- há 2 semanas
- #jovempan
- #jornaldamanha
O encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump em Kuala Lumpur, na Malásia, foi analisado pelo professor de relações internacionais Eduardo Galvão no Jornal da Manhã deste domingo (26). Ele avaliou o peso da agenda comercial, o futuro das tarifas e o tema da regulação das big techs no Brasil, que é de grande interesse aos EUA. O especialista também comentou a nova postura da diplomacia americana e o avanço da China na América Latina. Confira a entrevista na íntegra.
Assista ao programa completo:
https://youtube.com/live/FeDlVcqlU6s?feature=share
Canal no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Threads:
https://www.threads.net/@jovempannews
Kwai:
https://kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#JornalDaManhã
Assista ao programa completo:
https://youtube.com/live/FeDlVcqlU6s?feature=share
Canal no WhatsApp:
https://whatsapp.com/channel/0029VaAxUvrGJP8Fz9QZH93S
Baixe o app Panflix: https://www.panflix.com.br/
Inscreva-se no nosso canal:
https://www.youtube.com/c/jovempannews
Entre no nosso site:
http://jovempan.com.br/
Facebook:
https://www.facebook.com/jovempannews
Siga no Twitter:
https://twitter.com/JovemPanNews
Instagram:
https://www.instagram.com/jovempannews/
TikTok:
https://www.tiktok.com/@jovempannews
Threads:
https://www.threads.net/@jovempannews
Kwai:
https://kwai.com/@jovempannews
#JovemPan
#JornalDaManhã
Categoria
🗞
NotíciasTranscrição
00:00Sei, pra falar sobre esse encontro entre os presidentes Lula e Donald Trump,
00:04a gente recebe agora ao vivo o professor de Relações Internacionais do IBMEC,
00:09o Eduardo Galvão.
00:10Professor, muito bom dia, bem-vindo ao Jornal da Manhã.
00:14Muito bom dia, muito bom dia a todos que nos assistem também, é um prazer estar aqui.
00:18Professor, primeiro eu queria que a gente fizesse um cálculo político pra ambos os países,
00:24pra Trump também e pra Lula, os dois políticos saem mais fortes dessa reunião.
00:29E qual a avaliação diplomática também a partir de agora?
00:33Realmente as relações, pelo que tudo indicam, vão ser estreitadas a partir desse encontro.
00:39E o chanceler brasileiro Mauro Vieira disse com otimismo, né,
00:43que acredita inclusive em redução total até das tarifas.
00:47É assim que a gente pode avaliar mesmo?
00:50A gente estava acompanhando o que o Eliseu estava contando e trazendo pra gente aqui
00:53dos últimos detalhes sobre essa conversa que houve mais cedo.
00:57E a gente vinha de um cenário onde o presidente Lula aqui no Brasil
01:02estava enfrentando problemas com opinião pública, de desaprovação do governo.
01:07O presidente americano também viu a sua popularidade começar a cair ao mesmo tempo
01:11que a inflação subia logo após que as medidas do tarifácio no mundo todo
01:16começaram a não dar certo, não sair como era esperado.
01:20Então, ambos estavam em situações sensíveis, tanto em âmbito doméstico, em âmbito dos seus países,
01:27quanto também em âmbito internacional.
01:30E o que a gente percebe agora, né, desde que a química anunciada, né, lá na Assembleia da ONU,
01:37desde então o que aconteceu, o que tem acontecido, tem favorecido os dois, né,
01:43tanto em âmbito interno quanto em âmbito internacional também.
01:46O presidente Lula, ele recuperou, né, a sua aprovação frente à opinião pública,
01:54teve alguns problemas, alguns bodes colocados na sala pelos Estados Unidos,
01:58com a questão do tarifácio, então tem interesse, tem pedidos a serem feitos.
02:02O presidente americano também tem pautas que são de interesse, né,
02:08pautas de negociação internacional que são de interesse dele e de parte do seu eleitorado.
02:13A gente está falando ali de combustíveis, a gente está falando de carne,
02:17a gente está falando de terras raras, a gente está falando de regulação de big techs.
02:21Então, o que a gente está vendo agora é que ambos estão dispostos a conversar, né,
02:27a gente consegue perceber ali pela postura dos dois que há uma intenção de negociação.
02:34As posições, elas foram colocadas, os assuntos foram trazidos à mesa,
02:39os interesses, aí cabe aos negociadores diplomáticos, né,
02:45entenderem quais são os interesses para poderem costurar um formato de acordo
02:50que faça sentido para ambos os lados.
02:52Então, o que a gente percebe até aqui é que sim, ambos saíram fortalecidos,
02:56tanto em âmbito doméstico quanto em âmbito internacional,
03:00mas existe muita coisa ainda para ser discutida.
03:04As negociações, elas estão começando agora, a gente não sabe quanto tempo elas vão levar
03:09e não sabemos também o que vai sair dessas negociações,
03:13mas certamente ambos os países vão ter boas novidades para levar de volta para casa
03:18e para contar para o seu eleitorado.
03:19Agora, professor, diante de tudo aquilo que a gente está acompanhando
03:24e até nessas questões internas dos Estados Unidos,
03:28com reclamação de aumento de preços de carne, de café e por aí vai,
03:33a gente pode imaginar que o primeiro ponto a ser tratado
03:36são exatamente as tarifas comerciais e depois uma discussão relacionada
03:42a sanções, por exemplo, a autoridades brasileiras ou até mesmo outras questões políticas,
03:47ou seja, o comércio vai vir primeiro nessa negociação ou é tudo ao mesmo tempo agora?
03:52Você trouxe um ponto importante, porque ambos os países têm adotado
03:56uma postura muito pragmática nas suas negociações.
04:00E, de fato, a agenda econômica pesa muito mais,
04:04tanto que isso gerou, a agenda econômica, o efeito contrário do tarifácio
04:10gerou reações adversas muito fortes nos Estados Unidos.
04:14Então, esse tema, ele tende, sim, sempre a ser o tema prioritário.
04:20E a gente também percebeu nas falas de ambos
04:22que outros assuntos que esperávamos que poderiam vir à mesa,
04:27vir à mesa de negociação, eles acabaram ficando em segundo plano.
04:33A questão do ex-presidente, a questão da Venezuela,
04:37a questão da Magnitsky, ela veio como um ponto ali na conversa,
04:41mas sem uma definição ainda.
04:44Então, não me parece que esse assunto está sendo,
04:48tendo um foco agora, o que não significa que não há interesse
04:51de ambas as partes de tratar esse assunto
04:54e colocar como moeda de troca na negociação em uma outra agenda.
04:58A gente sabe que até o valor que você dá
05:03para determinada demanda, para determinada pauta,
05:05numa negociação, vai determinar o preço dela como moeda de troca.
05:10Então, sim, parece que o tema comercial é o foco da agenda,
05:15é a prioridade.
05:16Os outros temas, eles até podem vir no futuro,
05:18no futuro próximo, mas são temas secundários,
05:21pelo menos até o momento.
05:23Agora a gente chama para essa conversa também os nossos analistas,
05:27a Mônica Rosenberg e o Zé Maria,
05:29começando pela Mônica, que vai fazer uma pergunta
05:31ao professor Eduardo Galvão.
05:34Bom dia, professor.
05:35Minha pergunta é em relação ao judiciário brasileiro,
05:39porque nós vimos que o começo desse processo
05:42de estressamento das relações teve por trás também
05:47processos das big techs e dessas grandes plataformas americanas
05:51na justiça brasileira, que aceleraram a chegada das sanções,
05:57pelo menos Magnitsky, das sanções em relação ao nosso Supremo Tribunal
06:01e a juízes e suas famílias.
06:04O senhor acredita que agora, com essa conversa entre os chefes do executivo,
06:08o destensionamento, a conversa sobre a redução das tarifas,
06:13a pressão vai continuar em cima do judiciário,
06:16em cima desses processos e dessas ações em relação às big techs,
06:22ou também nesse aspecto vai haver um resfriamento
06:25e vamos entender que sim,
06:27então as decisões brasileiras serão soberanas,
06:30vamos cumpri-las.
06:32O senhor acredita que nessa área também vai ter uma calma?
06:35Olha, Mônica, boa pergunta.
06:39Alguns pontos são difíceis de antecipar,
06:41mas vamos ler um pouquinho o que temos de evidências aí no cenário
06:44para a gente poder entender quais são os caminhos possíveis nessa negociação.
06:49A gente percebe desde o início do governo, da gestão de Donald Trump,
06:54um interesse muito grande, não só pelo setor de big techs,
06:59a gente percebeu ali na posse os grandes empresários presentes
07:03na sonenidade do presidente americano,
07:05e desde então a gente tem percebido o valor que se tem dado a essa pauta,
07:10a regulação dessa pauta,
07:12nas falas do governo americano.
07:16E isso já havia sido estudado, isso já havia sido levantado,
07:20logo ali quando estávamos no momento da disputa eleitoral entre Trump e Kamala,
07:26e esse assunto se mantém até hoje.
07:29O presidente americano já deu algumas pistas da insatisfação dele
07:33quanto à regulação das big techs,
07:35que é um mercado muito importante para os Estados Unidos,
07:40porque é um setor bastante rico que gera bastante receita,
07:45e como esse setor das big techs, principalmente das plataformas,
07:51ele depende do uso global dessas plataformas,
07:55e o Brasil entra como um desses grandes mercados,
07:58um grande usuário,
07:59quanto mais se restringe a possibilidade de atuação
08:03ou de expansão dessas plataformas,
08:07menos receita, menos lucro,
08:09essas empresas estão tendo e levando para os Estados Unidos.
08:12Então, sim, existe um interesse muito grande do governo americano
08:15em liberar ao máximo a regulação para essas big techs,
08:21de modo que elas consigam operar sem muitas travas,
08:25sem muitas barreiras ali,
08:26e consigam, de fato, aumentar o seu faturamento.
08:29Ocorre que isso tem trazido algumas preocupações
08:32para alguns países, entre eles o Brasil,
08:34tem se preocupado com algumas questões regulatórias,
08:37e por conta disso vieram algumas decisões judiciais
08:40que deram ali alguns limites, algumas travas,
08:43e a gente tem uma expectativa da regulação das plataformas
08:46de redes sociais, das big techs,
08:48uma regulação para sair em breve.
08:51E isso tem acendido um sinal de alerta no governo americano
08:55que teme como essa regulação vai vir.
08:59Então, existe muito o interesse dele,
09:01mas também existe o interesse do Brasil
09:03de manter uma regulação que seja adequada
09:07aos parâmetros daqui, à cultura daqui, aos valores daqui,
09:11e isso pode se entrar numa mesa de negociação,
09:13de forma que ambos cheguem a um consenso, Mônica,
09:17mas levem para casa alguma vitória.
09:19Ou seja, todos consigam mostrar ao seu mercado interno,
09:23não consigam mostrar à sua população
09:25que sim, construímos algo, chegamos a um termo possível,
09:28estamos levando uma vitória para casa.
09:30Então, a gente pode esperar que seja encontrado
09:33um meio termo, um caminho do meio,
09:35para que eles possam não restringir completamente
09:39as plataformas digitais aqui no Brasil,
09:42como se tem receio, e ao mesmo tempo
09:44que o governo brasileiro consiga levar para casa
09:47a notícia de que conseguimos negociar algo
09:50que é de interesse do Brasil.
09:52Nós estamos conversando com o professor
09:54de Relações Internacionais do IBMEC,
09:56Eduardo Galvão.
09:58José Maria Trindade também tem pergunta ao senhor.
10:00José Maria.
10:02Professor, nós transmitimos agora há pouco
10:04aqui ao vivo a fala do presidente Lula
10:07para empresários asiáticos,
10:11não é só...
10:12vários países estavam ali,
10:14com os empresários brasileiros e tal.
10:16E a gente viu um presidente caixeiro viajante,
10:19um mercador.
10:19esta é a ideia da nova diplomacia.
10:22Os diplomatas, eles estão agora
10:24muito treinados em vender o país,
10:26quer dizer, mudou muito as relações internacionais.
10:30E o presidente Donald Trump
10:31chegou para dar uma sacudida geral.
10:33Eu diria que esse problema de integração
10:37não é só do Brasil,
10:39mas de vários países.
10:40O senhor tem, professor,
10:41uma ideia geral de como vai acontecer no futuro,
10:45onde é que isso vai dar,
10:46essa reacomodação geral?
10:49José Maria, esse ponto é interessante.
10:51A gente tem dificuldade até de prever
10:52como vai ser amanhã,
10:54quando a gente fala de presidente Trump
10:58e das regulações,
11:01das medidas que ele tem tomado.
11:02Então, tem sido bastante difícil, sim.
11:05A gente tem visto uma mudança de postura
11:07diplomática,
11:09não só dos Estados Unidos,
11:10desde que Trump assumiu,
11:12mas também nas respostas dos países
11:13e como os países têm respondido
11:15a esses incentivos,
11:17a essas colocações,
11:19como o governo americano tem feito.
11:21A gente tem visto uma diplomacia
11:22muito mais midiática,
11:24uma diplomacia muito mais feita
11:26pelas redes sociais,
11:28com muitas demonstrações de força.
11:30Como a gente tem percebido,
11:32na Venezuela,
11:33a gente entende que é uma tática
11:35de mostrar os dentes,
11:37mas sem morder,
11:39e antecipando o que se vai fazer
11:40em relação ao país,
11:41uma coisa que é inédita
11:43nas relações internacionais,
11:44você antecipar operações,
11:46operações de inteligência,
11:48operações militares,
11:49isso não é comum.
11:51Então, a gente está vendo
11:52um presidente que usa muito
11:54da mídia,
11:55desse show midiático,
11:58ele vem desse setor,
12:00então ele entende muito disso,
12:01ele entende muito de palco,
12:03ele entende muito de câmera,
12:04ele entende muito de discurso,
12:06e ele usa isso na sua diplomacia
12:08como uma arma a seu favor.
12:10O presidente Trump,
12:11ele tem anunciado essas medidas
12:13nas redes sociais,
12:14na rede social,
12:15que ele próprio adquiriu,
12:16então esse é um outro ponto
12:18bastante curioso de se observar,
12:22e a gente tem percebido
12:23que ele usa essas plataformas
12:25e esses espaços
12:26como um espaço,
12:30como um lugar
12:30para que ele possa levar
12:32as suas mensagens
12:33e deixar ali
12:34os seus interesses.
12:35E, obviamente,
12:37que nem tudo fica muito explícito,
12:39muito direto e objetivo,
12:41a gente tem que fazer
12:42as inferências,
12:43a gente tem que entender
12:44quais são os interesses
12:45que estão por trás
12:47daquelas posições.
12:48E o que a gente percebe
12:50é o país, o Brasil,
12:53mas também a região,
12:54a América do Sul e a América Latina,
12:56muito influenciados pela China
12:58em diversos aspectos.
13:00Em questões de infraestrutura
13:02para escoamento de produção,
13:03para investimento e produção
13:05local de alguns tipos de bens,
13:09como, por exemplo,
13:10o vestuário,
13:10a gente viu recentemente.
13:13A gente tem visto
13:14um interesse muito grande
13:17dos Estados Unidos
13:18nas terras raras,
13:19que são abundantes
13:20aqui no Brasil.
13:22a gente tem visto
13:24como os Estados Unidos,
13:25eles têm perdido
13:26uma relevância
13:29nas trocas comerciais,
13:31nas exportações
13:32com os países
13:33da América Latina
13:34e a China
13:34vem ocupando esse espaço.
13:36Então,
13:37tanto em termos de logística,
13:38de infraestrutura,
13:39de produção,
13:41na questão financeira também,
13:42de financiamentos
13:43à produção
13:44e ao investimento,
13:46na questão do uso
13:48das estruturas
13:49de redes sociais,
13:50porque isso vai trazer
13:51uma supremacia
13:53de controle.
13:55Então,
13:55a gente percebe
13:56a China ocupando
13:57bastante esse espaço
13:57e os Estados Unidos
13:58têm ficado preocupados
13:59com isso.
14:00Então,
14:00a gente percebe,
14:01inclusive,
14:02nas falas
14:03do presidente Donald Trump,
14:05uma intenção
14:05de que os Estados Unidos
14:07voltem a ser um parceiro
14:08prioritário
14:09para o Brasil
14:10em algumas pautas.
14:11E vamos lembrar
14:12que o Brasil,
14:12além de ser
14:13o principal mercado,
14:15a principal economia
14:16da América Latina,
14:17é um país
14:18muito influente
14:19na região.
14:19Então,
14:20sim,
14:20é uma boa porta
14:21de entrada
14:22para uma conversa
14:23que depois pode
14:23desmembrar
14:24para outros setores
14:25e outros países
14:26na região.
14:28Obrigada,
14:28então,
14:29professor de Relações Internacionais
14:31do IBMEC,
14:32Eduardo Galvão.
14:33Muito bom dia.
14:35Muito bom dia.
14:35Muito obrigado.
14:36Obrigado.
14:36Obrigado.
14:37Obrigado.
14:38Obrigado.
14:39Obrigado.
Recomendado
9:39
|
A Seguir
7:44
4:02
Seja a primeira pessoa a comentar