Uma megaoperação realizada nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, resultou em 64 mortos e 81 prisões. Esta já é considerada a ação com o maior número de mortos de toda a história do estado. A ação mirava alvos ligados ao tráfico de drogas e roubos violentos. Reportagem: Rodrigo Viga.
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NotíciasTranscrição
00:00Eu quero começar a edição dessa terça-feira trazendo atualizações sobre uma das principais operações dos últimos tempos e que chamou muito a atenção nesse dia.
00:08Operação realizada hoje pelo governo do Rio de Janeiro, teve envolvimento da Polícia Civil, da Polícia Militar, do BOPE, em regiões onde há expansão do Comando Vermelho.
00:18Foram dezenas de mortes, dezenas de apreensões e claro que o nosso Rodrigo Viga, que acompanha tudo de perto, vai trazer os detalhes pra gente agora.
00:26Seja muito bem-vindo ao nosso 3 em 1, meu amigo. O que você conta nesta tarde?
00:31Tudo bem, Cine?
00:32Tudo certo.
00:33Hoje é dia 28 de novembro de 2025, correto?
00:36Correto.
00:38Esse é um dia que está entrando pra história do estado do Rio de Janeiro, por que não dizer para o Brasil? Por quê?
00:44Porque hoje ainda não terminou o dia, não terminou a operação.
00:48Nós temos aquela ação de combate ao crime organizado que resultou no maior número de mortos de toda a história do Rio de Janeiro.
00:57E olha que não faltaram operações com vítimas, chacinas e outros crimes aqui no Rio de Janeiro ao longo de todos esses anos e décadas.
01:0764 mortes é o número atualizado.
01:09Mas eu tenho informações, viu, meu caro Cine, que esse número tem viés, tendência de crescimento.
01:14Por quê?
01:14Porque houve um confronto intenso, marém de mata, desses complexos de favela da Zona Norte do Rio de Janeiro.
01:21Estamos falando dos complexos do Alemão e da Penha, na periferia da capital, onde houve muitas mortes, muitos óbvios.
01:28Esses corpos estão sendo removidos, estão sendo encaminhados para o Instituto Médico Legal e estão sendo contabilizados.
01:34Ou seja, esse número que aparece para você e meu telespectador da Jovem Pan, de 64 mortos, infelizmente, pode aumentar.
01:40O número de suspeitos também já é maior.
01:41São 86 presos até agora, com ainda quatro agentes de segurança mortos, dois da Polícia Civil, dois policiais militares, 75 fuzis nesse momento.
01:55É a contabilidade aqui da Polícia do Rio de Janeiro, apreendidos com o crime organizado.
01:59Que operação foi essa?
02:00Uma grande operação para o cumprimento de 100 mandados de prisão e 150, aproximadamente, de busca e apreensão, em duas comunidades que são as bases do Comando Vermelho.
02:10Aquela facção criminosa que, no ano passado, sem medo nenhum, anunciou aos quatro ventos.
02:16Estamos iniciando uma campanha de expansão territorial em nível local e em nível nacional.
02:21Daí, as forças de segurança do Rio de Janeiro criaram uma operação para fazer frente a esse ato ousado, chamada de Operação Contenção, com a operação permanente desde o ano passado, que mira justamente o Comando Vermelho.
02:31E o Comando Vermelho tem retaliado, tem reagido a essa mega operação maior da história do Rio de Janeiro, também, com o maior número de mortes.
02:40Tanto que, até bem pouco tempo, várias regiões aqui do Rio de Janeiro, principalmente Zona Norte e Zona Sudoeste da capital, tinham bloqueios promovidos pelo tráfico de drogas, com veículos pesados, ônibus coletivos.
02:53Isso chegou até a bolha da cidade do Rio de Janeiro, que é a Zona Sul, a área mais nobre da capital, ali perto do Túnel Santa Bárbara, para evitar o ir e vir das pessoas.
03:05Uma tentativa também de tirar o foco das forças de segurança dos complexos da Penha e do Alemão na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.
03:13Todos os batalhões estão atuando, estão de prontidão, somente nesses dois complexos, 2.500 agentes de segurança e 32 veículos blindados.
03:24Quem está de fora não tem outra maneira de se expressar que não seja dessa forma, desta maneira.
03:31É ou não é uma guerra na cidade do Rio de Janeiro, meu caro Cine?
03:36Exatamente, nosso amigo Viga. E eu peço que você fique aí, Viga.
03:40Eu quero já conversar um pouco aqui com os nossos comentaristas e daqui a pouco eu vou chamar você para mais informações.
03:45Inclusive, se os nossos amigos aqui no estúdio tiverem também perguntas ao Rodrigo Viga, é só levantarem a mão,
03:49porque a gente sabe o quanto o nosso amigo acompanha toda essa situação há muito tempo no Rio de Janeiro.
03:54E eu quero chamar a atenção para essas imagens que a gente trazia aqui enquanto o Viga nos contava essas informações.
04:01São imagens que parecem ataques de guerra.
04:04Se a gente olhar essas imagens mostrando aquela fumaça enorme subindo,
04:10justamente por conta das barricadas que foram montadas por muitos criminosos
04:13para impedir a entrada da polícia em parte da comunidade para que eles pudessem fugir de um local para o outro,
04:20parece que a gente está remetendo a imagens, por exemplo, dos ataques feitos em Gaza.
04:24Se a gente olha para a atuação dos criminosos utilizando drones para lançar bombas sobre os carros policiais,
04:32e sobre a estrutura policial, parece que a gente está falando de uma estratégia utilizada pela Rússia em relação à Ucrânia.
04:40Então, chama muito a atenção, principalmente, o uso da tecnologia agora também pelos criminosos,
04:45além da quantidade surpreendente de fuzis que foram apreendidos,
04:51para impedir que as operações fossem realizadas.
04:54E aí a gente tem esse número de mortos, comunidades completamente impactadas,
04:58porque a gente está falando de milhares de pessoas que moram nessas regiões.
05:02O trânsito e a vida de qualquer outro cidadão do Rio de Janeiro também impactados,
05:06porque é uma região que faz uma importante ligação no Rio de Janeiro,
05:09inclusive para dar acesso à região ali de Jacarepaguá.
05:12Então, você tem uma vida que já não é muito comum no Rio
05:17e que se torna ainda mais paralisada nessa terça-feira por causa de uma mega-operação.
05:22Fábio Piperno.
05:24É isso, Evandro Cine.
05:25E eu queria perguntar para o grande Rodrigo Viga o seguinte.
05:28Viga, até para que a gente possa informar melhor quem não conhece tão bem o Rio de Janeiro,
05:35mas para as pessoas que pretendem viajar até o Rio,
05:40eu queria que você descrevesse para a gente, nesse momento, qual é o impacto para a rotina da cidade.
05:48E eu vi, Viga, muitas informações sobre, por exemplo, linhas de ônibus que tiveram seus itinerários alterados.
05:58E aí, Viga, isso me chamou muita atenção o fato de que várias dessas linhas passavam,
06:05ou tinham um ponto final lá na Tijuca, lá na Praça Sã Espera.
06:11Então, eu queria que você explicasse para a gente como é que, nesse momento, está a rotina da cidade do Rio de Janeiro.
06:19Obrigado, Piperno.
06:20É sempre bom falar com você, com a nossa audiência aqui no 3 em 1.
06:24Realmente, o impacto, além de real, na realidade emocional, psicológica, é muito grande.
06:31Recebi vários telefonemas já hoje de pessoas de dentro e fora do Rio de Janeiro
06:35perguntando como é que estava a situação, se eu estava no lugar seguro, no lugar abrigado.
06:40Eu estou aqui no Centro Integrado de Comando e Controle,
06:42que é uma espécie de centro de monitoramento das forças de segurança do Rio de Janeiro.
06:45Por que eu estou aqui?
06:46Porque daqui a pouco vai acontecer uma entrevista coletiva atualizando todos esses fatos e acontecimentos
06:51que a Jovem Pan vem trazendo desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira
06:55por conta dessa operação, a mega-operação maior da história, contra o Comando Vermelho.
06:59Então, vamos lá, meu caro Piperno, para tentar explicar para quem está vindo para o Rio de Janeiro.
07:04Quem não mora no Rio de Janeiro, o que está acontecendo?
07:06Ah, isso está difuso, está propalado, propagado em toda a cidade do Rio de Janeiro?
07:12Não.
07:12São questões, situações concentradas em zona norte e zona sudoeste da capital.
07:18Onde ficam os dois complexos de favela?
07:20São 26 comunidades que fazem parte dos complexos da Penha e também do Alemão.
07:24Ficam ali.
07:25Quem está chegando no Rio de Janeiro, aeroporto, vamos lá,
07:27aeroporto internacional Antônio Carlos Jobim.
07:28Quando pega aquela via expressa chamada Linha Vermelha, do lado direito você vai ver o complexo da Maré,
07:35que é um conjunto de favelas também importante, base do tráfico de drogas.
07:39Por trás ali da região da Maré, do complexo da Maré, nós temos os complexos da Penha e também do Alemão.
07:45Um problema de longa data e palcos de conflitos e confrontos, operações das forças de segurança há muito tempo.
07:51E aí, o que os criminosos estão fazendo?
07:53E talvez seja o mais distinto ou um pouco diferente de outras situações.
07:58Ao tomarem conhecimento dessa mega operação, que é uma asfixia, um sufoco ao crime organizado,
08:03eles decidiram retalhar, resolveram responder.
08:06Ou seja, resolveram bater de frente com as forças de segurança.
08:09Começaram aqui a colar na zona norte, na zona sudoeste e também até na zona sul da capital,
08:14ali no túnel Santa Bárbara, que é uma espécie...
08:16A zona sul é o supra-sumo da cidade, vamos dizer assim, uma espécie de gueto, uma bolha da cidade do Rio de Janeiro.
08:22Até ali, os criminosos atravessaram veículos pesados, ônibus bloquearam o trânsito
08:28para criar essa sensação de medo de pânico na população e tentar tirar o foco das forças de segurança
08:33dos complexos da Penha e do Alemão.
08:36É uma operação, como eu disse, por tempo indeterminado.
08:39E há uma reivindicação muito grande por parte do governador do estado do Rio, de Janeiro, Cláudio Castro,
08:44de apelo, um pedido de ajuda às forças federais.
08:47Ele disse hoje aqui, a gente vai ouvir a zona do governador Cláudio Castro,
08:50que em outras três oportunidades, ou três oportunidades, pediu ajuda do governo federal
08:55para atuar contra o crime organizado aqui no Rio de Janeiro.
08:58Só que esse pedido não foi aceito.
09:01Segundo Cláudio Castro, não está no foco, não está no topo da pirâmide,
09:04não está entre as prioridades do governo federal atuar no combate ao crime organizado.
09:10Por isso, ele disse que o governo do estado está indo até além dos seus limites,
09:14já que essas esquadrilhas de narcoterroristas têm conexões internacionais
09:19para tentar proteger a população fluminense.
09:22Vamos ouvi-lo aqui na Jovem Pan.
09:23É uma operação maior do que a de 2010 e, infelizmente, dessa vez, como ao longo desse mandato inteiro,
09:33não temos o auxílio nem de blindados, nem de nenhum agente das forças federais,
09:41nem de segurança, nem de defesa.
09:44É o Rio de Janeiro completamente sozinho nessa luta hoje
09:49e estão fazendo a maior operação da história do Rio de Janeiro.
09:57Esse, então, governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro,
09:59ombreado ali, ladeado pelo comandante da PM, Marcelo de Menezes,
10:03e pelo chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro,
10:06o secretário da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro.
10:09Pois bem, a gente falava agora há pouco em clima de guerra,
10:12as imagens, elas são muito simbólicas, emblemáticas e falam por si só.
10:17Meu caro Cine, os bandidos, dessa vez também,
10:21num avanço tecnológico para o mal,
10:23começaram a usar drones que lançaram bombas,
10:27artefatos explosivos contra as forças de segurança.
10:31O clima realmente é bastante pesado por aqui, meu caro Cine.
10:35Sim. Viga, eu peço que você continue aí.
10:38Se tiver novidades, acione a gente aqui.
10:40Eu quero agora ouvir um pouco a opinião crítica também dos nossos amigos aqui no 3 em 1.
10:44É assim que a gente funciona.
10:45Nós vamos de mãos dadas com a notícia, atualizando todas as informações,
10:48mas trazendo também um conteúdo profundo e opinião crítica para vocês.
10:52Alangani, ao assistir essas imagens, e beleza,
10:56o governo do estado do Rio de Janeiro está dizendo que
10:59foi uma das maiores operações em termos de prisões também,
11:02de integrantes do Comando Vermelho,
11:04de lideranças desse grupo que atua em várias partes do país,
11:07que seria uma espécie de oposição ali ao PCC,
11:10para a dominância de algumas áreas no Rio de Janeiro,
11:12mas também em outros estados,
11:14e que praticamente estabeleceu franquias ao redor do Brasil.
11:18Vai montando, entre aspas, as suas franquias
11:20para garantir o domínio de territórios
11:22e exercer muita influência sobre o tráfico de drogas
11:26e um controle da população que, infelizmente,
11:28está sob a, digamos, gestão muito maliciosa desse grupo criminoso.
11:37E aí eu quero saber de você, Alangani,
11:39se isso faz com que a esperança sobre o controle do estado,
11:43a retomada de um território, fique cada vez menor,
11:46porque é muito difícil, mesmo o governo dizendo
11:48que é a maior operação em termos de prisão,
11:50de apreensões de fuzis e etc.,
11:52mas se isso representa apenas uma parte
11:55e você já tem quase 100 fuzis apreendidos
11:57e mais de 60 mortes, eu fico imaginando o todo.
12:01Pois é, Evandro, o buraco é muito mais embaixo,
12:04o todo é muito maior.
12:07E a gente pode falar em sentido literal aqui,
12:09não é uma metáfora.
12:11O Rio de Janeiro é uma cidade em guerra.
12:15A gente costuma usar esse clichê,
12:18mas ele é verdadeiro, ele retrata uma realidade.
12:21E aí a gente está falando de narcoterroristas,
12:25por que não?
12:25Porque eles estão usando armas de guerra
12:27para enfrentar a polícia.
12:28Isso mostra que a gente está muito atrasado.
12:31As forças policiais ainda fazem milagre,
12:33porque perto do equipamento deles contra os bandidos
12:38já é muito difícil esse enfrentamento, Evandro.
12:40A nossa legislação também é muito atrasada
12:44em relação a isso,
12:46e principalmente a aplicação penal também.
12:49Então a gente está defasado em relação
12:51a esse narcoterrorismo em todas as esferas,
12:55sejam elas na segurança pública,
12:57sejam elas no enfrentamento operacional e tático,
13:01sejam elas também no meio jurídico.
13:04Fala, Fábio Piperno.
13:06Olha, primeiro a gente tem que lamentar
13:08as mortes de quatro integrantes dessas forças de segurança.
13:13Sim, dois policiais civis e dois do BOPE.
13:15Exato, são pessoas jovens que saem de casa
13:19exatamente para colocar a sua vida em risco
13:22em defesa da população e do Estado.
13:25Então, a essas famílias, a nossa solidariedade.
13:29Agora, é uma operação impactante,
13:34a gente viu o Rio de Janeiro em estado de guerra hoje,
13:36quando a gente fala em 64 mortes,
13:39veja, se a gente projetar isso com o que acontece em Gaza
13:43ou, por exemplo, na guerra entre Rússia e Ucrânia,
13:47há dias em que não são registradas tantas mortes
13:50como hoje lá no Rio.
13:52Lá todo dia na Ucrânia, na Rússia,
13:54está o que morre 64 pessoas.
13:56E no Rio de Janeiro morreu muita gente.
13:58Então, é claro que...
14:00Fora os feridos, né?
14:01Fora exatamente.
14:02Os feridos e as dezenas de pessoas presas,
14:05de bandidos presos.
14:06E estamos colocando entre os feridos os inocentes também,
14:08gente que está com a vida normal e, de repente,
14:10foi impactada por tiro, por invasões e tudo mais.
14:14Tinha uma moça que acho que estava numa academia,
14:16tomou um tiro na perna, né?
14:17É, foi no glúteo.
14:18No glúteo.
14:19Enfim, o fato é que é algo estarecedor.
14:23Então, é óbvio que as autoridades também têm que ter agora
14:28a sensatez e a frieza,
14:31para não ficar procurando confronto com outras autoridades
14:34justamente nesse momento.
14:36Agora, é um motivo ainda maior
14:40para que se unam forças e esforços.
14:43E é preciso que essas operações,
14:47elas não se encerrem hoje.
14:49O Rio de Janeiro não vai resolver a questão da criminalidade
14:52com uma operação, por mais bem sucedida que seja,
14:56de tiro curto.
14:58O Rio de Janeiro é um território em guerra
15:01e não é de hoje.
15:02A gente fala do Rio de Janeiro convivendo com o crime.
15:07Olha, o Nelson Rodrigues, por exemplo,
15:09ele tinha uma série de personagens que eram bandidos.
15:12Por exemplo, o Boca de Ouro.
15:14Nós estamos falando de criminosos dos anos 40, 50.
15:18Então, o Rio de Janeiro normalizou isso há quase um século.
15:22Isso não pode continuar.
15:23Bruno Musa, eu quero trazer também uma...
15:26Eu ouvi a sua análise sobre uma fala do governador
15:29do estado do Rio de Janeiro hoje, mais cedo,
15:31que me chamou bastante a atenção.
15:33Ele ressaltar para os jornalistas que acompanhavam
15:35aquela coletiva, que essa não era uma operação
15:39de segurança pública.
15:41Era uma operação de defesa.
15:44Ou seja, se fosse uma operação de segurança pública,
15:47e quando a gente fala sobre segurança pública,
15:49a gente tem a capacidade de entrar ainda no campo da prevenção.
15:52No campo de impedir que as pessoas sejam expostas
15:55a essa situação.
15:55Quando ele coloca operação de defesa,
15:57ele deixa muito claro que já não há mais como lidar
16:00com a segurança pública ali no estado.
16:02E que o que resta agora é apenas tentar se defender
16:05da expansão e dos ataques cada vez maiores
16:08de criminosos que tomam conta dessas regiões.
16:11Fala, Musa.
16:11Evandro, vamos lá.
16:14O Brasil é um dos países onde você tem
16:16o maior número de homicídios no planeta Terra.
16:19Veja, eu tive o privilégio de visitar 60 e poucos países.
16:23Morei em alguns e eu jamais,
16:25estive em países da América Central também,
16:27aqui na América do Sul,
16:28eu jamais vi um país onde quase,
16:32são 46 milhões de pessoas,
16:3420% da população brasileira,
16:36vive em território controlado pelo tráfego.
16:38Ou seja, isso significa que pessoas não podem ir e vir
16:42onde tem uma extorsão clara e aberta.
16:45Você é um comerciante lá da periferia,
16:47você tem que pagar o crime para sobreviver.
16:49E isso está saindo das periferias
16:51e chegando nos grandes centros.
16:53Isso é um narco-estado por definição.
16:56Não tem como muitos não quererem colocar
16:58o Comando Vermelho, o PCC,
17:01como organizações terroristas.
17:03Se isso, ações como essas,
17:05não são um terrorismo, o que é?
17:06O que mais pode ser colocado
17:08onde 20% da população
17:11não pode transitar livremente?
17:13E mais, a máquina pública
17:14não pode entrar em vários desses territórios no Brasil.
17:17O que mais a gente precisa
17:19para colocá-los como terroristas
17:21que de fato são?
17:22E repito, o Brasil é um dos países
17:23onde tem mais homicídio no planeta Terra.
17:27Pessoas inocentes que morrem no dia a dia
17:29por conta desses criminosos.
17:30Se um dia quisermos reverter essa situação,
17:34vai doer.
17:34morrerão pessoas.
17:36Numa guerra sempre morrem pessoas.
17:37Mas quantos inocentes morrem
17:39há quantos anos no Brasil
17:41onde o saldo acaba se tornando muito maior?
17:43Passou da hora
17:44de enfrentarmos como adultos
17:46realmente esses terroristas.
17:49O Brasil está se tornando
17:51um narco-estado
17:52e aqui está aberto.
17:54Está declarado, Evandro.
17:56É uma cidade,
17:57uma das mais importantes cidades
17:59da América do Sul,
18:00conhecidas do mundo,
18:02que não podem transitar livremente.
18:04Eu tenho falado com pessoas lá
18:05que estão presas dentro de casa.
18:07A que ponto nós chegamos?
18:09Veja, na semana passada,
18:11a gente viu e comentamos aqui
18:13a fala do Lula no final de semana,
18:15que os traficantes
18:16são vítimas dos usuários.
18:17é isso?
18:19É isso realmente que nós estamos falando?
18:21Em meio a tudo que a gente está vendo
18:22nessa cena triste e lamentável
18:25do Rio de Janeiro,
18:26é isso que a gente tem que ouvir
18:27há poucos dias.
18:28Ou seja,
18:29passou do ponto
18:30de atacarmos de frente.
18:32Vai doer,
18:33vai machucar.
18:34Muitos, de fato,
18:35morrerão.
18:36Então, eu mando aqui
18:37as minhas condolências
18:38ao governador do estado do Rio,
18:39aos chefes de segurança,
18:40à polícia do Rio de Janeiro,
18:42mas que não retrocedam.
18:43O Brasil passou do ponto.
18:45Não dá mais para tolerar
18:46o nível de criminalidade
18:48que nós estamos vivendo.
18:50Ô, Zé Maria Trindade,
18:51seja muito bem-vindo, meu amigo.
18:52E aí, o governador do Rio de Janeiro,
18:54César Castro,
18:54fez uma espécie de crítica ali
18:56ao fato de o governo estadual
18:58tocar essa operação sozinho,
19:01sem, digamos,
19:02um apoio do governo federal.
19:03Mas a gente sabe também
19:04que há um debate muito intenso
19:05aqui no Brasil
19:06e que parece não deslanchar
19:07sobre a integração das forças
19:10e sobre o quanto seria necessário
19:11não só a integração dos homens,
19:13mas da inteligência,
19:15do trabalho de inteligência
19:16realizado pelos estados
19:18numa, digamos,
19:19convergência com o governo federal
19:21para que houvesse, de fato,
19:23operações que conseguissem
19:26juntar todas essas forças
19:29para atacar os pontos
19:30onde há realmente lideranças,
19:34chefes do narcotráfico
19:36e tentar quebrar essa cadeia
19:40que dura há tanto tempo
19:41ali no Rio de Janeiro.
19:42Como é que se avalia
19:43essa crítica do governador
19:44e a maneira como
19:45o governo federal também
19:47se impõe ou não
19:48em casos como este, Zé?
19:52Pois é, eu acabei de conversar
19:54com a deputada Cris Tonietto,
19:55que é do PL e do Rio de Janeiro,
19:57e ela me dizendo
19:57que conversou com algumas autoridades,
20:00inclusive o governador,
20:01dizendo que o Estado
20:02perdeu a capacidade,
20:04o Estado perdeu a capacidade
20:06de agir contra o crime organizado.
20:09Isso que nós estamos vendo,
20:10essas imagens e esta operação,
20:13não é exatamente um ataque,
20:14mas um contra-ataque
20:16para o governo do Rio de Janeiro
20:17e ficou sozinho
20:18porque pediu a ajuda federal.
20:21Não é o ministro da Justiça,
20:23Ricardo Lewandowski,
20:24que está buscando,
20:25é a maior atuação da União
20:27na Segurança Pública,
20:29era uma hora de colocar ali
20:31as forças armadas à disposição,
20:32com blindados,
20:34com um apoio neste contra-ataque.
20:36Isto é um contra-ataque.
20:38Olha só,
20:39nos últimos meses,
20:41o presidente Lula
20:42e o governo federal
20:43vêm falando muito em soberania.
20:45E eu cobro exatamente sempre
20:47a soberania.
20:48Por exemplo,
20:49no Rio de Janeiro,
20:50não existe soberania aí.
20:52Não existe soberania
20:53em regiões de São Paulo,
20:55não existe soberania
20:56em regiões do Nordeste e do Norte.
20:58Governadores me dizem,
20:59do Norte,
21:00de que a maior força
21:01de contratação do Norte
21:03do país agora
21:04é o crime organizado.
21:06Quer dizer,
21:07se organizou tanto,
21:08pegou uma polícia desorganizada
21:10e aí está ganhando a guerra.
21:13Porque os bandidos
21:14não andam segundo a Constituição,
21:17segundo a lei.
21:18Os policiais têm que andar
21:19nesse risco jurídico,
21:21nesse limbo muito forte.
21:23Arriscam as vidas, né?
21:24A gente vê que morreram policiais
21:26e de uma maneira assim,
21:28eu nunca vi uma operação
21:30com tantas baixas
21:31para o lado policial.
21:33A gente vê que realmente
21:34é um contra-ataque.
21:36E o poder do crime
21:37está aumentando muito,
21:39chegando ao ponto
21:40do crime sufocar a legalidade.
21:43Está criando uma faixa
21:45de exceção,
21:46de exclusão
21:47em várias cidades.
21:49Eu vivo repetindo isso aqui,
21:50Evandro,
21:50porque eu escuto
21:51representantes aqui
21:52de associações de municípios
21:54dizendo, olha, socorro,
21:56cidades com 20 mil habitantes
21:58têm área de exclusão,
21:59ruas em que a PM não entra
22:01ou que a polícia não entra.
22:02Estamos falando
22:03de cidade do interior,
22:04onde as pessoas
22:05antigamente tinham varandas,
22:07tinham janelas abertas,
22:09sentavam nas portas das casas.
22:11Isso acabou, né?
22:13Acabou por quê?
22:14Porque o crime
22:15está interiorizando,
22:16indo para todo o país.
22:18E o Rio de Janeiro,
22:18segundo me disse
22:19a deputada Antonieta,
22:20Tonieta, né?
22:22Cris Tonieta,
22:23o Rio de Janeiro
22:24que é uma cultura
22:25de que o policial
22:27é o bandido
22:29e glamorizar
22:30os bandidos.
22:32O Rio de Janeiro,
22:34senhores,
22:34é uma cidade
22:35onde se vende
22:36tornozeleira eletrônica
22:37falsa,
22:39pirata.
22:40Sabe por quê?
22:41Que uma tornozeleira
22:42significa em algumas regiões
22:44que o cara é fera,
22:46que o cara é bom
22:46e ganha as menininhas
22:48e toma o poder
22:49com a tornozeleira falsa.
22:51Olha como é que chegou
22:53no Rio de Janeiro.
22:54Então, isso aí
22:54é uma demonstração,
22:56é um sintoma.
22:58Quando o combate
22:59à violência,
23:00quando a segurança pública
23:01chega na polícia,
23:03é porque houve falha
23:04em várias outras etapas.
23:06A polícia
23:06é a última possibilidade,
23:08a última contenção
23:09na segurança pública.
23:11E olha,
23:11falando sobre a manifestação
23:12do governo federal,
23:13está prevista
23:14para cinco horas da tarde
23:15uma coletiva
23:16do ministro
23:17Ricardo Lewandowski,
23:18ministro da Justiça
23:20e da Segurança Pública.
23:22Ele deve falar, então,
23:23sobre essa operação
23:24no Rio de Janeiro.
23:25Oi, o que foi?
23:27Ah, já vou passar.
23:28Deixa eu só terminar
23:28de dar a informação.
23:30Eu já vou chamar o Viga ali.
23:31O Viga está querendo
23:31trazer mais detalhes
23:32para a gente.
23:33Então, o ministro
23:33Ricardo Lewandowski
23:34deve falar agora
23:35às cinco horas da tarde
23:36sobre essa operação
23:37no Rio de Janeiro
23:37e a gente vai acompanhar, então,
23:39como será o posicionamento
23:40do governo federal,
23:41inclusive diante dessas falas
23:42do governador Cláudio Castro,
23:44de que foi uma operação,
23:46digamos, solitária,
23:47feita apenas pelo governo do Estado.
23:49Rodrigo Viga,
23:50eu quero chamar você
23:51novamente, então,
23:51meu amigo.
23:52Quais são as suas atualizações
23:53agora?
23:56Meu caro Cine,
23:57estava conversando
23:57com as fontes aqui
23:58da Segurança Pública
23:59e eles, como eu disse,
24:00estão fazendo a contabilidade
24:02no número de óbitos
24:03e de mortos,
24:04ou seja,
24:04esse número, infelizmente,
24:06tende a aumentar.
24:08Eu falo infelizmente
24:08porque a gente sabe
24:10que é preciso
24:10combater,
24:12enfrentar
24:12e as forças de segurança
24:14são a ferramenta,
24:15o instrumental
24:15mais importante
24:17e necessário
24:18para tal.
24:19Mas,
24:20o que se quer por aqui,
24:21meu caro Cine,
24:22há muito tempo
24:23convivendo
24:23com esses conflitos,
24:25confrontos,
24:26mortes,
24:27principalmente inocentes,
24:29o que se aguarda
24:29por aqui
24:30é uma solução,
24:32um planejamento estrutural
24:33para se tentar,
24:34se não resolver,
24:35pelo menos minimizar
24:36o problema.
24:37E aí,
24:38nós já temos
24:39uma tremenda dor de cabeça,
24:41um tremendo abacaxi
24:42para descascar
24:42no curto prazo
24:44de tempo.
24:45Por quê?
24:45Porque o Estado do Rio de Janeiro
24:46já planejou,
24:48aqui está previsto
24:49na famosa
24:50e polêmica
24:51a DPF das favelas,
24:53que é a retomada
24:54de territórios
24:55que há anos
24:56estão sob a lei,
24:56sob o controle
24:57de traficantes
24:58e também de milicianos.
24:59A flexibilização
25:00da DPF das favelas
25:02esse ano
25:02prevê,
25:03contempla
25:04e prevê
25:05essa obrigação
25:06de retomada
25:07de territórios.
25:08E aí,
25:09esse plano
25:09do Rio de Janeiro
25:10já escalou
25:11ou escalonou
25:13em três níveis,
25:14nível baixo,
25:15nível médio
25:15e nível alto.
25:16E essas comunidades
25:17de PEM alemão
25:18estão no chamado
25:19nível alto
25:20para a retomada
25:20dos territórios.
25:22E a flexibilização
25:23da DPF das favelas
25:24fala que é preciso
25:25uma união
25:26de forças
25:28ou de esforço,
25:29ou seja,
25:30precisa haver
25:31a contribuição
25:32do governo federal
25:33e também
25:34das forças federais.
25:35E por aqui,
25:37segundo o governo
25:38do Estado,
25:38as forças de segurança,
25:40eles se sentem
25:41nesse momento
25:41sozinhos,
25:43embora haja
25:44essa determinação
25:45do Supremo Tribunal Federal
25:46para que,
25:47quando começar
25:48esse plano de retomada
25:49de territórios,
25:50provavelmente a partir
25:51de 2026,
25:52o governo federal
25:53participe
25:53de alguma forma,
25:55seja co-participante,
25:57seja auxiliar
25:58um ajudante importante
25:59nessa ação
26:00que certamente
26:01vai movimentar
26:03bastante o noticiário
26:04a partir de 2026,
26:07justamente
26:07em um ano
26:08de eleições
26:10em todo o país,
26:11meu caro,
26:11sim.
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