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Em entrevista exclusiva, o senador e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União-PR) sugeriu mudanças no pacote anticrime e fez duras críticas à política de segurança pública do atual governo.
Moro afirmou que "não está no DNA do governo Lula a segurança pública", destacando a falta de foco, a perseguição a adversários políticos pela Polícia Federal e o descaso com o tema.
Assista à íntegra: https://youtube.com/live/pCFnkyeEmEk
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NotíciasTranscrição
00:00O endurecimento no combate a facções criminosas volta ao debate depois da mega-operação dessa semana no Rio de Janeiro.
00:07E o nosso entrevistado é o senador Sérgio Moro, do Neobrasil, do Paraná.
00:11Tudo bem, senador? Como sempre, muito obrigado pela gentileza. Bem-vindo, boa noite.
00:15Boa noite, tudo bem, Tiago? Um grande prazer estar falando aí com vocês, com a JP News.
00:20De fato, uma semana movimentada e o tema da segurança pública está, como se diz, transbordando.
00:26Pois é. O senador, o presidente Lua sancionou uma matéria que o senhor propôs nessa semana.
00:31E eu me lembro, puxando pela memória, 2019, dezembro de 2019, o pacote anticrime,
00:37ou o que sobrou daquele pacote anticrime que o senhor propôs lá atrás, ainda como ministro da Justiça, foi inclusive sancionado.
00:44Eu pergunto para o senhor o seguinte, do que sobrou desse pacote anticrime e agora essas medidas que estão sendo propostas pelo próprio governo
00:53e o que vai surgir no Congresso Nacional.
00:55O senhor, pessoalmente, se sente menos frustrado porque o pacote foi desfigurado lá atrás?
01:02Olha, teve muita coisa positiva do pacote que foi aprovada.
01:07No entanto, qual era o quadro?
01:09Nós tínhamos um governo, e eu em particular, no Ministério da Justiça,
01:13que nós éramos duros, rigorosos contra o crime,
01:17crime organizado naquela época estava na defensiva,
01:20e enviamos um projeto de lei, um projeto de lei anticrime, que era bastante rigoroso.
01:25Se tivesse sido aprovado na íntegra, certamente não estaríamos na situação que estamos agora.
01:31Mas o Congresso, naquela época, tinha muita resistência do PT, do PSOL,
01:35que era um contra o endurecimento da legislação,
01:37e, infelizmente, alguns partidos ali que orbitavam fazendo uma oposição meio velada ao governo federal.
01:48Então, ele não foi aprovado em sua íntegra e alguns pontos foram desfigurados,
01:52mas ainda assim muita coisa positiva.
01:55Agora é o contrário.
01:56A gente tem um Congresso que é conservador,
01:59e um Congresso que quer aumentar o rigor da legislação penal,
02:03e, no entanto, nós temos um governo que não aproveita essa oportunidade.
02:07Não está no DNA do governo Lula a segurança pública.
02:11Haja vista, por exemplo, essas frases infelizes que volta e meia aparecem,
02:17minimizando furto de celular,
02:20ou do presidente da República dizendo que o traficante é uma vítima da sociedade.
02:24Agora, vindo o projeto antifacção, ele tem pontos positivos.
02:29Os pontos positivos não é porque veio do governo Lula que nós não vamos deixar de aprovar.
02:34Agora, nós precisamos aprimorar, como foi a própria PEC da Segurança Pública.
02:39Hoje está com o Mendonça, o deputado Mendonça, que quer melhorá-la.
02:43E tem alguns pontos desse projeto antifacção que são ruins, que nós não vamos aprovar.
02:49Agora, o senhor acredita que, mesmo nessa reta final do ano,
02:53é possível, no calor da hora, a reboque dessa operação no Rio de Janeiro,
02:58o Congresso já se movimente e faça alguma aprovação?
03:01Porque o senhor sabe bem no que vem um ano eleitoral,
03:04um ano em que as discussões são mais difíceis no Congresso, senador.
03:08Olha, essa semana mesmo foi publicada a Lei 15.245, que é um projeto da minha autoria e que foi aprovado no Senado e na Câmara,
03:19que incrementa o combate ao crime organizado, principalmente protegendo os agentes da lei que estão na linha de fronte nesse enfrentamento.
03:27Se a gente abandonar esses agentes da lei, a sua própria sorte, se a gente deixar o crime organizado planejar atentados contra eles e não fazer nada,
03:36então nós vamos perder essa batalha.
03:38Então, na verdade, nós temos como avançar, sim, nessa situação.
03:49E, por outro lado, nós temos agora um outro projeto indo ao sancionamento,
03:55que é do Limitação de Soltura e Audiência da Custódia, um projeto 226-224.
04:01Esse eu fui o relator desse projeto e está sendo encaminhado à sanção presidencial.
04:07Então, há tempo, sim, a fazer.
04:09Agora, temos que separar o joio do trigo.
04:11As partes positivas do projeto antifacção aprovaremos.
04:15Tentaremos melhorar.
04:17As partes negativas e tem alguns cavalos de Troia ali, nós temos que derrubar.
04:23Senador Sérgio Amor, vou chamar os nossos comentaristas, a Dora Kramer e o Cristiano Vilela.
04:27Dora faz a próxima pergunta. Dora.
04:29Boa noite, senador. Vamos continuar nesse assunto da legislação.
04:36Tudo isso que está se discutindo, incluindo os projetos da sua autoria,
04:41o projeto que o senhor relatou, a PEC da Segurança, o projeto antifacção,
04:48a questão do antiterrorismo.
04:50O senhor acha que este conjunto contempla o que se precisa em termos de legislação
04:58para fazer esse enfrentamento de uma maneira pelo menos eficaz?
05:04Dora, não tem um coelho que se tira da cartola que resolve esse cenário.
05:10São medidas que têm que ser progressivas e cada vez mais intensificando,
05:15mas de uma maneira inteligente, o rigor da legislação penal e processual penal.
05:19Não adianta só aumentar penas também, embora aumentar penas seja pertinente.
05:24Então, vou te dar um exemplo.
05:25Hoje tem uma reclamação muito grande que a audiência de custódia virou uma porta giratória para criminosos.
05:3140% dos presos e flagrantes são levados em audiência de custódia e são soltos.
05:36E aí você tem gente muitas vezes perigosa, gente vinculada ao crime organizado,
05:41ou até, tem casos que viraram até anedota, né?
05:44Pessoas com múltiplas passagens na polícia e que sempre é solto.
05:48Teve um indivíduo aí no Rio de Janeiro com 86 passagens na polícia e que foi solto em audiência de custódia.
05:54Um absurdo.
05:55Então, esse projeto visa fechar essa brecha e estabelecer que naquelas circunstâncias o juiz deve decretar a prisão preventiva.
06:05Recomenda-se a decretação da prisão preventiva.
06:08E colocamos nesse projeto também a coleta do DNA de quem vai na audiência de custódia
06:12para a gente compor o nosso Banco Nacional de DNA, que é um meio importante de investigação moderna e de inibição da prática do crime.
06:21Então, a gente tem uma responsabilidade no Congresso e o governo também,
06:24porque o governo tem uma influência grande na agenda legislativa, de melhorar esse arcabouço legal.
06:31Agora, isso nunca é um trabalho que se finda.
06:34Sempre nós temos que estar evoluindo.
06:36Não adianta, porém, só mexer na lei.
06:38Nós temos que ter ações concretas, criação de forças-tarefas.
06:43Nós temos que ter a retomada desses territórios dominados pelo crime organizado.
06:47Nós temos que ter um discurso do governo federal.
06:50E temos que ter também um discurso do Poder Judiciário
06:53que seja consistente com o desafio que temos hoje do crime organizado.
06:58Senador, agora Cristiano Villela.
07:00Senador, boa noite.
07:03Senador, qual é a sua avaliação em relação ao que ocorreu terça-feira no Rio de Janeiro,
07:09a operação que ocorreu terça-feira no Rio de Janeiro?
07:12Ela foi bem-sucedida, foi mal-sucedida?
07:15É importante ocorrer em operações como essa?
07:18Qual que é a sua leitura?
07:21Cristiano, nós não podemos tolerar que haja cidadãos brasileiros privados dos seus direitos,
07:27morando em zonas urbanas dominadas por traficantes de drogas.
07:33Lá eles não têm direito à justiça, lá eles não têm direito à proteção da polícia,
07:38lá eles não têm direito aos serviços públicos,
07:41porque muitas vezes os serviços públicos são eliminados
07:44e ficam sujeitos aos desmandos desses traficantes.
07:47Não têm liberdade para fazer suas escolhas no mercado,
07:52há monopólio de serviços de gás, de internet,
07:54dentro dessas regiões dominadas pelo crime organizado.
07:58Então nós precisamos, sim, retomar esses territórios.
08:02O grande problema é como a situação chegou nesse ponto,
08:06nesse descalabro atual.
08:08Durante a minha gestão no Ministério da Justiça, em 2019,
08:11o crime organizado estava na defensiva.
08:14Nós fizemos, vamos lembrar, aquela transferência das lideranças do PCC.
08:18Nós tínhamos até diálogos sendo interceptados desses criminosos,
08:23nos quais eles se sentiam intimidados pelo novo governo
08:26e pela minha gestão no Ministério da Justiça.
08:29Aprovamos leis como do confisco alargado do patrimônio dos criminosos.
08:33Estamos avançando.
08:35Isso se perdeu um pouco e nesse atual governo,
08:38que infelizmente não está no DNA desse governo,
08:41a segurança pública, o crime organizado cresceu em escalada.
08:45Agora, precisamos, sim, tomar atitudes,
08:49precisamos retomar esse território.
08:51Claro que esse custo de vida é lamentável,
08:55inclusive com policiais ali sendo mortos,
08:59recebendo bombas jogadas por drones,
09:01mas nós não podemos ficar passivos diante desse cenário.
09:06Precisamos levar, vamos dizer, direito, lei, cidadania,
09:10as áreas dominadas pelo crime organizado no país,
09:13hoje são terra sem lei, terra de ninguém.
09:16Isso é uma situação inaceitável.
09:18O senador, o senhor acha necessário uma CPI
09:21para discutir o crime organizado?
09:23Inclusive, o nome do senhor vem aparecendo,
09:25o senhor vai participar dessa CPI,
09:27pode ser até um dos protagonistas,
09:29talvez relator ou até mesmo o presidente.
09:32O senhor acredita nisso,
09:34que uma CPI nesse momento é necessária?
09:37Qual a diferença que essa CPI vai fazer?
09:39Uma CPI criada nesse calor da hora, senador?
09:41Tudo que possa chamar atenção
09:45para o problema da segurança pública,
09:48Tiago, é oportuno.
09:50Veja que nós temos uma situação no Brasil,
09:53dessa escalada do crime organizado e do crime violento,
09:57que tem gente que deixa o Brasil
09:58não só para buscar oportunidades econômicas melhores lá fora,
10:02que isso acontece muito em países de desenvolvimento,
10:05mas muitas pessoas deixam o Brasil com medo,
10:08com medo de ser assassinado,
10:10com medo de ser roubado,
10:12com medo de ser furtado,
10:13que não aguentam mais a leniência e impunidade
10:15e até o domínio e a escalada dessas organizações criminosas.
10:21Então, esse episódio no Rio de Janeiro,
10:23embora ele tenha sido trágico em termos de perda de vida,
10:26uma ação necessária,
10:29mas com esse resultado violento,
10:31o fato é que chamou atenção para a questão
10:34e o governo começou a se mexer.
10:36É um governo que, desde 2023,
10:38praticamente não estava fazendo nada nessa área,
10:41sancionou esse projeto de lei da minha autoria.
10:44Imagino que deve
10:45sancionar esse que limita
10:48as solturas em audiência de custódia.
10:50Então, o tema ganhou impulso,
10:52seja no Executivo ou seja no Congresso.
10:55Então, temos que aproveitar esse momento
10:57para jogar uma luz,
10:59fazer um diagnóstico sobre o tamanho do problema,
11:02o tamanho do crime organizado no nosso país,
11:04as causas e as possíveis soluções.
11:07Então, a CPI,
11:08que foi requerida pelo senador Alessandro Vieiro,
11:11é bastante oportuna
11:12para que a gente possa avançar
11:14no combate a essa criminalidade.
11:16Antes de passar para a dona Câmara,
11:17já há algo certo da participação do senhor?
11:21Talvez relatoria ou até um outro cargo?
11:24Eu fui indicado como um membro, Tiago.
11:27Eu não tenho essa aspiração
11:29de relator, presidente.
11:31Vamos ver os desdobramentos
11:33e as conversas ali políticas.
11:35O senador Alessandro,
11:37como autor do requerimento,
11:38tem a pretensão,
11:39que é uma pretensão legítima,
11:40de ser o relator dessa CPI.
11:43Mas vamos aguardar a instalação dela
11:45e os diálogos que haverão até lá.
11:47Quer estando numa posição ali
11:49de presidência ou relatoria,
11:51ou quer sendo um membro,
11:53o importante é que a CPI seja efetiva.
11:56É isso que eu vou trabalhar
11:57para que seja realizado.
11:59E, paralelamente,
12:00vou continuar a construir
12:02esses projetos de lei,
12:04que, a meu ver,
12:04são muito importantes
12:05para a gente avançar,
12:07ter uma segurança pública mais eficaz,
12:10que proteja o cidadão
12:11e faça com que o crime organizado recue.
12:14A gente não pode viver,
12:16não podemos chegar a um tempo de Colômbia
12:19da década de 90,
12:21a um tempo de Itália dos anos 80,
12:24no qual o que se aparentava
12:26era que o crime dominava o país.
12:28Senador, Dora Kramer faz mais uma pergunta.
12:30Dora?
12:32Senador, o senhor passou muito mais tempo
12:35acompanhando, vendo esses assuntos
12:37como juiz do que como ministro da Justiça
12:40do que como senador, né?
12:41Mas tudo isso faz parte de uma experiência.
12:44E a gente tem uma situação
12:45que só cresceu, né?
12:47Que daqui a pouco vai fazer cinco décadas.
12:50Já estamos no transcurso
12:51da quarta década
12:53em direção à década,
12:56às cinco décadas,
12:57à quinta década.
12:59E isso só fez crescer,
13:01isso só fez piorar, claro,
13:03com umas épocas de recuo,
13:06outras de avanço,
13:07aonde o Estado falhou
13:09para que essa situação
13:11chegasse onde estava.
13:15Bem, primeiro temos que colocar
13:16um contexto geral
13:17que nos países latino-americanos,
13:20e o Brasil não é exceção,
13:22há um grave problema com violência
13:23e segurança pública.
13:26Colômbia, Bolívia,
13:28Venezuela,
13:29que já é uma situação
13:30um pouquinho diferente,
13:31mas Equador,
13:33todos esses países
13:33padecem
13:35de elevados índices
13:37de violência
13:38muito fora dos padrões
13:39mundiais.
13:41Um dos problemas, Dora,
13:43que, a meu ver,
13:44acaba comprometendo
13:45a eficácia
13:46das nossas políticas públicas
13:47em relação a isso,
13:49é uma visão equivocada
13:50de que o criminoso
13:51é uma vítima da sociedade,
13:54que o crime
13:54é um problema social.
13:56Olha, nós temos que ter
13:57políticas sociais,
13:58saúde, educação,
14:01até esses programas
14:02de transferência de renda,
14:03mas eles têm valores intrínsecos.
14:06O crime
14:07não está relacionado
14:08à questão das condições
14:10sociais necessariamente,
14:11senão nós não teríamos
14:12o crime de colarinho branco,
14:14que envolve normalmente
14:14pessoas que têm posses,
14:16que têm rendas significativas.
14:19O crime é um produto
14:20o quê?
14:21De um descontrole,
14:22de uma aparência de terra
14:23sem lei,
14:24da impunidade,
14:26isso gera oportunidades.
14:28Existem vários estudos
14:29que apontam
14:30o crime é resultado
14:31de uma avaliação
14:32de risco
14:33feita pelo criminoso.
14:35Oportunidade e risco.
14:37E aqui no Brasil
14:37tem muita oportunidade
14:39e o risco
14:40é muito baixo.
14:41O que comprometeu
14:42a efetividade
14:43na nossa segurança pública
14:45foi essa visão,
14:46em parte,
14:47de que o crime
14:48é um problema social
14:49e tem que ser resolvido
14:50com políticas sociais.
14:52Que o crime,
14:53o criminoso
14:53é uma vítima.
14:54Que, como disse o presidente
14:56há uma semana atrás,
14:57que o traficante
14:58é vítima do usuário.
15:01Todo mundo interpretou
15:02isso como gafe,
15:03mas, na verdade,
15:04é isso que o presidente
15:05pensa,
15:06é isso que predomina
15:07em boa parte
15:08do PT,
15:09da base do PT
15:09que forma
15:11esse governo.
15:12E esse pensamento,
15:13muitas vezes,
15:14também domina
15:14as nossas universidades.
15:16Esse pensamento
15:17também afeta
15:18o nosso judiciário.
15:20Esse pensamento
15:20perpassa
15:21a segurança pública
15:22e, muitas vezes,
15:24leva à adoção
15:25de estratégias erradas
15:26no enfrentamento
15:27do crime.
15:28No mundo inteiro,
15:28o que funciona?
15:29Rigor.
15:30Tem que ser rigor.
15:31Não estou falando
15:32aqui também
15:33de violência,
15:34de bala,
15:35de resolver as coisas
15:36fora da lei.
15:39Mas nós precisamos
15:39de leis rigorosas
15:41para nós vencermos
15:42o desafio
15:43da criminalidade
15:44no Brasil.
15:44Mais uma pergunta,
15:46senador Cristiano Villela.
15:48Senador,
15:49na sua avaliação,
15:50o que seria
15:51mais adequado
15:52fazer
15:53a configuração
15:55dessas organizações
15:56criminosas
15:57como
15:57narcoterroristas
15:59ou como
16:00facções
16:01criminosas
16:02mesmo,
16:02de acordo
16:02com o texto
16:03apresentado agora
16:05pelo presidente
16:05da República
16:06encaminhado ao Congresso?
16:08O que importa
16:09são as medidas
16:09concretas.
16:10Veja,
16:10esse projeto
16:11do antifacção
16:12tem pontos positivos,
16:14não vou negar.
16:15Mas, por exemplo,
16:16tem lá uma proposta
16:17que prevê o tal
16:18do crime organizado
16:19privilegiado.
16:21Um indivíduo
16:22que foi condenado
16:23por se pertencer
16:24a uma organização
16:24criminosa,
16:25se ele tiver
16:26bons antecedentes,
16:28não tiver
16:29histórico criminal,
16:31ele não for um líder
16:33daquela organização,
16:34ele tem uma pena
16:35reduzida de até
16:35dois terços.
16:36Já começa errado.
16:38Já começa errado
16:39porque vai dar
16:40um tratamento
16:41leniente
16:41a alguém que é
16:43membro de uma
16:43organização criminosa.
16:45Esse dispositivo
16:46eu vou trabalhar.
16:48Se ele tiver
16:49realmente no texto
16:50final apresentado
16:51ao Congresso,
16:53eu vou trabalhar
16:54para derrubá-lo.
16:55Então,
16:55importa sim
16:56as medidas
16:56que nós vamos tomar
16:57em relação a esse tema.
17:00Se for qualificar
17:01essas organizações
17:01criminosas
17:02como grupos
17:03terroristas,
17:04olha,
17:05é possível
17:05esse enquadramento.
17:06O que a gente viu
17:07no Rio de Janeiro
17:08de utilizar drone
17:09para jogar bomba
17:10na polícia,
17:11para mim,
17:11é uma terrorista.
17:12O que aconteceu
17:13em São Paulo
17:14em 2006,
17:15para mim,
17:16é uma intimidação
17:17terrorista.
17:17O que a gente viu
17:18no Ceará,
17:19quando era ministro
17:19da Justiça
17:20lá em janeiro
17:22de 2019,
17:23para mim,
17:24eram atos
17:24tipicamente terroristas.
17:26E o que importa
17:27aqui não é tanto
17:28o nome que vai se dar,
17:30mas sim as medidas
17:31que vão ser tomadas
17:32a partir dessa qualificação.
17:34A grande vantagem
17:35de você qualificar
17:36uma organização criminosa
17:37como terrorista
17:38é você acabar
17:39com essa história
17:40de criminoso
17:41coitadinho,
17:42de criminoso
17:43vítima da sociedade.
17:44porque aí a gente
17:45consegue distinguir
17:46muito bem
17:47que esse
17:48é um problema
17:50sério,
17:51grave,
17:51que nós temos
17:52que enfrentar
17:52como sociedade,
17:53como Estado,
17:54e nós temos
17:55que eliminar
17:56com a lei,
17:57evidentemente,
17:57com prisão
17:58dessas pessoas,
17:59com o fisco
18:00do patrimônio
18:00dos seus bens,
18:01isolamento
18:02das lideranças
18:03criminosas,
18:04para que nós
18:05possamos
18:05estipar
18:06essas organizações
18:07criminosas
18:08ou terroristas,
18:09como se prefira.
18:10Senador,
18:11você citou a crise
18:12aqui de São Paulo
18:12de 2006,
18:13eu me lembro
18:13que na época
18:14uma discussão
18:15que foi feita
18:16era sobre
18:17a transferência
18:18de líderes
18:18do PCC
18:19para o RDD,
18:20que é o Regime
18:21Disciplinar
18:22Diferenciado.
18:23Nessa semana
18:23também nós tivemos
18:24a transferência
18:25de líderes
18:25para penitenciárias
18:27e segurança máxima.
18:29Hoje,
18:30no Brasil,
18:30adianta
18:31essa transferência
18:33ou é preciso
18:33aprimorar também
18:34esse sistema
18:35para manter
18:36esses líderes
18:37em isolamento?
18:39Tiago,
18:39quem transferiu
18:40os líderes
18:41do PCC
18:41fui eu em 2019
18:42com o Ministro
18:43da Justiça
18:43em coordenação
18:45com o Governo
18:46de São Paulo.
18:47Foi um momento
18:48ali de cooperação.
18:49Veja que em 2006
18:50eles iam ser transferidos,
18:52praticaram
18:52aqueles atos
18:53terroristas,
18:54o Estado
18:54se recolheu,
18:55se intimidou,
18:56não fez a transferência
18:57e mandou o recado
18:58errado ao mundo
18:59do crime,
19:00que bastaria
19:01ali usar
19:02de força
19:03para evitar
19:04essa transferência.
19:05Em 2019
19:05a gente mudou
19:06esse quadro,
19:07fez a transferência
19:07das lideranças
19:08e quando eles
19:10pisaram o pé
19:10dos presídios
19:11federais,
19:12nós mudamos
19:13o regime jurídico
19:14de visitação,
19:15passou a ser
19:15sem contato físico
19:17nenhum,
19:18com vidro
19:18separando,
19:19por telefone
19:20e com um policial
19:21penitenciário
19:22monitorando,
19:22para que não enviassem
19:23mais ordens
19:24da prática
19:25de crimes
19:26de dentro
19:27dos muros
19:27para fora,
19:28inclusive mandando
19:28matar
19:29agentes públicos,
19:31policiais penitenciários,
19:33como já fizeram
19:33em presídios federais.
19:34Hoje os criminosos,
19:36o maior receio
19:37deles, Thiago,
19:38é ser transferidos
19:39para presídios
19:40federais
19:40de segurança máxima,
19:42porque
19:42não tem histórico
19:44de fugas,
19:45salvo um caso
19:46lá em Mussoró,
19:47que depois foram
19:48recapturados,
19:49que aconteceu
19:49nesse governo Lula,
19:51a meu ver,
19:51por uma falta
19:52de controle maior,
19:53não tem celular
19:54lá dentro,
19:55células individuais
19:56e o contato
19:57com o mundo exterior
19:58é muito limitado,
20:00podem ainda
20:01transmitir
20:02alguma comunicação
20:03por bilhetinho,
20:05por alguma
20:05estratégia,
20:06mas podem,
20:07mas não tem mais
20:08aquela abertura
20:09que eles têm
20:09nos presídios estaduais
20:11para fazer comunicação
20:12por telefone
20:13ou pelos seus visitantes
20:15com os quais
20:15têm contatos físicos.
20:17Então os presídios
20:17federais funcionam sim,
20:20são uma experiência
20:20exitosa,
20:21nós melhoramos
20:22o regime jurídico
20:23deles
20:23no projeto
20:25de lei anticrime
20:26e é hoje
20:27o que temem
20:27os criminosos,
20:29todos eles morrem
20:30de medo
20:30de ser transferidos
20:32para esses presídios
20:33porque eles sabem
20:33que ali
20:34boa parte
20:35do poder deles
20:36de continuar
20:36comandando o crime
20:37acaba sendo neutralizado.
20:40Senador Sérgio Moro
20:41do União do Paraná,
20:43muito obrigado
20:43pela entrevista
20:44Jovem Pan
20:44mais uma vez,
20:45bom fim de semana,
20:46voltaremos a nos falar,
20:47um abraço ao senhor.
20:49Muito obrigado,
20:49Tiago,
20:50foi um prazer
20:50falar com todos vocês
20:51e uma boa noite
20:53a todos
20:53e contem com esse senador
20:55para a gente
20:55endurecer a legislação
20:57criminal
20:57contra o crime organizado.
20:59Obrigado.
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