atuar e participar.
08:58Então, na verdade, o sujeito é contratado por um cargo público,
09:02mas a única função que ele tem é uma função eleitoreira ou partidária.
09:09E aí, acho que vale a gente notar também
09:11como o Rio de Janeiro tem sido infeliz na escolha dos seus governadores.
09:18Porque o Cláudio Castro, ele assume que ele era vice do Wilson Witzel,
09:24que era um desconhecido, ganha o apoio do Bolsonaro,
09:28mas que depois é empichado ali por acusações, se não me engano,
09:33era de hospitais, aqueles hospitais temporários na época da pandemia.
09:38Ele assume essa eleição, ele consegue se reeleger,
09:43então ele faz um mandato tampão e depois se reelege.
09:46E aí, agora que ele fica inelegível,
09:49ele já não poderia ter mais um cargo como governador do Rio de Janeiro,
09:53mas poderia pensar em outros cargos,
09:55sei lá, deputado estadual, deputado federal, qualquer outra coisa.
09:59Mas aí vai ficar mais difícil agora com essa decisão.
10:03Eu vou pegar aqui uma aspa,
10:04que eu estou com o depoimento original desse...
10:07Como é que é o nome dele? Deixa eu só lembrar aqui.
10:12O Rodrigo Gaviorno, depoimento original dele.
10:15Aspas.
10:16Não era só votar.
10:18Tinha que usar as redes sociais para fazer campanha.
10:21Tinha que pedir voto.
10:22Isso ela falou explicitamente.
10:24Disse que quem não fizesse seria cortado
10:26e que isso seria monitorado
10:28e durante a campanha a gente tinha que ir
10:30onde tivesse os eventos desses candidatos.
10:34Ela chegou a me mandar evento do Dionísio Lins na Penha
10:37e eu já tinha saído de lá,
10:38só que a mensagem não chegou.
10:40E aí ele vai detalhando tudo e dizendo que ele não chegou.
10:43Eu não cheguei a fazer campanha nas redes sociais,
10:44mas eu soube de gente que fez e que votou em quem foi mandado.
10:48E aí depois ele dá outros exemplos,
10:50falando inclusive de gente que acabou demitida
10:53por não se sujeitar a isso.
10:55Ricardo Kertzmann, o que você destaca?
10:58É um caso bastante grave e as provas são abundantes.
11:02Esse uso da chamada máquina pública por parte de candidatos
11:06que tem o exercício dos seus mandatos.
11:11Isso é comum, isso é histórico, infelizmente, por todo o Brasil.
11:17A gente assiste isso ocorrer em todas as eleições,
11:20as denúncias.
11:22Nós que cobrimos a política,
11:23a gente conhece os bastidores e sabe que é uma prática,
11:27eu diria, praticamente unânime.
11:30São raros os políticos que não se utilizam em algum tempo
11:34ou de alguma forma os seus gabinetes para esse tipo de conduta,
11:38que obviamente é legal, porque você distorce todo o sistema eleitoral.
11:44Você consegue, a partir disso, obter vantagens maiores
11:47do que outros candidatos que não estão em exercício.
11:51Agora, Felipe, me chama a atenção aqui,
11:54e eu não sei se isso já foi usado de alguma forma,
11:56por um lado ou por outro, mas me chama a atenção o timing.
12:01Eu sei que o tempo da justiça, ele não obedece,
12:06o tempo da justiça não está subordinado ao tempo do cotidiano,
12:08ao tempo das ruas.
12:10A justiça tem o seu tempo próprio.
12:11Mas, assim como teve gente dizendo que essa operação policial
12:15no Rio de Janeiro teve motivações políticas por parte do governador,
12:19pode ser que tenha gente agora também que vai dizer,
12:22olha, esse julgamento está ocorrendo justamente agora
12:25para poder, de alguma forma, contrabalancear, anular os ganhos políticos que ele teve.
12:30Repito, eu não estou nem fazendo nenhum juízo de valor com relação a isso,
12:34só estou chamando a atenção porque é, de fato, algo curioso.
12:39Então, eu vou explicar só a questão do calendário,
12:42porque fica essa questão, no fim, vai ficar, fica essa questão.
12:46Ah, a mega-operação policial, então, foi ordenada justamente para dar um cacife
12:51eleitoral e político ao Cláudio Castro e para que depois se pudesse fazer
12:56uma acusação de politização do Tribunal Superior Eleitoral,
13:00num caso em que ele já estava enrolado, ou foi o julgamento feito depois
13:05da mega-operação policial que foi um ato político em razão do resultado
13:11que desagradou os ministros, etc.
13:14Quer dizer, você tem alegação para todo lado.
13:17Mas, no contexto do tribunal, é preciso saber quais são as informações de base,
13:20independentemente do juízo, tá?
13:22Não estou fazendo juízo defendendo um lado ou outro.
13:24Informações básicas são as seguintes.
13:27A relatora Isabel Galotti já tinha liberado o processo
13:33para ele entrar na pauta do TSE no mês de junho.
13:37Nós estamos agora no comecinho de novembro e essa ministra, que é a relatora,
13:43Isabel Galotti, ela está para sair do TSE agora, em novembro.
13:48Então, quer dizer, o próprio calendário já pressionava pela conclusão do voto dela.
13:55Isso teria que acontecer agora, entre junho e novembro.
14:00Então, não tinha acontecido ainda e ia acontecer nessas semanas.
14:04Só que aconteceu que ele foi pautado logo depois da mega-operação policial.
14:08Se houve ali uma intenção política ou não, eu deixo para cada um fazer o seu juízo.
14:12Mas as circunstâncias são essas.
14:14Quer dizer, o processo existe muito antes da mega-operação.
14:18Ele já passou pela primeira instância da justiça eleitoral, pelo TRE.
14:21O caso perdeu.
14:22O Ministério Público Eleitoral entrou com recurso.
14:25Chegou, veio a tramitação.
14:27A Isabel Galotti assumiu a relatoria, pegou as ações, avaliou, liberou para a pauta
14:32e agora está sendo julgado.
14:33Quer dizer, ia ser julgado.
14:35Não está acontecendo por causa...
14:37O julgamento, não estou falando da data, o time.
14:40O julgamento não está acontecendo por causa da mega-operação.
14:43Ele iria acontecer.
14:45Mas o timing, evidentemente, gera todo um burburinho político.
14:48E talvez isso tenha incentivado os outros ministros a articular,
14:54ou o próprio ministro que pediu vista, a fazer o pedido de vista.
14:58Quer dizer, é melhor não discutir isso agora, etc.
15:01E, claro, que pedido de vista também sempre gera suspeita de politização.
15:05Ah, é para esfriar.
15:06Ah, vai dar um voto a favor do Castro, porque o jornalismo bastidor do Rio
15:09está mostrando que é interesse do Cláudio Castro postergar.
15:12Deixar para o ano da corrida eleitoral.
15:14Agora vem recesso.
15:15Aí, depois, na volta do recesso, você já tem desincompatibilização.
15:19Começo do calendário.
15:20Pode tumultuar ainda mais.
15:22Isso pode ser empurrado com a barriga e acabar depois sendo arquivado.
15:26Então, está aqui todo o contexto para quem quiser examinar.
15:30Agora, a ministra Isabel Galotti tratou o ex-reitor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
15:35o Erge Ricardo Lodi, que foi candidato a deputado federal pelo PT em 2022,
15:41como, aspas, um dos agentes públicos que praticaram os atos sob investigação.
15:47Fecho aspas.
15:48Aliás, tudo que a gente fala aqui do julgamento, entre aspas,
15:51pode ser conferido no vídeo do julgamento, tá?
15:53Tem lá a página do TSE.
15:56Só colocar a TSE ao vivo, procurar a sessão do dia 4, não foi isso?
16:00Que foi ontem, terça-feira, 4, que está lá o julgamento todo.
16:04Ele aconteceu logo depois do julgamento sobre o partido Missão,
16:08em que o TSE oficializou, como a gente vai mostrar na próxima pauta.
16:12Então, a UERJ, de acordo com uma das reportagens que deram origem à ação na Justiça Eleitoral,
16:18contratou a sogra e a mulher do coordenador da campanha do petista Ricardo Lodi,
16:23Samuel Marques dos Santos.
16:26Então, olha, o Samuel dos Santos, ele era o coordenador da campanha do Ricardo Lodi,
16:33que era reitor da UERJ, para deputado federal pelo PT.
16:36E a sogra desse coordenador e a mulher dele foram contratadas pela UERJ,
16:41como mostrou em uma reportagem do UOL, na série que levou a essas ações todas,
16:46inclusive contra o Castro, claro.
16:48Ao todo, a família desse Santos, coordenador da campanha do Lodi,
16:51recebeu R$ 433 mil por um projeto de inovação educacional chamado ECO,
16:57Escola Criativa de Oportunidade.
16:59Tudo com folhas de pagamentos secretas, que era o terror da reportagem.
17:03Por exemplo, a sogra dele, Márcia Lúcia Ramos,
17:06que é repositora de supermercado lá em Volta Redonda, no Rio de Janeiro,
17:10ganhou até R$ 37 mil brutos por mês,
17:14totalizando R$ 192 mil brutos entre maio e dezembro daquele ano.
17:19E como repositora de supermercado, a reportagem mostrava que ela ganhava
17:21por volta de R$ 2 mil, etc.
17:23Quer dizer, passou a ganhar um salário muito maior.
17:27Embora a relatora no TSE, Isabel Galotti,
17:29tenha citado a jurisprudência da corte para rebater o argumento
17:33de que o petista Ricardo Lodi deveria ter sido indicado no processo como polo passivo,
17:38argumento das defesas do Castro, do Bacelar.
17:42Então, eles falavam assim, por que o Lodi não está aí?
17:45Entendeu?
17:45Porque tinha reportagem sobre ele, ele teria sido beneficiado pelo esquema e tal.
17:51Então, embora a relatora tenha rebatido esse argumento,
17:54ela apontou, aspas,
17:55a possibilidade de um esquema amplo de cooptação política,
17:59fecho aspas,
18:00e registrou que, aspas,
18:02eventual benefício eleitoral atribuído ao reitor
18:05poderia ser objeto de apuração em outra AIS,
18:07que é a Ação de Investigação Judicial Eleitoral,
18:10autônoma, fecho aspas.
18:12Quer dizer, numa outra ação.
18:13Segundo Galotti, aspas,
18:15Fecho aspas.
18:30Lembrando que o Ricardo Lodi, advogado,
18:32defendeu a então presidente Dilma Rousseff, também do PT,
18:35durante o processo de impeachment de 2016,
18:38e ele não foi eleito em 2022.
18:41E o Ricardo Lodi afirmou hoje, quarta-feira, 8,
18:45em postagem no Instagram,
18:46que, aspas,
18:47a relatora do caso do CEPERJ, ministra Isabel Galotti,
18:50excluiu a participação da reitoria da UERJ no esquema.
18:54Fecho aspas.
18:55Aí também não.
18:57Aí também não.
18:59Essa afirmação é falsa ou falseada.
19:01Ele quer passar uma impressão que não foi exatamente
19:04o que a relatora fez.
19:07Olha, eu publiquei artigo mostrando todas as aspas,
19:10muito mais do que eu estou mostrando aqui no programa,
19:12no portal antagonista.com.br.
19:14O título está digital do PT,
19:16no suposto esquema de Cláudio Castro na UERJ.
19:18Então, a gente detalhou.
19:21E a Galotti, ela defendeu apenas que o Ricardo Lodi
19:24não esteja indicado no polo passivo
19:26da mesma ação contra o Castro e o Bacilar no TSE,
19:29frisando, no entanto, como eu falei,
19:31que o petista poderia ser alvo de outra AIS.
19:34Para falsear a argumentação da relatora,
19:36Ricardo Lodi citou apenas o trecho em que ela disse,
19:37aspas, não existe vínculo jurídico e material
19:40entre o reitor e os demais investigados.
19:43Fecha o aspas.
19:44Então, está aí, você veja que é um suposto esquema
19:49que abrangeu aí gente de diversas áreas.
19:54E a relatora apontou isso.
19:56Olha, é um negócio amplo, etc.
19:58Agora, a gente está julgando aqui esses caras.
20:01Doutor Teixeira.
20:01Quer dizer, o esquema existia,
20:05era praticado por muitas pessoas,
20:07mas o caso do reitor da UERJ é um outro esquema.
20:13Precisaria de ter um caso separado.
20:16E aí mostra que realmente não é uma questão
20:18de se é do PL, Cláudio Castro do PL,
20:21ou se é do PT.
20:23Essas práticas existem, independente da ideologia,
20:27tem mais a ver com a ética pessoal das pessoas,
20:30com esses costumes que são passados
20:33entre os políticos, entre as gerações.
20:36E a gente agora deveria realmente ter uma outra ação
20:39para pegar esse outro caso.
20:41Pois é.
20:42Ela detalha, inclusive, o contexto eleitoral de 2022,
20:45como o PT não lançou candidato,
20:47como o PT rompeu a aliança com o Marcelo Freixo,
20:49cita reportagens da época, etc.
20:53Bom, então, a gente, o nosso jornalismo
20:57está sempre mostrando essas condutas,
20:59cobrando investigações para a gente ter
21:01o maior número de elementos possíveis
21:04e mostrando que muitas vezes você tem condutas
21:06que acontecem de todos os lados
21:07e, às vezes, com os lados juntos
21:09em determinadas situações.
21:12E as pessoas precisam atentar para isso.
21:27Obrigado.
21:28Obrigado.
21:29Obrigado.
21:30Obrigado.
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