Murillo Oliveira, especialista em investimentos da Saygo Comex, analisa a expectativa para o encontro entre o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente Donald Trump.
Embora ainda não haja definição de um acordo, a abertura de negociações visa reverter o pesado tarifaço dos EUA. Oliveira aponta que o Brasil ainda sofre com as taxas, mas há espaço para um meio-termo na diplomacia.
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00:00Lá na Indonésia, Trump toque nesse assunto e consiga pelo menos reduzir um pouco essas tarifas.
00:06Pra saber mais sobre essas expectativas pro encontro, a gente conversa ao vivo agora com o especialista em investimentos e comércio exterior da Saigo Comex,
00:15Murilo Oliveira, obrigada pela sua participação no Fast News aqui com a gente.
00:20Murilo, a situação nesse momento, você acredita que melhorou pro lado brasileiro depois daquele encontro de Trump na ONU ali com o Lula?
00:29Abriu-se uma porta que parecia fechada, né? Não havia negociação até então. Qual a sua expectativa pra conversa de amanhã?
00:39Muito boa tarde, boa tarde a todos, espectadores. De fato, abriu uma porta e uma negociação que, de fato, começou ali a partir dessa fala na ONU, né?
00:51Então, até a visão do mercado melhorou bastante com relação ao Brasil depois dessa fala e dessa aproximação do presidente Donald Trump com o presidente Lula
01:02e também depois do encontro que aconteceu entre o chanceler brasileiro e o Marco Rubio.
01:09No entanto, ainda não há uma definição de fato pra onde que vão as tarifas, né?
01:17Mas eu acho que um ponto imprescindível já aconteceu, que é essa abertura de negociações.
01:23E essa posição mais equilibrada do Brasil também na negociação das tarifas e que, ao meu ver, devia ter sido adotada desde o início,
01:32é que propicia, de fato, esse equilíbrio nas negociações pra que se chegue a um resultado efetivo aqui,
01:40que ainda não veio, mas deve vir ali.
01:42Isso com base também na própria estratégia do presidente Donald Trump, que é de elevar tarifas, de pressionar ainda mais a contraparte,
01:54de tal forma que as duas possam negociar e se chegue no meio termo.
01:58Isso aconteceu algumas vezes ali ao longo desse ano, dessa guerra tarifária comercial, por exemplo, com a União Europeia,
02:05em que as tarifas foram elevadas ali, foi ameaçada um nível mais elevado e chegou no meio do caminho, chegou no meio termo.
02:11Então, nós ainda estamos com tarifas de 50% sobre commodities, que são imprescindíveis pra atividade, pra economia do Brasil,
02:19como, por exemplo, o café, e a gente poderia chegar ali no meio termo, mas isso requer, de fato, que se evolua aí as negociações.
02:28E eu acredito que dois pontos principais nas negociações agora, e até o que foi comentado pelo chanceler brasileiro,
02:37como o feedback ali do encontro com o Marco Rubio, foi justamente a questão de terras raras, de minerais críticos,
02:46que eu acho que é um ponto principal aqui do Donald Trump, até porque o Donald Trump, ele começa a acirrar ainda mais a guerra comercial com a China
02:53depois que a China restringe exportações de terras raras pros Estados Unidos, e aí o Trump ameaça subir mais tarifas com a China.
03:00Então, terras raras é um ponto principal, lembrando que o Brasil hoje é o segundo maior detentor de terras raras,
03:07ficando apenas atrás da própria China.
03:09E o outro ponto, que é a questão da moeda dos BRICS.
03:13O Trump, ele sempre comentou disso, mas no último mês ele tem falado de uma forma mais específica, mais incisiva,
03:22chegando a sair notícias de que o Trump, ele comentou que o Brasil, ele deve sair ali desse plano de ter uma moeda do BRICS.
03:29Então, acredito que esses dois pontos são imprescindíveis ali para que se evoluam as negociações
03:34e possamos, pelo menos, chegar no meio termo ali de tarifas.
03:39Guilherme?
03:40Murilo, você colocou muito bem a questão do anúncio estridente versus a negociação
03:45e depois uma contemporização, no caso da União Europeia e com outros países.
03:50No seu entender, o que seria esse meio termo quando a gente fala das tarifas aplicadas ao Brasil?
03:55Perfeito.
03:58Eu acredito que um cenário otimista, e até o que, olhando o mercado, o que tem sido precificado,
04:04é um meio termo, literalmente, 25%.
04:07Como aconteceu com a União Europeia, em que se chegou ali no meio do caminho, no nível de tarifas.
04:13Então, acredito que 25% seja um cenário já otimista.
04:17Já para a gente falar aqui em termos da negociação.
04:21Isso, tendo em vista esse track record que aconteceu ali, por exemplo, com a negociação com a União Europeia.
04:30E a gente pode notar que o presidente Donald Trump sempre vai pressionar.
04:34Ele vai levar no máximo nível de tarifas para conseguir trazer ali um pouco mais para baixo.
04:40Acredito que um meio termo mesmo, 25% de tarifas, já seja um cenário otimista aqui para a gente.
04:46Mas que qualquer espaço ali que a gente consiga abrir no nível de tarifas, já é muito bom para a atividade econômica do Brasil.
04:55Porque quando a gente está falando do nível atual de tarifas, o projeto, e aqui em linha com as projeções ali do mercado,
05:03que chega um impacto no PIB na ponta de 0,2% a 0,3% do PIB.
05:08Então, qualquer melhora que a gente consiga aqui, se chegar num cenário, ao meu ver, mais otimista de 25% de tarifas,
05:16já conseguimos chegar numa melhora do PIB aqui, uma melhora na ponta para a atividade econômica.
05:21Mas isso, claro, com base num equilíbrio nas negociações e tendo em vista esses dois pontos principais que a gente tem percebido.
05:29Tanto a questão de terras raras quanto a questão de BRICS.
05:33Agora, Murilo, muito se falou que o tarifasso virou um tarifinho para o Brasil.
05:39Qual a sua análise?
05:40Realmente foi um impacto um pouco menor do que a gente esperava?
05:44Como o mercado sentiu?
05:46Legal.
05:47De fato, como estava inicialmente o impacto na atividade econômica do Brasil, ia ser muito maior.
05:56Então, muitas casas já estavam falando em coisa de 0,6% a 0,7% do PIB, o que eu vi aqui em torno de 0,5% a 0,4% a 0,5% do PIB.
06:07Então, realmente um impacto bem relevante.
06:09E houve essa revisão ali, até com a evolução das negociações com os Estados Unidos.
06:16Mas ainda estamos falando de um cenário restritivo.
06:19Nós ainda estamos falando de um cenário em que, apesar de ter reduzido a base dos produtos, das commodities sobre as quais incidem as tarifas,
06:27ainda estamos falando de um cenário restritivo.
06:29Ainda estamos falando de um cenário de 50% de tarifas, que é um dos níveis mais elevados de tarifas com relação aos países,
06:39os Estados Unidos contra os países.
06:41Então, ainda é um nível muito restritivo.
06:44Muito restritivo.
06:45Então, ainda há um impacto econômico aqui em torno de projeto em torno de 0,2% do PIB.
06:49Mas que nós precisamos chegar em um meio termo e evoluir as negociações para que a gente consiga melhorar isso.
06:57Mas, assim, ainda é um nível restritivo.
07:00Eu vejo que ainda é um nível restritivo.
07:02Melhor, é claro, que como estava inicialmente, mas ainda um nível bem restritivo de tarifas.
07:07Aliás, um dos mais restritivos em termos de tarifas do mundo.
07:10Vamos, então, realmente torcer para que saiam boas negociações desse encontro amanhã.
07:16A gente vai acompanhar tudo aqui na tela da Jovem Pan News.
07:19Muito obrigada, Murilo Oliveira, pela sua entrevista.
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