Pular para o playerIr para o conteúdo principal
O Documento JP mostra na prática como animais ajudam no tratamento de pessoas. Longe de ser "mágica", especialistas explicam que há muita ciência e estudo por trás dos resultados. A reportagem investiga como a terapia assistida por animais atua no cérebro e no corpo. Veja os benefícios comprovados dessa interação na saúde humana.

Assista à íntegra em:
https://youtu.be/O-QrTJcKXUk

Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/

Baixe o AppNews Jovem Pan na Google Play
https://bit.ly/2KRm8OJ

Baixe o AppNews Jovem Pan na App Store
https://apple.co/3rSwBdh

Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews

Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/

Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews

Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews

Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/

#JovemPan
#DocumentoJP

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Em um mundo onde a cura e o conforto nem sempre vêm de medicamentos, a Associação Patas Terapeutas se destaca.
00:09Uma organização não governamental e sem fins lucrativos, ela carrega uma missão simples, mas profundamente transformadora.
00:18Levar o poder incondicional do afeto animal por vários lugares.
00:22Mais do que apenas uma visita, a Associação promove a terapia e atividades assistidas por animais.
00:29São cães, gatos e até mesmo bichos silvestres e exóticos, todos acompanhados de seus dedicados tutores,
00:37cruzando as portas de hospitais, residenciais de idosos e abrigos de crianças.
00:43É o que aponta Silvana Fideli Prado, fundadora e presidente da Patas Terapeutas.
00:52Eu enxergo a evolução dos pacientes de uma maneira assim, imediata.
00:58Porque na hora que um animal entra dentro de uma UTI, de um hospital ou de um morador, de um residente,
01:06você vê assim que muda o ambiente, eles começam a sorrir, achar que a vida é melhor.
01:13Porque o animal, ele faz isso mesmo, esse resgate, as lembranças afetivas.
01:17Nesses 22 anos que eu trabalho com serviços assistidos por animais, é recompensador todos os dias,
01:26porque todos os dias você vê um efeito dessa convivência de uma maneira imediata com os pacientes,
01:34com as pessoas que entram em contato.
01:36E isso faz com que a gente tenha cada vez mais vontade de trabalhar.
01:40Eu acredito que a única coisa que o animal pode fazer, que nós não fazemos, nós humanos não fazemos,
01:50é não julgar.
01:51O animal não julga, independente de como você esteja.
01:54Isso é um crédito maravilhoso nele.
01:56Às vezes a pessoa está ali se sentindo um pó, né, acabada.
02:05De repente você põe um animal ali do lado dela, que interage com esse animal,
02:10ela pode abraçar, pode beijar, ele corresponde a tudo isso.
02:16A pessoa começa a falar dela, ela começa, é muito mais rápido.
02:20No Hospital Santa Mônica, em São Paulo, o tratamento de pacientes psiquiátricos ganha uma abordagem única e acolhedora.
02:31O psicanalista Vinícius Fava Ribeiro tem uma parceira de trabalho que não fala, mas ouve e acalma,
02:38a sua cachorrinha romã.
02:40A presença do animal quebra o gelo, cria um ambiente mais seguro para os pacientes
02:45e ajuda a reduzir a ansiedade, facilitando o diálogo e o processo de cura.
02:57Hoje em dia, tem muito pouco dentro da psicanálise o estudo desta interação.
03:07Mas esses estudos que existem, eles vão falar muito de onde o cão, principalmente,
03:12ele acaba sendo o que a gente chama de um objeto narcísico. Por quê?
03:16Porque ele investe na gente.
03:18Então, aquele momento que você chega em casa e o cão te recebe muito bem, feliz,
03:23é uma forma de satisfação que eu tenho.
03:26Por isso que ele investe em mim e eu fico satisfeito que ele está me recebendo.
03:30Então, o cão pode ser esse objeto, o cão pode ser um objeto de projeção,
03:35onde, por exemplo, aqui no Hospital Santa Mônica, eu tenho um paciente que está desorganizado.
03:40E aí, este paciente, ele vai falar que a Romã está muito brava hoje,
03:48sendo que a Romã está super calma e tranquila.
03:50Então, ele projeta no animal de estimação, no cão, co-terapeuta, no caso,
03:55aquele estado que ele está para poder falar sobre isso.
03:59Então, para ele vai ser muito difícil falar que ele está bravo, que ele está agressivo,
04:02mas ele pode falar que a Romã está brava e agressiva e decorrer sobre a Romã.
04:07E eu, como profissional, que entendo essas dinâmicas, sei que ele está falando dele
04:12e vou fazer uma condução desta fala.
04:19Mas já aconteceu casos de eu estar realizando um grupo aqui no Hospital Santa Mônica
04:25e um paciente, na fala do grupo, fica mais entristecido.
04:30E a minha cachorra se direcionar a esse paciente.
04:35Isso faz uma intervenção para aquele paciente.
04:38E ele se sente reconhecido dentro daquele sentimento que ele está tendo.
04:42Então, ele fica muito grato e reconhecido naquela tristeza...
04:46Grato pela presença da cachorra e reconhecido em sua tristeza.
04:50Então, a cachorra dá um certo apoio ao paciente naquele momento
04:53que o grupo ou o profissional não pode.
04:57E isso depois, lógico, é observado por mim.
05:00E eu retomo isso para entender o que aconteceu com aquele paciente
05:03e como ele se sentiu quando a cachorra foi lá e acolheu ele.
05:12Eu vou dar alguns exemplos que eu já percebi aqui,
05:15nesses oito anos, trabalhando no Hospital Santa Mônica.
05:17Um deles é pacientes depressivos que internam por uma crise de depressão
05:21e que tem ali, num prazo de três, quatro meses,
05:24a perda do seu animal de estimação.
05:27E quando vem o cachorro, acabam se emocionando e retomando esta lembrança.
05:32E é interessante que, muitas vezes, eles não fazem esta referência.
05:35Mas a gente sabe que o luto por um animal de estimação
05:37muitas vezes não é reconhecido.
05:39E isso para um paciente que já tem a depressão
05:41pode, sim, desencadear uma crise depressiva.
05:45Um luto não reconhecido.
05:46Luto e tristeza fazem parte da vida.
05:50Mas para um paciente que é depressivo e não tem esta tristeza reconhecida
05:53pela perda do seu animal, isso pode gerar uma crise.
05:57E um outro caso foi, aqui também no Hospital Santa Mônica,
06:00uma paciente psicótica.
06:03Então, ela tinha perdido o contato com a realidade.
06:05O psicótico, ele cria um outro mundo ali.
06:09Ou, dentro desse mundo, ele cria algumas coisas de perseguição,
06:12algumas outras coisas, que, ao contato com o cachorro,
06:16começou, isso já aconteceu mais de uma vez,
06:19começou a ter momentos de integração à realidade.
06:23E uma paciente em específica foi muito interessante,
06:26que na semana seguinte, quando eu retornei,
06:28e eu notei que naquele momento ela estava tendo isso,
06:31quando eu retorno, ela cita no grupo.
06:33que foi a partir da interação com a cachorra,
06:36que ela percebeu que ela fazia essa transição entre a realidade e o estado psicótico.
06:43E, a partir disso, ela começou a se organizar melhor e auxiliou ela a sair desse estado.
06:48É que hoje a gente tem um movimento muito grande da presença dos cães nas questões de saúde mental.
06:59Principalmente, a Romã é um cão-coterapeuta, então ela é minha e me acompanha nos meus atendimentos.
07:04O cão tem que ser preparado para isso.
07:07E o profissional também.
07:09Não é simplesmente pegar o cachorro, levar e esperar que uma mágica aconteça.
07:13Isso não é mágico, isso é ciência, isso é estudo.
07:16A gente já tem diversas publicações científicas, cursos hoje no Brasil sobre isso.
07:22Então, que o profissional se prepare para isso e prepare o seu animal.
07:25E um outro cuidado que existe hoje são os cães de suporte emocional.
07:30E são aqueles cães que são treinados para as pessoas que precisam de um cão como suporte.
07:35O seu pet, ele não é um cão de suporte emocional, por mais que ele te faça bem.
07:40Ele precisa ser treinado.
07:41Um cão de suporte emocional, ele vai fazer um processo de...
07:44Realmente, ele faz um processo como se fosse um cão guia.
07:47Só que, em vez dele conduzir o deficiente visual no dia a dia,
07:50ele vai dar suporte às suas questões de saúde mental no seu dia a dia.
07:54Então, ele precisa ter um treinamento.
07:56Ele precisa ser muito bem socializado e saber circular nos ambientes.
08:00Não é qualquer animal.
08:01Ele precisa de um treinamento para que isso aconteça.
08:06A gente vê pets incríveis.
08:09Mas que é isso?
08:10Não tem o perfil para esse trabalho.
08:14É um trabalho muito sério.
08:15É um trabalho muito difícil.
08:19É desafiador.
08:20Por quê?
08:22Justamente porque a gente está...
08:24Em outros países, a gente tem...
08:25As pessoas têm mais...
08:28Como eu vou dizer?
08:29Elas não são tão invasivas na interação com pessoas e com animais.
08:35Agora, aqui, nós somos.
08:40Então, pensa que é um animal que tem que dar conta disso.
08:45Tem que dar conta.
08:46Se você trabalha no hospital, é de um carrinho grande que passou,
08:51entrar num quarto e não roubar a comida do café que está ali,
08:56ou não ficar pedindo a comida ao invés de interagir.
09:01Saber subir numa cama sem pisar ou invadir demais o espaço do paciente que está acamado.
09:12São coisas que parecem simples, mas não são.
09:15Isso não está no dia a dia deles.
09:17Então, a gente prepara, mas precisa gostar disso.
09:24Precisa que a interação com aquele humano seja mais prazerosa do que a comida,
09:30do que o brinquedo que está ali chamando a atenção.
09:34Então, são todas essas características que a gente avalia antes de colocar o animal nesse set.
09:41Uma das coisas que a gente entende é que não é só porque é fofinho.
09:45Uma interação positiva com o cão, ela libera uma porção de substâncias
09:50que estão relacionadas à sensação de bem-estar.
09:55E, depois de 5 a 15 minutos de interação positiva,
10:00também, principalmente a citocina,
10:03que traz essa sensação de relaxamento, de vínculo afetivo.
10:09Por isso que a gente tem todas essas alterações que a gente chama de fisiológicas.
10:14Tem gente que fala assim,
10:16ah, cachorro ajuda na depressão, na ansiedade.
10:21Na verdade, é a interação positiva.
10:24A gente tem cães sendo utilizados em tribunais, por exemplo,
10:30ajudando crianças que sofreram violência.
10:33A gente tem um cão ali para dar um suporte a uma escuta sem julgamento.
10:42Pensa que o cachorro não faz uma cara feia quando você está falando alguma coisa.
10:48E se ele, de fato, foi selecionado e treinado para aquilo,
10:52outro benefício que a gente tem é,
10:55na nossa relação, a gente entender o quê?
10:58Que eles tinham a função de alertar o perigo, certo?
11:02Agora, se eu tenho um cão tranquilo, eu vou sentir o quê?
11:06Que eu estou segura.
11:09Então, é algo muito comum que a gente vê.
11:13Ai, uma criança que se sentiu mais tranquila,
11:17que ficou ali fazendo um carinho
11:19e relaxou porque eu tenho um cão tranquilo ali naquele setting.
11:23Ou se eu tenho que falar o que aconteceu,
11:27ao invés de falar para o adulto,
11:30a gente já ouviu vários projetos assim,
11:33ele conta para o cachorro o que aconteceu.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado