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O ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro é uma "página virada" para o presidente Donald Trump, mas que as sanções impostas a autoridades brasileiras serão mantidas.

A pauta deve incluir a revogação das sanções (como a Lei Magnitsky) e a redução do tarifaço, embora a expectativa é que Trump mantenha o tom duro contra o Judiciário brasileiro. Reportagem: Igor Damasceno.

Assista à íntegra: https://youtube.com/live/5WZo-go9qKM

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00:00E na véspera do possível encontro entre Lula e Donald Trump, na Malásia, o ex-embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shannon, afirmou que as exigências da gestão americana mudaram, principalmente envolvendo Jair Bolsonaro.
00:13Quem vai trazer mais detalhes a respeito disso é o nosso repórter ao vivo, diretamente de Brasília, Igor Damasceno.
00:19Conta pra gente, Igor, quais são as novidades envolvendo essa crise entre Brasil e Estados Unidos. Bem-vindo, boa noite.
00:25Oi, Kobayashi, boa noite a você, boa noite também a todos que nos acompanham ao vivo aqui no nosso jornal Jovem Pan.
00:35Olha só, em entrevista à BBC News, o ex-embaixador norte-americano aqui no Brasil, Thomas Shannon, disse que Jair Bolsonaro é página virada na vida de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos.
00:49Só pra gente apresentar um contexto. Em julho, Trump anunciou tarifas de 50% para produtos brasileiros vendidos nos Estados Unidos.
00:58São as maiores tarifas do mundo impostas pelo governo norte-americano.
01:03E para reduzir essas tarifas ou mesmo negociá-las, Trump condicionou a liberdade de Jair Bolsonaro, a absolvição dele, no julgamento que estava em curso à época, no Supremo Tribunal Federal, na primeira turma do STF.
01:18Jair Bolsonaro, apesar dessas sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos, foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão.
01:27Thomas Shannon disse que Trump está convencido de que não vai interferir nesse julgamento.
01:35O acórdão do STF, ou seja, a oficialização da sentença proferida na primeira turma, foi oficializado na semana passada.
01:43E a defesa de Jair Bolsonaro vai recorrer da decisão.
01:48Ou seja, nem tudo ainda está perdido.
01:51Os embargos de declaração vão ser apresentados, mas a expectativa é de que eles sejam todos rejeitados.
01:57Sabendo que a condenação poderia, tem ali alguma expectativa de ser revertida, a expectativa é essa da defesa,
02:05Trump mudou de ideia, já viu que não vai poder interferir e muito provavelmente a condenação de Jair Bolsonaro vai ser mantida pela primeira turma do STF.
02:16Thomas Shannon também explicou que outro motivo é que ele já está convencido de que impor essas tarifas tão altas aos produtos brasileiros
02:26pode, num primeiro momento, atrapalhar a economia dos Estados Unidos e prejudicar os empresários norte-americanos.
02:35Por isso, ele disse que a expectativa é que no encontro com o presidente Lula, que deve acontecer amanhã em Kuala Lumpur, na Malásia,
02:44Trump já dê sinal verde para que essas tarifas sejam negociadas.
02:48Se a condição era a absolvição de Jair Bolsonaro, ele já sabe que não vai poder fazer isso e já sabe também que a economia norte-americana pode ser afetada.
02:58E por isso, as tarifas podem sim ser negociadas.
03:02O presidente Lula, nessa conversa, quer reduzir essas tarifas de 50% para 10%, como era no início do ano.
03:09Mas, se Lula conseguir reduzir pelo menos a um patamar um pouco menor, aos 50%, ele já se dá por satisfeito, porque aí já abrange mais negociações futuramente.
03:20Os dois chefes de Estado foram convidados para participar da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, ASEAN, que vai acontecer a partir de amanhã.
03:30Não está na agenda de Donald Trump o encontro com o presidente Lula, mas os assessores do presidente trabalham para que esse encontro aconteça um pouco antes da cúpula.
03:40E estão otimistas com isso.
03:42A gente vai seguir acompanhando para saber se, de fato, o governo dos Estados Unidos está determinado a voltar com boa relação diplomática com o Brasil.
03:52Kobayashi.
03:53Seguiremos acompanhando. Muito obrigado, Igor Damasceno. Daqui a pouco você volta com outras informações.
03:57E o presidente Lula disse hoje, na Malásia, que espera chegar a uma solução para o tarifaço durante a reunião prevista para amanhã com Donald Trump.
04:06A caminho da Ásia, Trump sinalizou que o encontro deverá acontecer e deixou aberta a possibilidade de reduzir as taxas aplicadas às exportações do Brasil.
04:15O Paulo Edson Fiore tem os detalhes.
04:17A caminho da Ásia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que consideraria reduzir as tarifas sobre o Brasil, sob as circunstâncias certas.
04:29Trump conversou com jornalistas a bordo do Air Force One.
04:32Quando questionado se deverá se reunir com o presidente Lula, durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático, em Kuala Lumpur, Trump afirmou que um encontro era provável.
04:45Horas antes, Lula confirmou estar disposto a discutir uma ampla gama de temas com o republicano, caso haja um encontro,
04:52incluindo a taxação de cinquenta por cento sobre parte das exportações brasileiras e as tensões com a Venezuela.
05:00Já na Malásia, Lula foi recebido pelo primeiro-ministro do país, Anwar Ibrahim.
05:06Durante o encontro bilateral, foram firmados sete instrumentos de cooperação, entre eles memorandos de entendimento nas áreas de semicondutores,
05:16ciência e inovação tecnológica, pesquisa espacial e agricultura sustentável,
05:22além de acordos entre instituições de formação diplomática e centros de pesquisa dos dois países.
05:29Também foram abertos seis novos mercados para produtos brasileiros, além da retomada do comércio de carnes de frango.
05:37Em uma declaração à imprensa, o presidente criticou o protecionismo e defendeu a paz.
05:43Eu vim aqui dizer ao primeiro-ministro, Anwar Ibrahim, que nós temos possibilidade de mudar o mundo,
05:54de fazer com que as coisas sejam melhores, de fazer com que o humanismo não seja derrotado pelos algoritmos,
06:05de dizer ao mundo que o mundo precisa de paz e não de guerra,
06:14de dizer ao mundo que nós precisamos de livre comércio e não de protecionismo,
06:21de dizer ao mundo que nós precisamos de mais comida e de menos armas.
06:25O presidente também atribuiu a continuidade da guerra entre Ucrânia e Rússia ao enfraquecimento da ONU
06:37e voltou a falar em genocídio de Israel contra os palestinos em Gaza.
06:43Quem é que se conforma com a duração da guerra entre a Ucrânia e a Rússia?
06:51Quem é que pode se conformar com o genocídio impetrado na faixa de Gaza durante tanto tempo?
06:59E por que isso acontece?
07:01Porque as instituições multilaterais que foram criadas para tentar evitar que essas coisas acontecessem,
07:09pararam de existir.
07:10Hoje o Conselho de Segurança da ONU e a ONU não funcionam mais.
07:20Não funcionam.
07:21Todas as guerras acontecidas nos últimos tempos foram guerras determinadas por gente
07:27que faz parte do Conselho de Segurança da ONU
07:30e que não consultou e que não aprovou em nenhum fórum.
07:35Foi assim com a guerra do Iraque.
07:38O Bush não consultou a ONU.
07:40Foi assim com a invasão da Líbia, Inglaterra e França não consultaram o Conselho de Segurança.
07:48Foi assim, sabe, com a Rússia e a Ucrânia.
07:52A Rússia é membro cito do Conselho de Segurança, mas também não consultou a ONU.
07:57E assim as coisas vão acontecendo sem que haja nenhuma governança mundial capaz de dizer que não pode ser assim.
08:07Na sequência, Lula falou com os jornalistas e demonstrou otimismo para a reunião com Donald Trump.
08:14Eu, na verdade, espero que rode. Eu vim aqui e não faz disposição de que a gente possa encontrar uma solução.
08:22Ele disse, ele falou em condições para reduzir as tarifas.
08:27O senhor teve alguma indicação na conversa com ele?
08:30Tudo depende da conversa. Tudo depende da conversa.
08:32Eu trabalho com otimismo para que a gente possa encontrar uma solução.
08:35O senhor está disposto a ceder alguma exigência dele?
08:39Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda.
08:42Vamos colocar na mente os problemas e vamos tentar encontrar uma solução.
08:46E presidente?
08:46Então pode ficar certo que vai ter uma solução.
08:48Entre os temas a serem tratados na reunião prevista para domingo estão as taxações de 50% em produtos como café e carne,
08:58as sanções contra ministros do STF e o interesse americano nas chamadas terras raras.
09:06E para comentar as principais notícias do Brasil e do mundo, nesta edição do Jovem Pan,
09:11eu já dou as boas-vindas para ele, o advogado, comentarista Diego Tavares, chegando para essas análises.
09:17Diego, boa noite.
09:19Boa noite, Kobayashi. Boa noite à nossa querida audiência aqui da Jovem Pan News.
09:23Ô Diego, eu quero já te perguntar a respeito desse otimismo que manifestou o presidente Lula
09:27em relação a um possível encontro com o presidente americano Donald Trump.
09:31Se por um lado tem otimismo, pelo outro lado, se a gente pega as últimas manifestações do presidente,
09:36inclusive essa que a gente viu há pouco, chamando a operação na faixa de Gaza de genocídio.
09:41É uma operação que tem apoio, em certo ponto, dos Estados Unidos.
09:45Não, até um financiamento.
09:46A gente tem a crítica do presidente em relação às operações anunciadas contra o narcotráfico na América Latina também.
09:55E até nos últimos dias, reiteradas críticas ao dólar como moeda hegemônica.
10:00Parece que o otimismo vai para um lado, mas as manifestações indicam para o outro,
10:04em relação a um possível acordo com os Estados Unidos, né?
10:09Kobayashi, o Lula, ele tem duas canoas e ele quer deixar um pé em cada uma.
10:14De um lado, ele quer a canoa do pragmatismo, da resolução, do conflito, do bom relacionamento com os norte-americanos,
10:21que foi inaugurado não por ele, que por alguns meses, algumas semanas, não cansou de disparar críticas ao presidente Donald Trump.
10:27Foi inaugurado pelo próprio Trump em seu discurso, que pegou a todos de surpresa na Assembleia Geral das Nações Unidas.
10:34Aquele papo de que rolou uma química com o presidente Lula e na mesma oportunidade na qual ele anunciou que gostaria de ter um encontro com o presidente brasileiro.
10:43Mas, de outro lado, o Lula quer manter também o pé na canoa da narrativa que tem rendido capital político a ele.
10:51É sempre bom a gente lembrar o que nos diz a linha do tempo.
10:54O presidente Lula vinha enfrentando uma crise severa de popularidade,
10:57atingiu níveis preocupantes de rejeição, até mesmo no Nordeste, que é o seu principal reduto eleitoral.
11:03E, com o anúncio do tarifaço, houve um arrefecimento dessa situação.
11:08Então, resolver o problema da economia brasileira junto aos norte-americanos
11:12implica também em perder essa narrativa que tem sido boa para ele, principalmente, às vésperas do ano eleitoral.
11:19Então, o Lula está ali fazendo uma corda bamba em cima de um fio de cabelo.
11:22Ele tem que manter o bom contato com o Trump, que está demandando isso dele, inclusive,
11:26mas, de outro lado, não está querendo perder essa narrativa que ele encontrou
11:30para atacar, inclusive, também a família Bolsonaro, que são os seus principais opositores políticos no país.
11:36Ele está um pouco na saia justa nesse sentido.
11:39E aí, naturalmente, considerando, inclusive, o histórico do presidente da República,
11:43acaba incorrendo nesses discursos que acabam se contradizendo.
11:47Me chama muita atenção, inclusive, o Lula falar que o mundo precisa de menos protecionismo.
11:52O Brasil é um dos países mais protecionistas do ponto de vista econômico no mundo.
11:58Dá para falar desde a taxação das blusinhas lá, da Shein, da Shopee, das fast fashion chinesas,
12:04até as barreiras tarifárias e os mais de 200 bilhões de reais em incentivos fiscais que são dados aqui no Brasil.
12:11Então, o presidente Lula está sem uma linha editorial específica aí para o seu discurso.
12:16Está fazendo discurso conforme a qualidade do palanque.
12:18Diego, e em relação ao que nos falou há pouco o Igor Damasceno,
12:24em relação ao assunto, ao tema Jair Bolsonaro nessa negociação toda?
12:28Segundo um representante do Estado americano, Jair Bolsonaro seria página virada nessa negociação.
12:35Como é que você vê esse assunto na mesa de negociação entre Brasil e Estados Unidos?
12:40Como eu, sinceramente, tenho defendido que Jair Bolsonaro nunca foi, acho que, uma questão para o presidente Donald Trump.
12:48A respeito das declarações do Thomas Shannon, que é esse ex-embaixador, ex-embaixador do governo Obama, salvo engano,
12:55é sempre bom a gente lembrar também que essa declaração tem que ser vista com algumas anotações.
12:58O Thomas Shannon foi o lobista contratado pela Advocacia Geral da União recentemente
13:04para lidar com as questões do tarifácio nos Estados Unidos.
13:08Então, ele é praticamente um terceirizado do governo brasileiro
13:11e pode ser que as suas respostas tenham sido, de certa forma, combinadas com o próprio Estado brasileiro
13:17para, enfim, dar o tom dessa reunião, para tentar criar um balão de ensaio
13:22sobre o que pode ser dessa reunião e quais seriam as expectativas dos norte-americanos.
13:26Ele é muito ligado nos Estados Unidos ao Partido Democrata, então, eu, sinceramente, tenho as minhas dúvidas
13:32que esse ex-embaixador, de fato, esteja dizendo aquilo que realmente reflete os anseios do governo norte-americano.
13:40Como eu disse, eu acho que a questão de Donald Trump sempre foi o interesse norte-americano
13:44às sanções aos membros do Supremo Tribunal Federal, por exemplo, na minha opinião,
13:49são fruto das sanções que foram impostas anteriormente, as sanções judiciais,
13:53a empresas norte-americanas, né, o X, que chegou a sair do ar,
13:57outras plataformas digitais, o Rumble, por exemplo, que chegou a ser proibido no Brasil,
14:03enfim, me parece muito mais que essas sanções mais políticas têm a ver com os interesses das empresas
14:09do que com os interesses de Jair Bolsonaro.
14:12O próprio contexto atual da relação de Trump e Lula, acho que diz muito sobre isso.
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